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A Inserção Das Tics Na Faculdade De Educação Da

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                A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA  UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐ MOÇAMBIQUE1          Resumo    Trata‐se  de  um  estudo  realizado  a  partir  do  Programa  de  Katia Denise Costa Berni  Pró‐Mobilidade Internacional, da CAPES‐ AULP entre Brasil ‐  Programa de Pós Graduação da Faculdade de  Moçambique.  Enfatiza‐se  o  diagnóstico  institucional  Educação da Universidade Federal de Pelotas  realizado sobre a utilização das mídias digitais na Faculdade  [email protected]  de  Educação  da  Universidade  Eduardo  Mondlane    (FACED/UEM)  em  Maputo,  Moçambique.  Objetiva‐se,    apresentar alguns relatos sobre a inserção das Tecnologias  Rosária Ilgenfritz Sperotto  Universidade Federal de Pelotas  de  Informação  e  Comunicação  em  situações  de  ensino  e  [email protected]  aprendizagem  na  UEM.  Como  procedimentos    metodológicos  utilizamos  entrevistas  semi‐estruturadas    com professores da UEM e representantes do Ministério da    Ciência  e  Tecnologia  de  Moçambique.  As  análises  indicam  desconhecimento  sobre  as  potencialidades  das  TIC  em  situações  de  ensino  e  de  aprendizagem  por  parte  dos  docentes  da  UEM;  implicando  na  pouca  utilização  destes  recursos.  Este  trabalho  subdivide‐se  em  quatro  partes:  Contextualizando  Moçambique  e  a  relação  com  a  Tecnologia  de  Informação,  TIC  na  Educação  Superior:  FACED‐UEM em Maputo, Considerações finais.    Palavras‐chave: Pró‐mobilidade; Moçambique; Tecnologia  de Informação e Comunicação, Aprendizagem, Educação.                                                                       1  Agência Financiadora: CAPES  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.1 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    CONTEXTUALIZANDO MOÇAMBIQUE E A RELAÇÃO COM A TECNOLOGIA DE  INFORMAÇÃO  O  uso  de  TIC  tem  sido  objeto  de  estudos  entre  professores  e  pesquisadores  e  instituições  educacionais  em  nível  nacional  e  internacional,  visando  aproximar  as  linguagens e potencialidades educativas provenientes das TIC, familiares aos alunos ditos  nativos digitais2 Prensky (2001).  Este  artigo  intenciona  mapear  alguns  aspectos  da  cultura  moçambicana  entreameada  pelas  TIC3,  em  relação  as  suas  aplicações  no  ensino  superior,  bem  como  sinalizar alguns aspectos de sua articulação no contexto de Moçambique direcionando o  foco para a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), situada em Maputo.  A  investigação  decorre  de  alguns  resultados  parciais  do  Programa  de  Pró‐ mobilidade  Internacional,  CAPES/AULP,  em  apoio  aos  países  de  língua  portuguesa  no  continente  Africano  e  Asiático.  Desta  forma,  A  Coordenação  de  Aperfeiçoamento  de  Pessoal  de  Nível  Superior  (CAPES)  e  a  Associação  das  Universidades  de  Língua  Portuguesa  (AULP)  aprovou  um  Programa  de  Pró‐mobilidade  Internacional  entre  a  Universidade  Federal  de  Pelotas  (FaE/UFPel)  e  a  Universidade  Eduardo  Mondlane  (FACED/UEM), tendo como prioridade estabelecer ações que direcionem a otimização da  inserção  das  Tecnologias  Educacionais  Digitais  (TED)  como  dispositivos  que  integrem  a  formação de professores e suas práticas nos cursos de Licenciatura da FACED/UEM.  Frente à demanda supracitada iniciou‐se o primeiro ano da missão de estudos e de  pesquisas através de mobilidade estudantil sanduíche em nível de graduação e doutorado  e estágio de docente sanduíche na FACED/UEM. O grupo composto por uma professora  orientadora  da  FaE/UFPel,  uma  aluna  do  Programa  de  Pós  Graduação  em  Educação  (PPGE)  FaE/UFPel,  doutorado  e  três  alunas  da  Faculdade  de  Jornalismo  da  UFPel.  Organizado  desta  forma  o  grupo  partiu  para  o  continente  Africano  permanecendo  em                                                               2   O  conceito  de  nativos  digitais,  não  segue  a  lógica  das  gerações  e  Prensky  (2001)  não  se  preocupa  em  definir idade e sim o perfil de crianças e jovens. São alunos que nasceram após utilizam regularmente o  SRS, usam equipamentos tecnológicos e a maioria conecta‐se a internet por Notebook, mas a tendência  à utilização dos dispositivos móveis.  