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ENTREVISTA JULIÁN EGUREN, DA USIMINAS: “CHINA É UMA AMEAÇA”
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www.revistaviverbrasil.com.br ţŪŁŤŢţťŁ ŁşūũŁřŧĦŢŢ
Do jardim criado com influências do pai e da Ħ surgir um dos maiores museus de arte contemporânea do Ħ
atingir a marca de 1 milhão de visitantes
Planos para 2013
Empresários que começaram a investir no ano passado apostam em mais crescimento
Monotrilho em vantagem Na corrida para ver qual é o melhor Ħ o sistema sai na frente
Cadeiras vazias
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ISSN 1984-0535
Inhotim
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A alma de
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têm prefeitura indefinida e sete devem ter nova eleição
BH Savassi
Foto da obra em janeiro de 2013. Conclusão em fevereiro de 2014.
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VIVER
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Número 97 - 18 de janeiro 2013
Entre....
24 Política Sete cidades mineiras devem ter novas eleições 28 Capa A fama e a expansão de Inhotim: 1 milhão de visitantes 36 Entrevista Julián Eguren: “A China é um jogador desleal” 44 Expectativas Empresários na contramão: apostas em crescimento 51 Especial Minas Gerais Projetos, investimentos, obras do estado em 2013 68 Transporte Qual o melhor transporte público? Monotrilho sai na frente
8
74 Empresa Neoplan aprova 218 projetos por ano pela lei de incentivo 76 Mercado imobiliário Construtora se especializa em casas de luxo 79 Especial 50 anos do BDMG O crescimento, as inovações, a história do seu meio século 100 Previsão O que dizem os búzios, a numerologia, a astrologia 112 Comportamento O que mudou na vida de quatro pessoas em 90 dias 120 Turismo Four Seasons George V e sua suíte de 170 m2, em Paris
= COLUNISTAS
= ARTICULISTAS
20 Coluna PCO Paulo Cesar de Oliveira 22 Entre Aspas Cláudia Rezende e 51 Giro Angelina Freitas 110 Viver Melhor Fernando Torres 118 Cantinho do Chef Luciana Avelino 142 Zoom Márcia Queirós e Alessandra Valente
26 Por um governo transparente Paulo Cesar de Oliveira 34 Geração perdida Wagner Gomes 42 Folhetim 2012 Paulo Paiva 73 Royalties para a educação Arnaldo Niskier
122 Gastronomia Terraço Itália: as histórias desse cartão-postal de SP 125 Hotelaria Hotel da Bahia reabre com cara nova 127 Especial Mineirão Tudo pronto para a estreia com Atlético e Cruzeiro 140 Passeio Cultural Mostra de cinema movimenta Tiradentes 146 Bate-papo Olavo Machado: “Precisamos ter mais competência” 147 Festas Câmara homenageia 99 personalidades 99 Conversando com ela: o turista Eduardo Fernandez 126 Professor Walmy Wana Hermógenes Ladeira 162 Valério ameaçou e Lula pagou pra ver. E agora? Carlos Lindenberg
= CRÔNICA 108 Gentalha, gentalha Bruno Fernandes VIVER Janeiro 18 - 2013
Editorial Bem-vindo, 2013! É com muita vontade de trabalhar que iniciamos mais um ano em terras verdes e amarelas. A revista Viver Brasil chega ao seu 5º ano de circulação disposta a perseguir seus principais objetivos: consolidar-se cada vez mais como uma publicação de conteúdo diversificado, com vários sotaques e personagens de valor. Ser um alto-falante da população, do empresariado, das necessidades que enxergamos como fundamentais à nossa sociedade. E, pelo começar do ano, teremos muitas coisas para defender! Entre os problemas de grande impacto que precisam ser solucionados, está a iminente falta de energia que bate à porta. Já passamos por situação semelhante anos atrás, por conta da desestruturada rede de energia que atende o país. A chance de ter um bis do racionamento é grande...
As apostas estão com são Pedro jorrando água nas hidrelétricas. Aproveitando o início do ano, quando as expectativas são sempre renovadas, nas páginas a seguir, conversamos com personalidades de diversos setores, para entender o que se espera de 2013. De maneira geral, todos acreditam que a temporada será de crescimento. É o mais provável. Mesmo com o desenvolvimento econômico e social pífio que tivemos em 2012, o momento agora é de preparar o campo para a Copa do Mundo em 2014, em ano de Copa das Confederações. Por conta disso, o país deverá ter um volume significativo de investimentos para todas as vertentes, da infraestrutura aos serviços. Portanto, o caminho agora se chama trabalho, trabalho e trabalho. Vamos em frente! Um ótimo ano a todos e até mais.
Gustavo Cesar de Oliveira, diretor –
[email protected]
Diretor-geral Paulo Cesar de Oliveira Diretores Gustavo Cesar de Oliveira Paulo Cesar Alkimim de Oliveira Diretor-executivo Carlos Lindenberg
Diretor de redação Homero Dolabella Editora-executiva Silvânia Arriel Chefe de redação Maria Eugênia Lages Subeditora Luciana Avelino Editora-adjunta Cláudia Rezende Redação Ana Elizabeth Diniz, Eliana Fonseca, Eliane Hardy, Fernando Torres, Márcia Queirós, Miriam Gomes Chalfin e Terezinha Moreira Repórteres colaboradores Flávio Penna e Sueli Cotta Articulistas Bruno Fernandes, Eduardo Fernandez, Hermógenes Ladeira, José Martins de Godoy, Lázaro Gonzaga, Olavo Machado, Matheus Cotta, Paulo Paiva e Wagner Gomes Correspondentes internacionais (Paris) Igor Tameirão (Nova Iorque) Angelina Freitas Editora de web Denise Motta Assistente de web Celso Filho Revisão Maria Ignez Villela Secretária de redação Tamara de Jesus Diretora de arte Oriádina Panicali Machado
Editor de arte Renato Luiz Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva e Luciano Cabral Fotógrafos colaboradores Leo Fontes, Pedro Vilela, Tião Mourão Superintendente de finanças Cinthia Portela Superintendente de operações Eliana Paula Coordenadora de marketing Isabel Borges Gerente de eventos Gustavo Serpa Superintendente comercial (MG) Marco Antonio Gonçalves Assistente comercial Sumaya Mayrink Departamento comercial (MG) (31) 3503-8888 - Alessandra Valente, Ana Paula Fádel, Chandréia Prandini, Dária Mineiro, Jordana Melo, Hevelyne Buzatti, Lívia Bosco, Rigléia Carvalho e Sandra Câmara Diretora comercial (SP) Lilica Mazer Departamento comercial (SP) (11) 2127-0000 - Eduardo Pizzo, Karen Marraccini, Viviane Ramos e Zenaide Pereira
[email protected]
Gerente de Circulação Luiz Cuin Assinaturas (31) 4063-8156 Impressão Log&Print Gráfica e Logística S.A. Entregas Fast Entregas Distribuição em bancas Disa - Distribuidora Sant’ Anna
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Tiragem quinzenal
60.000 exemplares
Viver Brasil é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda. São Paulo: Jacques Felix, 19, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP – CEP: 04509-000 – Tel.: (11) 2127-0000 Minas Gerais: Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 – (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br 10
VIVER Janeiro 18 - 2013
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Fale Conosco Consumismo infantil
A reportagem sobre o consumismo infantil caiu muito bem na época do Natal. Está na hora de os pais pararem para pensar nessa compra desenfreada só para agradar aos pequenos. Querem, compram, logo após já desistem do produto. Acredito que precisamos passar mais valores a eles e fiquei preocupada com a fala de Marina Sá, mestre em políticas públicas, de que “o consumismo gera obesidade, estresse familiar, erotização precoce”. Parabéns à repórter Terezinha Moreira. Helena Reis Muito oportuna a matéria sobre o consumismo infantil no final do ano. Acho que deveria haver restrição da publicidade nos intervalos dos programas infantis. Regina Mata A reportagem vem contribuir para o debate sobre consumismo infantil. Acredito que a publicidade deve continuar, os pais é que precisam se preocupar mais com a educação dos filhos, não deixarem tanto à frente da TV, do computador. Desse modo não necessitaria 12
restringir a propaganda, porque as crianças não teriam o desejo desenfreado de possuir. A solução é mais simples. Otávio Silva
Voluntários
Parabéns à Viver Brasil pela matéria sobre os voluntários. Fico impressionada com o desprendimento dessas pessoas e com o exemplo de vida. Adelaide Soares
Cupido às avessas
Atual, interessante e curiosa a matéria que a Viver Brasil fez sobre os rastros de traição que as pessoas deixam nas redes sociais. Parabéns ao repórter Fernando Torres. Maria Elisa Costa
Entrevista
Muito ponderada a presidente do STF, Cármen Lúcia Antunes. A entrevista ficou sensata, para cima. José Soares Pereira A presidente do STF, Cármen Lúcia, diz que “o cidadão brasileiro está se organizando, se aliando a outros para lutar por aquilo que quer.”
Não vejo isso, talvez por ser um pouco pessimista com tudo o que ocorre na política e ninguém faz nada, não vai para as ruas, não pressiona. Parece que estamos apáticos. Mas tomara que ela tenha razão, que assumamos nosso papel de cidadão. Parabéns pela entrevista. João dos Santos
Língua na ponta
Ao ler a reportagem sobre a necessidade de uma segunda língua fiquei estarrecida com a posição que o Brasil ocupa, o 46º lugar entre 54 países pesquisados, na fluência de inglês. Estamos mal até nisso. Acredito que o país tem que investir mais na qualidade da educação. Hoje a fluência em inglês é mais do que necessária. Parabéns à revista Viver Brasil pôr expor essa situação. Regina Freitas
VIVER MINAS Vamos invadir as praças Fiquei muito contente com a matéria Vamos invadir as praças. Deveremos ter a quadra de tênis do parque municipal reformada até o final do ano.
Atair Barbosa Machado VIVER Janeiro 18 - 2013
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Comentários sobre o conteúdo editorial da Viver Brasil, sugestões e críticas a matérias. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço. Além do nome do autor, o e-mail também poderá ser publicado. Por razões de espaço ou clareza, os textos poderão ser publicados resumidamente
o Buffet Catharina foi premiado em excelência gastronômica pelo Instituto de Qualidade Minas. A informação correta é que foi reconhecido no Prêmio Regional da Qualidade | Região Metropolitana pela adequação ao modelo de excelência na gestão.
Artigo Wagner Gomes Maquineísmo econômico
É certo que a grande maioria de nossa mídia, escrita, falada e televisada, dá um enfoque enorme ao que é ruim. Numa análise muito simplória acho que é instinto de sobrevivência na medida em que é ruim e escândalo vende muito e dá Ibope. Por outro lado também, esta mídia viveu por muitos anos tendo pouco de bom para contar e parece estar desacostumada com a evolução do país, não só na economia, mas em diversas áreas. Veja bem que escândalos policiais ficam o dia inteiro na mídia em coberturas exageradas, enquanto o fato está ocorrendo. Todavia, depois que a coisa esfria, perdem o interesse de acompanhar e divulgar, quem foi responsabilizado, o que é feito em boa parte das vezes como notas pequenas. Antigamente vivíamos sendo questionados por não seguirmos exemplos norte-americanos ou europeus. Porém, hoje, não vejo tanta ênfase dada ao nosso modelo que, bom ou VIVER Janeiro 18 - 2013
z No especial Mineirão, página 24, foi publicada foto como se fosse do arquiteto Oscar Niemeyer. É do engenheiro Gil César Moreira de Abreu, responsável pela obra
ruim, tem trazido resultados diferentes dos que lá ocorrem, inclusive nos permitindo atravessar tempos difíceis para o mundo, de uma maneira mais leve. Roberto Parenzi
ESPECIAL MINEIRÃO
Parabéns pela edição especial sobre a reinauguração do Mineirão. Fábio Carneiro Correa Erratas z Na edição, 95, página 94, no Cantinho do Chef saiu publicado que
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Leitor Repórter
Foto da praça Raul Soares Enviada por:
Bráulio Camilloto Arantes 14
“Quero ver-te à luz do dia para saber se é verdade o que a noite me dizia com tanta seguridade” CECÍLIA MEIRELES
É a sua vez de mostrar que tem faro jornalístico. Fo to grafou uma cena inusitada? Visitou um lugar paradisíaco e fez foto digna de cartão-postal? Registrou um momento ím par que me rece ser compartilhado com outras pessoas? Agora você te rá a oportunidade de mostrar seu talen to. Envie sua foto para a re-
vista Vi ver Bra sil . As melhores serão publicadas e você terá seu dia como repórter fotográfico. O endereço para en vio é: redacao@ revistaviverbrasil.com.br. As fotos deverão estar em alta resolução. No e-mail, deverão constar os dados do autor (nome, telefone, endereço e RG) e uma breve descrição da foto. VIVER Janeiro 18 - 2013
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Que venha 2013 Eu quero... Compra pra mim? Querem morar em um clube
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Destaque MÁRCIA QUEIRÓS
Rede Globo/Estevam Avellar
Tempero mineiro
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A Rede Globo estreou neste mês a microssérie Canto da Sereia , baseada em obra homônima de Nelson Motta. A temática tem dendê, com cenas em Salvador, mas a direção geral é mineira. Quem assina é José Luiz Villamarim, de Três Marias, região Central do estado. “Me formei economista em Belo Horizonte, onde trabalhei na área durante algum tempo, mas logo comecei a fazer vídeos e documentários. Pouco depois, ingressei na Rede Globo, fazendo estágio como assistente de direção em Anos Rebeldes”, lembra. Villamarim possui
vasto currículo, que inclui novelas e séries, como Rei do Gado, Mulheres Apaixonadas , Torre de Babel e o recém-sucesso Avenida Brasil. Indagado sobre as montanhas, responde: “Você sai de Minas, mas Minas não sai de você. Fui criado lá e tenho espírito mineiro. Foi um local que me influenciou muito no comportamento, na cultura, na boa conversa e na questão de literatura. Mineiro lê muito... Acho que são as montanhas”, acredita. Um de seus projetos é fazer cinema em Cataguases, baseado na obra do escritor, também mineiro, Luiz Ruffato. VIVER Janeiro 18 - 2013
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Pimentel em 2014
POR PAULO CESAR DE OLIVEIRA
Roberto Stuckert Filho
Um pibinho no caminho Apesar da aprovação popular recorde, já tem muito analista político e econômico dizendo por aí que a reeleição da presidente Dilma Rousseff, dada como certa por membros do PT, não será tão fácil assim. É que a presidente terá dificuldade de tirar proveito eleitoral do desempenho da economia, pois tudo indica que enfrentará um cenário de crescimento do país bem diferente ao de 2010, quando foi eleita. Após alta de mais de 5% no PIB em três dos quatro anos do segundo mandato do ex-presidente Lula, com pico de 7,5% no ano da eleição de Dilma, o indicador avançou 2,7% em 2011, no primeiro ano do seu governo, e só por milagre chegará a 1,5%, em 2012.
Dobrando o faturamento A Forno de Minas, tradicional fabricante de pão de queijo que saiu ,mas voltou às mãos do empresário Helder Mendonça para crescer, tem planos ambiciosos para 2013. A empresa espera faturar com a venda da típica iguaria, uma receita da dona Dalva, mãe de Helder, mais de 245 milhões de reais neste ano. Parece fermento. A alta sobre 2012, quando a Forno de Minas faturou 160 milhões de reais, é de mais de 50%. 20
Mesmo muita gente apostando que ele não é candidato ao governo de Minas, o ministro Fernando Pimentel é o nome certo do PT para disputar a sucessão do governador Anastasia. Com um detalhe, ele terá o apoio da presidente Dilma que quer vê-lo governando o seu estado natal. A propósito, pesquisa interna encomendada pelo PSDB aponta que, se Pimentel for candidato, é o nome mais forte do PT.
Centenário O Plaza Athénée é famoso como um dos hotéis mais emblemáticos de Paris, com a sua fachada do século 19 decorada com gerânios vermelhos, seus toldos e seus manobristas elegantemente vestidos. O Thêatre des Champs-Elysées tem a fama de ser um dos melhores teatros de Paris. Ambos têm sido o coração e a alma da avenue Montaigne há um século. Hoje, os dois locais unem forças para comemorar o centenário de forma inesquecível – com excelente programação festiva de seis datas começando no dia 30 de maio deste ano.
Filarmônica Divulgação
Os fãs da música de concerto podem agendar. A Orquestra Filarmônica de Minas, sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá, homenageará o bicentenário de nascimento do alemão Richard Wagner e do italiano Giuseppe Verdi. A temporada começa em 26 de fevereiro. VIVER Janeiro 18 - 2013
Cheio de luz
Novela inédita A editora Cosac Naify vai homenagear o escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, no início deste ano, com o lançamento de sua novela inédita, Elefante. Morto em janeiro, o escritor recebeu o novo prêmio pelo romance autobiográfico Vermelho amargo, lançado pela mesma editora.
Movimentação no CNJ Começa a ser notada movimentação atípica no Conselho Nacional de Justiça. É que em março o ministro mineiro Carlos Alberto Reis de Paula, do Tribunal Superior do Trabalho, deixa o cargo de conselheiro do CNJ para assumir a presidência do TST.
Expocasa BH prepara-se para receber a Expocasa, evento que reunirá congresso, feira e salão de imóvel. Realizada pelo Creci-MG e CMI/Secovi-MG, a Expocasa será realizada no Expominas, entre os dias 7 e 11 de agosto. Segundo o presidente do Creci-MG, Paulo Tavares, o evento dará maior visibilidade ao estado.
Wellington Pedro/Imprensa MG
O presidente da Cemig, Djalma Morais, está entre os 30 melhores executivos do mundo. Ele foi eleito dentre mais de 3 mil dirigentes, em votação da revista Harvard Business Review e da escola de negócios Insead. Desde 1999, quando assumiu a Cemig, a companhia passou por completa reestruturação. Hoje, é a maior distribuidora de energia elétrica do país e está presente em 23 estados brasileiros, além de operar uma linha de transmissão no Chile.
Quadros de Olímpia emSalve Jorge Novamente as obras da artista Olímpia Couto aparecem em destaque nos cenários da Rede Globo, na novela Salve Jorge, nas residências dos personagens de Giovanna Antonelli e Antonio Calloni, o Mustafá. A artista plástica inclui-se hoje, sem dúvida, entre os artistas mineiros que se destacam por apresentar uma obra já estruturada, estável e consolidada, de reconhecida e importante presença na melhor produção de arte no Brasil. Tião Mourão
Conceito Suggar Muita gente tem se impressionado com os produtos premium da Suggar (leia-se Lúcio Costa) que não devem nada aos eletrônicos mais sofisticados do mercado, para não dizer melhores. Para a competente diretora comercial da Suggar, Ana Maria Avelar, a cada dia são maiores os elogios não só em Minas, mas em todo o Brasil, a começar por São Paulo.
Projeto de lei Foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara projeto de lei de autoria do ex-deputado Humberto Souto, que propõe a inclusão dos conteúdos ética, cidadania e defesa do consumidor no currículo da educação básica. O projeto, agora, segue para a Comissão de Constituição e Justiça. VIVER Janeiro 18 - 2013
Serra de novo
Fotos: Divulgação
Ninguém tem mais dúvidas de que o candidato derrotado duas vezes à Presidência e uma à prefeitura de SP, José Serra, tem dado sinais que vai atormentar a vida de Aécio Neves tão logo saia como pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Serra já diz que o candidato em 2014 deve ser o governador paulista Geraldo Alckimim e que tem um dossiê sobre o senador mineiro. Em 2009 o paulista Serra já fazia ameaças e levou Aécio a ficar quieto. A briga começa dentro do partido... Colaboração: Ana Cortez, Eliane Hardy e Flávio Penna
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Entre
Aspas
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CLÁUDIA REZENDE E DENISE MOTTA
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“Não, bolinho não tem não. Bolinho engorda, gente” Presidente Dilma Rousseff, em Moscou, sobre a comemoração de seu aniversário
De maneira dolosa e fraudulenta, empregaram veículos em campanha eleitoral, desviando-os da finalidade pública” Promotor José Renato Rodrigues Bueno, sobre os 12 vereadores para quem o Ministério Público pediu cassação
Não acredito no Marcos Valério. O Lula está tranquilo” Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul
Os procuradores não tocaram nos papéis que deixei lá.”
Marcos Valério, sobre documentos que comprovariam o envolvimento de Lula no esquema do mensalão
Choque de gestão foi a expressão que utilizamos para marcar o resgate da governabilidade de Minas, engolfada em 2003 pela maior crise financeira de sua história” Aécio Neves (PSDB), senador, sobre o choque de gestão, que completa 10 anos em 2013 22
ACONTECEU Ministérios públicos se movimentam contra a PEC 37/2011 e lançaram campanha contra a proposta que quer colocar fim ao poder investigativo que hoje é exercido pelos órgãos em assuntos criminais. Isso ficaria a cargo apenas das polícias. Promotores e procuradores não querem isso de jeito nenhum, mas os delegados são a favor. Houve juiz que recusou investigação, porque havia sido feita pelo MP, como ocorreu em Minas, no caso Hipolabor.
Gente nova na Amans Prefeito de Mirabela, Carlúcio Mendes Leite (PSB) foi o vencedor da disputa pela presidência da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amans), no dia 10 de janeiro. Ele desbancou o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB). A diferença entre os dois foi significativa, de dez votos (25 a 15). E, no discurso de posse, Carlúcio já deixou claro que quer diminuir a predominância de Montes Claros sobre a região. “Não podemos discutir o norte de minas só por Montes Claros. Nós precisamos ter uma visão ampla”, disse. Ele também pretende bater na tecla do FPM, insistindo para que ocorra regularidade nos repasses aos municípios.
