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Sepse E Choque Séptico No Período Neonatal¹

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    July 2018
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SEPSE E CHOQUE SÉPTICO NO PERÍODO NEONATAL¹ SILVA, Mariana Moura da²; MORISSO, Tayane dos Santos³ REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Resumo A sepse neonatal e a síndrome da resposta inflamatória sistêmica, que antecede o choque séptico, se manifestam como um estado não específico, o que pode retardar o diagnóstico precoce do choque séptico, razão pela qual a mortalidade desta condição permanece elevada. Abordar a temática no contexto infantil torna ainda mais difícil o entendimento desta complexa rede. O presente estudo teve como objetivo descrever sepse e choque séptico neonatal bem como suas causas e estabelecer os parâmetros para o reconhecimento do quadro a partir da sintomatologia específica. Compreender e enfatizar o papel da enfermagem e da mãe na prevenção e tratamento. Para o delinear metodológico utilizou-se a pesquisa bibliográfica com a busca de dados atuais sobre a temática nos bancos de dados referentes à enfermagem. Conclui-se ao término desta que o choque séptico no recém-nascido diferencia-se de forma marcante do adulto, fazendo com que expressões técnicas de entendimento sobre tal diferenciação sejam mais trabalhadas pelos profissionais da saúde. Palavras-chave: Sepse; Choque; Sepse Neonatal; Choque Séptico, SIRS. Abstract The neonatal sepsis and systemic inflammatory response syndrome, which precedes the septic shock, manifested as a non-specific, which may delay the early diagnosis of septic shock, which is why the mortality of this condition remains high. Addressing the issue in the context child makes it even more difficult to understand this complex network. This study aimed to describe neonatal sepsis and septic shock as well as its causes and establish the parameters for the recognition of the frame from the specific symptoms. Understand and emphasize the role of nursing and mother in the prevention and treatment. To outline the methodology used to search literature with current data on the subject in the databases related to nursing. It was concluded at the end of the septic shock in the newborn 1 differs markedly to the adult, making the technical understanding of this distinction are over worked and by health professionals. Keywords: Sepsis; Shock; Neonatal Sepsis; Septic Shock; SIRS. __________________________________________________________________________ ¹Trabalho desenvolvido no Curso Técnico em Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. ²Apresentador. Técnica em Enfermagem. Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. ³Enfermeira.Técnica em Enfermagem. Orientadora do trabalho. making the technical understanding of this distinction are over worked and by health professionals. Keywords: Sepsis; Shock; Neonatal Sepsis; Septic Shock; SIRS. 1. INTRODUÇÃO As infecções fazem parte da história da civilização, porém com a criação de locais de atenção aos doentes, posteriormente denominados hospitais, os microrganismos encontraram um ambiente propício para a proliferação e grande facilidade de acesso aos indivíduos enfermos. A sepse caracteriza-se como uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção, a invasão de patógenos na corrente sanguínea, sendo estes geralmente bactérias, enquanto a sepse fungica é mais comum em pré-termos de muito baixo peso ou pré-termos extremos. Mesmo com todos os avanços tecnológicos e das condições de higiene e de desinfecção a sepse mantém-se com altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente infantil. Segundo Carvalho¹ et al (2010, p. 591) a sepse grave e sua evolução para choque séptico é a causa mais frequente de óbitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) brasileiras. Sendo por si uma patologia grave que envolve dificuldades de tratamento e na confirmação de um diagnóstico preciso e precoce, ocorrendo em um organismo ainda sem um sistema imunológico adequado e eficaz, oferece riscos ainda maiores. 2. OBJETIVO Descrever sepse e choque séptico neonatal bem como suas causas e estabelecer os parâmetros para o reconhecimento do quadro a partir da sintomatologia específica. Compreender e enfatizar o papel da enfermagem e da mãe na prevenção e tratamento. 