3  Sempre que aparecer no texto Tecnologias de Informação e Comunicação, será indicada pela sigla TIC.  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.2 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    missão de estudos e de pesquisa por um período de três meses. Problematiza‐se o uso da  tecnologia na educação em específico na FACED/UEM.  Para  a  coleta  de  dados,  deste  trabalho,  realizou‐se  entrevistas  semiestruturadas  com professores da UEM e com representantes do Ministério das Ciências Tecnologia de  Moçambique,  o  material  foi  coletado  por  entrevista  semi  estruturadas  áudio  gravado  e  transcritos  com  depoimentos  dos  professores  da  UEM  e  dos  representantes  do  Ministério da Ciência e Tecnologia. A ênfase das entrevistas sobre os processos vividos,  seus entendimentos e motivações se solidificou em um excelente material de análise.  O grupo de estudantes após instalar‐se em Maputo, conhecer a UEM e planificar  ações  junto  aos  professores  coordenadores  do  projeto  Brasil‐Moçambique,  passaram  a  frequentar  aulas  e  a  realizar  o  estudo  que  visou  à  obtenção  dos  diagnósticos  sobre  o  currículo,  estruturas,  instalações  e  formação  docente  da  FACED/UEM.  Desta  forma  realiza‐se  entrevistas  com  os  chefes  de  departamento  desta  unidade  de  ensino.  Porém  com  o  desenvolvimento  do  trabalho,  percebeu‐se  a  necessidade  de  entrevistar  o  professor  responsável  pelo  Centro  de  Informática  da  Universidade  Eduardo  Mondlane  (CIUEM)  e  o  professor  que  ministra  aulas  sobre  o  uso  de  tecnologias  aplicadas  a  educação. Após estas entrevistas o grupo foi indicado a entrevistar dois representantes  do  governo  de  Moçambique.  Por  questões  éticas  os  entrevistados  serão  assim  identificados  professores  P1  e  P2,  os  representantes  do  governo  como  G1  e  G2.  As  entrevistas foram gravadas e transcritas pela pesquisadora.   Observou‐se  que  os  habitantes  desta  cidade  apresentam‐se  de  forma  analógica/digital.  Utiliza‐se  este  conceito  como  referência  a  um  povo  que  cultiva  suas  raízes, que a globalização invadiu o país, mas não atingiu a todos. Nas palavras de Couto4  (2001) um olhar sobre a exclusão digital do povo.    Não  é  verdade  que  nos  tenhamos  tornando  numa  aldeia  global.  O  facto  de  alguns  aborígenes  da  Austrália  possuírem  telemóvel  não  os  integra  no  espaço  onde se troca a modernidade. Eles apenas se converteram em consumidores de  tecnologia. São números de um universo chamado “mercado”. Em tudo o resto,  eles  vivem  fora  da  aldeia  global  pessoal.  Não  é  preciso  eleger  um  caso  tão                                                               4   Mia  Couto  escritor  moçambicano  nasceu  na  Beira  no  ano  de  1955,  e  em  2000  foi  eleito  membro  correspondente da Academia Brasileira de Letras.  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.3 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    extremo como o do australiano originário. Todos nós, os das periferias, vivemos  essa  mesma  condição  de  exclusão.  Quando  muito,  somos  “mercado”.  COUTO  (2001)    O  exemplo que  o  autor  utiliza,  em especifico  no  caso  de  Maputo,  pois  convivem  lado  a  lado  aqueles  que  têm  acesso  à  tecnologia  (consumidores  digitais),  os  que  dominam  os  dispositivos  e  os  que  desconhecem  completamente  seu  funcionamento,  Afirmações embasadas no Moçambique (2010).  O  país  de  Moçambique  está  localizado  no  continente  africano,  que  conforme  dados do III Recenseamento Moçambique (2010), possuía 20.229.311 habitantes, e ocupa  uma  extensão  territorial  de  801.590  Km².  Sendo  considerada  a  mais  populosa  colônia  portuguesa da África. A agricultura é à base da economia. Mais de 70% da população vive  em  áreas  rurais,  dedicando‐se  principalmente  à  agricultura,  silvicultura  e  pesca,  Brito  (2010). Conforme Moçambique (2010) pode‐se considerar que é um país jovem, pois mais  que 50% da população na faixa etária de 6‐24 anos. As estatísticas da educação revelam  que  a  população  na  sua  maioria  é  do  sexo  feminino,  porém,  é  a  maioria  masculina  que  conclui  o  ensino  superior,  chegando  a  0,14%  de  sua  totalidade,  enquanto  que  0,04%  são  femininas, Moçambique (2010 p.43).  