CAIU NA REDE @iranbarbosa: Para quem se esqueceu, eu não: aumento do meu salário aprovado ano passado pela CMBH será SIM doado às escolas públicas de BH zzz
@depjuliodelgado: Do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral: “Temos um candidato próprio que é o VIVER Janeiro 18 - 2013
PRÉ-CARNAVAL
Leilão de comissões Apesar de o recesso dos vereadores de BH só terminar em fevereiro, as articulações para escolha de integrantes de comissões não dão trégua. Rumores indicam que grupo do PT do B deseja a assediada comissão de Legislação e Justiça. A de Administração Pública pode ficar nas mãos do PT. Para a de Meio Ambiente é cogitada Elaine Matozinhos (PTB). Já para a de Transporte, é citado o nome de Preto (DEM).
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Queda de braço
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O prefeito Marcio Lacerda (PSB) luta para impor um secretariado com perfil técnico, mas precisa conciliar sua vontade com o projeto Aécio 2014. Comenta-se, no meio político, que Lacerda sofre com o mesmo problema já enfrentado pelo governador Antonio Anastasia. O governador, vale lembrar, nomeou Eros Biondini (PTB) secretário graças a um acordo político e não ao tão desejado perfil técnico ensejado sempre por ele.
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A chapa esquentou A pauta mensalão gerou discórdia por aqui. O deputado Durval Ângelo (PT) e o senador Eduardo Azeredo (PSDB) bateram boca via Twitter. O primeiro citava o tucano como criador do mensalão, o segundo acusava Durval de falta de caráter.
Júlio Delgado para presidência da Câmara”
20 anos de prisão. Daqui a três estão na rua matando de novo.
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@HelioCosta15: Assassinos de universitária Barbara Andrade, baleada em BH, são condenados a VIVER Janeiro 18 - 2013
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P O L Í T I CA
Prefeituras problemáticas Divulgação
Vinte e um municípios mineiros ainda têm a administração pública indefinida. Em sete, deve ocorrer nova eleição MIRIAM GOMES CHALFIN
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uase um mês depois da posse dos prefeitos eleitos em 2012, 21 municípios mineiros ainda estão com a administração indefinida. Pelo menos sete cidades poderão ter nova eleição, sendo que o Tribunal Regional Eleitoral de Minas ( TRE-MG) determinou a realização do pleito apenas em Biquinhas e São João do Paraíso, dia 7 de abril. Foram confirmadas eleições também em Cachoeira Dourada, Piedade dos Gerais e Rochedo de Minas, mas ainda sem data marcada. Já Ibiá e Diamantina ainda aguardam julgamento de recursos para confirmar ou não o segundo pleito. Há ainda 12 municípios com pendências judiciais, à espera do julgamento do mérito no TRE. Na maioria dos casos, o prefeito eleito conseguiu liminar e fica no cargo até que se tenha a decisão. Além disso, os candidatos que venceram em Paulistas e São Francisco aguardam parecer do Tri24
bunal Superior Eleitoral (TSE). Para o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, essa indefinição é extremamente perniciosa para a democracia porque coloca em questão a vontade popular expressa no voto. “Não questiono a legalidade, mas a quebra de confiança no poder do voto, na legitimidade política. Acaba que o Judiciário assume as vezes da disputa entre partidos. O caminho correto seria a reforma política, e não o segundo ou terceiro turno das eleições no tapetão”, defende. Para ele, muitos candidatos concorrem sem condição legal (por exemplo, tiveram as contas rejeitadas) porque o sistema de controle de políticas
públicas – os legislativos, Ministério Público, tribunais de conta e Controladoria Geral da União – é falho e carece de pessoal. “Mas o problema maior está na sociedade civil brasileira, que se queixa, mas não sabe defender seus direitos. Ou sabe, mas nada faz, com exceção de poucas iniciativas, como os observatórios sociais do Brasil”, completa. De qualquer forma, o que se quer saber é como essa incerteza – que é recorrente e, em alguns casos, custa a se resolver – pode refletir no desenvolvimento da cidade. Na eleição de 2008, o município de Conceição do Mato Dentro (região Central), por exemplo, realizou dois pleitos. A VIVER Janeiro 18 - 2013
situação só foi definida em novembro de 2010, ou seja, quase três anos após o início oficial do mandato. Em Ipatinga (Vale do Rio Doce), depois de vários recursos judiciais, a escolha do prefeito foi acertada somente em maio de 2010. Na histórica Mariana, foram sete trocas na cadeira do prefeito, depois de várias batalhas na Justiça Eleitoral e comum. Com a instabilidade, vários projetos foram simplesmente esquecidos. O patrimônio cultural foi um dos mais afetados com a descontinuidade do governo. “Quando isso ocorre, o município acaba não tendo estratégias de longo prazo. Tudo começa e não termina, contatos e convênios chegam sem ser prioridade da equipe de governo seguinte. Um caos, perda de tempo e de recursos”, opina Rudá Ricci. Eleito em Mariana com 54% dos votos válidos, o prefeito Celso Cota Neto (PSDB) confirma que a instabilidade política afastou o município dos grandes centros de decisões. “Ficamos fora de projetos importantes, como o PAC das Cidades Históricas. Perdemos contatos e importância no cenário regional”, destaca o político. Na opinião dele, o maior desafio será converter a boa arrecadação em qualidade de vida para os moradores, além de concluir as obras que foram abandonadas na última gestão. “Queremos índices sociais confortáveis de educação, segurança e saúde e, com isso, devolver ao município o espaço no cenário político nacional perdido nos últimos anos”, acrescenta o prefeito, que ocupou o cargo por dois mandatos consecutivos, de 2000 a 2008. A professora Helcimara de Souza Telles, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vê a situação com outros olhos. “O fato de muitas prefeituras estarem sub judice significa que há fiscalização e controle de fraudes. Isso impede VIVER Janeiro 18 - 2013
PENDÊNCIAS ELEITORAIS Municípios com nova eleição já confirmada pelo TRE (em 7 de abril de 2013): QBiquinhas (região Central) QSão João do Paraíso (Norte) Onde haverá novo pleito, ainda sem data definida: Motivo da cassação do candidato eleito Cidade Cachoeira Dourada (Triângulo Mineiro) Captação ilícita e conduta vedada Rejeição de contas públicas (registro Piedade dos Gerais (Central) indeferido no TRE, com recurso no TSE) Rochedo de Minas (Zona da Mata) Oferecimento de vantagens a eleitores Onde poderá haver novo pleito (recursos deferidos no TRE e indeferidos no TSE) Cidade Diamantina (Jequitinhonha) Ibiá (Alto Paranaíba)
Motivo da cassação do candidato eleito Rejeição de contas pela Câmara Municipal Rejeição de contas públicas pelo TCU
Municípios onde o prefeito eleito obteve liminar, mas ainda está pendente o julgamento do mérito no TRE Água Boa (Vale do Rio Doce) Camanducaia (Sul) QCapela Nova (Central) QMirabela (Norte de Minas) QNovo Oriente de Minas (Vale do Mucuri) QOlaria (Zona da Mata)
Orizânia (Zona da Mata) Pedrinópolis (Alto Paranaíba) QRomaria (Alto Paranaíba) QSantana de Cataguases (Zona da Mata) QSerra dos Aimorés (Vale do Mucuri) QVerdelândia (Norte de Minas)
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Municípios que aguardam julgamento do TSE: QPaulistas (Vale do Rio Doce) QSão Francisco (Norte de Minas) Fonte: Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
que políticos que cometeram equívocos no passado assumam o cargo, tornando as eleições mais limpas e fortalecendo a democracia”, argumenta. A cientista política também acredita que essa fiscalização aumenta a confiança dos eleitores nas instituições democráticas e no próprio processo eleitoral. Mas alerta para que os cidadãos reflitam mais antes de escolher seus candidatos. Segundo Helcimara, as pendências judiciais implicam o atraso da posse. “A cidade não ficará abandonada porque alguém vai assumir o comando até que os processos sejam concluídos”, diz. É o caso de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Tanto a chapa vencedora
quanto a segunda colocada tiveram problemas jurídicos e, portanto, os recursos foram indeferidos pelo TSE. Assim, o presidente da Câmara Municipal, Maurício Maia (PSDB), assumiu o comando da prefeitura interinamente, até que seja marcada uma nova eleição. O secretário municipal de Governo, Ronaldo Lopes, informa que Maia “encontrou a prefeitura em situação muito difícil”, com atraso na folha de pagamento dos funcionários públicos, deflagração de greve por parte dos garis e dívida de 3,5 milhões de reais. No último dia 10, foi decretado estado de emergência financeira e administrativa na cidade, pelo prazo de 60 dias, podendo ser prorrogado. 25
Paulo Cesar de Oliveira
Por um governo transparente Se teremos ou não apagão – ou racionamento para ficar diferente do período FHC – já é irrelevante. O que preocupa mesmo é a nossa incapacidade, demonstrada, de sustentar um crescimento econômico minimamente necessário para a manutenção do processo de ascensão social no país. Hoje, por mais que o governo queira convencer o povo que não há risco iminente de falta de energia, só o acaso, representado por radical mudança no regime de chuvas, nos tira desta situação. Pelo lado do governo não há nada que se possa fazer, em caráter emergencial, para mudar o quadro atual. E diga-se, a bem da verdade, que só não está maior o risco do apagão porque tivemos desaceleração no setor industrial no ano passado, na continuidade de
Não podemos continuar a desmoralizar a oposição e impor-se, pela força da verba, ao parlamento, ao ponto de silenciar... um processo que se iniciou em 2011, que permitiu que se poupasse um pouco dos reservatórios das usinas. Impressionante nossa capacidade de agirmos sem planejamento, na base da improvisação. O apagão do início dos anos 2000, uma década depois, ainda assombra os donos do poder. Algumas coisas para minorar o problema é claro que foram realizadas. Colocaram-se em construção usinas que estavam programadas, finalizaram-se outras em construção e outros projetos tiveram andamento, depois de enfrentarem longas, maçantes e antigas discussões sobre a privatização – vá lá, concessão –, ou não de alguns setores. Fôssemos menos ideologicamente atrasados, e já teríamos modelos definidos para a produção de energia, de transportes públicos e outros serviços. Aliás, é de fundo ideológico, sob o manto do populismo, esta questão de redução de tarifas de energia elétrica. Com a alteração no processo de concessão das usinas, o que deseja o 26
governo, garantem especialistas da área, é estatizar a produção da energia em nome de um velho conceito de segurança nacional. Quem é do ramo garante que a redução de 20% nas tarifas é apenas cortina de fumaça e que ela será, na verdade, um subsídio, pago com recursos do Tesouro. Objetivamente, pago pelo próprio povo. Está na hora de o governo ser mais transparente. De saber dialogar com o povo, de buscar as reais parcerias. A presidente Dilma, como de resto todos os demais presidentes brasileiros, não tem a liderança para conduzir o país. Não falo de capacidade gerencial. Falo de liderança mesmo, como, por exemplo, de Churchill, na Inglaterra da 2ª Guerra Mundial. Foi líder capaz de fazer o povo entender a necessidade de sacrifícios em nome da pátria e pela vitória. Sei que é pedir demais isso, mas que alguém, pelo menos, siga a tática dele de não mentir. De buscar apoio através da transparência. Enganar pode dar ótimos índices de aprovação. Pode até garantir eleição ou reeleição, mas não faz de ninguém líder ou estadista. É disso que estamos sentindo falta. De estadistas, de líderes reais. Tanto no Executivo quanto no Legislativo e Judiciário não necessitamos de líderes. Necessitamos de competência, saber jurídico e independência que alguns dos membros do Supremo souberam demonstrar agora. Enfim, além de pessoas, precisamos, com urgência, de um projeto de país, como adverte o presidente da Fiemg, Olavo Machado. De projeto de governo andamos cheios. É urgente que tenhamos uma definição daquilo que buscamos e da forma que vamos buscar para nosso futuro. Não podemos continuar a desmoralizar a oposição e impor-se, pela força da verba, ao parlamento, ao ponto de silenciar o poder símbolo da democracia. O Brasil precisa de todos os seus poderes atuantes e comprometidos. Basta de continuarmos adiando o futuro. Sempre fomos chamados de país do futuro, mas sem energia, estradas, portos, saúde, educação, segurança, tecnologia, só para citar algumas de nossas carências, não chegaremos a ele. Até para se atingir o futuro é necessário que haja infraestrutura disponível.. Paulo Cesar de Oliveira, jornalista VIVER Janeiro 18 - 2013
ES PEC IAL CAPA
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Leo Fontes
INHOTIM ATRAI 1 MILHÃO DE VISITANTES, ESTÁ EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO E ESPERA A AUTOSSUSTENTABILIDADE COM A CONSTRUÇÃO DE COMPLEXO DE HOTÉIS, TEATRO, CENTRO DE CONVENÇÕES EM SEU ENTORNO ELIANA FONSECA / SILVÂNIA ARRIEL
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vermelho que escorrega, a parede que parece vidro, ou é? A escuridão, os feixes de luzes tão perfeitos que caem ao chão, vão ao teto, mudam quando se vê de outro ângulo. Os sons, o violento movimento das ondas, as vísceras expostas, as bolas que deslizam pela água, os crânios pretos e dourados, o ímã que une as peças na enorme galeria de vidro, observadas pela natureza, os pássaros, as borboletas, os esquilos... O filme, o retrato que
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cada um vê, revê, surpreende, improvável em descrição fiel, crua. Atrai como as obras do pernambucano Tunga mais gente a Inhotim, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, antes tão fora do estabelecido circuito da arte, difícil de chegar. Mas que levou até lá, pelas estradas estreitas, mais de 1 milhão de pessoas. Coloca em contato com 90 das 500 obras contemporâneas, de 100 artistas, de 30 nacionalidades, ajeitadas, combinadas com a natureza,
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E S P E C IA L CA PA Fotos: Leo Fontes
PRISCILA POCHINI e a família: primeira vez em Inhotim
a 60 quilômetros da capital mineira. “Não há como não gostar”, afirma a paulista Isabel Pochini, estudante de artes visuais. Há a botânica, irresistível, as obras, também. “É bem diferente de estar em uma galeria fechada. Leva a gente a tantas reflexões.” As que teve no primeiro dia, haveria outro, mais um se preciso fosse para essa exibição, benquista há tanto tempo, colocada no roteiro de coisas a vivenciar. Veio com o marido Marco Antônio Zechini, a princípio não tão afeito às artes modernas, e as filhas Priscila, arquiteta, e Gisele, estudante. Hospedaram-se em Brumadinho, perto do parque. “Vou tirar a foto que você queria”, dizia Priscila à irmã ao mirar um pássaro na obra do japônes Yayoi Kusama, em cima do teto do Centro de Educação & Cultura Burle Marx. Andam de um lado ao outro, há 110 hectares a serem percorridos, assistidos, divididos com outros visitantes estrangeiros e brasileiros, que aumentam 50% ano a ano nesse local em constante evolução. Que começou como jardim, depois três, quatro pavilhões de arte, abertos à visitação com hora marcada. “Percebia o brilho dos olhos das pessoas, a emoção, a felicidade aflorada. A partir daí resolvi levar a sério”, 30
VISITANTES: mais de 1 milhão
GALERIA de Adriana Varejão: azulejos
OBRAS DO hotel butique, que abre as portas neste ano
diz o criador, o empresário Bernardo Paz. Abriu as portas, transformou o local em Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, zelou mais pela lida com as pessoas. “Elas merecem respeito, mas não é o que ocorre no Brasil.” Hoje são 21 galerias, com funcionários solícitos, simpáticos por todos os lados, sempre dispostos a ajudar, a mostrar as obras, dar informações sobre as plantas. “Ali é um telescópio de Olafur Eliasson”, aponta a motorista do carrinho elétrico. Está à frente a obra do dinamarquês, atrás havia ficado a coleção de pontos de ônibus de concreto fincados na areia branca, da francesa Dominique Gonzalez-Foerster, bem na saída da galeria da carioca Adriana Varejão. Onde estão, no pavilhão de concreto que parece boiar sobre espelho-d’água, a Linda do Rosário, a obra da parede semidestruída com vísceras, e o Celacanto provoca maremoto, o enorme painel de azulejos portugueses, no segundo andar, que retém naquele espaço o violento movimento das ondas. Há perto dali a galeria do também carioca Cildo Meireles, com o Desvio para o vermelho, mais adiante a True Rouge, a primeira do instituto, de Tunga, as temporárias, as recentes. A da carioca Lygia Pape, a do vão VIVER Janeiro 18 - 2013
MUSEU ABERTO Por dentro de Inhotim, em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte
O AUMENTO DE VISITANTES 2006
7.114 (de outubro a dezembro)
2007
101.602
2008
94.967
2009
147.942
2010
160.309
2011 2012
245.216 293.062
Total: 1.050.212 visitantes
97% dos espectadores afirmam que o local é ótimo e excelente,
O INÍCIO DE TUDO E TRAJETÓRIA Na década de 1980, o empresário Bernardo Paz começa a idealizar Inhotim, recebe a visita do paisagista Roberto Burle Marx. “Fiz um jardim bonito, com influência da minha mãe e do meu pai, que gostavam de coisas bonitas. Acredito que a beleza em todos os sentidos é fundamental”, diz QDepois do jardim, sente falta de algo. “Comecei a construir alguns pavilhões de arte” QEm 2002 é criado o Instituto Cultural Inhotim, sem fins lucrativos, para a conservação, exposição e produção de trabalhos contemporâneos. Também desenvolve ações educativas e sociais QAbre as portas, em 2005, com visitas somente para a rede escolar de
Brumadinho e grupos específicos
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No ano seguinte, a obra particular chega ao grande público, sem a necessidade de agendamento
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Em 2008 é reconhecido como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) pelo governo de Minas e um ano depois pelo federal
índice que se mantém desde 2007. “É um fato inédito no Brasil e no mundo”, diz Ronald Sclavi, diretor de comunicação do Instituto Inhotim
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É realizado, em 2009, Nove Novos Destinos para lançar 9 obras permanentes
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Em 2010, recebe o título de jardim botânico pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos
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No segundo semestre deste ano será inaugurado o hotel butique, com 42 apartamentos
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O parque ocupa
110 dos 2 mil hectares 90 obras expostas, 410 guardadas em reserva técnica, de 100 artistas de 30 nacionalidades Funciona de 9h30 às 16h30, de terça a sexta-feira De 9h30 às 17h30, sábado, domingo e feriado
20 reais a entrada O QUE DEVE VIR Complexo com hotéis, centro de convenções, teatro, mais galerias Inhotim Escola no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com espaços de convivência e auditório. Haverá exposições de arte contemporânea, cursos, oficinas, mostra de cinema, atividades artísticas e educativas, teatro, dança
de quarta e quinta-feira, 28 reais sexta, sábado e domingo
Terça-feira é gratuita Maiores de 60 e estudantes pagam meia-entrada
Fonte: Instituto Inhotim
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E S P E C IA L CA PA escuro que leva aos fios de luzes do alto ao chão, serena a visão, e não se resumem a isso, há mais a serem olhadas nos longos intervalos preenchidos pela natureza. É preciso doação de tempo, de 3 a 4 dias para ver tudo com tranquilidade, que o local pede. “Inhotim é um lugar que você não consegue traduzir em palavras, contar para os outros. É preciso conhecer. Pode ir 4 vezes até lá e em todas elas tomar um susto”, diz Bernardo Paz. De tanta grandiosidade, interatividade, variedade aos olhos, aos sentidos, que mudam com a visão, a evolução, o passar da vida. “Quando criei Inhotim, não estava preparado para o que se transformou e agora tenho que o levar à frente.” Quer construir complexo com hotéis, teatro, centro de convenções, no entorno do local, em busca de sua esperada autossustentabilidade, que ainda não veio. “Gastei muito dinheiro, não dá nem para contar e há dívidas que pago. Não tenho recursos para estes novos projetos.” De transformar Inhotim em cidade, ter aeroporto, hospedagem. Ir e ficar naquele lugar, onde começa a aparecer essa urbanização nas fundações, paredes erguidas do hotel butique. São 42 quartos, que devem ser abertos no segundo semestre deste ano. “No seu entorno, surgirão empreendimentos (alimentação, hotelaria, inovação tecnológica, entretenimento etc), que irão garantir a sustentabilidade e perenidade do lugar”, informa Ronald Sclavi, diretor de comunicação. Há planos, sempre há de expansão. “Temos uma gigantesca área para avançar.” Extrapolar de Brumadinho, ter mais visibilidade fora do país, olhar para dentro, a muitos anos à frente. “Temos que clarear as cabeças das crianças e das pessoas que não têm privilégio de frequentar um lugar como Inhotim. Partimos para atacar violentamente os aspectos educacionais e de inclusão”, diz Bernardo Paz. 32
Fotos: Leo Fontes
JARDIM BOTÂNICO: atrai tanto o público quanto as obras
GALERIA DE TUNGA: três pisos que impressionam VIVER Janeiro 18 - 2013
FIOS DE LUZES, de Lygia Pape
Facilita a entrada, gratuita às terças-feiras, levou 100 mil crianças da periferia de Belo Horizonte até lá. Desenvolve projetos sociais. Vai chegar à praça da Liberdade, ao Palacete Dantas e Solar Narbona, com o Inhotim Escola, exposições de arte contem-
porânea, atividades, cursos, oficinas, mostras de cinema, apresentações de música, teatro e dança. “A beleza destrói o ódio, a disputa, traz outros níveis de raciocínio, de sensibilidade.” Quer esticar mais a acessibilidade à arte, esse projeto, iniciado em
2007, que exigiu muito investimento, mas não divulga valores. “Eu me sinto frustrado porque é difícil convencer as pessoas a colaborarem com o projeto. Alguns setores do Brasil não estão nem aí para a cultura”, afirma o empresário. Vai contra, luta para manter, aumentar, dar mais visibilidade ao museu e jardim botânico, que abriga um dos maiores acervos abertos ao público no Brasil e no mundo. Continuar a montar esse retrato contemporâneo, exibir novas obras, galerias. “Em breve anunciaremos novidades”, afirma Ronald Slavi. Ao público que chegou a 1 milhão, deve atrair mais gente, como ímã da beleza das obras de Tunga, do alto ao chão, os feixes de luz, as vísceras, os espelhos com fita azul, do artista polonês Edward Krasinski, os compensados de madeira, da paulista Renata Lucas, o jardim. Esse ímã natural, bom de ver, assistir, participar.