2 3. METODOLOGIA Caracteriza-se como revisão bibliográfica temática e de atualização onde, a definição do tema, as questões de pesquisa, objetivos e sua implementação são atividades a serem desenvolvidas e estão concomitantemente ligadas ao trabalho cotidiano (Trentini² M; Paim² L, 1999). Para tal, foi realizado um levantamento bibliográfico em periódicos de Enfermagem, dispostos nos bancos de dados, bem como nos acervos da biblioteca do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA OU SIRS A Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS ou SIRS) é a resposta inflamatória sistêmica do sistema imunológico a uma infecção caracterizada pelo aumento da frequência cardíaca e respiratória, hipertermia (temperatura corporal acima de 37,2°C) ou hipotermia (temperatura corporal abaixo de 35,2°C). Este conceito de SIRS nem sempre se aplica dessa forma, existem outros fatores capazes de desencadear uma resposta inflamatória sem a ocorrência de infecção prévia. Segundo Brierley³ et al (2009, p 37) e Meadow4 W, Rudinsky4 B. (1995, p. 519) há diversos promotores da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) no período neonatal imediato, tais como: parto traumático, asfixia perinatal grave, erros inatos do metabolismo, procedimentos cirúrgicos, entre outras condições que também são responsáveis pela liberação de mediadores inflamatórios, e estes orquestrarão a cascata de eventos pró-inflamatórios, que culmina no choque séptico. A figura 1 apresentada abaixo representa a evolução da infecção prévia até seu estágio mais grave, choque séptico. Figura 1. Brilli5 RJ, Goldstein5 B. Pediatric sepsis definitions: past, present, and future. Pediatr Crit Care Med. 2005:6(3 Suppl):S6-8. 4.2 SEPSE NEONATAL 3 De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nascem em média 130 milhões de recém-nascidos anualmente e destes cerca de 4 milhões morrem, sendo a infecção a causa de 36% desses óbitos (Lawn6 JE, Cousens6 S, Zupan6 J, 2005, p. 891). Os altos índices de mortalidade em casos de sepse neonatal se deve muito a rápida evolução da doença somada à dificuldade de diagnóstico e manejo adequado. A percepção precoce dos sinais e sintomas através da observação principalmente pela que equipe de enfermagem que está 24h em contato com o neonato é a forma mais importante e eficaz de se realizar um diagnóstico preciso e precoce, devido ao fato de que a sepse ocorre como um estado inespecífico, onde os sinais e sintomas são comuns a outras condições. Os sinais e sintomas que chamam a atenção para a possibilidade de sepse e choque séptico se manifestam subitamente e evoluem rapidamente, os mais frequentemente achados são hipotermia ou hipertermia, desconforto respiratório, apnéias, letargia, icterícia, palidez, distensão abdominal, taquicardia ou bradicardia e perfusão periférica reduzida, sinais como nistagmo e coma indicam a extensão da sepse para o sistema nervoso central. A sepse neonatal pode ser classificada como precoce ou tardia, sendo precoce por ocorrer nos primeiros seis dias de vida podendo apresentar sinais no momento do parto ou nas primeiras 48hs de vida e tardia ocorrendo após a primeira semana de vida relacionando-se mais com um patógeno proveniente do próprio ambiente hospitalar. Definimos os fatores de risco para a sepse precoce como sendo: - sexo masculino: não há ainda estudos que comprovem o porquê, porém alguns artigos trazem a possibilidade de haver um fator genético ligado ao sexo que o tornara mais sensível a infecções; - prematuridade: a prematuridade se faz um fator de risco pela imaturidade do sistema imunológico que apresenta quimiotaxia lenta e também a própria pele, sendo mais permeável menos ácida facilitando a invasão de bactérias. - trabalho de parto prolongado: os repetidos exames de toque para verificar a dilatação facilitam a ascensão dos microrganismos para a cavidade uterina; - infecção urinária materna: infecções urinárias recorrentes causam um risco mais elevado de prematuridade e sepse, pois o microrganismo pode atingir o líquido amniótico e invadir o feto sendo as membranas íntegras ou não; Muitos desses fatores de risco podem ser minimizados com uma assistência pré-natal adequada, destaca-se a importância de orientar a gestante para