As  estatísticas  indicam  que  alunos  do  sexo  masculino  ocupam  3,5  vezes  mais  matrículas  no  ensino  superior.  Porém  para  entender  um  pouco  do  sistema  educacional  moçambicano,  embora  que  em  uma  análise  superficial, pois  não  é  o  foco  deste  estudo,  mas  apontar  alguns  elementos  que  se  atribui  serem  importantes  e  observados,  para  a  compreensão dos índices educacionais.  A língua oficial é o português, mas o censo realizado em 2007 e publicado em 2010,  lista  mais  seis  línguas  maternas  que  são  eles:  emakhuwa,  xichangana,  elomwe,  cisena,  echuwabo  e  entre  outras  línguas  moçambicanas,  nas  mais  diversas  províncias.  Em  Maputo  fala‐se  portugês  e  o  dialeto  mais  popular  é  o  xichangana.  Para  Couto  (2012)  o  qual  diz  “Neste  momento  deve  ter  entre  40%  da  população  fala  português  na  capital,  quando o país se emancipou 90% da população era analfabeta. Em Moçambique tem mais  de  25  dialetos,  é  um  país  de  oralidade”,  a  separação  da  colônia  de  Portugal  ocorreu  no  ano  de  1975,  a  recente  emancipação,  o  número  de  dialetos entre outros  problemas  são  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.4 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    fatores  que  ajudam  a  esclarecer  o  porquê  dos  20.229.311  habitantes  somente  5.095.636  (25%) frequentam ou frequentaram a instituição escolar. Com estes índices na educação  básica justificam os 0,18% que concluem o ensino superior.  Ao  buscar  indicadores  para  compreensão  do  uso  da  Tecnologia  da  Informação  (TI)5,  alguns  identificadores  mostram  que  ocorreu  um  acréscimo  no  consumo.  Porém  mesmo em crescimento muitos alunos não tem acesso aos dispositivos tecnológicos, na  educação básica e no ensino secundário. No ensino superior já existem algumas  políticas  que beneficiam os alunos e aproximam das TIC.  Outros  índices  sobre  a  TI,  1,29%  declaram  ter  computador  em  casa,  e  0,72%  assumem  ter  acesso  à  internet,  Moçambique  (2010  p.119).  Porém  dados  mais  atuais  conforme o Mozambique Profile Latest data available (2013) revelam que a quantidade do  uso  de  computadores  em  sete  anos  passou  de  1,29%  para  5,9%,  representando  um  aumento de mais que 400%.  Estatística sobre o uso de computadores e internet  Indicativos  As famílias com um computador  Domicílios com acesso à Internet em casa  Os indivíduos que usam a Internet    Percentual (%)  5,9  4,6  4,8   Fonte: Internacional Telecommunication Union (2013)      Estatística de como acesso à internet  Disposição de internet  por 100 habitantes  Telefonia fixa  0,3  Móveis‐celulares  50,3  Telefone Fixo (com fio) em banda larga  0,1  Banda larga móvel por 100 habitantes  1,8   Fonte: Internacional Telecommunication Union (2013)    A  tabela  demonstra  que  o  acesso  para  mais  da  metade  dos  usuários  é  realizado  pelo celular, caracterizando‐se como cultura mobile segundo Castro (2014) “refere‐se às  sociabilidades presentes entre os usuários de dispositivos móveis”.                                                                 5   Tecnologia da informação (TI) é uma área que utiliza a computação como um meio  para produzir, transmitir, armazenar, aceder e usar diversas informações.  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.5 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR FACED‐UEM EM MAPUTO  Dentre as atividades e estudos realizados em Maputo6, uma estava relacionada ao  frequentar a disciplina de TIC na educação na FACED/UEM, neste espaço a pesquisadora  conviveu com alunos do mestrado, o qual alguns são professores na educação básica, e a  cada aula suas exposições sobre a realidade e as inúmeras dificuldades referentes ao uso  de TIC encantava e aproximavam a estudante da realidade.                Cidade de Maputo/ Moçambique   http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo, acesso em 31 de março de 2014.    