Wagner Gomes
Geração perdida Gertrude Stein foi uma escritora, poetisa e feminista estadunidense que, vivendo em Paris, teria sido a primeira a se referir a lost generation, termo que mais tarde veio a ser popularizado por Ernest Hemingway, um de seus amigos, em dois de seus mais famosos livros: O Sol Também se Levanta e A Movable Feast. Só que eles se referiam a uma geração constituída por um grupo de celebridades literárias e das artes que viveram em Paris e em outras regiões da Europa, ainda no tempo da 1ª Guerra Mundial e no começo da Grande Depressão. Esse preâmbulo me leva a pensar no grande dilema que hoje assalta os jovens dos países ricos, aqueles que se situam entre os 20 e 30 anos. Com bagagem acadêmica invejável, pois estudaram muito mais que a geração que os antecedeu, esses jovens encontraram um terreno fértil para se desenvolverem atrelados às mais modernas tecnologias de comunica-
Esse descompasso do chamado mundo rico com os países emergentes está gerando um novo fenômeno que desemboca na imigração... ção, falando fluentemente diversos idiomas e vivendo em um mundo pleno de liberdades. Ainda assim, não encontram oportunidades de trabalho, em sua origem, em que possam testar as habilidades adquiridas com tanto entusiasmo e esperança, que se vão esfacelando ao sabor da nua e crua realidade que os cerca. Diante da crise que se acentua a cada dia, o mal-estar que ataca essa geração reflete a sensação que asfixia os seus melhores sonhos de juventude. Esse panorama, que se alastra pelos países ricos, ainda não aportou no Brasil, que, paradoxalmente, está flertando com o pleno emprego, gerado pelo recente crescimento econômico pelo qual passou. Esse descompasso do chamado mundo rico com os países emergentes está gerando um novo fenômeno que desemboca na imi34
gração desses jovens talentos. Na era do pós-tudo, a geração perdida busca encontrar seus próprios caminhos e, no caso do Brasil, ao aqui chegar, não se sente estranha neste mundo novo, que assume dimensões de paraíso. A principal característica do estilo literário de Gertrude Stein, criadora da expressão geração perdida, era constituída por suas frases inacabadas, que mais tarde eram retomadas para que, através de suas repetições, o sentido se completasse. Imagino que essa visão seja hoje compartilhada por esses intrépidos jovens que deixam a Europa e os Estados Unidos, afugentados pela ideia de se tornarem reféns da crise, das medidas de austeridade e dos crescentes níveis de desemprego. A Organização Internacional de Migrações (OIM) revelou que 107 mil europeus deixaram o continente, após a eclosão da crise, em direção, principalmente, a países latino-americanos, como o Brasil. Esse profissional, empenhado em demonstrar que merece a chance de ser absorvido pelo mercado global de trabalho, vai agregar imenso valor na outra ponta. Essa fuga da geração perdida, ou da geração desperdiçada, transforma-se em um movimento virtuoso, ao permitir evitar o desperdício desses talentos, habilidades e qualificações, cuja criação nos poupa o investimento de recursos sem, em contrapartida, ocupar vagas de nossos patrícios, em função do quase pleno emprego que por aqui, ainda, observamos. Já o lado perverso dessa fuga de cérebros revela que, pelo menos, um em cada cinco universitários de 48 países menos desenvolvidos vai para o exterior em busca de oportunidades, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em Genebra. De acordo com a entidade, há cerca de 2 milhões de imigrantes intelectuais procedentes de países menos desenvolvidos. Nesse caso, esse fenômeno contribui para acentuar as desigualdades internacionais, dificultando a disponibilidade dos trabalhadores qualificados e afetando, assim, as reais perspectivas de crescimento dos países em desenvolvimento. Wagner Gomes, administrador de empresas VIVER Janeiro 18 - 2013
5$',27(5$3,$0$7(5'(, &203520,662&20$ 48$/,'$'(3(/$9,'$ 6(59,d26((48,3$0(1726 '(Ô/7,0$*(5$d®2 (P XP HVSDoR DFROKHGRU D 5DGLRWHUDSLD 0DWHU 'HL DVVRFLD DWHQGLPHQWR KXPDQL]DGR TXDOLGDGH GH YLGD EHPHVWDUHWHFQRORJLDGHSRQWD ([HPSORGHSLRQHLULVPRHYDQJXDUGDWHFQROyJLFDLQYHVWH HP HTXLSDPHQWRV H WUDWDPHQWRV DYDQoDGRV UHXQLQGR WpFQLFDVGH~OWLPDJHUDomRFRPRDUDGLRWHUDSLDJXLDGD SRULPDJHP&RQH%HDP&7HDUDGLRFLUXUJLD
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Entrevista
Julián Eguren
Presidente da Usiminas diz que a América Latina, com seus 600 milhões de habitantes, tem que se unir em busca de solução para se proteger contra o país asiático. “Sozinho, será muito mais difícil”
“China é grande ameaça” SUELI COTTA
O crescimento da economia brasileira abaixo do esperado frustrou o governo e o setor produtivo. Muitos empresários não escondem a preocupação com os problemas estruturais e com a dificuldade do país em encontrar respostas rápidas para as constantes crises internacionais. A desindustrialização, a falta de investimentos em infraestrutura e a entrada de produtos da China com preços abaixo do custo de produção estão entre os pontos mais vulneráveis da economia. Para o presidente da Usiminas, o argentino Julián Eguren, é necessária a união de forças dos países latino-americanos em busca de solução para a concorrência com produtos chineses e, nesse caso, o governo tem sido omisso. O senhor completa um ano na Usiminas. Como está sendo trabalhar no mercado brasileiro? No final de janeiro, vou completar um ano na Usiminas e em fevereiro foi nomeada a diretoria conjunta. Passou rápido, foram muitas mudanças, muitas coisas aconteceram e tem sido um grande aprendizado. Eu tenho disponibilizado o meu tempo a visitar clientes, para percorrer a usina e a cada dia vou aprendendo uma coisa. O Brasil é muito desafiante, é um país rico em oportunidades e não alcançamos ainda a dimensão de todas as oportunidades que uma empresa como a Usiminas tem em um parque industrial como o do Brasil. A Usiminas fez 50 anos, como encontrou a siderúrgica, uma empresa mineira, com fortes laços no estado? Os 50 anos da Usiminas são somente uma parte, porque a história é tão rica, de coragem, de pessoas que decidiram fazer uma siderúrgica em um lugar em que antes não havia nada. Era a realização de um sonho. Não é o sonho de uma empresa, é o sonho de um país. As pessoas que realizaram isso, que concentraram a usina em Ipatinga, pensaram um país diferente. Construíram uma empresa capaz de criar relacionamento com a sua comunidade e transformar a vida 36
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das pessoas que estão perto e que trabalham na usina. Os funcionários estão há 20, 30, 40 anos na usina. A Usiminas conseguiu, ao longo desses 50 anos, construir uma cultura de valores que compartilha com seus trabalhadores. E isso é uma enorme fortaleza. É uma empresa que obteve êxito e juntou seus interesses com os interesses das pessoas. Durante esse tempo, o que o senhor pôde perceber de melhor e de pior na economia brasileira para administrar uma empresa como a Usiminas? Uma dificuldade que o país tem é no sistema logístico: rodovias, ferrovias, portos, comunicação. Os problemas nesse setor são muitos. A verdade é que o país precisa de investimentos em infraestrutura para recuperar parte da sua competitividade perdida. O senhor tem demonstrado também uma preocupação com o processo de desindustrialização do país. Na sua opinião, qual é o maior erro cometido pelo governo brasileiro? Eu não falaria de erro, mas de omissão. A China é um aspirador de recursos naturais, compra soja, minério, açúcar, petróleo, tudo o que o Brasil produz. Eles precisam ser administrados nos ciclos quando as commodities caem. Quando a China deixar de comprar, o que o Brasil vai fazer? Temos que aproveitar esse dinheiro para gerar um parque industrial e ter base de manufatura. E porque não falamos tanto da manufatura? Esse é o melhor emprego que uma sociedade pode ter. É de longo prazo, que está ligado a um investimento que se faz. Não é como uma loja que pode abrir e fechar com facilidade. É capital investido. E aí você tem emprego, educação, saúde. A política econômica enfraquece as empresas? O governo prioriza um setor da economia que não é o industrial. Está consciente disso porque toma algumas medidas. A queda na taxa VIVER Janeiro 18 - 2013
de energia elétrica é uma delas e é fator positivo. O fim da guerra entre os portos, os grandes planos de investimentos que o governo tem são outras medidas. Mas o setor privado precisa ajudar. As parcerias público- privadas têm que ser um instrumento para se executar rapidamente esse plano de investimentos que o governo quer fazer. Está lançando essas medidas para recompor o setor industrial, mas isso não acontece de imediato.
Entrevista
Julián Eguren
O governo tem tomado medidas pontuais, como com a indústria automotiva. São suficientes? Nós temos que pensar seriamente que a solução para proteger o mercado interno é a integração regional. Tivemos um fórum na Argentina, onde a presidente Dilma foi com alguns ministros para discutir justamente isso. A América Latina contra o perigo da primarização, da desindustrialização. Hoje existe consciência de que a ameaça não é entre Argentina e Brasil ou o Chile. Vem de fora e é muito grande, a China. Temos que encontrar uma maneira de nos proteger. Essa relação do Brasil com a China dificulta para as empresas? Essa dinâmica de comércio atrapalha as indústrias. Que venham os carros, as motos da China. Mas não são empregos que se criam aqui no Brasil. Isso é preocupante. O mundo tem um problema. A China é grande ameaça que a América Latina tem. A solução passa pela integração latino-americana. A China é um jogador desleal. As empresas lá são todas do estado. Como você compete com uma empresa que tem padrão diferente, sem conceito de lucro e prejuízo, regulações ambientais. O único conceito deles é dar emprego. Como o Mercosul pode mudar essa relação? Depende da capacidade da América Latina de acertar e articular uma
“A China é um jogador desleal. As empresas lá são todas do estado. Como você compete com uma empresa que tem padrão diferente, sem regulações ambientais”
Fotos: Pedro Vilela
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Entrevista
Julián Eguren
solução conjunta. Sozinho será muito mais difícil. A América Latina tem hoje uma grande complementariedade. Somos 600 milhões de pessoas. Só Argentina e Brasil possuem 250 milhões de pessoas, quase como nos Estados Unidos. Quando você pensa em somar, vê que Argentina e Brasil tem PIB per capita que é o dobro da China e da Índia. Dirigir essa renda interna para o consumo de bens fabricados na região é muito interessante. A América Latina tem que sentar e encontrar o caminho. O governo tem tomado medidas pontuais, como os incentivos ao setor automotivo. Elas tiveram reflexo na indústria siderúrgica? Com certeza, se há maior produção, a Usiminas vende mais, ajuda sim. Mas são medidas que tem que estar articuladas dentro de plano maior para beneficiar outros setores industriais, como queda de energia e de impostos, desoneração da folha de pagamento. Qual é o modelo que o Brasil quer ter e quais as ações precisa tomar para que isso aconteça? Estamos falando em médio e longo prazo.
“O custo em logística é um gargalo que o país tem que resolver. São investimentos que de alguma maneira colaboram para que a indústria tenha mais competividade”
Fotos: Pedro Vilela
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O chamado custo Brasil é um problema? Não gosto de falar de custo Brasil. É como se ninguém fosse responsável. A Fundação Dom Cabral tem um estudo interessante em que compara o gasto de uma companhia norteamericana com parte da sua receita em logística e uma brasileira. A brasileira gasta o dobro da norteamericana. O custo em logística é um gargalo que o país tem que resolver. São investimentos que de alguma maneira colaboram para que a indústria tenha mais competitividade. São custos que o país precisa trabalhar. Com a falta de competência em tratar dessa questão, o senhor acha que o governo deveria abrir mais espaço para a iniciativa privada, como com as parcerias público-privadas?
Eu acho que ter criado a figura das PPPs é um passo muito importante. Se depois vai ter medidas adicionais, melhor. Mas ter esse modelo em que a iniciativa privada pode participar é um grande ganho. Com a crise econômica internacional, como a Usiminas foi afetada, perdeu mercado? Com certeza, foi muito afetada. As importações atingiram em 2010 quase 25% do consumo interno. Um patamar muito alto. Nós estamos convencidos de que se pensarmos o negócio como uma cadeia completa de valores, se começarmos a competir como uma cadeia completa de valores teremos grandes chances de vencer a concorrência dos importados. Temos que articular com nossos clientes, com fornecedores. Temos que saber de que maneira vamos nos organizar e de como o governo pode participar. Hoje estamos nessa etapa, visitando clientes. O Brasil tem um parque industrial muito sofisticado, competitivo. O parque industrial é de Primeiro Mundo. Temos aço de qualidade e competitivo. Precisamos articular uma solução competitiva para nossos clientes. E esse é o plano que a Usiminas está trabalhando hoje e vamos obter sucesso. Vai ser como cadeia completa de valor. Temos que fortalecê-la para podermos competir. Mas o mercado interno conseguiu absorver parte dessa produção com a crise? Com crescimento do PIB em 1,5%, a expectativa inicial era de que o Produto Interno Bruto crescesse em 3%, o consumo entre 4% e 6%, você teria uma elasticidade. Mas como o PIB cresceu 1,5% e o consumo 2,5 a 3%. Como contornar essa situação? A Usiminas continua com o grande trabalho interno também para desenhar uma nova forma de comercializar o aço. Tem que ser capaz de articular soluções com VIVER Janeiro 18 - 2013
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Entrevista
Julián Eguren
“O Brasil tem que, em algum momento, simplificar o sistema tributário, que é um pouco confuso. Existem muitas taxas”
Fotos: Pedro Vilela
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seus clientes para outros clientes. Articular soluções para a indústria. Também será um grande trabalho interno de configuração industrial, buscar mais eficiência, padrões internacionais por linhas, consumo. É um trabalho muito grande e, com certeza, terá resultado. Qual a principal estratégia, nesse caso? O industrial e o comercial. São os dois pontos que têm mais importância hoje na Usiminas. Quando falamos do foco industrial, referimos a ter uma usina que precisa comparar com os melhores do mundo. Temos que perseguir a excelência industrial em cada uma das áreas onde a Usiminas opera. Comparar a utilização, o consumo, a produtividade. Estamos no Brasil, mas competimos com produtos que vêm de fornecedores muito agressivos e temos que ser iguais ou mais e estarmos cada vez mais perto do cliente. Nós temos um centro com 135 pesquisadores. A Usiminas é líder na América Latina em patentes e esse centro está à disposição de nossos clientes. Estamos totalmente integrados com as áreas de investigação de pesquisa de nossos clientes para encontrarmos juntos produtos, aços, modelos e conceitualizar o caminho que vai tomar a sua indústria e o que nós podemos fazer desde o início. Disponibilizamos toda nossa estrutura de talento, que a Usiminas possui, para juntos desenvolvermos um novo produto. Qual é hoje o maior cliente da Usiminas, a Petrobras? A Petrobras é um cliente importante, os fabricantes de tubos, equipamentos, as montadoras, os fornecedores de autopeças. O setor industrial em geral é um grande cliente. A Usiminas está destinada a atender o mercado industrial do Brasil e temos que evoluir e buscar soluções, em serviços, acompanhamento, estoque, tamanho do produto. Temos que gerar um valor para nosso cliente.
Quando o senhor chegou da Argentina, se assustou com as altas taxas tributárias praticadas no país? O Brasil tem que, em algum momento, simplificar o sistema tributário, que é um pouco confuso. Existem muitas taxas, que foram supostamente criadas para um período, mas permanecem ou desaparecem e uma nova aparece. Em algum momento, o país vai ter que pensar em fazer a reforma tributária para simplificar toda essa equação. Neste um ano que mora no Brasil o senhor presenciou as eleições municipais, já se fala em 2014, o que acha do processo eleitoral? Nós estamos afortunadamente em uma democracia plena, completa e isso é fundamental para todos. É um processo limpo, transparente. Há um questionamento sobre a mudança da sede da Usiminas para São Paulo. Sinceramente, todo mundo me faz essa pergunta, porque a Arcelormittal mudou. A ArcelorMittal é a ArcelorMittal, a Usiminas é a Usiminas. A Usiminas não vai mudar nunca de Minas Gerais. É uma empresa mineira por excelência. Todos os investimentos maiores estão no estado e a Usiminas se sente muito bem sendo uma companhia mineira. Temos excelente relacionamento com o governo do estado. O governador Antonio Anastasia e sua equipe de trabalho fazem uma verdadeira parceria. Se você tem um problema vai lá e as pessoas escutam, analisam. Temos profundo relacionamento com todos os setores empresariais aqui. A Usiminas se sente muito confortável no estado e não há nenhum motivo para pensar em mudar-se. O senhor teve dificuldade em escolher um time de futebol? A Usiminas é toda atleticana. Não tive dificuldade nenhuma, continuamos com a tradição da empresa. VIVER Janeiro 18 - 2013
Paulo Paiva
Folhetim 2012 Por fim no ano passado não ocorreu o fim do mundo. As previsões maias ou suas interpretações estavam erradas. Então, a vida continua. O que restou do mundo que não acabou e do ano que se findou? Uma Europa mais pobre com sua economia estagnada e milhares de desempregados. Ficou a possibilidade de acabar o sonho da integração do continente europeu. Sonho ou ilusão? O mundo não acabou, mas a França acabou para Gérard Depardieu e Brigitte Bardot. Nos Estados Unidos restou um novo governo para Obama, fortalecido com apoio das minorias e da esquerda norte-americana. Com esse capital ele terá que enfrentar os desafios da busca de consenso congressual para impedir profunda crise fiscal e, como consequência, uma recessão, e também evitar a queda da hegemonia dos Estados Unidos no mundo. Restou a China não crescendo tão rapidamente como no passado porque o mercado externo encolheu. O mundo não acabou, por conseguinte os conflitos étnicos e religiosos e a tensão crescente continuam no Oriente Médio e na África. O mundo acabou, sim, para os escritores Eric
O mundo não acabou e o Atlético está na Libertadores. Restaram os acidentes nas rodovias federais e a violência crescente. O mundo acabou para muitos jovens, vítimas da violência... Hobsbawn e Carlos Fuentes, para as estrelas Whitney Houston, Donna Summers e Sylvia Kristel e para o astronauta Neil Armstrong. Não restou nenhuma esperança de solução próxima para os problemas mundiais. No Brasil, de 2012 restou crescimento pífio do PIB desnudando os problemas da economia como baixa competitividade, principalmente em razão da ineficiente gestão pública, dos investimentos insuficientes e da infraestrutura deteriorada. A indústria de transformação restou menor. Restaram as bravatas para baixar no grito taxas de juros e preço de energia. Restaram, ainda, maior intervenção do governo na economia, carga tri42
butária em elevação e redução no valor do patrimônio das empresas estatais. Ademais, restou uma inflação roçando o limite superior da meta, apesar do controle artificial de preços administrados como o dos derivados do petróleo. Como o mundo não acabou, 2013 herdou uma inflação em ascensão. Mas restou também a taxa básica de juros mais baixa da história recente do país. Restaram a conclusão do julgamento do mensalão e a condenação dos réus. A corrupção continuou com um novo escândalo sob a liderança da chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo. Restaram ainda sinais de uma possível crise institucional, se não surgirem lideranças com bom senso para negociar os conflitos iminentes. Restou uma classe média emergente e consumista. Restaram muitos empregos e poucos desempregados. Ah, restou também o Corinthians campeão mundial. O mundo acabou, sim, para Wando, Chico Anísio, Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Hebe Camargo, Joelmir Beting e Oscar Niemeyer. Em Minas Gerais, restou uma economia crescendo acima da média nacional graças às commodities, sempre injustamente apontadas aqui como as vilãs da economia, e ao mercado chinês. Restou a reinauguração do Mineirão. O mundo não acabou e o Atlético está na Libertadores. Restaram os acidentes nas rodovias federais e a violência crescente. O mundo acabou para muitos jovens, vítimas da violência nas cidades e nas estradas. Restaram novas administrações municipais, mas o sonho da única novidade da política brasileira nos últimos tempos construída quatro anos atrás em Belo Horizonte – uma aliança entre PT e PSDB – foi desfeito. Se o mundo não acabou, acabou o sonho da construção inovadora de um caminho alternativo na política brasileira. Mas, como o mundo não acabou, restou ainda o sonho de que o ano novo ilumine, por toda parte, mentes e corações na busca de paz, solidariedade, prosperidade e justiça. Restou, sobretudo, a esperança nas pessoas porque, como Milton Nascimento e Fernando Brant, insistimos que é preciso possuir “a estranha mania de ter fé na vida” e nos homens. Paulo Paiva, professor da Fundação Dom Cabral, ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC VIVER Janeiro 18 - 2013
Seu corpo é seu mundo. Para ele, não devem existir fronteiras para o tratamento. A Oncocentro, há mais de dez anos, orgulha-se em trazer para Minas Gerais o estado da arte no tratamento do câncer. Os tratamentos individualizados e a abordagem multidisciplinar são baseados em protocolos e condutas reconhecidos internacionalmente. A aplicação da tecnologia está aliada a uma relação de carinho, amizade e respeito com nossos pacientes. Razão de nossas conquistas. Tudo isso bem ao seu lado.