comparecer nas consultas 4 e seguir os cuidados básicos necessários a uma boa evolução da gestação a fim de prevenir complicações e dificuldades intra e pós-parto. Os fatores de risco para a sepse tardia são diferenciados e dependem do manejo com o neonato, são eles: - ventilação mecânica prolongada; - contaminação de nutrição parenteral; - cateter venoso central; Quando há risco ou já uma suspeita de sepse no neonato são feitos exames laboratoriais de triagem, como hemograma, proteína C reativa, RX de tórax, exame de líquor completo, parcial de urina e cultura, devido ao tempo de espera para os resultados ser maior que o desejado ou possível de aguardar é necessário que se comece com antibióticoterapia empírica. Segundo Amorim7 M(2009) faixa etária e grau de desnutrição foram fatores de risco e de pior prognóstico nos quadros de sepse. Ressalta-se também a importância de prestar uma assistência não somente clínica e restrita ao paciente, mas também prestar suporte emocional aos familiares. A partir disto enfatizamos a importância da humanização na enfermagem. 4.3 CHOQUE SÉPTICO O choque séptico caracteriza-se por sepse grave somada a disfunção cardiovascular que se mantém apesar da infusão de volume, hipotensão, resistência vascular periférica bastante elevada e hipoperfusão das extremidades. O tempo é extremamente importante no tratamento do choque séptico, é necessário haver uma conduta previamente planejada de medidas a serem instituídas nos casos de choque séptico neonatal. O tratamento do choque séptico se dá com reposição volêmica de solução fisiológica ou Ringer Lactato, concentrado de hemácias conforme os níveis de hemoglobina, solução glicosada, respeitando os limites de infusão conforme a idade gestacional do neonato além do tratamento medicamentoso feito através de vasopressores e inotrópicos associados para restaurar a perfusão periférica. Os fármacos mais usados são Dopamina, Naxolona, Epinefrina, Dobutamina e Milrinona. 5. CONCLUSÃO Neste estudo constata-se que devido à rápida da evolução da patologia para choque séptico torna-se imprescindível o adequado preparo e treinamento dos profissionais responsáveis 5 pelo tratamento e cuidados com o neonato doente, bem como incentivar estudos e pesquisas de forma a tentar desenvolver uma série de medidas a serem tomadas o mais rápido possível quando constatados sinais de sepse e choque séptico. Algumas instituições hospitalares adotaram uma campanha chamada Sobrevivendo a Sepse desenvolvida pelo Instituo Latino Americano para Estudos da Sepse (ILAS) que visa criar indicadores de qualidade assistencial, dentro da adoção desta campanha há uma ficha de triagem a ser preenchida pelos profissionais da enfermagem e medicina identificando sintomatologia e a evolução da doença, o que é um ponto a ser estudado para adoção nas instituições hospitalares. O campo de pesquisa em neonatologia é vasto, porém os dados e fontes de pesquisa são menos abundantes em relação ao tratamento medicamentoso e manejo adequado com o neonato. REFERENCIAL 1. Carvalho RH, Vieira JF, Filho PPG, Ribas RM. Sepse, sepse grave e choque séptico: aspectos clínicos, epidemiológicos e prognósticos em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2010, 43(5): 591-593. 2. Trentini M, Paim L. Pesquisa em Enfermagem: uma modalidade convergente assistencial. 1ª ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1999. 3. Brierley J, Carcillo JA, Choong K, Cornell T, Decaen A, Deymann A et al. Clinical practice parameters for hemodynamic support of pediatric and neonatal septic shock: 2007 update from the American College Of Critical Care Medicine. Crit Care Med. 2009; 37(2): 666-88. Erratum in: Crit Care Med. 2009; 37(4):1536. Skache, Sara [corrected to Kache, Saraswati]; Irazusta, Jose [corrected to Irazuzta, Jose]. 4. Meadow W, Rudinsky B. Inflammatory mediators and neonatal sepsis. Rarely has so little been known by so many about so much. Clin Perinatol. 1995; 22(2): 519-36. 5. Brilli RJ, Goldstein B. Pediatric sepsis definitions: past, present, and future. Pediatr Crit Care Med. 2005:6(3 Suppl):S6-8. 6. Lawn JE, Cousens S, Zupan J. Lancent Neonatal Survival Steering Team. 4 million neonatal deaths: When? Where? Why Lancent. 2005:365(9462):891-900. 7. Amorim MS. Sepse. Pediatria, Hospital Regional da Asa Sul 2009. 6