A  referida  disciplina  abordou  temas  que  envolveram  educação  e  as  TIC,  cujo  objetivo  era  problematizar  os  dispositivos  tecnológicos  aplicados  à  educação,  demostrando  aos  alunos  possibilidades  de  uso  no  processo  de  ensino  e  aprendizagem  nas escolas desde a educação básica até o ensino superior.  A  escola,  de  certa  forma  é  afetada  pelas  mídias  digitais,  que  mudaram  a  comunicação,  as  relações,  encurtou  o  tempo  e  o  espaço.  Cada  vez  mais  rápidas,  acessíveis e com potencial para transferir, armazenar e ou compartilhar quantidades de  informações, Agamben (2009).  Com o avanço das TIC, as instituições de ensino tendem a deixaram de ser apenas  físicas  e  passaram  também  a  ser  virtuais  de  acordo  com  Sibilia  (2012).  E  os  serviços  são                                                               6   Maputo‐  é  a  capital  e  a  maior  cidade  de Moçambique.  É  também  o  principal  centro financeiro,  corporativo e mercantil do país. Localiza‐se na margem ocidental da Baía de Maputo, no extremo sul do  país, perto da fronteira com a África do Sul e, da fronteira com a Suazilândia e, por conseguinte, da tripla  fronteira dos três países. Até 13 de março de 1976 a cidade era denominada "Lourenço Marques".   X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.6 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    disponibilizados por acessos através de computadores e/ou dispositivos móveis (tablets e  smartphones).  Nos países desenvolvidos, a TI está cada vez mais imersa na educação. Este avanço  tecnológico atual influi diretamente nas relações que se estabelecem na sociedade. Para  Agambem  (2009)  o  homem  contemporâneo,  é  aquele  que  vive  a  frente  do  seu  tempo,  que  tem  uma  aproximidade  e  um  distânciamento  dos  acontecimentos  atuais,  é  um  homem que não se contenta com as situações é uma mente inquieta. Conforme citação  abaixo:  A  contemporaneidade,  portanto,  é  uma  singular  relação  com  o  próprio  tempo  que  adere  a  este  e  ao  tempo  dele  toma  distância,  mais  precisamente, essa é a relação com o tempo que a este adere através de  uma dissociação e um anacronismo. (AGAMBEN, 2009)    Para  homens  contemporâneos,  criadores  das  ferramentas  que  impulsionam  o  mundo,  é  possível  afirmar  que  muitas  sociedades  evoluíram  em  decorrência  destas,  adaptando‐se  e  utilizando‐as  como  instrumento  facilitador  das  tarefas  cotidianas.  Pode  ser  que  em  Moçambique  o  desenvolvimento  econômico  não  tenha  uma  velocidade  constante e crescente, possui uma história de independência recente década de 70, e a  população sofre com conflitos internos de disputa de poder entre os partidos políticos.  Em  Maputo,  percebe  um  tempo  diferente,  embora  uma  cidade  com  quase  1.000.000  habitantes  de  acordo  com  Moçambique  (2010),  na  percepção  desta  autora,  a  vida  não  apresenta  a  velocidade  de  uma  cidade  grande,  desenvolvida,  tomando  como  referência as cidades do Brasil com a mesma média de habitantes. Não se quer comparar,  mas descrever aos leitores deste artigo, a cidade sob as lentes curiosa de pesquisadora,  que  permaneceu  imersa  três  meses  naquela  comunidade,  viveu  diferentes  situações,  e  enquanto  o  mundo  conecta‐se,  Maputo  ‐  Moçambique  utiliza  as  Safety  Management  System  (SMS)  mensagens  de  celulares.  Em  entrevista  realizada  pela  autora,  Couto,  um  moçambicano  de  origem  portuguesa,  relata  sua  percepção  sobre  o  uso  de  tecnologia  pelo povo moçambicano descrito abaixo:    Então,  hoje  as  pessoas  usam  o  celular  como  se  fosse  uma  espécie  de  prolongamento do tambor, um tambor antigo que fazia convocatória pra  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.7 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    tribo  do  lado,  a  SMS  ficou  estilo  uma  internet  popular,  que  criam  seus  laços  e  vinculações  a  outras  pessoas,  no  ponto  de  vista  social,  são  as  cidades que afastam as pessoas. [...] a tecnologia deve ser pensada como  uma coisa que temos que escravizar, isso vai ser um escravo, e temos que  saber, por exemplo, tem um menino que acha que conhece Moçambique  porque tem acesso ao GPS, o mundo é amplo, e ele nunca viu esse outro  lado.  