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COM TUDO EM
2013 EMPRESÁRIOS QUE COMEÇARAM A INVESTIR NO ANO PASSADO APOSTAM EM MAIS CRESCIMENTO
MIRIAM GOMES CHALFIN
O
s números oficiais ainda não foram divulgados, mas o Brasil ficou, em 2012, aquém das expectativas. O PIB, que é a soma de todas as riquezas, deverá ficar perto de 1%, bem abaixo da previsão inicial, de 4,5%. A indústria foi a maior prejudicada, por causa do alto custo de produção e das quedas na exportação – reflexo da crise europeia e do baixo crescimento dos Estados Unidos e da China. Se confirmado esse índice, o resultado será o pior desde 2009, o fatídico ano pós-crise financeira internacional, quando o PIB retraiu 0,6%. A inflação, por sua vez, ficou acima da meta de 4,5% e chegou a 5,84% em 2012. Mas nem tudo está perdido: se o crescimento do Brasil deixou a desejar e a inflação subiu mais do que devia, manter a taxa básica de juros dentro do previsto (7,25%) foi um ponto positivo. Mas isso só foi possível depois que o governo federal mudou as regras do rendimento da caderneta de poupança. “Pela primeira vez, o governo entrou de cabeça para atacar o problema das taxas de juros e exi-
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giu, dos bancos oficiais, a redução. Foi um marco”, diz o coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG, Wanderley Ramalho. Ele lembra, entretanto, que os números são bem diferentes na ponta do consumo. Ou melhor, astronômicos e sem qualquer explicação: os juros cobrados por financeiras independentes e administradoras de cartões ultrapassaram a casa de 300%, e os do cheque especial chegaram perto de 150% ao ano. Para 2013, a previsão é de conseguir inverter os dados: crescimento maior do PIB e inflação menor. “Para isso, será preciso melhorar os investimentos, principalmente públicos, em infraestrutura. Nos últimos anos, o Brasil vinha crescendo muito em função do consumo, mas esse modelo já está esgotado”, explica o economista. Apesar do cenário pouco animador, empresários que investiram em 2012 – e pretendem continuar nesse ritmo este ano – já começaram a co-
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VIVER Janeiro 18 - 2013
MARES
2012 Investimento de 5 milhões de reais na filial paulista Ampliação do mercado nos EUA e em Montreal
2013 Previsão de faturar 20% a mais que em 2012
Abertura de show room nos Estados Unidos e expansão da atuação no Reino Unido
ERIKA DOS MARES GUIA: “Tivemos que fazer três reposições de pedidos” Divulgação
lher bons frutos e se dizem otimistas. O segmento de construção civil, por exemplo, aposta fichas em novos empreendimentos, principalmente com vistas às copas das Confederações e do Mundo e de olho no incremento do turismo. Aqui se encaixa a Maio Empreendimentos, que investiu pesado em projetos hoteleiros no Daniel de Cerqueira
último ano. Apesar de não revelar números, o diretor Jânio Valeriano Alves garante que o crescimento foi de 10% a 12% e que a meta é fechar 2013 com índice entre 15% e 20%. Neste primeiro trimestre, a companhia inicia a operação do Site Afonso Pena, que conta com o Ibis Hotel e o Ibis Budget, em Belo Horizonte. Já as obras
SUGGAR
2012 Conquista do primeiro lugar nacional na produção de lavadoras de roupas e tanquinhos, com mais de 1 milhão de itens.
Faturamento de 476 milhões de reais
(25% a mais do que em 2011)
2013 LÚCIO COSTA: “O Brasil é a aposta dos estrangeiros” VIVER Janeiro 18 - 2013
Expectativa de crescer pelo menos 15%. Conclusão da expansão da fábrica, com mais 16.400 mil metros quadrados
dos sites hoteleiros Belvedere e Savassi – que somam investimentos de 345 milhões de reais – continuam a todo vapor, para entrega no início do próximo ano. Mas os planos não param por aqui. “Continuaremos a atuar fortemente no segmento de hotéis, ampliando nossas operações no Rio de Janeiro e em outras praças. Também iremos aumentar a participação no segmento Minha Casa, Minha Vida, em que entramos em 2012”, avisa Jânio. Outra novidade serão os projetos no segmento que inclui empreendimentos com usos residencial, comercial (com salas, lajes corporativas e lojas) e hoteleiro no mesmo lugar. Segundo o diretor, serão lançados dois empreendimentos residenciais no bairro Buritis, região Oeste de BH. O primeiro deles, já em fase de pré-lançamento, é o Privileggio Residencial Clube, duas torres de apartamentos, com 48 unidades cada. “Um dos diferenciais é, sem dúvida, a área de lazer. Similar ao que encontramos em um clube, ela terá mais de 20 itens, incluindo piscina raia, 45
E S P E C IA L E X P E C TAT IVAS
ADCOS
2012 Crescimento de 20% em relação a 2011 e lançamento de 34 novos itens
2013 Expectativa de crescer pelo menos 25%, abrir mais um
GUERRA FILHO: “Será um ano de grandes desafios”
deque molhado, home cinema.” O Grupo EPO também festejou o bom resultado de 2012, quando registrou crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O diretor-presidente Gilmar Dias diz que a empresa entregou 11 obras comerciais e residenciais, no total de quase 70 mil metros quadrados construídos. Uma das principais conquistas foi a finalização da primeira fase do Center Minas, centro de compras e “um dos maiores empreendimentos iniciados pelo grupo”. O planejamento de 2013 inclui o início de 11 obras, totalizando mais de 79 mil metros quadrados. “Tudo isso sem contar as 16 que já estão em andamento e que somam cerca de 245 mil metros quadrados. Cinco delas serão entregues ainda neste ano”, destaca Dias. Segundo ele, um dos empreendimentos comerciais de destaque é o Vista, quarto prédio do empreendimento comercial Paisagem Escritório Parque, no bairro Santa Lúcia, região Centro-Sul da capital. Assim como os outros edifícios do complexo, esse projeto acompanha o relevo do terreno e prevê um heliponto. Com relação aos residen46
ponto de venda em shopping e lançar novos produtos
ciais, os principais lançamentos do grupo são os prédios Sol e Terra, construções sofisticadas e ecologicamente corretas. Gilmar Dias lembra que, em duas décadas, a empresa concluiu cerca de 300 edificações, totalizando nada menos que 600 mil metros quadrados construídos. “O segredo para
EPO
tanto sucesso se baseia no atendimento personalizado, no uso de tecnologias de ponta, na implantação de produtos sustentáveis e nas relações duradouras com os clientes”, atesta o diretor-presidente do grupo EPO, que tem 1.500 colaboradores diretos e indiretos. Ao contrário da indústria pesaFotos: Pedro Vilela
2012 Registra crescimento de 20% em comparação a 2011. Entrega de 11 obras, entre comerciais e residenciais, no total de quase 70 mil metros quadrados construídos
2013 Início de 11 novas obras, totalizando 79 mil metros quadrados, e entrega de, pelo menos, cinco edificações já em construção
GILMAR DIAS: atendimento personalizado VIVER Janeiro 18 - 2013
da, principalmente de exportação, os fabricantes de bens de consumo apresentaram resultados positivos no último ano, especialmente por causa do aumento da renda do brasileiro. É o caso do presidente da Suggar, Lúcio Costa. Além de ser líder nacional na fabricação de exaustores e coifas, a empresa mineira conquistou, em 2012, o primeiro lugar também na produção de lavadoras de roupas e tanquinhos – mais de 1 milhão de itens. Além disso, bateu o próprio recorde de importação de produtos, com nada menos que 700 contêineres vindos de fora. Falando em importados, eles são maioria no portfólio: 145, do total de 154. “Estamos focando mais nos importados. São produtos de menor porte, com tecnologia norte-americana ou europeia, fabricados principalmente na China.” O bom desempenho refletiu-se no faturamento 25% maior (476 milhões de reais). “Na verdade, isso foi propiciado por um conjunto de fatores: juros mais baixos, ascensão das classes C e D, manutenção do emprego e isenção do IPI”, explica. Para este ano, a meta é crescer pelo menos 15%. “Se esse cenário se mantiver, e considerando-se a carência de produtos na maioria dos lares brasileiros (segundo pesquisa do IBGE, 53% deles não têm máquina de lavar roupa), 2013 será espetacular para o setor”, prevê o empresário. Também em 2013, a Suggar mantém os investimentos em automatização e na expansão da fábrica, hoje com 40 mil metros quadrados. Serão concluídos, ainda no primeiro semestre, mais 16.400 metros quadrados. E ainda há possibilidade de se concretizar a joint venture com uma gigante italiana, que deu o pontapé na negociação, de olho no crescimento do país. “Enquanto a Europa está em crise, nós temos um mercado do tamanho da nossa imaginação. O Brasil é a aposta dos estrangeiros.” O segmento de serviços também VIVER Janeiro 18 - 2013
GUILHERME LEITE e Luís Borba: aposta na culinária mediterrânea
RESTAURANTE BALDARATTI E CALIFORNIA COFFEE
2012 Conclusão do investimento de 650 mil reais na montagem da unidade gourmet do restaurante, na Savassi. Crescimento de 16% na rede de café e de 30% no Baldaratti Cidade Administrativa
2013 Investimento de 200 mil reais na remodelação das 7 lojas do café e em treinamento de pessoal. Perspectiva de crescer entre 15% e 20% nos dois segmentos
ficou no azul no ano passado. O diretor-executivo do restaurante Baldaratti e da franquia do California Coffee em BH, Luís Borba, apostou na culinária mediterrânea e já começou a ter resultados. Em dezembro passado, ele e o sócio, Guilherme Leite Borba, comemoraram um ano do Baldaratti na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, com a inauguração da unidade gourmet, na Savassi. O novo espaço, montado em um casarão tombado, do século 19, demandou investimento de 650 mil reais. “Foi uma oportunidade. Vi
que o imóvel estava sendo alugando e resolvi, com meu sócio, fazer o mesmo projeto da Cidade Administrativa no local”, explica. Um diferencial são as massas produzidas, diariamente, na própria cozinha. “O negócio é oferecer gastronomia contemporânea com viés mediterrâneo, mas usando ingredientes da nossa região.” Outro atrativo é o próprio casarão, erguido para abrigar a comissão construtora de Belo Horizonte, registrada em 1896. “Defino o gourmet como um pequeno oásis na Savassi”, completa Luís Borba. Aliás, a unidade foi 47
inaugurada exatamente no dia do aniversário de 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro passado. Neste ano, os sócios vão investir em novos serviços no restaurante da Cidade Administrativa e na renovação das sete lojas do California Coffee, incluindo mais opções na carta de cafés – hoje 40 – e produtos alimentícios saudáveis, implantação do programa de fidelidade e treinamento de funcionários. Na rede, serão aplicados cerca de 200 mil reais. “O foco é investir em serviço e no relacionamento com o cliente, tornando a experiência do café ainda mais prazerosa”, pontua. Por ano, são vendidos mais de 120 mil expressos nas lojas do California, que registrou crescimento em torno de 16% em 2012. Para este ano, a meta é chegar a 15% e 20% nos dois segmentos. Quem apostou em beleza e moda também se saiu bem. A Adcos Cosmética de Tratamento, por exemplo, fechou o último ano com chave de ouro. Somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a marca tem cinco lojas, o crescimento foi de 20% em relação a 2011. “O segmento de dermocosméticos aumenta a cada ano. E a Adcos traz como diferencial o constante investimento em pesquisa e tecnologia de ponta para gerar tratamentos eficazes”, diz o master franqueado na Grande BH, Guerra Filho. De origem capixaba, a empresa está há 19 anos no mercado brasileiro, quatro no europeu e já conta com representação nos Estados Unidos. Além do centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos no Espírito Santo, tem parceria com laboratórios na França e na Espanha. Em 2012, lançou nada menos que 34 novos itens. Para 2013, quando a marca comemora duas décadas de atuação no mercado nacional, estão em desenvolvimento produtos com princípios ativos de última geração. “Será um ano de grandes desafios e surpresas, 48
Pedro Vilela
E S P E C IA L E X P E C TAT IVAS
JÂNIO VALERIANO: “Continuaremos a atuar fortemente em hotéis”
MAIO EMPREENDIMENTOS
2012 Crescimento de 10% a 12% em relação a 2011, com investimentos principalmente no ramo hoteleiro
2013 A meta é crescer entre 15% e 20%, ampliando a atuação para outras praças. Ainda no primeiro trimestre, inicia a operação do Site Afonso Pena, com dois hotéis, em BH. Ampliação no segmento Minha Casa, Minha Vida. Lançamento de projetos no segmento mixed use
mas não posso adiantar nada”, avisa Guerra Filho. Por enquanto, ele pode anunciar que mais um shopping na região centro-sul de BH terá ponto de venda da marca. Com as novidades e mais uma loja, o master franqueado estima crescer no mínimo 25% neste ano. No setor de moda, a empresária Erika dos Mares Guia investiu, no ano passado, 5 milhões de reais para expandir a atuação em São Paulo, com a abertura da filial paulista da Mares, nos Jardins. Com 400 metros quadrados, a nova loja reúne as melhores marcas nacionais e 37 estrangeiras. “A curadoria dessas marcas é um grande diferencial: oferecemos não só italianas e francesas superconhecidas, como Dolce&Gabbana e Valentino, mas também as mais
consagradas grifes inglesas, gregas, indianas, libanesas, russas”, afirma. Além disso, a Mares conquistou as principais capitais dos Estados Unidos e de Montreal, no Canadá. “Comemoramos o sucesso das exportações em 2012, quando tivemos que fazer três reposições de pedidos”, acrescenta Erika. Para este ano, ela prevê crescimento de pelo menos 20% em relação a 2012, apesar de não citar valores. Entre as estratégias, estão abertura de show room nos Estados Unidos, já em negociação, e expansão das vendas para o Reino Unido. Hoje, a Mares conta com 74 funcionários, três lojas próprias – duas em Belo Horizonte e uma em São Paulo – e 40 pontos de venda em multimarcas no Brasil. No exterior, está presente em 32 locais. VIVER Janeiro 18 - 2013
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POR A N G E L I N A F R E I TA S
Rose bar
Fica dentro do Gramercy Park Hotel. Um 5 estrelas que foi todo reformado pelo famoso arquiteto Ian Schrager. Todas as terças e quintas-feiras, das 7 às 10 horas da noite, o bar fica aberto ao público, e apresenta shows de jazz. Depois as portas se fecham e só entra com reservas. E para conseguir uma é missão quase impossível. Tem ambiente elegante, romântico, decorado com obras de arte e sofisticado. No bar, eles servem deliciosos coquetéis. Vão do aperitivo clássico a variadas combinações de drinques. Boa sugestão para as noites frias.
Picasso em preto e branco Está um espetáculo a mostra Picasso Black and White no museu Guggenheim de Nova Iorque. É a primeira grande exposição que exibe a vida do artista ao longo da sua carreira. São 118 obras, sendo pinturas, esculturas e trabalhos em papel do período de 1904 a 1970. A apresentação cronológica inclui empréstimos significativos, muitas dessas obras nunca foram expostas antes. O motivo recorrente de preto, branco e cinza é evidente no seu período azul e rosa. Algumas vieram emprestadas de museus, colecionadores privado e público da Europa e Estados Unidos, incluindo numerosas telas da família Picasso. Não percam essa exposição, ela fica até o final de janeiro. 50
Novo hot spot Sair para jantar em NY é quase que uma obrigação. É por isso que os novaiorquinos adoram quando um restaurante aparece na praça. Descobrir novos hot spots faz parte da rotina dos que vivem em Manhattan. O grupo Tao fez parceria com o chef Laurent Tourodé e inauguraram em Uptown o Arlington Club, um steakhouse e sushi . O grupo é proprietário do Lavo e do Tao, dois restaurantes bem badalados em Nova Iorque. O Arlington está bombando, fica lotado todas as noites. São dois ambientes, uma parte reservada para o bar, onde fica muita gente bebendo em pé, bem ao estilo norte-americano. A comida é boa, o lugar bem agitado e o preço é alto. Fica na Lexington Avenue, 1.032, entre as ruas 73 e 74. VIVER Janeiro 18 - 2013
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GOVERNO Minas encerrou 2012 com desempenho da economia acima da média nacional e prepara investimentos em obras de infraestrutura
M I NAS G E RAI S ECO N O M IA
Acima da média Estado consegue desempenho positivo no cenário nacional e o maior crescimento do PIB da região Sudeste. A meta neste ano é que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para obras
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desempenho da economia mineira em 2012, mesmo tímido, foi acima da média nacional, segundo todos os indicadores divulgados até então. Os investimentos não foram como o planejado, mas mesmo menores do que o previsto ficaram dentro das metas estabelecidas pelo governador Antonio Anastasia. Para este ano, o orçamento aprovado na Assembleia Legislativa é de 68,1 bilhões de reais e os investimentos até 2014 estão garantidos, independentemente das turbulências internacionais e do desempenho da economia brasileira. A estimativa neste ano é de que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para a realização de obras em todo estado, valor 68,25% maior do que o de 2012, além de outros 6,6 bilhões de
recursos das empresas controladas pelo governo. Boa parte dos recursos virá dos empréstimos do governo de Minas no BNDES, Banco do Brasil e instituições financeiras internacionais. Serão
De acordo com o IBGE, a nossa participação no PIB brasileiro foi a melhor, mais que todos os outros estados” Antonio Anastasia
Divulgação
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utilizados em obras de infraestrutura viária e de transportes, desenvolvimento econômico e urbano. “ Te m o s c e rc a d e 8 b i l h õ e s para fazermos investimentos em todas as áreas do estado, uma situação confortável até o final do nosso mandato”, afirma o governador Antonio Anastasia. A expectativa é a de que os projetos anunciados e outros programas p re v i s t o s t e n h a m a n d a m e n t o mais ágil a partir de agora. O maior temor, no entanto, é o de que o governo federal não consiga melhorar o desempenho da economia brasileira e se repita em 2013 o mesmo PIB de cerca de 1% em 2012, menor entre os países emergentes e um dos piores da América Latina. Mesmo a economia mineira tendo reagido melhor aos efeitos da crise financeira internacional, os estragos foram inevitáveis. “Não há dúvida de que o crescimento econômico aquém do previsto prejudica a economia dos estados, que têm como base das suas receitas o ICMS, tributo fundamentalmente alicerçado na atividade econômica”, afirma o governador. Quando há redução da atividade econômica, cai o valor do ICMS. “Naturalmente, nós temos dificuldade em manter o nosso quadro de investimentos e custeio. Por outro lado, a redução do PIB significa um peso não só nas contas, como também na redução da capacidade brasileira de gerar empregos e riqueza. Isso é terrível e foi uma notícia muito ruim em 2012. Vamos trabalhar e torcer para que 2013 seja melhor.” Me s m o c o m o c e n á r i o n a cional e internacional pouco 53
E CO N O M IA animador, o desempenho da economia mineira tem superado a média nacional. “De acordo com o IBGE, a nossa participação no PIB brasileiro foi a melhor, mais que todos os outros estados, colocando Minas Gerais em uma posição de destaque no cenário econômico”, diz. O estudo do IBGE apontou que Minas teve o maior crescimento do PIB da região Sudeste. Esse resultado, no entanto, não se deu da noite para o dia. O equilíbrio das contas, a cobrança por melhores resultados, o aperfeiçoamento da máquina administrativa e a criação de condições adequadas para o estado se desenvolver e atrair novas empresas são considerados fundamentais nesse processo. Para o senador Aécio Neves (PSDB), o choque de gestão, adotado no início do seu governo, em 2003, com a realização de uma ampla reforma na máquina administrativa “tem sido determinante para que a economia mineira se destaque no país, criando um ambiente seguro para mais investimentos e desenvolvimento. O rigor no planejamento e a ousadia nos investimentos em infraestrutura e nas parcerias com a iniciativa privada, somados à prioridade dada às áreas sociais”. Para o senador, que tem o governo de Minas como o seu maior
Fotos: Divulgação
O choque de gestão tem sido determinante para que a economia mineira se destaque no país, criando um ambiente seguro”
trunfo para se apresentar como um bom administrador para a população brasileira, em uma eventual disputa à Presidência da República, não há dúvida de que “com a condução firme do governador Anastasia, que vem aprofundando as boas práticas de gestão pública, Minas continuará avançando”.
Aécio Neves
ORÇAMENTO DO ESTADO 2013
R$ 68,1 bilhões
Investimentos gerais
R$ 5,3 bilhões
Investimentos das estatais (Cemig, Gasmig, Codemig e BDMG)
R$ 6,6 bilhões
Empréstimos aprovados
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R$ 2,5 bilhões ( crescimento de 817% em relação a 2012) VIVER Janeiro 18 - 2013
O desempenho da economia mineira, desde a implantação do choque de gestão, acabou despertando o interesse do Banco Mundial, que não só reconhece o resultado desse trabalho na administração pública no estado, como indica o método mineiro de gestão para países que buscam o socorro da instituição. Atendendo ao convite da direção do banco, o gover nador Antonio Anastasia esteve recentemente em Washington, onde fez palestra para autoridades da Rússia sobre o trabalho desenvolvido no estado e os resultados obtidos na área de gestão, dos programas para erradicação da pobreza, desenvolvimento da economia e atração de novos investimentos ao estado. Também chamam a atenção alguns programas desenvolvidos nas áreas de planejamento e gestão, desenvolvimento social e econômico, saúde, meio ambiente, ciência, tecnologia, agropecuária e defesa social. Além disso, a ONU, a Universidade de Oxford, da Inglaterra, e o Banco Interamericano de De-
senvolvimento consideram Minas Gerais uma fonte de experiências inspiradoras para subsidiar programas de combate à pobreza e ações voltadas ao planejamento e à gestão pública. Minas é hoje referência internacional em vários segmentos e tem servido de modelo nos Estados Unidos, Filipinas, Colômbia, Moçambique, França, Bolívia, Canadá, Angola e a Austrália. Os interesses vão desde o método e gestão aos processos licitatórios internacionais praticados no estado, segundo a secretária Renata Vilhena. “O modelo adotado em Minas chama a atenção pelo pioneirismo, eficiência, bom desempenho e resultados concretos”, diz. To d a s a s a t i v i d a d e s das secretarias, empresas, autarquias e fundações ligadas ao estado trabalham com metas, em acordos de resultados, que são negociadas entre os servidores e suas equipes, das equipes com os secretários de es-
tado e levadas ao governador Antonio Anastasia, que acompanha de perto o desempenho de cada setor. Para Vilhena, esse monitoramento permite uma eficiência maior no cumprimento das ações traçadas para cada setor e corrigir os rumos se houver o comprometimento ou atraso em alguma meta alcançada. Esse rígido controle da máquina pública e das contas permitiu que, apesar do tempo de c r i s e, o g ov e r n o c o n s e g u i s s e cumprir 87% orçamento aprovado, mesmo com a queda na arrecadação do ICMS.
O modelo adotado em Minas chama a atenção pelo pioneirismo, eficiência, bom desempenho e resultados concretos” Renata Vilhena
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O que virá? Estado fica em 3º lugar na atração de empresas estrangeiras e trabalha para a instalação de indústrias na área de defesa e tecnologia SUELI COTTA
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e depender do governador Antonio Anastasia e de sua equipe econômica, otimismo é o que não falta para que Minas Gerais continue chamando a atenção. Mesmo não acreditando que haverá crescimento do PIB de 5% como prevê o governo federal, a expectativa do governador é a de que o índice chegue de 3 a 3,5% . Em 2012, a economia mineira cresceu acima da média nacional e continuou atraindo investimentos, mesmo com a crise econômica mundial. Minas Gerais foi o estado brasileiro que mais chamou a atenção de empresas estrangeiros, à frente de Rio de Janeiro e São Paulo. Foram assinados 158 protocolos de intenções para investimentos em diversos setores, que somam 17,4 bilhões de reais, com a criação de 66.379 empregos (26.821 diretos e 39.558 indi56
Pedro Vilela
DOROTHEA WERNECK: “Começamos 2013 com o pé direito, teremos notícias boas”
retos), entre os meses de janeiro e novembro. “Nós temos notícias excelentes. A vinda da Six Semicondutores é o exemplo mais vistoso desse nosso esforço. A primeira empresa brasileira de semicondutores, que vai ser construída na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A diversificação da nossa indústria farmacêutica com a vinda da Bion, que voltará a fazer insulina no Brasil é outro exemplo”, diz o governador. Ele cita também a fábrica na área de serviços, como a da Ambev, em Uberlândia, e da Coca- Cola, em Itabirito, a Panasonic, em Extrema, a duplicação da Helibras, a vinda da indústria de locomotivas, a volta da GE em Contagem, a fábrica da Mercedes que estava desativada e volta a fazer caminhões. “Tudo isso é fruto desse esforço, que não é só do governo, é também VIVER Janeiro 18 - 2013
NOVAS EMPRESAS 26.821 empregos diretos
Investimentos de Assinados
158
protocolos de intenções
R$17,4 bilhões
Criação de
66.379 empregos
39.558 empregos diretos
PRIORIDADES: infraestrutura PROGRAMA CAMINHOS DE MINAS Prevê a pavimentação de 7.500 quilômetros em 230 estradas
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Investimento
R$ 2 bilhões
Iniciada execução de 1,7 mil quilômetros
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PROGRAMA ESTADUAL DE PAVIMENTAÇÃO DE ACESSOS RODOVIÁRIOS Inclui 154,4 quilômetros de 21 trechos rodoviários
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Investimento
R$ 249 milhões
Dos 225 trechos previstos no programa, 208 estão prontos
Q
Foram pavimentados 5.138 quilômetros de estradas
Q
Investimento
R$ 3,76 bilhões
PROGRAMA AEROPORTUÁRIO
Investimento de R$ 235 milhões em 2013,
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para reforma, ampliação, modernização e adequação dos aeroportos Minas tem 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular QDe 2003 a 2012 foram investidos R$ 369 milhões em 23 aeroportos Q
O que será feito Reforma nos aeroportos de Januária, Pirapora e Teófilo Otoni: R$ 24 milhões Licitação de obras em Itajubá, Patos de Minas, Governador Valadares, Almenara e Caxambu: R$ 117,6 milhões QLicitação de projetos executivos para a reforma e ampliação dos aeroportos em Pará de Minas, Serro, Três Corações e Poços de Caldas: R$ 42,3 milhões QLicitação de estudos de viabilidade e projetos executivos para reforma e ampliação dos aeroportos de Itambacuri, Muriaé e Pouso Alegre: R$ 43,2 milhões QAutorização para a aquisição de equipamentos para os aeroportos de Diamantina, Patos de Minas e São João del Rei: R$ 8,5 milhões Q Q
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I N VE ST I M E NTO do empresariado e da sociedade mineira”, afirma Anastasia, que espera para este ano atrair ainda mais investimentos. Praticamente todos os dias o governador Antonio Anastasia checa os dados da economia mineira e cobra da secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, as metas estipuladas por ele. O estado trabalha para atrair, principalmente, as empresas voltadas para a tecnologia da informação e da indústria da defesa. “Os investimentos que a Iveco tem feito na área de defesa com a fabricação do veículo blindado Guarani e agora também o carro de bombeiros significam um perfil de economia nova no mercado”, diz. Estão na lista dos investimentos a nova unidade da Case New Holland, em Montes Claros, e a fábrica de plásticos da Mitsui, em Santa Vitória. Para a secretária Dorothea Werneck, todos estes indicadores demonstram que Minas Gerais está no caminho certo. “O ano de 2012 trouxe não só a multiplicidade de investimentos em todas as regiões, atingimos quase 18 milhões de reais.” Para 2013, diz que, apesar das dificuldades e dos desafios do governo federal, está otimista. “O estado se consolida em uma situação muito clara de que aqui as coisas acontecem. Começamos 2013 com o pé direito, teremos notícias boas durante o ano, de projetos que estão se consolidando e mais do que isto, Minas é um estado que tem governança, a presença do governador, os prêmios de liderança que recebe são os principais fatores de atração de investimentos para o estado.” Para manter o controle de todas as áreas, o secretário Extraordinário de Coordenação dos Investimentos, Fuad Noman, tra58
Wellington Pedro/Imprensa MG
Minas vem fazendo desde o governo Aécio um grande programa de investimentos em todas as áreas” Fuad Noman
balha com a prioridade definida pelas secretarias de estado. Mas frisa que os projetos são fruto de um planejamento consistente e bem definido, estudado ao longo de 10 anos. “Minas vem fazendo desde o governo Aécio um grande programa de investimentos em todas as áreas. A nossa dificuldade era ter o dinheiro para colocá-los em prática. Quando o governo pode buscar esses recursos, com os empréstimos, nós estamos indo
em frente.” Dentre os projetos prioritários anunciados e que estão em execução, Noman cita o programa Caminhos de Minas, lançado no ano passado e que prevê a pavimentação de 7.500 quilômetros de estradas. “São 230 estradas fazendo a interligação com os municípios. A primeira parte do programa inclui 63 obras em 40 projetos.” Serão investidos neste projeto, pelo menos 2 bilhões de reais. O governador Antonio Anastasia também anunciou investimentos de 235 milhões de reais para melhoria da malha aeroportuária do estado, que prevê obras de ampliação, modernização, reforma e adequação dos aeroportos em Minas Gerais, para permitir o acesso aeroviário a todas as regiões do estado. O programa prevê intervenções em 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular. Para o governador, o Brasil clama por obras de infraestrutura e os investimentos do estado têm sido significativos. VIVER Janeiro 18 - 2013
LF/Mercado
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Obras à frente Codemig libera recursos para construção de prédio na Cidade Administrativa, estudo de terras em Araxá, mapeamento geológico no estado, centros de exposições e incremento do turismo
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Leo Drumond / Agência Nitro
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oa parte do cronograma de obras definidas pelo governador Antonio Anastasia para os próximos dois anos será realizada com recursos da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerias (Codemig). A estatal foi responsável pelo investimento de 1,1 bilhão de reais na construção da Cidade Administrativa, a maior obra realizada pelo governo nos últimos anos. O complexo, que abriga a estrutura do estado, foi idealizado pelo ex-governador Aécio Neves e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Inaugurada em março de 2010, a Cidade Administrativa está, inclusive, no cronograma de obras do governo para este ano. Serão realizadas intervenções complementares e construído o prédio de serviços. A Codemig também é responsável pela coordenação de projetos nas áreas de mineração, gás, exploração de novas jazidas minerais, cultura e turismo e nos programas rodoviários considerados prioritários pelo estado, como o Proacesso, Caminhos de Minas e ProMG. Além disso, atua em atividades que ajudam a gerar opor-
CIDADE ADMINISTRATIVA em BH: investimento de 1,1 bilhão de reais
tunidades para Minas, segundo o diretor de Mineração e Novos Negócios, Marcelo Nassif, responsável por vários projetos. O resultado desse trabalho pode ser observado em várias frentes. Na área de mineração, a Codemig mantém parceria com a CBMM e a Vale na produção de fosfato, em Araxá. As rochas fosfáticas são utilizadas como fertilizante, o calcário, para correção do solo, e os componentes, para nutrição animal. Além de produzir Divulgação
TERRAS RARAS em Araxá: estudo impulsionado VIVER Janeiro 18 - 2013
novas receitas para o estado, Nassif lembra o fato de o trabalho estar a pleno vapor desde o ano passado. Esse investimento impulsionou o estudo nas chamadas terras raras de Araxá, que é o grupo de elementos químicos utilizados na fabricação de aparelhos eletrônicos encontrados atualmente na China e que estão presentes também na cidade. A extração do nióbio, metal que dá mais resistência ao aço, é abundante na região e corresponde a 75% de toda a produção mundial. A CBMM e a Codemig criaram a Comipa, para gerenciar as jazidas, e estão sendo investidos 250 milhões de reais para a produção de até 110 toneladas anuais de ferronióbio. Estimulada pela riqueza do solo mineiro, a estatal faz minucioso mapeamento de todas as suas riquezas naturais. O mapa geológico do estado vai concentrar informações da cartografia para facilitar a pesquisa mineral e o levantamento aerogeofísico, com dados em alta resolução do subsolo para serem utilizados por empresas do setor que tenham interesse em se instalar em Minas. “Nós investimos 3 milhões nas áreas potenciais, para novas pesquisas. Com isso, 61
P R OJ E TOS vai gerar risco menor para os investidores. A ideia é atrair novas oportunidades de investimentos e aumentar a competitividade, viabilizando bons negócios para Minas.” Outra aposta da Codemig está na produção de gás natural, em parceria com a Cemig e a iniciativa privada. A expectativa, segundo Nassif, é de que as grandes reservas identificadas em Morada Nova de Minas, na bacia do São Francisco, comecem a produzir em dois anos. Estudos indicam que gás natural encontrado na região pode chegar a 37 milhões de metros cúbicos por dia, em 10 anos. O que representa 7 milhões a mais do que o que o Brasil importa da Bolívia. Do gás para as pedras preciosas e semipreciosas, a Codemig também foca seus interesses e recursos na construção de um grande centro de exposições em Teófilo Otoni. A obra, de 25,8 milhões de reais, está praticamente concluída e deve ser entregue à população ainda no início do ano. O complexo contará com três auditórios, um deles com capacidade para 1,2 mil pessoas em eventos como congressos, palestras, apresentações musicais e teatrais. Os outros dois auditórios, constituídos de
Wellington Pedro/Imprensa MG
CASE NEW HOLLAND: nova unidade em Montes Claros
módulos flexíveis, terão capacidade para acomodar, cada um, 400 pessoas, dependendo do porte do evento a ser realizado. Na outra ponta do estado, em São João del-Rei, será construído um grande centro de exposições, nos mesmos moldes, para alavancar a economia da região. O custo da obra está orçado em 30 milhões de reais. A área cultural também ganhará investimentos para a construção da Estação da Cultura Presidente ItaDivulgação
CENTRO DE EXPOSIÇÕES, em Teófilo Otoni: três auditórios
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mar Franco. O projeto está em fase de licitação e deve ser concluído até 2014. A ideia, de acordo com Marcelo Nassif, é criar um moderno espaço cultural com salas para exposições, estudo e conserto. O espaço cultural já está definido e será na área onde o Tribunal de Justiça de Minas Gerais pretendia construir a sua nova sede, no bairro Prado. Projetos para incrementar o turismo no estado também constam no cronograma de obras da Codemig. Estão incluídas as cidades de Araxá, Poços de Caldas, Caxambu, Lambari e Cambuquira, com revitalização do parque das águas, das termas e cassinos. Na área de desenvolvimento econômico, a Codemig trabalha para atrair novos empreendimentos para Minas Gerais, como a nova unidade da Case New Holland, em Montes Claros. “Nosso objetivo é criar os distritos industriais e levar o desenvolvimento para as regiões”, diz o diretor. Nessa lógica para a atração de novas empresas, segundo ele, os fornecedores também acabam se instalando no mesmo local, garantindo mais recursos e empregos de qualidade. VIVER Janeiro 18 - 2013
BIG
M I NAS G E RAI S O B RAS
Para acelerar
Governo investe em programas rodoviários em Minas, na melhoria do Anel Rodoviário e na ampliação do metrô de Belo Horizonte
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s limitações impostas pela legislação eleitoral e a crise financeira internacional inibiram o avanço de novos programas e investimentos em Minas em 2012. Alguns programas considerados prioritários foram mantidos com recursos do tesouro estadual, como é o caso dos
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rodoviários. Entre 2011 e 2012, o governo investiu pelo menos 2,6 bilhões de reais em infraestrutura. Os projetos que mais receberam recursos foram o ProAcesso, com a liberação de 800 milhões de reais para a pavimentação dos acessos rodoviários, e o ProMG, que demandou 500
milhões para recuperação e manutenção das estradas sob a responsabilidade do governo do estado. A partir deste ano, com os empréstimos conseguidos pelo governo de Minas junto a organismos financeiros, a expectativa é a de ampliar os investimentos e os programas cha-
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METRÔ DE BELO HORIZONTE, rodovia MG–050 e a alça sul que liga a capital a Nova Lima
Fotos: Pedro Vilela
mados estruturadores nas áreas de desenvolvimento social, saúde, educação, defesa social, infraestrutura e desenvolvimento econômico. No cronograma da Secretaria de Transportes e Obras Públicas para 2013 e 2014, estão assegurados 3,1 bilhões de reais para os principais programas rodoviários mantidos pelo governo, além da liberação de 285 milhões que serão usados na Parceria Público Privada (PPP) da MG–050. Serão realizadas obras de duplicação da estrada entre Itaúna e Divinópolis, conclusão do trecho em Mateus Leme, implantação de terceiras faixas, correção de traçado em diversos trechos, alargamento de pontes e serviços de manutenção rotineira e recuperação da rodovia. A Região Metropolitana de Belo Horizonte, em especial o Vetor Nor-
te, também receberá boa parcela dos recursos previstos no orçamento do estado para este ano. Serão destinadas verbas para melhorar os acessos e criar condições para permitir o crescimento econômico da região, que sofre com as mudanças decorrentes da construção da Cidade Administrativa. A estrutura é pensada também para atender a demanda para a Copa das Confederações, evento que acontece neste ano e a Copa do Mundo de 2014. Para 2013 estão previstas obras nas avenidas Cristino Machado, implantação do plano emergencial no Anel Rodoviário, construção de terminais metropolitanos de integração do transporte coletivo e expansão da rede de metrô de BH. Estão assegurados 4 bilhões de reais para as intervenções. Entre 2011 e 2012, o estado investiu 150 milhões em obras nas avenidas
Cristiano Machado, Pedro 1º, Antonio Abrahão Caram e Presidente Antônio Carlos. Serão destinados 416 milhões de reais para as obras de duplicação do trecho da rodovia LMG–800, do entroncamento da MG–424 até o aeroporto de Confins e para a revitalização da MG–424, desde o cruzamento com a MG–010 até o entroncamento com a LMG–800. No cronograma, também está previsto o acesso ao futuro centro de tecnologia e capacitação aeroespacial de Lagoa Santa e a construção do contorno norte de Lagoa Santa. Com a transferência da responsabilidade da obra do Anel Rodoviário do governo federal para o estadual, está sendo elaborado o projeto de engenharia para o seu melhoramento, com a adequação das vias e construção de novos viadutos. Até a ANEL RODOVIÁRIO, avenida Cristiano Machado, pista de ciclismo e Pedro 1º
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O B RAS
OBRAS NA AVENIDA Santos Dumont e Antônio Carlos
execução das obras, será implantado um plano emergencial, que prevê a criação do serviço de atendimento integrado ao usuário com monitoramento permanente da via. Serão instalados painéis móveis de mensagem variável, além de câmeras, faixa exclusiva para veículos pesados, áreas de escape, melhorias na sinalização horizontal e telas antiofuscantes. Para colocar em execução essas medidas, o governo vai gastar 100 milhões de reais. Dentre as intervenções na capital para os eventos esportivos mundiais, o governo vai investir, até 2014, pelo menos 187 milhões nos terminais metropolitanos de integração do transporte público coletivo para melhorar os serviços. Sete terminais integram o sistema BRT, coordenado pela prefeitura. Para o projeto do metrô, conduzido pela empresa pública Metrominas, formado pela empresa Trem Metropolitano de Belo Horizonte S.A, pertencente ao governo de Minas, e prefeitura de Belo Horizonte e Contagem, estão assegurados 3,1 bilhões de reais. Desse total, 1 bilhão
será repassado pelo governo federal, 750 milhões de financiamento a ser obtido pelo estado e restante do governo de Minas, prefeituras e iniciativa privada. O projeto do metrô prevê a expansão da linha atual (1) no sentido oeste até o bairro Novo Eldorado, em Contagem, além da implantação de duas novas que se conectarão à linha 1. A 2 será construída a partir da linha 1 entre as estações Calafate e Gameleira, seguindo também em direção à região do Barreiro. Para o entroncamento das duas linhas será erguida a estação Nova Suíça. A linha 3, subterrânea, será construída a partir do entroncamento com a linha 1 na estação Lagoinha, indo em direção à Savassi, passando pela praça Sete. Já está em fase de contratação a elaboração dos projetos básicos de engenharia das linhas 1, 2 e 3 do metrô. Também está disponível, via internet, a consulta pública para implantação da PPP para obras e operação do metrô de Belo Horizonte. Outro projeto, o da construção do rodoanel, passando pelos municí-
pios de Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem, será construído com a participação da iniciativa privada. O governo de Minas tornou disponível, via internet, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para que as empresas interessadas se manifestem, até o mês de março. Em outras frentes, o governo tem realizado intervenções nas encostas para minimizar os efeitos das chuvas em 18 municípios mais atingidos, com investimentos de até 792 milhões de reais. Também atua na expansão e melhoria da infraestrutura do estado nas áreas de saúde, educação, defesa social e equipamentos públicos. Em 2011 e 2012, foram concluídas 158 obras com 662 milhões de reais. Na infraestrutura da área da saúde são realizadas obras de construção, reforma e ampliação de unidades de assistência à saúde em todo o estado. Segundo dados do governo, entre 2011 e 2012 foram concluídas 20 unidades em 13 municípios, com investimentos de 80 milhões. Fotos: Pedro Vilela
LINHA VERDE E estação do BRT na Pampulha (ao lado)
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ES PEC IAL T R AN S P O R T E
MONOTRILHO NA
DIANTEIRA NA CORRIDA PARA VER QUAL É O MELHOR MEIO DE TRANSPORTE PARA BH, O SISTEMA AINDA INÉDITO NO BRASIL LEVA VANTAGEM
Fotos: Divulgação
CLÁUDIA REZENDE
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para e arranca de Belo Horizonte é um dos tormentos dos motoristas e dos usuários de transporte público da cidade já faz bem uns 10 anos. De microssolução em microssolução, até hoje a capital não teve obra ou interferência que desse, de verdade, um fim a esse movimento repetitivo e chato. Agora, a bola da vez é o BRT, o trânsito rápido de ônibus, que está sendo implantado em grandes corredores do Vetor Norte e da região Centro-Sul. Mas há dúvidas, e muitas, dos especialistas sobre a sua eficiência para BH. A aposta é de que será mais um paliativo. Na linha do que poderia ser feito para melhorar de vez o trânsito, a unanimidade é o metrô, o mais eficiente e de maior capacidade do mundo. Caro, na falta dele, a luz que aparece no fim do túnel vem do monotrilho, que, em vez da terra, usa o céu para transportar os passageiros. Não é só metaforicamente falando. A grande diferença entre metrô e monotrilho está na estrutura de cada um. Enquanto o metrô – o verdadeiro, e não o trem de superfície que existe em Belo Horizonte – utiliza os subterrâneos para não incomodar quem passa por cima, o monotrilho usa o ní68
vel de cima para não atrapalhar quem está embaixo. Explicando: os vagões do monotrilho circulam por estruturas suspensas, como se fossem passarelas, a cerca de 15 metros do solo. Geralmente, são instaladas nos canteiros centrais das avenidas, utilizando um corredor de dois metros de largura para isso. A discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada um dos grandes modais foi feita pelo engenheiro de produção Uarlem José de Faria Oliveira, em monografia de pós-gradua-
ção pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele criou um quadro comparativo em que analisou o BRT, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o monotrilho e o metrô. O BRT é um sistema que utiliza pista exclusiva para ônibus. A plataforma de embarque é elevada, e os veículos só param nas estações. Os passageiros só acessam o coletivo com o tíquete pago. O VLT tem funcionamento semelhante ao do BRT, já que utiliza pista exclusiva e não concorre com os outros meios de transporte por um esVIVER Janeiro 18 - 2013
PERSPECTIVAS de estações de monotrilho em Belo Horizonte
paço no trânsito. A grande diferença é que ele corre sobre trilhos, enquanto o BRT corre sobre pneus. Ou seja, no quadro do engenheiro, foram analisados três transportes sobre trilhos e um sobre rodas. A conclusão a que chegou e que pode ser confirmada pelo quadro é a de que o BRT, dos quatro, é o que tem menos vantagens. A única, aliás, apontada, é o custo de produção. Gasta de 15 milhões a 20 millhões de dólares por quilômetro construído. Por outro lado, o VLT custa de 20 milhões a 50 milhões de dólares o quilômetro, o monotrilho, de 40 milhões a 70 milhões de dólares, e o metrô, de 80 milhões a 120 milhões de dólares. Dos quatro modelos, o BRT é o que tem menor capacidade máxima de transporte – 10 mil a 30 mil passageiros por hora por sentido – e o metrô é o que tem mais – de 25 mil a 80 mil por hora por sentido. O VLT e o monotrilho quase empatam. O primeiro consegue levar de 10 mil a 40 mil passageiros por hora por sentido e o segundo, de 15 mil a 50 mil. Outros quesitos em que o BRT VIVER Janeiro 18 - 2013
perde é em ruído (elevado), conforto (menor, por causa de freadas e semáforos), capacidade de atrair usuários de carro de passeio (baixa) e emissão de carbono por passageiro (alta). Em interferência no trânsito, custo de desapropriação e interferência durante a construção, que são considerados altos no quadro, ele empata com o VLT. O monotrilho tem descrições melhores que os dois em todos os quesitos e perde para o metrô em interferência durante a construção. Por outro lado, ganha em ruído (menor) e custo de desapropriação. De acordo com Uarlem Oliveira, em geral, o sistema sobre trilhos é o ideal para linhas troncais – aquelas existentes em locais em que há grande demanda –, a partir de 10 mil a 15 mil passageiros por hora. As alimentadoras, que vão abastecer as troncais e que geralmente saem dos bairros para a estação, não precisam ser sobre trilhos, observa. “Para alimentadora, é ônibus mesmo. É o único que tem alta capilaridade. Não existe outro.”