Digamos que a tecnologia emagreceu o tempo. (COUTO, 2013)    A partir das palavras de Couto, que nos remete ao pensamento do uso das mídias  digitas  a  nosso  favor,  como  nossos  escravos,  auxiliando  na  comunicação  diária  e  encurtando distâncias. Na educação não é diferente, as informações emagrecem o tempo  de explanação de conteúdos pelos professores e potencializam o ensino e aprendizagem.   Desta  forma  enfrenta  mudanças  constantes,  ontem  eram  simplesmente  os  editores de texto, as planilhas eletrônicas e alguns outros raros softwares7. Atualmente  os  softwares  contemplam  a  educação,  alguns  são  produzidos  e  pensados  com  foco  educacional.  Segundo  Zippin  (2001)  “...surge  à  necessidade  de  repensar  à  prática  na  escola”,  promover  situações  de  aprendizados  que  desenvolvam  habilidades  e  competências  específicas  perpassando  pelo  uso  da  tecnologia,  preparando  assim  os  alunos para a vida.    A educação faz parte deste tecido social e sua participação no contexto  da  sociedade  é  de  grande  relevância,  não  só  pela  formação  dos  indivíduos  que  atuam  nesta  sociedade,  mas,  e  principalmente,  pelo  potencial criativo que ao homem está destinado no seu próprio processo  de desenvolvimento. (ZIPPIN, 2001).    No contexto moçambicano em especial em Maputo, ainda quem tenha acesso às  novas tecnologias, no relatório sobre o uso das TIC em Moçambique, fica expresso que  para  avançar  nestas  questões  no  país  torna‐se  necessário  planejamento  e  ações  específicas que na área educacional.  Percebe‐se que ocorrem dificuldades de implantação das TIC na universidade, para  a solidificação do uso das tecnologias, existe à necessidade de um olhar do governo para                                                               7  Conceitos de Software ‐ Conjugado de algoritmos, fornecidas ao hardware para a execução de  procedimentos que buscam de tarefas no processamento de dados.  7   X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.8 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    políticas  públicas  que  contemplem  a  infraestrutura  básica  para  uma  logística  entre  ensino, pesquisa e aprendizagem.  Uma  das  bases  para  o  desenvolvimento  da  educação  está  em  proporcionar  a  população acesso à telecomunicação de qualidade, e com preços acessíveis ao bolso do  trabalhador.  As políticas públicas do governo de Moçambique chamada de planos para a  inserção tecnológica devem contemplar a qualidade e velocidade da internet e o domínio  de equipamentos tecnológicos.  Aqui se aborda duas vertentes, o acesso livre e a capacitação para o uso das TIC  como  ajuda  nas  tarefas  cotidianas  para  a  educação.  Em  entrevista  para  o  Projeto  Tecnologia na Educação ‐ TEDUCA8 G1 relata sobre o uso das TIC e políticas do governo  para atenuar o fosso digital.     O  Ministério  de  Ciência  e  Tecnologia  junto  como  Ministério  da  Educação  desenhou  o  currículo  escolar  para  os  três  últimos  anos  para  o  acesso  das  tecnologias, pois era importante que os alunos tivessem acesso, mas ainda  não adianta ter a escola e não ter em casa. Nas zonas rurais o governo além  de  acordo  com  as  empresas  de  telecomunicação  para  internet  para  as  escolas  e  nos  Centros  de  Multimídias  Comunitária  (CMC),  tem  internet,  rádio,  TV,  computadores,  cursos  de  informática,  tudo  gratuito  para  a  comunidade.    É  um  lugar  onde  as  pessoas  podem  enviar  e‐mail,  participar  de  rádio,  ver  TV,  e  tudo  mais  que  desejar  realizar  neste  espaço.  (G1,  novembro de 2013).     Percebe‐se  no  relato  acima  que  a  preocupação  do  governo  de  Moçambique  em  implantar  política  de  acesso  à  tecnologia  desde  o  ano  de  1998  ainda  permanece,  como  exemplo cita‐se o acesso à internet com uma conexão mais rápida e de qualidade, uma  conexão  demorada  acaba  por  desmotivar  o  processo  de  transição  do  analógico  para  o  digital. Assim muitas pessoas preferem o uso de papel. Para G1 existe a necessidade de  criar leis que apoiem e validem documentos tramitados pela internet, acredita que é um  grande passo que o país dará rumo à informatização e ao uso das TIC.  Sobre a política governamental para a educação G1 diz:                                                                8  Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente  Internacional – Pró‐Mobilidade Internacional (Capes/AULP) Edital Capes nº 33/2012  8   X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.9 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto      A  colocação  da  internet  nas  escolas  é  quase  exclusividade  do  governo,  ele  que  procura  as  instituições  para  programar  um  sistema  chamado  MORONET um programa do governo (que se preocupa com professores  e  estudante  tendo  acesso  à  pesquisa).  As  universidades  recebem  laboratórios  tanto  para  as  públicas  e  privadas.  O  primeiro  centro  que  introduziu  a  informática  nas  universidades  foi  na  UEM  o  CIUEM,  e  o  idealizador  deste  trabalho  (professor  da  UEM)  depois  foi  o  primeiro  Ministro  das  Ciências  e  Tecnologias  de  Moçambique.  (G1,  novembro  de  2013).    Os alunos chegam ao ensino superior sem conhecer o mínimo sobre informática,  não  sabem  mandar  e‐mails  e  nem  utilizar  computadores  para  seus  auxiliar  em  seus  estudos conforme relata G1.  Mesmo que o país possua acordo com os bancos para políticas de financiamentos  para aquisição de computadores para alunos universitários, e política de Wi‐Fi livre na –  UEM, estas são vistas como o início da inclusão e diminuição do fosso digital.    [...] porém há escolas aqui em Maputo que não conseguem que seus alunos  aprendam,  ele  tem  que  fazer  e  apreender  paralelamente,  quando  eu  era  Reitor  tive  que  criar  um  curso  somente  para  os  meus  estudantes,  eu  tive  que  comprar  um  laboratório  para  dar  cursos  específicos  aos  alunos  para  que  eles  aprendessem  a  pesquisar,  fazer  seus  trabalhos  acadêmicos  para  que  todos  estivessem  falando  a  mesma  linguagem,  muitos  entravam  pela  primeira vez.(G1, novembro de 2013).     Em entrevista à autora P1, enfatiza que a falta de ambientes próprios para uso da  informática  na  escola  de  educação  básica,  assim  como  a  dificuldade  das  famílias  para  aquisição de equipamentos tecnológicos atuais como computadores, notebooks, tablets  entre outros, ocasiona desconhecimento por parte dos alunos que ingressam no ensino  superior  em  específico  na  UEM,  portanto  estes  têm  dificuldades  para  utilizar  as  TIC,  conforme citação abaixo:    [...] muitos vem do ensino secundário sem saber utilizar e‐mail e nem usar o  computador, uma das coisas que a gente faz nas primeiras aulas é ensinar  aos  estudantes  a abrir  e‐mail,  como  utilizar  o  e‐mail,  para facilitar a  nossa  vida  onde  um  e‐mail  da  turma  para  atingir  30  a  40  estudantes,  as  informações  são enviadas  aos  estudantes  por este  e‐mail da  turma, mas  é  um  pouco  difícil  de  trabalhar  desta  maneira  porque  os  estudantes  tem  o  password do e‐mail, então uns entram apanham as informações e apagam  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.10 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    outros  não  tem  acesso  isso  dificulta  um  pouco,  outra  coisa  que  eu  tenho  tentado  fazer  e  ter  um  sistema  de  gestão  de  aprendizagem  [...].  (P1,  dezembro de 2013).    Pensando em qualificar o ensino e avançar nas questões sobre as mídias digitais de  comunicação9 os professores idealizaram o CIUEM, no projeto buscou‐se atender a UEM  e  a  comunidade  em  geral,  justificada  pela  carência  de  recursos  humano  especializados.  Desta forma conforme relatos de G2 em 1994 cria‐se o plano de estratégia da inserção das  TIC  no  CIUEM  com  dois  grandes  parceiros  a  Electricidade  de  Moçambique  (EDM)10  e  a  Telecomunicações  de  Moçambique  (TDM)  (responsável  pela  telecomunicação  e  distribuição  de  internet  por  fibra  óptica),  sem  esses  dois  parceiros  o  projeto  não  teria  forças.   Assim  começa  a  desenhar‐se  a  inserção  da  TIC  na  UEM,  o  qual  se  pensou  em  atender quatro categorias que eram Ensino, Pesquisa, Extensão e Administrativo. Sendo  que  para  G2  onde  mais  se  avançou  no  uso  da  tecnologia  foi  à  área  administrativa.  