Segundo o pesquisador, a grande vantagem do monotrilho é ser mais barato que o metrô, podendo ter a mesma eficiência dele, com menor tempo de construção e sem a necessidade de cavar túneis. As peças para instalação do monotrilho podem ser pré-moldadas e montadas à noite, não interferindo no trânsito diurno, que costuma ser pesado. Não há desapropriação e não interfere em redes subterrâneas, como de esgoto. As principais críticas ao monotrilho são relacionadas à questão urbanística, pelo fato de ele ser instalado sobre corredores suspensos, similares a viadutos – mas que tem a vantagem de permitir ao passageiro ver a paisagem, completa –, à evacuação em caso de pane – há fabricantes que têm sistema parecido com o de avião (rampas infláveis) e outros que usam passarela de ligação entre os vagões de um sentido e de outro, para transferir os passageiros – e à capacidade, inferior à do metrô. Com relação ao BRT, Uarlem 69
E S P E C IA L T RAN S P O R T E Oliveira acredita que as análises feitas são superficiais. “É muito bom para cidades de médio porte e dependendo de como a cidade é construída, se tem avenidas largas que comportam.” Para Belo Horizonte, ele acredita que a solução BRT é paliativa e de curto prazo. “Daqui a 10 anos, vão estar pensando de novo em solução para o trânsito. Se gastassem mais agora, o problema estaria resolvido para os próximos cem anos”, sugere. Na opinião do pesquisador, o monotrilho atenderia bem a cidade, já prevendo o perfil dela no futuro. “Não é à toa que São Paulo está fazendo três linhas de monotrilho.” É consenso entre técnicos e acadêmicos que o ideal para qualquer cidade de grande porte é que existam vários modais se complementando e que um não é melhor que outro, já que cada um é adequado para um tipo de problema que se quer atacar. A ideia de criar monotrilho em Belo Horizonte ganhou defensores nos últimos dois anos, principalmente depois da iniciativa de São Paulo, de implantar 24,5 quilômetros do sistema, com capacidade para 48 mil passageiros por hora – a maior do mundo – e, também, diante da dificuldade relacionada à concretização do metrô por aqui – por falta de verba e de vontade política. Entre os que são a favor do modal, estão entidades de classe e empresariais, como a Sociedade Mineira de Engenheiros, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) e a Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), além de acadêmicos das principais universidades de BH. Um dos que se manifestam a favor do monotrilho é o professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar, que coordena essa área na instituição. Segundo ele, toda a cidade deveria ter vários modais. No caso de Belo Horizonte que, no momento, possui apenas os ônibus e o trem de superfície e desenvolve o BRT, o professor acha 70
BRT X VLT X MONOTRILHO X METRÔ Velocidade Sistema Custo médio de Capacidade máxima Capacidade média implantação (mil passageiros/ mínima (mil (US$ mi/km) hora) passageiros/hora (km/h) BRT
15 a 40
10 a 30
2.000
25 a 60
VLT
20 a 50
10 a 40
2.000
25 a 40
Monotrilho
40 a 70
15 a 50
3.000
40 a 60
Metrô
80 a 120
25 a 80
10.000
40 a 90
Fonte: monografia “Comparação pública feita em Vitória – Proposta de implantação de sistema de transporte monotrilho na Região Metropolitana de Vitória”, de Uarlem José de Faria Oliveira, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
PROJETOS PARA BELO HORIZONTE LINHAS DESENVOLVIDAS PELA SME 1. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Dom Pedro 2º/ Carlos Luz/Mineirão/UFMG /aeroporto da Pampulha/estação de Integração Pampulha/Dom Pedro 1º/MG–010/Cidade Administrativa/aeroporto de Confins 2. Avenida Nossa Senhora do Carmo/Barão Homem de Melo/Raja Gabaglia/ Contorno/ Nossa Senhora do Carmo/ramais de acesso à MG–030 (até o Serena Mall/Nova Lima e à alameda Vila da Serra) 3. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Contorno/ Getúlio Vargas/Contorno 4. Avenida Amazonas (Belo Horizonte)/BR–381 (Contagem)/BR–381 (Betim) 5. Avenida Risoleta Neves (estação de integração São Gabriel)/avenida das Indústrias (Santa Luzia) 6. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/ Dom Pedro 2º (Vila São José)/avenidaTancredo Neves (Castelo) 7. Estação Eldorado (integração com o metrô)/avenida João César Oliveira (Contagem)/ramal Avenida Fonte: Luiz Otávio Silva Portela, engenheiro civil, membro da Comissão de Transportes da Sociedade Mineira de Engenheiros
PROTÓTIPO do trem de São Paulo VIVER Janeiro 18 - 2013
Ruído (dB)
Conforto
Interferência no trânsito
Custo em desapropriação
Interferência durante a construção
Capacidade de atrair usuário de carro
70 a 90
Menor (interferência de freadas e semáforos)
Alta
Elevado
Elevada
Baixa
60 a 80
Médio (interferência de semáforos e trânsito)
Alta
Elevado
Elevada
Média
60 a 80
Maior (para somente em estações, menor tempo
Mínima
Baixo
Média
Alta
Mínima
Médio
Baixa
Alta
de trajeto e possibilidade de ver a paisagem)
75 a 100
Maior (para somente em estações, menor tempo de trajeto)
Fotos: Divulgação
MONOTRILHO DE SÃO PAULO O 1º do Brasil e o maior do mundo Extensão: 100 km QLinhas: 5 QCusto: 2,8 bilhões de reais para os primeiros 32 km QAltura: Entre 12 e 15 m QVelocidade mín.: 35 km/h QVelocidade máx: 80 km/h QCapacidade: 48 mil passageiros por hora por sentido QTrecho 1: Vila Prudente/São Mateus – 13 km QTrecho 2: São Mateus/Hospital Cidade Tiradentes – 11,5 km QFrota: 54 trens, com sete carros cada um QLargura do trem: 3,1 m QComprimento do trem: 85,3 m QAltura do piso ao teto: 2,1 m Q
Fonte: Metrô SP
VIVER Janeiro 18 - 2013
que há equívocos. Isso porque, diz, a cidade se inspira no modelo de Curitiba, que, a partir da década de 1960, começou a pensar o BRT. Depois disso, a cidade começou a ser planejada tendo o BRT em sua estrutura e, por isso, o sistema deu certo. No caso de Belo Horizonte, não ocorreria assim, já que a cidade está estruturada de uma forma e terá um sistema BRT adicionado a ela. Aguiar também acredita que o BRT, na capital mineira, terá boa fluência no percurso, mas vai encontrar problemas nas pontas, ou seja, nas estações de embarque e desembarque, já que haverá acúmulo de carros para um espaço limitado. O mesmo problema ele vislumbra
para o túnel da Lagoinha, na avenida Cristiano Machado. Com relação aos modais sobre trilhos, o professor defende que não se pode considerar o existente em Belo Horizonte como metrô, porque um dos princípios do modal é ser segregado dos demais meios e buscar a demanda onde ela estiver, o que não ocorre. Ele ressalta, como outros especialistas, que o metrô é o melhor sistema, mas é caro, demanda mais tempo e é difícil de ser construído. “Até para calcular orçamento é difícil, porque você tem de escavar o subterrâneo e não sabe o que pode encontrar, como aconteceu em São Paulo (quando houve deslizamento de terra na construção da linha 4).” Os cálculos dos especialistas são de que um quilômetro de metrô leve um ano para ser construído, enquanto, no caso do monotrilho, é possível fazer cinco quilômetros em um ano. Segundo Márcio Aguiar, o monotrilho é o mais adequado, por exigir pouca desapropriação, ter custo de um terço do metrô, ser rápido, segregado, silencioso, ter maior capacidade de rampa que o metrô – mais de acordo com o relevo de Belo Horizonte – e exigir menor área para fazer curvas. Para o engenheiro civil Luiz Otávio Silva Portela, membro da Comissão de Transportes da SME, existem dois tipos de solução para o transporte 71
E S P E C IA L T RAN S P O R T E de massa da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que seriam abaixo ou acima do chão. Ele não considera a possibilidade no nível do chão, caso do BRT e do VLT, porque, na opinião dele, não há mais espaço para isso na região e o alargamento das vias é difícil devido ao alto valor que deveria ser empenhado em desapropriação, dos prejuízos sociais e econômicos e do elevado tempo que esse processo demanda. As alternativas no chão têm, ainda, o problema da poluição ambiental, fator “que tem sido esquecido pelas autoridades”, acrescenta. A solução debaixo do chão, ou seja o metrô, teria os problemas de custo e de tempo e, ainda, o de construção. “No caso de Belo Horizonte, com relevo montanhoso, metrô subterrâneo implicaria estações bastante profundas, o que seria também um fator de acréscimo de custo e de prazo”, diz o engenheiro. Como o modelo acima do chão, o monotrilho é elétrico, não há aumento de poluição sonora e atmosférica. O BRT tem motor a combustão e, por isso, não é alternativa que vá poupar o meio ambiente. E, quanto à crítica que pesa contra o modal, de poluição visual, Luiz Otávio considera que ela é menor que a de rampas de viadutos, por serem estreitas. Além disso, o visual moderno do monotrilho é ponto a favor, na opinião de Luiz Otávio. No quesito tempo de implantação, o engenheiro chama a atenção para o fato de que o BRT ou o VLT, das soluções acima do chão – já que ele também poderia ser pensado em nível acima, se instalado em viadutos –, é o mais demorado, devido ao processo de desapropriação de imóveis comerciais e residenciais. Outro ponto favorável ao monotrilho, conforme o membro da SME, é a forma de operação. Ele dispensa operador, por ser totalmente automático e computadorizado. Por outro lado, o VLT exige operador e o BRT, motorista. Além disso, o 72
Divulgação
OBRAS DO monotrilho em São Paulo
monotrilho teria mais capacidade que o BRT – até 550 passageiros por composição, com quatro vagões cada, contra 160 passageiros por composição de BRT. Luis Otávio lamenta que as autoridades de BH não queiram “acreditar na capacidade de transporte do monotrilho. A solução acima do chão com o modal monotrilho é a mais interessante, conveniente e factível de utilizar para o transporte de massa, devidamente integrada aos demais modais já existentes.” O presidente da organização não governamental SOS Mobilidade, José Aparecido Ribeiro, que é também assessor de mobilidade da ACMinas, conta que, antes de defender a causa monotrilho, membros da associação foram a São Paulo para conhecer melhor o sistema. “Achamos que é o mais viável para Belo Horizonte, pelo custo, rapidez e demanda da cidade”, diz. Segundo ele, existe a tendência de se achar que o metrô é melhor, mas, devido ao alto custo e ao tempo elevado de construção, acaba não sendo. E há outro fator, conforme José Aparecido, que é o de ele, às vezes, ser muito para a demanda da cidade. Um metrô é capaz de transportar 200 mil passageiros, por hora, por exemplo, mas poucas cidades têm essa demanda nos horários fora de pico. Na opinião dele, o monotrilho de-
veria ser a segunda opção de modal. O VLT só deveria ser pensado para regiões planas, como a da Pampulha, e em que é possível interligar muitos bairros por um ponto centralizador. E tem o problema de ocupar uma faixa de rolamento, apesar de ser para colocação de vagões com mais capacidade de transporte que o BRT, que também ocupa uma faixa, mas transporta menos pessoas. “Consome um espaço que a cidade não tem”, afirma. O metrô tem o problema do custo e do tempo de construção. Além disso, ele acredita que a viabilização do metrô em BH passa pelas empresas de transporte de ônibus, que têm a concessão de uso do sistema e fariam resistência à implantação de um meio diferente. A BHTrans informou que não considera o monotrilho como a prioridade no atual plano de mobilidade do governo, por não se tratar de um meio de transporte de alta capacidade (em relação ao BRT e metrô), embora não o descarte como mais um modal. Segundo o órgão, o enfoque é na conclusão do BRT nos corredores da Antônio Carlos, da Cristiano Machado, da Pedro 2º, da Amazonas e da área central, integrando-o ao projeto de expansão do metrô, que será a principal modalidade de transporte da cidade, conforme a BHTrans. VIVER Janeiro 18 - 2013
Arnaldo Niskier
Royalties para a educação O que se deve louvar, no veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo 3º da Lei de Royalties, é a sua coerência democrática. Respeitou direitos adquiridos em contratos anteriormente assinados. Com isso, os poços do pré-sal já licitados, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em São Paulo, os maiores produtores brasileiros, renderão para os seus municípios, sem quebra de continuidade. Outra decisão relevante foi a de tornar exclusiva da educação a renda futura dos poços a serem licitados. Serão bilhões de reais de reforço ao caixa de municípios combalidos, sem condições de oferecer uma educação de qualidade. Temos problemas de sobra no ensino público nacional, a merecer esse ponderável reforço. A questão que se coloca, agora, é a da competência para investir (e não gastar) adequadamente. Os recursos do óleo e do gás são finitos e se não aproveitarmos essa última oportunidade, francamente, estaremos trilhando o caminho errado quanto ao futuro. O que se reivindica do setor é um revolucionário projeto de capacitação gerencial, cursos de alta gestão, a serem proporcionados por instituições universitárias reconhecidas. Além de 100% dos royalties, 50% de todo o rendimento do fundo social a ser constituído irão para a educação, num aporte histórico. Se não aproveitarmos essa oportunidade, seguramente, em nossa geração, não haverá outra. Os recursos serão somados ao mínimo constitucional existente (18% do orçamento da União e 25% dos orçamentos de estados e de municípios), corrigindo uma distorção VIVER Janeiro 18 - 2013
do esperado Plano Nacional de Educação, que não previu de onde sairiam os recursos para os seus inúmeros projetos de desenvolvimento. Estamos falando da partiha de 400 bilhões de reais, o que não é pouco. O governo precisa continuar a fazer a sua parte, nesse complicado panorama de competividade internacional. Resolvida a questão dos recursos financeiros e partindo do pressuposto de que serão bem aplicados, voltam-se nossas atenções para a escorchante política de tributos. Estamos na liderança mundial, com quase 40% de uma cobrança incompreensível. Já não seria o momento de diminuir progressivamente os tributos que oneram as folhas de salários? Nossa economia pede uma injeção de ânimo no espírito dos empresários brasileiros, que devem investir mais e criar empregos palatáveis aos nossos jovens. Para se ter uma ideia clara da situação encontrada, o Brasil é 43% mais caro do que os Estados Unidos, em relação a esses elementos de entropia sistêmica. Não se pode, pois, estranhar que as taxas de investimentos estejam em queda e o país sofra com a perspectiva oficial de um pibizinho, o que é profundamente lamentável. Retrocesso puro. O pretexto de resolver de vez o gargalo financeiro da educação deve ser acompanhado de outras providências oficiais, para que possamos ter um crescimento autossustentado. Boa gestão não é isso? Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, presidente do CIEE/ Rio e ex-diretor de jornalismo das Empresas Bloch 73
E M P R E SA
Atuação ampla
Leo Fontes
RICARDO JÚDICE, Francisco Caram e Luiz Rodrigues: multinegócios
Neoplan aprova 218 projetos por ano pela lei de incentivo, realiza salão internacional de esportes e desenvolve o Afródromo MIRIAM GOMES CHALFIN
C
onseguir a aprovação de projeto pela lei de incentivo não é tarefa fácil. Imagina, então, a média de 218 por ano. Impossível? Não para o grupo mineiro Neoplan, que obteve a aprovação de nada menos que 3.500 projetos em 16 anos de atuação. “Atingimos esse número no fim de 2011. Foi um recorde nacional, o que é motivo de orgulho e 74
acabou transformando a empresa em referência no país”, diz o diretor de Novos Negócios, Ricardo Júdice. Segundo ele, a ideia de trabalhar nesse segmento, principalmente em nível federal, partiu do atual presidente Francisco Caram, que vislumbrou uma grande oportunidade de negócio. “Desenvolvemos os planos para pessoas físicas e jurídicas, em
todas as etapas: elaboração, aprovação, captação de recursos e prestação de contas.” A expertise no segmento acabou abrindo nova porta para a Neoplan: a realização de eventos culturais, esportivos e educacionais. “Começamos trabalhando com feiras, exposições e circuitos culturais, e isso se transformou em um negócio muito VIVER Janeiro 18 - 2013
maior. Em 2012, começamos a atuar em eventos de maior porte, principalmente aproveitando as arenas que serão usadas na Copa do Mundo”, explica Júdice. Neste ano, por exemplo, o grupo vai trazer ao Brasil o Campeonato Mundial de Freestyle Motocross. Já estão agendadas as etapas de Porto Alegre e de Salvador. Vale ressaltar que essas apresentações serão inéditas em solo nacional. Consultoria é outro viés de atuação. Aqui são atendidos clientes como empresas, secretarias, prefeituras, institutos e federações. “Muitos não conhecem a fundo a lei de incentivo. Juntando o know how de quem planeja projetos e realiza eventos, oferecemos aquilo que melhor convém ao cliente, considerando sua realidade financeira e o público que quer atingir. Às vezes, a empresa nem sabe que pode utilizar recursos do Imposto de Renda, para projetos em nível federal, do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). Temos amplo cardápio de serviços a oferecer, ou podemos construir um novo a quatro mãos”, explica Ricardo Júdice. Um dos diferenciais é que o grupo mantém contato direto com investidores, fazendo a intermediação de negócios. Outro ramo que também é sucesso na Neoplan é a linha editorial. A empresa faz livros sobre temáticas variadas, como turismo mineiro e brasileiro, gastronomia, arquitetura, moda e biografias de personalidades. Aqui, além de uma rigorosa pesquisa, é feita também a busca de patrocínio. O livro Tendências, por exemplo, reúne obras de paisagistas, decoradores, arquitetos e designers mineiros que quiseram fazer parte do projeto e contaram com verbas provenientes de patrocínio e de anunciantes. Depois dessa publicação, vieram outras sobre gastronomia, moda e hotelaria. “Isso tudo está transformando a Neoplan em um escritório de multinegócios.” Segundo o diretor, a ideia VIVER Janeiro 18 - 2013
RAIO X Um pouco mais sobre a Neoplan Cerca de
Projetos aprovados
clientes ativos
(número atingido em 2011)
400 Q Q
3.500
Fundação: 1996 Atuação: em todo o Brasil e no exterior (a partir de parceria com o escritório Décima Colina, de Portugal)
PRINCIPAIS SERVIÇOS: Q Desenvolvimento e gerenciamento personalizado de projetos culturais, esportivos, sociais, turísticos e ambientais QBusca de investidores e patrocinadores para projetos nacionais e internacionais QServiço financeiro e contábil para projetos incentivados QRealização de eventos próprios e consultorias a empresas de todos os setores e órgãos governamentais EMPRESAS DO GRUPO: Q Instituto Sociocultural e Ecológico do Brasil (Iscebra): pesquisa, consultoria e elaboração de projetos sociais, culturais e ecológicos Q Associação de Desenvolvimento de Projetos (ADP): focada nas leis de incentivo à cultura e ao esporte Centro de Educação, Capacitação e Apoio a Projetos (Cecap): instituto de capacitação profissional, educacional e empreendedorismo Q Neo Editorial: elaboração e produção de livros, guias e catálogos de caráter artístico e cultural Q
é “difundir o conceito de marketing global, de desenvolvimento de várias plataformas de mídia, de projetos com a marca da sustentabilidade, de negócios múltiplos”. Com a diversificação, o grupo vem mantendo, nos
últimos cinco anos, média de crescimento anual entre 10% e 20% – levando em conta indicadores como número de projetos e de clientes e faturamento. Em 2012, o percentual foi de 15%. Para este ano, a meta é continuar no mesmo ritmo. “O grande desafio é manter o recorde nacional de projetos aprovados.” Para 2013, além das etapas do mundial de motocross, já está em desenvolvimento o Afródromo. Trata-se de um grande empreendimento de valorização da cultura afro e de revitalização da Cidade Baixa de Salvador, que começa no Carnaval deste ano. O cliente aqui é o artista Carlinhos Brown, que teve a ideia de criar um espaço alternativo para os desfiles. “A meta é engrandecer a cultura afro em todo o país nos próximos 20 anos. A Neoplan é a única empresa fora da Bahia contratada para participar desse projeto”, informa Júdice. Outro grande evento já marcado para este ano é o Intersports Brazil Hall, que vai acontecer de 7 a 10 de março, no Expominas, em BH. Será um salão de produtos esportivos e licenciamentos, com uma grande feira, congresso internacional de marketing esportivo, rodada de negócios e atrações esportivas e culturais. E tudo isso com atenção voltada também para a sustentabilidade. Segundo Ricardo Júdice, o evento terá um programa de compensação de emissões de gases poluentes. “É o primeiro evento nesse formato na América Latina, com expectativa de atrair 40 mil visitantes”, afirma o diretor, que comemora a carteira com mais de 400 clientes ativos, em todo o país e nos mais variados segmentos. Entre eles o Instituto Ayrton Senna, com exclusividade dos projetos incentivados pela organização em todo o Brasil. Ricardo Júdice também destaca nomes como banco BMG, mineradora Kinross, Grupo Orguel, pugilista Popó e Sport Club Internacional de Porto Alegre. 75
M E R CA D O I M O B I L IÁR I O
Foco no luxo
Algarve se especializa na construção de casas, desde a terraplenagem até o auxílio na decoração, cresce de 10% a 15% e entra em sintonia com o desenvolvimento sustentável
MIRIAM GOMES CHALFIN
T
ransformar uma ideia em concreto, literalmente. Foi construindo sonhos que a Algarve Engenharia fez sua história – ou melhor, faz há 20 anos. “Eu e um amigo trabalhávamos numa grande construtora, que fazia obras industriais, de saneamento e de acabamento. Vimos nesta última um nicho de mercado e resolvemos nos arriscar. Montamos a Algarve para construir casas de alto luxo diretamente para o consumidor final”, lembra o dire76
tor Fernando Augusto Lemos Viegas, 46 anos. O maior desafio foi conquistar os clientes. “A empresa era recém-formada, nós, jovens, tínhamos que mostrar competência, passar credibilidade”, diz ele que, quando ainda era estudante de engenharia, não imaginava que teria sua própria construtora. As primeiras obras foram pequenos anexos em edificações já existentes. Até que um jurista e a esposa acreditaram na dupla e co-
locaram nas mãos dela o projeto da casa dos sonhos, no condomínio Canto das Águas, em Rio Acima, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A construção abriu as portas para novos projetos, inicialmente no mesmo local. A partir daí, a Algarve ampliou a atuação, erguendo imóveis personalizados em diversos condomínios próximos de BH, como Alphaville, Vale dos Cristais, Morro do Chapéu e vilas Castela e Alpina. De lá para cá, foram nada VIVER Janeiro 18 - 2013
Fotos: Gustavo Xavier
LAZER E ACONCHEGO em Casa Branca, na Grande BH, e na sede de fazenda em Pirapora (dir.)