Basicamente o CIUEM funcionava como o esquema abaixo:    Gráfico sobre a estrutura de funcionamento da CIUEM – Criação da autora                                                               9  Entende‐se por mídias digitais de comunicação, todas as formas de comunicação entre dispositivos  tecnológicos digitais interativos  10  Fornecedora de energia  10   X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.11 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    O gráfico acima explica como funcionava a organização do CIUEM, o qual além de  alimentar  dados  dentro  de  sistemas  da  UEM,  atuar  na  recuperação  tanto  em  Hardware  como  de  Software,  o  centro  atendia  clientes  nas  pessoas  físicas  e  jurídicas.  Esta  abrangência  de  ações  do  centro  demonstra  a  carência  de  serviços  na  área  tecnológica.  Outra atribuição do centro era o desafio de capacitar professores da UEM para o uso das  TIC.  E  para  P2  CIUEM,  sobre  as  TIC  no  ensino  superior  (em  específico  na  UEM)  e  as  capacitações para professores destaca que:    [...] reclamam da qualidade da internet, mas de uns anos para cá houve um  salto  na  largura  de  banda  de  20  megabits  por  segundo(MBps)  e  há  uns  3  anos  fez‐se  uma  atualização  para  155  MBps,  então  foi  um  salto  muito  grande. Então quando se faz um anúncio sobre uma formação grátis de uso  de blogs, wiki, apenas aparece uma meia dúzia de pessoas. (P2, novembro  de 2013).    Mesmo  com  dificuldades  de  acesso  a  computadores  em  laboratórios  de  informática,  existem  na  UEM,  através  do  CIUEM,  diretrizes,  estratégias  e  políticas  de  inserção  para  capacitação  em  TIC  para  docentes  com  o  objetivo  de  diminuir  o  fosso  digital, assim nas palavras de P2, tem havido pouca aderência no que tange a participação  em iniciativas de qualificação para o uso das TIC. Assim relata ao projeto TEDUCA:    Mas  a  realidade  é  essa,  há  um  nível  baixo  de  literacia  digital  dos  professores,  isso  pode  ser  estratificado  por  faixas  etárias,  sendo  os  mais  novos  nativos  digitais  ou  podem  até  não  serem  nativos  digitais,  mas  um  pouco mais sensíveis. Na realidade é que há vários argumentos, do tipo que  se  leva  mais  tempo  para  puder  usar  uma  plataforma  para  disseminar  o  ensino do que quando se usa o método antigo, fotocopia é mais fácil, mas o  que  eu  tenho  pensado  e  compartilhado  às  vezes  é  que  as  resistências  são  para não mostrar certas fragilidades, como a falta de actualização dos seus  conteúdos  educativos  durantes anos...  questão da  propriedade  intelectual  (quando  os  conteúdos  estão  em  plataformas  abertas),  "porque  vou  pôr  meus  conteúdos  se  alguém  pode  pegar  e  levar  para  outras  faculdades"  argumentam,  mas  eu  não  acredito  muito  que  seja  apenas  isso.  (P2,  novembro de 2013).    Existem  cursos  de  capacitações  para  professores,  mas  a  UEM  quando  avalia  (a  cada final de ano seus professores) não atribui nota para quem utiliza TIC, então não há  vantagens ao uso das TIC em suas aulas, comenta P1.    X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.12 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    Isso  é  relativo,  pois  porque  nós  fizemos  muito  esforço  para  os  professores  utilizarem  as  TIC,  oferecemos  vários  cursos,  mas  a  própria  UEM  apesar  de  ter  as  TIC  como  uma  ferramenta  importante  para  o  ensino e aprendizagem como plano estratégico e na visão da UEM não há  nada que obrigue os professores, então eles não usam, não muda nada  na  vida  do  professor  se  ele  não  utilizar,  um  exemplo  disso  é  o  instrumento  de  avaliação  do  recurso  humanos  que  avaliam  os  professores, no fim do ano, os professores, os estudantes e os chefes de  departamentos preenchem fichas de avaliação dos professores, que não  há nada que fale sobre o uso das TIC. (P1, dezembro de 2013).      Considerações finais  A  partir  das  entrevistas  com  os  representantes  do  governo,  responsáveis  por  projetos  que  visam  à  implantação  das  tecnologias  em  Moçambique,  pode‐se  compreender as dificuldades econômicas que inviabilizam as ações, para efetivar o uso da  tecnologia na UEM.  