Pedro Vilela
ALGARVE Raio X da empresa Entrou no mercado em junho de
1992
Ramo da engenharia: construção de casas de alto luxo diretamente para o consumidor final Atuação: Belo Horizonte, municípios da Grande BH e interior de Minas (cidades como Conselheiro Lafaiete e Pirapora) Número de funcionários:
70 diretos
Obras concluídas: cerca de 150 Obras em 2012: 10 em execução Expectativa de crescimento em 2012: de 10% a 15% VIVER Janeiro 18 - 2013
FERNANDO VIEGAS: “Trabalho com os pés no chão”
menos que 150 casas. Somente em 2012, a Algarve soma 10 construções. Para este ano, já estão engatadas pelo menos mais quatro novas casas. Em geral, as obras demoram de um ano e meio a dois para serem concluídas. “A empresa faz desde a terraplenagem até auxiliar na decoração, que tem ligação direta com a arquitetura e a execução civil. O planejamento inclui os projetos de marcenaria, iluminação e automação, por exemplo”, explica Viegas.
Apesar da oscilação do mercado da construção civil, o empresário estima crescer de 10% a 15% no ano passado, em relação a 2011. “Trabalho com os pés no chão, para dar atenção de perto aos clientes e cumprir prazos.” Segundo Viegas, o nicho em que atua é muito particular porque lida com a execução de um sonho. “A pessoa que quer morar em uma casa sempre sonhou com isso. Em geral, é um imóvel definitivo, e não uma forma de investimento só para ter lucro depois. Por isso, é tudo muito personalizado”, comenta o diretor. Ele lembra que a Algarve está em sintonia com o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, os projetos priorizam a iluminação natural e o reaproveitamento da água de chuva e de resíduos, além da utilização de materiais ecologicamente corretos. O segredo do sucesso? O foco. “Quando você foca em alguma coisa, tem mais chance de ser melhor no que faz e, consequentemente, de se diferenciar no mercado.” A receita não para de dar certo: “A conquista de que mais me orgulho é ter credibilidade, é ouvir pessoas falando bem da empresa”. 77
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M
BDMG
Banco comemora 50 anos cada vez mais comprometido com o desenvolvimento de Minas e tem o desafio de ser ousado e criativo
Entrevista
Matheus Cotta de Carvalho Presidente do BDMG diz que banco comemora 50 anos cada vez mais comprometido com o desenvolvimento e ciente de que está em um mercado muito competitivo
Ousado e criativo
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VIVER Janeiro 18 - 2013
TEREZINHA MOREIRA
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) está cheio de motivos para comemorar seus 50 anos. A instituição financeira chegou ao fim de 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos, 11% a mais que o 1,35 bilhão de 2011. Os desembolsos para micro e pequenas empresas com faturamento de até 10 milhões de reais cresceram 56%, passando de 208 milhões de 2011 para 325 milhões em 2012. No caso das médias e grandes empresas, o aumento ficou em 5%, subindo de 909 milhões de reais em 2011 para 954 milhões no ano passado. A carteira total de operações chegou a 5,5 bilhões de reais, 13% acima dos 4,9 bilhões do ano passado. O patrimônio líquido do banco encerrou o ano em 1,4 bilhão de reais contra 1,15 bilhão do ano anterior. Crescimento de 24%. O BDMG financia empresas privadas e municípios. De 2007 até 2012, foram atendidos mais de 400 municípios, que tomaram 770 milhões de reais em desembolso. AViver Brasil conversou com o presidente da instituição, Matheus Cotta de Carvalho, que falou sobre o banco, seus resultados e projetos para este ano. Confira. Ao longo dos 50 anos, o BDMG contribuiu muito para o desenvolvimento de empresas mineiras e do estado como um todo. Como se dá a atuação do banco hoje? Eu diria que hoje o BDMG tem participação fundamental no apoio ao desenvolvimento da infraestrutura, principalmente dos municípios mineiros e também por meio da estruturação de projetos que permitem o desenvolvimento de uma estrutura mais contemporânea no estado de Minas Gerais, de VIVER Janeiro 18 - 2013
acordo com as necessidades de sua economia. Isso é condição fundamental para que possamos ter um ciclo de desenvolvimento futuro compatível com o que imaginamos ser o necessário. O banco, portanto, se prepara para suportar esse processo, apoiando diretamente os municípios, por meio de financiamentos, e também as empresas mineiras, o próprio Fotos: Pedro Vilela
“É necessário que um banco de desenvolvimento se caracterize e desenvolva um conjunto de instrumentos para apoiar as empresas que queiram inovar e o BDMG tem feito isso”
estado e o setor privado, por meio de projetos que possibilitem o trabalho conjunto do setor público com o privado nesta agenda de desenvolvimento da infraestrutura. Essa é uma das dimensões com que podemos contribuir nessa nova agenda do desenvolvimento econômico. Há algum trabalho específico para incentivar o investimento em inovação em MG? A inovação é fundamental no ciclo do desenvolvimento, que é a economia do conhecimento. A inovação é o grande elemento diferenciador das economias bem-sucedidas das que não são tão bem-sucedidas. Portanto, é necessário que um banco de desenvolvimento se caracterize e desenvolva um conjunto de instrumentos para apoiar as empresas que queiram inovar, e o BDMG tem feito isso. Já desenvolveu linhas de crédito em parceria com a Fapemig, concedendo crédito em condições excepcionais para as empresas que querem inovar, com taxas de juros baixas, de forma muito facilitada, com sistema de garantia bastante flexível. Tudo isso para facilitar para o empreendedor que quer inovar em Minas Gerais. Além disso, sempre aportamos recursos em fundos, que têm como objetivo apoiar start-ups, empresas que queiram desenvolver projetos de inovação, linha em que vamos continuar atuando firmemente. O BDMG tem alguma linha de crédito ou programa voltado para a micro e pequena empresa? Temos o firme interesse em continuar apoiando as micro e pequenas empresas. Isso, para nós, é muito importante, porque 81
E NT R EV I STA essas empresas normalmente têm dificuldade de acesso ao crédito. Então, o banco pode funcionar de uma maneira inovadora para atender suas necessidades. Lançamos neste ano o BDMG Web, uma plataforma informatizada que, juntamente com nosso call center e com todas as cooperativas de crédito e entidades empresariais que compõem a nossa rede de distribuição, pretende atuar em todo o estado, oferecendo crédito em condições bastante facilitadas para o micro e pequeno empreendedor. Tudo isto: infraestrutura, apoio aos municípios, à inovação, às micro e pequena empresas, se dando simultaneamente ao que é tradicional, ao que o banco tem feito com muita desenvoltura nos últimos anos, que é exatamente estar atento aos projetos estratégicos para o desenvolvimento de Minas Gerais, independentemente de tamanho, dando suporte e trabalhando em articulação com o Indi e com o governo do estado. Há alguma parceria no que se refere aos projetos estratégicos para o estado? Em 2012, tivemos dois bons exemplos. Um foi a Six Semicondutores, instalada em Minas Gerais. É uma empresa muito importante, em parceria com a IBM e a EBX, que permitirá que Minas saia na frente na produção desse insumo importante para a indústria de eletroeletrônico. Estamos agora finalizando o acerto para o apoio à Biomm, empresa que produz insulina, cujo segmento, o de biotecnologia, é muito importante e é considerado prioritário. É um investimento de vulto e permite apoiar uma empresa com potencial de inovação. Mas 82
Pedro Vilela
“A gente sabe que, para que o estado possa desenvolver de forma mais harmônica, é fundamental que os municípios melhorem a infraestrutura que oferece aos empresários locais e a seus próprios cidadãos” essa é uma empresa grande e, neste sentido, o banco continua firme na sua pretensão de ser um elo entre os grandes empreendimentos do estado e o governo de Minas Gerais.
Quais segmentos demandam mais financiamentos no BDMG? O banco ainda se caracteriza pelos investimentos, principalmente, nas empresas privadas, mas tem desenvolvido, nos últimos quatro anos, linha específica voltada para os municípios, o que já nos permite ter carteira de aproximadamente 800 milhões de reais. E a gente pretende continuar atuando nesse segmento. Em 2012, desembolsamos mais 200 milhões de reais para os municípios e já conseguimos alcançar um número superior a 400 municípios mineiros apoiados com recursos do BDMG e, para 2013, temos capital de mais 200 milhões de reais, que está sendo feito pelo nosso acionista, com recursos do BNDES, que serão aplicados integralmente nos municípios mineiros. A demanda maior dos municípios tem a ver com a queda na arrecadação em virtude da redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que os deixaram sem recursos para investimentos? Os municípios têm carência de recursos para investir. Normalmente, os recursos são dedicados ao pagamento das folhas salariais e ao custeio da máquina administrativa, sobrando pouco para investimentos. A gente sabe que, para que o estado possa se desenvolver de forma mais harmônica, é fundamental que os municípios melhorem a infraestrutura que oferece aos empresários locais e a seus próprios cidadãos. E, nesse sentido, a tarefa do banco é viabilizar e disponibilizar recursos para que os municípios possam, eles próprios, investir, ajudando o estado na tarefa de desenvolvimento da nossa infraestrutura econômica e social. VIVER Janeiro 18 - 2013
E NT R EV I STA Qual o montante financiado pelo BDMG em 2012? O banco desembolsou, em 2012, montante aproximado de 1,5 bilhão de reais. Em 2011, foi cerca de 1,350 bilhão. Pretendemos, nos próximos anos, continuar avançando no total desembolsado para chegar, ao fim de 2014, com aproximadamente 2 bilhões de desembolso/ano. Tudo isso para viabilizar o aumento da nossa carteira de financiamentos, que hoje gira em torno de 5,5 bilhões de reais. Queremos deixá-la próxima de 8 bilhões de reais, objetivando alcançar retorno na faixa de 7% a 8% sobre o patrimônio do banco. Para isso, temos de atuar de maneira mais agressiva no que se refere ao processo de alavancagem do banco, ou seja, a utilização de seu próprio patrimônio na obtenção de financiamentos, junto aos investidores, que possam nos financiar nesse objetivo de aumento de nosso desembolso anual e de nossa carteira. Tem algum segmento na iniciativa privada que demanda mais recursos? O BDMG não tem nenhum tipo de política voltada para desenvolvimento de apoios específicos a setores econômicos. A nossa intenção é ter apoio amplo e genérico junto à economia do estado, buscando projetos que possam ter impacto positivo na dinâmica do desenvolvimento do nosso estado, em particular, os projetos sustentáveis, que respeitem todos os requisitos de sustentabilidade, que hoje são condições quase indispensáveis ao desenvolvimento de um bom ambiente de negócios, e também os projetos com componentes de inovação, que são essenciais nessa nova economia, em que o conhecimento passa a ser a chave principal de uma 84
Pedro Vilela
“O banco continuará comprometido com seu propósito de ser o banco de desenvolvimento do estado de Minas Gerais, um banco ousado, criativo, mas, ao mesmo tempo, ciente de que estamos em um mercado muito competitivo e é necessário atenção e cautela à sua operação” economia competitiva. O que esperar do BDMG em 2013? Há alguma proposta nova para este ano? Temos várias. O banco está
permanentemente se reavaliando. Fazemos grande esforço de melhoria da nossa eficiência. Para isso, neste ano, faremos ajustes visando melhorar o atendimento ao nosso cliente, dando maior agilidade, desburocratizando o acesso ao banco. Isso é essencial para que o BDMG seja bemsucedido na tarefa de aumentar sua carteira. Se não formos capazes de atender nosso cliente de maneira cada vez mais adequada, dificilmente teremos sucesso nas estratégias amplas do banco. Essa, com certeza, será uma linha de desenvolvimento. O BDMG continuará, certamente, buscando boas fontes de recursos para sua própria operação no mercado interno e externo. Recentemente, o banco recebeu o reconhecimento e tornou-se Investiment Grade, portanto, agora, temos a possibilidade de ir ao mercado financeiro internacional e obter recursos a preços bastante competitivos e iremos, com certeza, explorar as várias possibilidades que o mercado internacional oferece, visando obter esses recursos para que possam ser aplicados no banco e, em última análise, no desenvolvimento da economia do estado. O que esperar do BDMG para os próximos 50 anos? O banco continuará comprometido com seu propósito de ser o banco de desenvolvimento do estado de Minas Gerais, um banco ousado, criativo, mas, ao mesmo tempo, ciente de que estamos em um mercado muito competitivo e é necessário atenção e cautela à sua operação. Mas um banco cada vez mais profissionalizado, cada vez mais focado na obtenção de retornos e resultados positivos para a economia do estado. VIVER Janeiro 18 - 2013
5 0 A N OS D O B D M G
FÁBRICA DA HOLCIM: recursos do BDMG para ampliação da unidade
Crédito ágil Com planos de dobrar carteira de clientes até 2014, BDMG apoia projetos inovadores e sustentáveis e prefeituras de todo o estado
86
VIVER Janeiro 18 - 2013
ELIANA FONSECA
O
primeiro passo para os próximos 50 anos já é uma realidade no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que em seu planejamento quer chegar a uma carteira de 25 mil clientes até 2014, o dobro da atual, com financiamento e apoio crescente para micro, pequenas, médias e grandes empresas, projetos inovadores e sustentáveis, e prefeituras de todo o estado. Com taxas de juros e tempo de financiamento considerados os melhores do mercado, somados à transparência nas relações de crédito, o BDMG tem agregado nos últimos anos, agilidade, parceria, diminuição da burocracia, tornando o crédito mais acessível, com uma equipe preparada para compreender o projeto e auxiliar cada cliente no que for preciso. O resultado são projetos tão diversos quanto essenciais para a economia do estado que incluem sonhos de micros e pequenos empresários até projetos de grande porte. A estratégia do BDMG é atender, com suas linhas de financiamento, a todos os segmentos do mercado. A gerente de divisão de produtos e inteligência competitiva do BDMG, Sarah Laine de Castro, destaca a
Fotos: Divulgação
ECOVEC recebeu apoio para implantação no BH-Tec
A agilidade nesse momento é um dos maiores atrativos como a aprovação, de cadastro em até duas horas” Sarah Laine de Castro
NOVO SOMMA: obras das prefeituras
VIVER Janeiro 18 - 2013
agilidade no momento de financiamento e consequente implantação de projetos. “O banco faz a análise de crédito, sem exigir nenhum relacionamento prévio para poder financiar, sem exigir qualquer tipo de reciprocidade ou valor agregado”, diz a gerente. A agilidade, nesse momento, é um dos maiores atrativos como a aprovação de cadastro em até duas horas e liberação de crédito em até dois dias. No caso de projetos maiores, que demandam financiamentos de grande porte, o BDMG conta com uma equipe de 30 consultores pronta para analisar o plano de negócios da empresa e ajudar no roteiro de solicitação, estudando a viabilidade do projeto, o preenchimento da documentação. Há, também, uma linha de crédito especial, o programa Novo Somma, para as prefeituras mineiras, que contam com recursos para a modernização dos municípios e a melhoria da qualidade de vida da população mineira. Segundo Sarah Laine, o BDMG desenvolveu uma expertise sem concorrentes no mercado, capaz de auxiliar no roteiro da solicitação do financiamento, com prazos de até 15 anos e carência de três anos, além de questões complexas como legislação e toda a documentação necessária. Desde 2003, já foram liberados pelo BDMG cerca de 770 milhões de reais para cerca de 400 municípios e oito milhões de mineiros. No caso das micro e pequenas empresas, que têm faturamento de até 10,5 milhões, o BDMG liberou 325 milhões de reais este ano e, para as médias e grandes empresas, 954 milhões de reais. Em 2012, o volume de liberação de linhas de financiamento deve chegar a 1,5 bilhão de reais. Uma das empresas que contou com 87
5 0 AN OS D O B D M G Pedro Vilela
ROBERTO BITTAR: parceria para criar produtos de inclusão social
o apoio do BDMG foi a Holcim, para o projeto de ampliação de sua fábrica que investirá, no total, cerca de 1,4 bilhão, sendo 250 milhões financiados pelo BDMG. Essa unidade, que produz cimento tipo portland, ampliará sua capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas de cimento por ano para 3,6 milhões de toneladas/ano. Para o gerente do Departamento de Negócios I do BDMG, Ronaldo Amaral de Santana, a obra contribui com o desenvolvimento econômico não só da região Central, mas de todo o estado. Projetos inovadores e sustentáveis também estão no foco do banco que criou, no ano passado, a linha Pró-Inovação, que financia projetos de desenvolvimento ou implantação de inovação de produtos e serviços. O valor financiável é de até 2 milhões de reais e, atualmente, já foram liberados 30 milhões para 50 companhias. A empresa de biotecnologia Ecovec 88
recebeu apoio de 500 mil reais para a implantação, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), de um centro de prestação de serviços de diagnóstico por biologia molecular. O centro fará análises da presença viral no mosquito Aedes Aegypti por meio da tecnologia batizada de MI-Dengue. Esse sistema usa uma espécie de armadilha para gerar dados de localização do mosquito, informando quais as áreas que devem ser priorizadas no controle do Aedes. O uso do MI-Dengue possibilitou a diversos municípios diminuir a incidência dos casos da doença e, há estudos que comprovam a redução de até 50% das ocorrências. Há também projetos únicos no mercado como a PPV Informática, do empresário Roberto Bittar, que nasceu em 2002 para criar soluções de ensino de música via tecnologia da informação. Passou, em 2007, a criar teclados sonoros para defi-
cientes, mas havia entraves para o projeto como a dificuldade em conquistar apoio financeiro, atrair indústrias para a produção em escola e comercializar os produtos diretamente para deficientes, sem intermediários. Em 2011, o BDMG entrou como parceiro do projeto e, a partir daí, Bittar pôde construir as matrizes para injeção e moldagem dos plásticos e borrachas, desenvolvendo softwares do microprocessador e os modelos das placas de circuito dos teclados. “Minas Gerais pode se tornar referência nacional e até mundial em produtos de tecnologia assistiva. Este seria o primeiro e fundamental passo para a inclusão social de fato, que viabilizaria o acesso à educação, ao lazer, ao mercado de produtos e serviços, ao emprego e renda e à comunicação das pessoas com deficiência”, ressalta Bittar. VIVER Janeiro 18 - 2013
BD MG
BÉ M ITA
DESENVOLVIMENTO
Quem acredita em quem produz, investe. Acreditar em Minas Gerais é um dos pontos altos da parceria entre a Itambé e o BDMG, o banco que há 50 anos rende benefícios a milhões de mineiros.
5 0 A N OS D O B D M G
O início
Banco é idealizado por JK para impulsionar a industrialização do estado e fecha 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos
ELIANA FONSECA E TEREZINHA MOREIRA
A
ideia nasceu bem antes da concretização da instituição. Foi em 1951, que o governador de Minas, Juscelino Kubitscheck, começou a idealizar o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) , ao desejar uma instituição estadual de investimento capaz de estimular a criação de indústrias de bens de consumo e produção. E também aproveitar a grande capacidade energética a ser criada em
Minas Gerais para a construção de hidrelétricas. Em 1962, com a fundação do BDMG, essa proposta foi muito além – foi decisiva para a evolução da economia mineira. Cinquenta anos depois de sua criação, o BDMG fechou 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos e o desejo de que o próximo cinquentenário seja de ousadia e criatividade, com competitividade, sempre no foco que sonhou JK e que integrou toda
a sua trajetória – o desenvolvimento da economia do estado. Para contar essa história, o presidente do BDMG, Matheus Cotta de Carvalho, lembra de programas essenciais como o de cafeicultura, que transformou Minas no maior produtor do país, o de desenvolvimento do cerrado, que foi modelo para a exploração racional do cerrado; e o Projeto Jaíba, concebido pelos governos estadual e federal
LINHA DO TEMPO 1962
1963
1964 Fotos: Divulgação
Fundação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Obregon de Carvalho foi o primeiro presidente
90
Criado o Departamento de Estudos e Planejamento para preparar estudos e capacitar o banco para a prestação de assistência financeira e técnicoempresarial
Em abril o economista Paulo Camilo de Oliveira Penna assume a presidência do BDMG e inicia as operações de crédito. O primeiro financiamento foi para a indústria de artefatos Hércules. No primeiro ano, o banco aprovou 30 operações de crédito e movimentou 2 milhões de dólares VIVER Janeiro 18 - 2013
Indústria sustentável. Este é o nosso compromisso.
O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável se constrói através da competitividade, da inovação e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo. É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador. É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que escolhemos para a nossa indústria.