Para os educadores, como base nas entrevistas acima mencionadas, falta para os  professores  da  UEM  motivação  para  capacitar‐se  e  o  entendimento que  as  ferramentas  tecnológicas  podem  se  transformar  em  meios  para  construir  e  difundir  conhecimentos  sem com isso desumanizar o processo de ensino‐aprendizagem. As mídias sociais podem  também serem utilizadas para gerar conhecimento através de pesquisas.  Professores  pesquisadores  apontam  que  muitos  alunos  apresentam  dificuldades  em  utilizar  a  tecnologia  para  ampliar  seus  estudos.  Desta  forma  quando  ingressam  na  universidade  são  estimulados  ao  uso  das  mídias  digitais,  a  fim  de  realizar  pesquisas  e  aprimorar  seus  conhecimentos.  Porém  algumas  situações  são  problematizadas  pelos  professores  da  UEM,  e  assinaladas  como  dificuldade  de  administrar,  o  qual  se  trata  do  plágio, pois muitos alunos apenas copiam textos prontos da internet e não sabem a fonte  e não informam os direitos autorais.  Com o avanço da tecnologia se faz necessário equipar as instituições de ensino e  capacitar  professores  para  que  se  apropriem  das  diversas  possibilidades  existentes  nestes  dispositivos  tecnológicos  de  informação  e  comunicação.  Cabe  aos  professores  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.13 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    repensar  os  aspectos  teóricos  e  metodológicos  e  integrar  as  suas  práticas  essa  nova  forma de linguagem do aluno na sociedade.  Para  alinhar  conhecimentos  produzidos  entre  professores  e  alunos,  entende‐se  que  a  universidade  precisa  repensar  ações  que  contemple  o  movimento  do  mundo  conectado.  Busca‐se  entender  a  educação  atual,  trata‐se  quem  sabe  de  uma  quebra  do  paradigma tradicional, mas com base sólidas em teorias que sustentem o aprendizado e o  professor  entenda  como  utilizar  esses  recursos  e  descobrir  suas  potencialidades  pedagógicas.       Bibliografia  AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo e outros ensaios; tradutor Vinicius  Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009.  BRITO, Carlos Estrela. Educação a Distância (EaD) no Ensino Superior de Moçambique:  UAM – Tese (Doutorado Interdisciplinar em Engenharia e Gestão do Conhecimento) 2010,  246 f. Disponível em http://btd.egc.ufsc.br/wp‐ content/uploads/2011/04/Carlos_Estrela_Brito.pdf acesso em 17 de abril de 2014.  CASTRO, Rodrigo. Instagram: produção de imagens, cultura mobile e seus possíveis reflexos nas práticas  educativas. 2014. 140f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade  Federal de Pelotas, UFPEL, Pelotas, 2014.  COUTO,Mia. SCLIAR, Moacyr; SILVA, Alberto da Costa Pensando igual; Maputo, MZ:  Moçambique editora, 2001.  COUTO, Mia. Vídeo Escritor moçambicano vem ao Roda Viva falar sobre sua vida e obra.  Publicado em 13/11/2012. (6”16’) Disponível em  https://www.youtube.com/watch?v=6p5b3‐SV6JI acesso em 17 de abril de 2014. (31’36”)  MOÇAMBIQUE. III Recenseamento geral da população e habilitação. Maputo: Instituto  Nacional de Estatística, Junho de 2010.  PRENSKY, Marc. Digital Natives, Digital Immigrants. Disponível em: http://goo.gl/4oYb>  Acesso em: 5 Abril de 2013.  X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                    p.14 X Anped Sul A INSERÇÃO DAS TICS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE ‐  MOÇAMBIQUE   Katia Denise Costa Berni ‐ Rosária Ilgenfritz Sperotto    SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. 1.ed. Rio de Janeiro:  Contraponto, 2008.   Zippin, M. P. S. (2001). Educação Tecnológica: desafios e perspectivas. Impresso Iio Brasil.  http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo, acesso em 31 de março de 2014.  http://www.itu.int/ITU‐D/icteye/DisplayCountry.aspx?code=MOZ acesso em 25 de março  de 2014.  http://www.itu.int/net4/itu‐d/icteye/ acesso em 25 de março de 2014.  http://www.significados.com.br/tecnologia‐da‐informacao/ acesso em 03 de abril de 2014.  https://www.facebook.com/teducacapes acesso em 10 de abril de 2014.  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