Um investimento da indústria
5 0 AN OS D O B D M G no Norte de Minas e que implantou mais de 60 mil hectares irrigados, com intensa participação do BDMG, que apoiou os produtores e empresas rurais que investiram na região. Foi graças ao apoio do banco que se concretizaram importantes vetores da economia de Minas como a implantação dos polos automobilístico, siderúrgico e da indústria mecânica pesada e também para a modernização de vários outros setores como frigorífico, laticínios, têxtil, curtume, cimenteiro, químico, fertilizantes, refloresta-
1965
mento, celulose e moveleiro Matheus Cotta de Carvalho observa que, nesses últimos 50 anos, o BDMG foi importante em três aspectos fundamentais para impulsionar a economia. O primeiro foi no processo de industrialização da economia do estado, quando teve um papel primordial. “Naquela época, o sistema financeiro ainda era muito precário, não tinha condição de dar suporte ao desenvolvimento da indústria em Minas.” O segundo momento foi no desenvolvimento da agroindústria
1967
1968
É fundada a Associação dos Funcionários do BDMG, com 68 trabalhadores
Iniciado o Programa de Recuperação da Agroindústria Açucareira de Minas
1971
do estado, setor no qual o BDMG teve participação relevante, principalmente na expansão do cerrado como fronteira agrícola mineira e brasileira. Já no momento atual, segundo Carvalho, o BDMG renova o compromisso com a economia mineira e com setores produtivos do estado e também sua agenda de suporte ao desenvolvimento. “O BDMG mantém o seu compromisso e propósito de ser um instrumento propulsionador do desenvolvimento da economia mineira”, observa.
1972
1969
Firmada parceria com o BNDES e a UFMG para viabilizar a tecnologia de utilização do minério apatita, em Araxá, para produção de fertilizantes fosfatados
Fotos: Divulgação
Concluído o primeiro diagnóstico da economia mineira. O BDMG lidera a criação da Associação de Bancos de Desenvolvimento
1974
O BDMG apoia a criação do Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa
Inaugurados o Palácio das Artes e a rodoviária de Belo Horizonte, obras que tiveram financiamento do BDMG 92
1975 O BDMG financiou 50% dos 44 projetos do Proálcool implantados em Minas
Inaugurada a sede do BDMG em Belo Horizonte VIVER Janeiro 18 - 2013
5 0 AN OS D O B D M G
1976 Instituído o Plano de Modernização Gerencial, com estrutura funcional
1987
1977
1978
1979
Banco financia expansão das linhas de transmissão da Cemig para a usina de São Simão e projetos das usinas de Emborcação e Nova Ponte. Participa da constituição da Açominas
Por meio de programas especiais, o BDMG estimula e financia a agricultura de cerrado, incorporando milhares de hectares ao agronegócio mineiro
Financia a implantação da Brasmag em Bocaiúva, a única produtora de magnésio metálico e suas ligas no Hemisfério Sul. Banco amplia área de atuação e financia cerca de 50 projetos de hotéis
1988
1981 BDMG investe na RMBH ao financiar obras de infraestrutura como o viaduto da Lagoinha, trincheira da praça da Cemig e a execução da via Leste-Oeste
1989
BDMG apoia obras em 350 municípios mineiros
Por meio do BDMG Cultural, participa da restauração do santuário do Caraça
Criado o BDMG Cultural. Financiamento do Projeto Jaíba
1998
1990
Lançado o documento Economia Mineira – 1989: diagnósticos e perspectivas
1999
Criação do projeto Raio de Luz para formar crianças e adolescentes. Fundado o Instituto de Cidadania dos Funcionários do BDMG
2001 Criado o projeto Novo Somma para a modernização dos municípios mineiros. Lançado o Prêmio BDMG Instrumental, pelo BDMG Cutural, pioneiro do gênero
Realização do 1º seminário Geraminas 94
VIVER Janeiro 18 - 2013
1982 Fotos: Divulgação
1983
1984
Inaugurado edifício anexo do BDMG em BH
Coordena o IPO da Cia. Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira
Banco assina convênio com a SLU
1992
Banco estimula e financia a mineirização da Fiat. Fornecedores mineiros da empresa italiana saltam de 25% para 75% em uma década. Criado o Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico com ênfase em tecnologia da informação
VIVER Janeiro 18 - 2013
2003
2005
Instituída a linha de crédito Fundese Estrada Real
Criação de programa especial para a modernização do setor de laticínios
2006 Investimento na nova planta industrial da Itambé
1993
1997
Implantação do programa de qualidade em desenvolvimento para aplicação da metodologia de gestão pela qualidade total nas ações do BDMG
Ampliação do apoio a pequenas e microempresas. Início das transmissões do Jornal BDMG, pela Rede Minas
2008
2009
Governança corporativa com base na transparência, equidade, responsabilidade corporativa e prestação de contas. Convênio com o BID para aplicação de recursos no Programa de identificação de Projetos para o Desenvolvimento Sustentável de MG
Patrimônio do BDMG supera R$ 1 bilhão. Pela primeira vez em sua história, o valor de recursos liberados ultrapassa esse montante
95
5 0 A N OS D O B D M G
As mudanças Lembranças de quem participou da construção da bem-sucedida história do banco em Minas ANA ELIZABETH DINIZ
O
BDMG tem muita história para contar ao longo desse tempo em que o país e Minas atravessaram por momentos políticos e econômicos desafiadores. Para contar um pouco disso, a Viver Brasil convidou o economista Paulo Paiva, presidente do conselho de administração do BDMG, professor da Fundação Dom Cabral e ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC. Paiva volta no tempo ao lembrar que o Brasil tem um modelo de economia muito peculiar que começou no pós-guerra como forma de apoiar o processo de industrialização. “Havia escassez de capital. Foi quando o governo criou um instrumento de financiamento implantado em vários estados. Quem pensou esse modelo foi Juscelino Kubitscheck, mas o governador Magalhães Pinto, quem instituiu, em 1962, o banco. Era mais um sonho de JK se tornando realidade.” Fundado como autarquia e, posteriormente, transformado em empresa pública, “o BDMG esteve presente nas principais iniciativas de crescimento da economia mineira, ao longo dos últimos 50 anos. Esse modelo foi criado como braço financeiro do governo para estimular a industrialização no estado, participando de projetos de consolidação do setor siderúrgico, na implantação da indústria automobilística, no desenvolvimento do cerrado e de irrigação no Jaíba, entre tantos outros”, diz Paiva. 98
Daniel de Cerqueira
Quando o processo de industrialização esgotou, o BDMG se reinventou, criou novas fórmulas de apoiar a economia” Paulo Paiva
Como banco de fomento, a instituição teve que se adaptar às demandas. “Quando o processo de industrialização esgotou, o BDMG se reinventou, criou novas fórmulas de apoiar a economia, como o programa Novo Somma, que contempla projetos de disposição adequada de resíduos sólidos nos municípios e o apoio às micro, pequenas e médias empresas.” Essa capacidade de se moldar aos novos tempos é uma moeda de dois lados, avalia Paiva. “Mostra a ousadia do banco de se reinventar a cada momento e a prudência bancária, o cuidado com sua operacionalidade.” Recentemente, o BDMG recebeu autorização para participar como acionista da fábrica de semicondutores (chips) do Hemisfério Sul, que será implantada em Ribeirão das Neves, e da BiommTechnology, que terá fábrica de insulina em Nova Lima, com investimento de 330 milhões de reais, sendo que o banco participará com 85 milhões. “O BDMG tem participado dos fundos de inovação, nova forma de apoio à economia e ao crédito às indústrias”, pontua Paiva. Muda a economia, o país e as demandas das empresas. O banco tem hoje o seu foco de investimento atrelado à sustentabilidade. “Há 50 anos, a linha de desenvolvimento do banco era sinônimo de crescimento industrial. Hoje, apenas isso não é suficiente. Apoiar o desenvolvimento significa ajudar a manter o crescimento com sustentabilidade.” VIVER Janeiro 18 - 2013
Eduardo Fernandez
Conversando com ela: o turista – Olá, dona Dilma: feliz 2013, para a senhora, para o Brasil e para o mundo! – Obrigada, Eduardo. Para você também! Você não passou esse número de telefone para ninguém, não é? – Passei não; descobri o número por acaso, tenho a honra de falar direto com a senhora, como estragar essa chance? Muitos até já me ofereceram dinheiro em troca desse número, mas não vendo, não dou nem empresto! – E aí, você passou bem o ano? – Passei sim, embora um pouco envergonhado. – O que houve? – É que recebi em minha casa um turista norueguês. Arquiteto, ele ficou encantado com a arquitetura de Brasília, mas não conseguiu subir na torre de TV digital, uma das mais novas atrações turísticas da cidade. – Mas por quê? – Fomos lá numa quarta-feira, descobrimos que ela só abre nos fins de semana. Voltamos no sábado, mas só pode entrar quem chegar antes das 15h30! Veja só, dona Dilma, a torre fecha antes do pôr do sol, outra grande atração da nossa capital!
Adorou a catedral. Depois, ficou frustrado: queria fazer outros passeios e não conseguimos achar um mapa com as linhas de ônibus da cidade – Mas, e eu com isso? – A senhora poderia dar um puxãozinho de orelha no governador; afinal, deveria ser possível apreciar de lá o pôr do sol, reconhecidamente um dos mais lindos do mundo! O meu amigo saiu decepcionado. – Vou ver o que posso fazer. – Depois, ele queria retirar dinheiro em um caixa eletrônico, mas quase tivemos que ir ao aeroporto, VIVER Janeiro 18 - 2013
pois caixa nenhum permitia saque com cartão emitido no estrangeiro. Acabamos encontrando um, mas foi difícil! – Sim, mas ele gostou da cidade, não é? Ficou de voltar? – Prometeu não. Eu fiquei com vergonha também porque, pertinho do Palácio do Planalto, havia um montão de lixo na rua! Foi chato. Ele não falou nada, mas pela cara dele.... Aí, passamos ao lado do novo estádio. Quando soube que a capacidade dele será de cerca de 60 mil pessoas ele ficou chocado! – Por quê? – É que ele já sabia que a média de público no Brasileirão é de 12 mil! Fiquei sem saber o que dizer quando ele perguntou como seria usado o estádio posteriormente! Eu até disse que não era um estádio, e sim uma arena, que poderia ser utilizada para shows, encontros religiosos e outros eventos. Pois ele insistiu em que não conseguia entender a diferença entre estádio e arena... Danado, esse turista! – Mas, afinal, ele gostou ou não da cidade? – Adorou a catedral. Depois, ficou frustrado: queria fazer outros passeios e não conseguimos achar um mapa com as linhas de ônibus da cidade! – Mas, afinal, eu não sou governadora do DF; isso deveria ser visto pelo governador! – Mas um puxãozinho de orelha da senhora faria uma boa diferença, hem?!?!? – Mas eu não posso me meter em assuntos internos de cada estado, ou do DF! – Mas se, para garantir as vendas de automóveis, a senhora pode dar isenção de impostos, reduzindo as receitas dos estados, por que não pode dar um telefonemazinho, cobrando maiores providências? – Mas, Eduardo, ninguém fala assim comigo! – Mais uma razão para a gente continuar a manter contato, não? A senhora não vai mudar o número do telefone só por isso, vai? – Não, não vou; pode voltar a ligar. Valeu. Até mais.
Eduardo Fernandez Silva, consultor 99
ES PEC IAL P R E VI SÃO
OS REGENTES DE
O QUE DIZEM OS BÚZIOS, A NUMEROLOGIA, A ASTROLOGIA, O I CHING E O HORÓSCOPO CHINÊS SOBRE O ANO QUE COMEÇA ANA ELIZABETH DINIZ
T
odo início de ano é a mesma coisa. As pessoas fazem planos, promessas, tentam se convencer de que tudo será diferente. Quando vêm, o ano já acabou e nada mudou. Em vez de alicerçarem o futuro em cima do presente, elas se agarram a conjecturas, em pacotes prontos que prometem milagres. “Lidamos com a vida de maneira alienada, pensamos que o tempo da história é o desdobramento de decisões, agregações, vontades, atos, repetição de hábitos, construídos pelas decisões individuais e coletivas. No entanto, a temporalidade da existência é elástica, somos passado, presente e futuro. Temos sempre essas referências que funcionam como mola existencial que vai se reinventando. Através 100
das reelaborações do passado, criamos nosso futuro”, analisa Alexandre Marques Cabral, teólogo e professor de filosofia da religião da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Quase como autômato, o ser humano acredita que os ponteiros do relógio avançam impunemente, sem estabelecer vínculos com os tempos. “Todos os momentos da nossa vida têm relação entre si. Nós, ocidentais, vivemos alheios à experiência mais profunda do tempo, aquela em que a vida está sendo construída, o presente. Perdemos de vista o caráter autocriativo da existência e nesse sentido achamos que o futuro vem de fora como se não estivesse sendo plasmado no presente, por meio das referências que construímos”, VIVER Janeiro 18 - 2013
Este será um ano de valorização da família, das uniões, dos acordos” Aparecida Liberato
diz Alexandre Cabral. Sendo assim, focados no futuro como se ele fosse um evento dissociado, as pessoas “o rejeitam com maldições, fórmulas mágicas, rezas, oráculos, tentando driblar sua responsabilidade perante a construção da história”, emenda o teólogo. Para ele, não é preciso ser um grande médium para saber que o futuro é o desdobramento de nossas decisões presentes. “Em 2013, dois terços da humanidade continuará abaixo da linha da pobreza, a bancada evangélica, que usa a política para obter benefícios próprios, vai enriquecer cada vez mais. O fundamentalismo religioso no Brasil estará mais crescente, o número de mortes causadas por homofobia vai continuar aumentando e pelo quarto ano consecutivo, veremos os Estados Unidos e o México adotarem práticas religiosas cerceadoras da liberdade da expressão homoafetiva e sexual”, afirma Alexandre Cabral. Ainda tem mais: “Veremos o surgimento de novas técnicas para disseminação da corrupção. O que está vindo à tona é muito pequeno em relação à pandemia de ocorrências na história política nacional.” O teólogo, que não precisa de bola de cristal e nem de poderes paranormais para prever o futuro, vai tecendo uma longa lista de eventos vindouros. “Veremos a reedição de políticas a serviço dos interesses econômicos de grandes corporações que mandam no mundo, empresários bestificados pelo interesse econômico, a maquiagem do desenvolvimento cultural no Brasil. Continuaremos sofrendo na pele a experiência de pré-hecatombe ecológica movida por interesses econômicos, a subserviência dos países de minoria econômica àqueles que têm cadeira cativa na Organização das Nações Unidas (ONU),
crianças morrendo de fome pelo mundo afora. O Brasil vai continuar produzindo sobras alimentares que dariam para matar a fome do planeta inteiro.” Há quem se valha de outros recursos para buscar referências que possam delinear o futuro próximo. Para a astrologia chinesa, por exemplo, cada ano é regido por um animal que em 2013 será a serpente. O ano novo chinês terá início no dia 10 de fevereiro e vai terminar em 30 de janeiro de 2014. “A serpente é considerada enigmática e, sob sua influência, o novo ano será propício para buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, além de ser uma fase favorável para cultivar a reflexão e a observação cuidadosa. Será preciso ter metas definidas e agir com praticidade, mas de maneira planejada. Se as pessoas mantiverem o foco em seus objetivos e traçarem estratégias de ação, será mais fácil lidar com os imprevistos e surpresas de última hora que poderão surgir nesta fase”, explica Maristela Botelho, instrutora do Instituto Mineiro de Tai Chi e Cultura Oriental. Para ela, o novo ano também trará a possibilidade de alcançar o reconhecimento dos esforços, além de favorecer a pesquisa científica, o comércio, as finanças e as atividades relacionadas à arte, beleza, pensamento filosófico, religião e assuntos místicos. Um ano dado à reflexão, planejar e procurar respostas. “As pessoas estarão mais voltadas para planejar e ponderar sobre as matérias excedentes do que agir de imediato. O ano da serpente nunca foi tranquilo. Muitos desastres que se iniciaram no ano do dragão tendem a culminar no da serpente. Esses dois signos têm uma relação muito próxima e as calamidades dos anos
Divulgação
VIVER Janeiro 18 - 2013
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E S P E C IA L P R EVI SÃO da serpente resultam frequentemente dos excessos cometidos durante o reinado dos dragões”, diz Maristela. Os chineses têm essa proximidade e diálogo com os animais, vistos como sinalizadores da trajetória humana na Terra. “A sabedoria venerável da serpente será evidente em muitas facetas da nossa vida, particularmente aqueles que requerem decisões. Embora tudo possa ter um ar fresco e calmo à superfície, o ano da serpente é sempre imprevisível. A parte dianteira fresca da serpente esconde as maneiras profundas e misteriosas da sua natureza. Deve-se ter em conta que uma vez que a serpente se desenrola para atacar, ela move-se como relâmpago e nada pode ser mais repentino e devastador do que ela. Melhor olhar, ver onde pisa, pois a serpente não é misericordiosa”, avisa Maristela. Responsabilidade é a palavra-chave de 2013 que, segundo a numerologia é ano seis (a soma dos numerais de 2013). “Este será um ano de valorização da família, das uniões, dos acordos. A influência do número seis vai permitir que a justiça seja fortalecida, assim como a atenção e cuidado às pessoas. Vai haver tendência em se buscar um mundo mais harmonioso, depois de tantas instabilidades em 2012. Conversar, buscar apoio, fazer acordos, estabelecer uniões trabalho conjunto são as maneiras como o mundo poderá solucionar os enormes problemas que afetam a todos”, explica a numeróloga Aparecida Liberato. O ano novo, diz ela, trará 102
de volta o apreço pela valorização do lar, dos encontros em casa de amigos. As reuniões de comunidades em associações, clubes, templos religiosos, organizações que visam à busca do apoio mútuo. “A cor para 2013 é o azul royal, que traz a sensação de tranquilidade, harmonia, serenidade. Ela é relaxante e permite o diálogo, a sensibilidade, suaviza as tensões do dia a dia facilitando o equilíbrio e a sensatez. Como cor fria, traz quietude e confiança e está associada à responsabilidade, à beleza, ao céu, ao oceano, à água. Neste ano as artes vão florescer trazendo beleza e criatividade.” Yansã, orixá das tempestades não só as da natureza como também as internas, de cada ser humano, vai reinar em 2013. “Ela vai governar até setembro quando Ogum toma o domínio, lutando para que todos tenham os seus caminhos abertos”, prevê o babalorixá Geraldo Chamone. Para ele, o ano traz alguns elementos interessantes, como a numerologia de 2013 que é seis, número que representa Oxalá Guian, o Oxalá novo. “É um orixá da paz, mas que carrega espada para mostrar que defende os justos. Por Yansã ser tempestuosa, veremos as mulheres se sobressaindo em seus cargos, como por exemplo, a nossa presidente, que terá sucesso em seus propósitos. No geral, 2013 será um ano de grandes vitórias e conquistas”, afirma o babalorixá. Chamone diz não ver uma exigência espiritual
Pedro Vilela
O homem não impõe exigências nem condições prévias, mas procura soluções fáceis e rápidas” Sérgio Condé VIVER Janeiro 18 - 2013
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E S P E C IA L P R EVI SÃO
Não vi epidemias, mas precisaremos zelar bastante pelo nosso corpo físico Geraldo Chanome Pedro Vilela
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direcionada especificamente para 2013, mas seria bom que cada indivíduo se lembrasse do maior mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.Os búzios fazem algumas prospecções para o 2013. “Na economia, nos sairemos bem melhor do que o esperado. Na política, ainda haverá muitas transformações para melhor, principalmente para o Brasil. No campo da saúde será preciso um pouco mais de atenção dos governantes. Não vi epidemias, mas precisaremos zelar bastante pelo nosso corpo físico. Apesar das grandes agressões ao nosso planeta, os seres encarnados estão cada vez mais conscientes da necessidade da preservação dos reinos mineral, vegetal e animal para termos um mundo melhor. Vejo pequenos contratempos na agricultura, pois teremos muitas tempestades e mudanças climáticas”, finaliza Chamone. Saturno, o último planeta visível a olho nu no nosso sistema solar, é o regente de 2013. “Durante todo o ano estaremos revestidos de sua energia. Paciência, persistência, pragmatismo, determinação e trabalho são as palavras-chave para o próximo ano. Ele é o velho sábio, o mestre que nos ensina a caminhar pela a vida da melhor forma que pudermos. Saturno nos cobra tudo que negligenciamos e, às vezes, a duras penas”, ensina a astróloga Marilda Ferraresi. Essa será uma ótima oportunidade para estabelecer prioridades e concretizar.
“Aprenda a valorizar a experiência, a lidar com limites e obstáculos, ser econômico e organizado com seu dinheiro. Saturno premia por merecimento”, pontua a astróloga. Sérgio Condé jogou o I Ching para saber sobre a qualidade do tempo previsto para 2013 . O hexagrama sorteado foi o 11, a paz, cuja mensagem é “o pequeno parte, o grande se aproxima. Boa fortuna e sucesso”. No entanto, a primeira e segunda linhas mudam para o hexagrama 15, a modéstia. “A mensagem do I Ching não é apocalíptica, no sentido de anunciar um fim do mundo, pelo contrário, é favorável ao extremo, pois tanto o hexagrama 11 quanto o 15 estão entre os mais auspiciosos. Quando lemos o pequeno parte se refere à influência de homens inferiores e obscuros deixando seus lugares de poder. O grande se aproxima diz respeito a homens superiores e luminosos vindos para assumir seus lugares de poder”, analisa Condé. Ao fazer análise global do I Ching, ele pondera: “No âmbito humano representa época de harmonia social. Os poderosos se voltam para os humildes, enquanto esses se mostram amistosos em relação àqueles, terminando assim toda hostilidade. O princípio luminoso está no interior, no centro, em posição decisiva. O princípio da escuridão encontra-se do lado de fora. Assim, o princípio luminoso exerce poderosa influência, e o princípio obscuro submete-se. Desse modo ambos recebem o VIVER Janeiro 18 - 2013
Motivos para comemorar não faltam para o Grupo Recreio. Em 2012 fomos a concessionária que mais vendeu VW no Brasil. Comece 2013 com o pé direito, de preferência pisando no acelerador.
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