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Xxii Congresso Pernambucano De Cardiologia

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www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 101, Nº 6, Supl. 3, Dezembro 2013 Resumo das Comunicações XXII CONGRESSO PERNAMBUCANO DE CARDIOLOGIA Recife - Pernambuco www.arquivosonline.com.br REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948 Diretor Científico Cardiologia Intervencionista Luiz Alberto Piva e Mattos Pedro A. Lemos Editor-Chefe Cardiologia Pediátrica/Congênitas Luiz Felipe P. Moreira Editores Associados Cardiologia Clínica José Augusto Barreto-Filho Cardiologia Cirúrgica Paulo Roberto B. Evora Antonio Augusto Lopes Arritmias/Marcapasso Mauricio Scanavacca Métodos Diagnósticos Não-Invasivos Carlos E. Rochitte Pesquisa Básica ou Experimental Leonardo A. M. Zornoff Epidemiologia/Estatística Lucia Campos Pellanda Hipertensão Arterial Paulo Cesar B. V. Jardim Ergometria, Exercício e Reabilitação Cardíaca Ricardo Stein Primeiro Editor (1948-1953) † Jairo Ramos Conselho Editorial Brasil Adib D. Jatene (SP) Alexandre A. C. Abizaid (SP) Alfredo José Mansur (SP) Álvaro Avezum (SP) Amanda G. M. R. Sousa (SP) André Labrunie (PR) Andrei Sposito (DF) Angelo A. V. de Paola (SP) Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antônio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP) Ari Timerman (SP) Armênio Costa Guimarães (BA) Ayrton Klier Péres (DF) Ayrton Pires Brandão (RJ) Barbara M. Ianni (SP) Beatriz Matsubara (SP) Braulio Luna Filho (SP) Brivaldo Markman Filho (PE) Bruce B. Duncan (RS) Bruno Caramelli (SP) Carisi A. Polanczyk (RS) Carlos Alberto Pastore (SP) Carlos Eduardo Negrão (SP) Carlos Eduardo Rochitte (SP) Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP) Charles Mady (SP) Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Cleonice Carvalho C. Mota (MG) Dalton Valentim Vassallo (ES) Décio Mion Jr (SP) Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Dikran Armaganijan (SP) Djair Brindeiro Filho (PE) Domingo M. Braile (SP) Edmar Atik (SP) Edson Stefanini (SP) Elias Knobel (SP) Eliudem Galvão Lima (ES) Emilio Hideyuki Moriguchi (RS) Enio Buffolo (SP) Eulógio E. Martinez Fº (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP) Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) Fábio Vilas-Boas (BA) Fernando A. P. Morcerf (RJ) Fernando Bacal (SP) Flávio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP) Francisco Laurindo (SP) Francisco Manes Albanesi Fº (RJ) Gilmar Reis (MG) Gilson Soares Feitosa (BA) Ínes Lessa (BA) Iran Castro (RS) Ivan G. Maia (RJ) Ivo Nesralla (RS) Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP) João Pimenta (SP) Jorge Ilha Guimarães (RS) Jorge Pinto Ribeiro (RS) José A. Marin-Neto (SP) José Antonio Franchini Ramires (SP) José Augusto Soares Barreto Filho (SE) José Carlos Nicolau (SP) José Geraldo de Castro Amino (RJ) José Lázaro de Andrade (SP) José Péricles Esteves (BA) José Teles Mendonça (SE) Leopoldo Soares Piegas (SP) Luís Eduardo Rohde (RS) Luiz A. Machado César (SP) Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) Lurildo Saraiva (PE) Marcelo C. Bertolami (SP) Marcia Melo Barbosa (MG) Marco Antônio Mota Gomes (AL) Marcus V. Bolívar Malachias (MG) Maria Cecilia Solimene (SP) Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC) Maurício I. Scanavacca (SP) Mauricio Wajngarten (SP) Max Grinberg (SP) Michel Batlouni (SP) Nabil Ghorayeb (SP) Nadine O. Clausell (RS) Nelson Souza e Silva (RJ) Orlando Campos Filho (SP) Otávio Rizzi Coelho (SP) Otoni Moreira Gomes (MG) Paulo A. Lotufo (SP) Paulo Cesar B. V. Jardim (GO) Paulo J. F. Tucci (SP) Paulo J. Moffa (SP) Paulo R. A. Caramori (RS) Paulo R. F. Rossi (PR) Paulo Roberto S. Brofman (PR) Paulo Zielinsky (RS) Protásio Lemos da Luz (SP) Renato A. K. Kalil (RS) Roberto A. Franken (SP) Roberto Bassan (RJ) Ronaldo da Rocha Loures Bueno (PR) Sandra da Silva Mattos (PE) Sergio Almeida de Oliveira (SP) Sérgio Emanuel Kaiser (RJ) Sergio G. Rassi (GO) Sérgio Salles Xavier (RJ) Sergio Timerman (SP) Silvia H. G. Lage (SP) Valmir Fontes (SP) Vera D. Aiello (SP) Walkiria S. Avila (SP) William Azem Chalela (SP) Wilson A. Oliveira Jr (PE) Wilson Mathias Jr (SP) Exterior Adelino F. Leite-Moreira (Portugal) Alan Maisel (Estados Unidos) Aldo P. Maggioni (Itália) Cândida Fonseca (Portugal) Fausto Pinto (Portugal) Hugo Grancelli (Argentina) James de Lemos (Estados Unidos) João A. Lima (Estados Unidos) John G. F. Cleland (Inglaterra) Maria Pilar Tornos (Espanha) Pedro Brugada (Bélgica) Peter A. McCullough (Estados Unidos) Peter Libby (Estados Unidos) Piero Anversa (Itália) Sociedade Brasileira de Cardiologia Presidente Jadelson Pinheiro de Andrade Editor do Jornal SBC Fábio Vilas-Boas Pinto Vice-Presidente Dalton Bertolim Précoma Coordenador do Conselho de Projeto Epidemiológico David de Pádua Brasil Presidente-Eleito Angelo Amato Vincenzo de Paola Coordenadores do Conselho de Ações Sociais Alvaro Avezum Junior Ari Timerman Diretor Administrativo Marcelo Souza Hadlich Diretora Financeira Eduardo Nagib Gaui Diretor de Relações Governamentais Daniel França Vasconcelos Coordenadora do Conselho de Novos Projetos Glaucia Maria Moraes Oliveira Coordenador do Conselho de Aplicação de Novas Tecnologias Washington Andrade Maciel Comitê de Relações Internacionais Antonio Felipe Simão João Vicente Vitola Oscar Pereira Dutra Presidentes das Estaduais e Regionais da SBC SBC/AL - Alfredo Aurelio Marinho Rosa SBC/AM - Jaime Giovany Arnez Maldonado SBC/BA - Augusto José Gonçalves de Almeida SBC/CE - Eduardo Arrais Rocha SBC/CO - Hernando Eduardo Nazzetta (GO) SBC/DF - Renault Mattos Ribeiro Junior Coordenador do Conselho de Inserção do Jovem Cardiologista Fernando Augusto Alves da Costa SBC/ES - Antonio Carlos Avanza Junior SBC/MA - Magda Luciene de Souza Carvalho Diretor de Qualidade Assistencial José Xavier de Melo Filho Coordenador do Conselho de Avaliação da Qualidade da Prática Clínica e Segurança do Paciente Evandro Tinoco Mesquita Diretor Científico Luiz Alberto Piva e Mattos Coordenador do Conselho de Normatizações e Diretrizes Harry Correa Filho SBC/MS - Sandra Helena Gonsalves de Andrade Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular - SBC/Funcor Carlos Alberto Machado Coordenador do Conselho de Educação Continuada Antonio Carlos de Camargo Carvalho Diretor de Relações Estaduais e Regionais Marco Antonio de Mattos Comitê de Atendimento de Emergência e Morte Súbita Manoel Fernandes Canesin Nabil Ghorayeb Sergio Timerman Diretor de Comunicação Carlos Eduardo Suaide Silva Diretor de Departamentos Especializados Gilberto Venossi Barbosa Diretor de Tecnologia da Informação Carlos Eduardo Suaide Silva Comitê de Prevenção Cardiovascular Antonio Delduque de Araujo Travessa Sergio Baiocchi Carneiro Regina Coeli Marques de Carvalho Diretor de Pesquisa Fernando Bacal Comitê de Planejamento Estratégico Fabio Sândoli de Brito José Carlos Moura Jorge Walter José Gomes Editor-Chefe Arquivos Brasileiros de Cardiologia Luiz Felipe P. Moreira Comitê de Assistência ao Associado Maria Fatima de Azevedo Mauro José Oliveira Gonçalves Ricardo Ryoshim Kuniyoshi SBC/GO - Luiz Antonio Batista de Sá SBC/MG - Maria da Consolação Vieira Moreira SBC/MT - José Silveira Lage SBC/NNE - Aristoteles Comte de Alencar Filho (AM) SBC/PA - Claudine Maria Alves Feio SBC/PB - Alexandre Jorge de Andrade Negri SBC/PE - Silvia Marinho Martins SBC/PI - Ricardo Lobo Furtado SBC/PR - Álvaro Vieira Moura SBC/RJ - Glaucia Maria Moraes Oliveira SBC/RN - Carlos Alberto de Faria SBC/RS - Justo Antero Sayão Lobato Leivas SBC/SC - Conrado Roberto Hoffmann Filho SBC/SE - Eduardo José Pereira Ferreira SBC/SP - Carlos Costa Magalhães SBC/TO - Adalgele Rodrigues Blois Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos SBC/DA - Hermes Toros Xavier (SP) SBC/DCC - Evandro Tinoco Mesquita (RJ) SBC/DCM - Orlando Otavio de Medeiros (PE) SBC/DFCVR - José Carlos Dorsa Vieira Pontes (MS) SBC/DCC/GECETI - João Fernando Monteiro Ferreira (SP) SBC/DHA - Weimar Kunz Sebba Barroso de Souza (GO) SBC/DCC/GEECABE - Luis Claudio Lemos Correia (BA) SBC/DIC - Jorge Eduardo Assef (SP) SBC/DCC/GEECG - Carlos Alberto Pastore (SP) SBC/DCC/CP - Estela Suzana Kleiman Horowitz (RS) SBC/SBCCV - Walter José Gomes (SP) SBC/DECAGE - Abrahão Afiune Neto (GO) SBC/SBHCI - Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga Lopes (PB) SBC/DEIC - João David de Souza Neto (CE) SBC/DERC - Pedro Ferreira de Albuquerque (AL) SBC/SOBRAC - Adalberto Menezes Lorga Filho (SP) SBC/DCC/GAPO - Daniela Calderaro (SP) SBC/DCP/GECIP - Angela Maria Pontes Bandeira de Oliveira (PE) SBC/DERC/GECESP - Daniel Jogaib Daher (SP) SBC/DERC/GECN - José Roberto Nolasco de Araújo (AL) Arquivos Brasileiros de Cardiologia Volume 101, Nº 6, Suplemento 3, Dezembro 2013 Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM), SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330 20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil Tel.: (21) 3478-2700 E-mail: [email protected] www.arquivosonline.com.br SciELO: www.scielo.br Departamento Comercial Telefone: (11) 3411-5500 e-mail: [email protected] Produção Gráfica e Diagramação SBC - PE Produção Editorial SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Publicações Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC. Material de distribuição exclusiva à classe médica. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia não se responsabilizam pelo acesso indevido a seu conteúdo e que contrarie a determinação em atendimento à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 96/08 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atualiza o regulamento técnico sobre Propaganda, Publicidade, Promoção e informação de Medicamentos. Segundo o artigo 27 da insígnia, "a propaganda ou publicidade de medicamentos de venda sob prescrição deve ser restrita, única e exclusivamente, aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar tais produtos (...)". Garantindo o acesso universal, o conteúdo científico do periódico continua disponível para acesso gratuito e integral a todos os interessados no endereço: www.arquivosonline.com.br. Resumo das Comunicações XXII CONGRESSO PERNAMBUCANO DE CARDIOLOGIA RECIFE - PERNAMBUCO TEMAS LIVRES - 02 e 03/08/2013 APRESENTAÇÃO ORAL 33482 33485 Adequação calórico protéica de crianças portadoras de cardiopatia congênita em uso de terapia nutricional enteral Elaboração de sistema interativo de apoio ao diagnóstico diferencial das cardiopatias congênitas SIMONE RAPOSO MIRANDA, CAMILA YANDARA SOUSA VIEIRA DE MELO, ANNE ELLEN ALVES DE OLIVEIRA, LARISSA DE ANDRADE VIANA e JANINE M. BARBOSA FELIPE ALVES MOURATO, LUCIA ROBERTA DIDIER NUNES MOSER e SANDRA DA SILVA MATTOS IMIP, Recife, PE, BRASIL. Unidade de Cardiologia Materno Fetal, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: A desnutrição é um fenômeno constante entre crianças portadoras de cardiopatias congênitas. Por serem frequentemente classificados com elevado risco nutricional, estes pacientes necessitam muitas vezes de terapia nutricional enteral. Objetivo: Descrever a adequação calórico protéica de crianças com cardiopatia congênita. Objetivo: Descrever a elaboração de um sistema interativo de apoio ao diagnóstico de cardiopatias congênitas no recém-nascido por um grupo de profissionais da saúde. Metodologia: Estudo do tipo longitudinal descritivo, realizado com crianças cardiopatas em suporte nutricional enteral, internadas em unidade de saúde de referência em pediatria, no período de junho de 2012 a abril de 2013. Todas as informações foram descritas nas fichas de acompanhamento do suporte nutricional, coletadas para este estudo a partir de um banco de dados. Resultados: Foram avaliadas 68 crianças cujas metas calórico-protéicas foram estimadas em sua maioria (42,6%) através de fórmulas específicas para a patologia. Da amostra estudada, 23,5% atingiram >90% da recomendação calórica e 37,9% alcançaram >90% da meta protéica. Foi encontrada uma prevalência de 64,7% de desnutridos (<-2DP) em relação ao índice peso/idade. Não houve diferença entre grupo dos desnutridos e eutróficos em relação à adequação calórica (20,5% versus 30% - p=0,698) e a adequação protéica (38,% versus 45% - p=0,231). Conclusão: Crianças desnutridas tendem a ter sua meta nutricional superestimada quando comparadas à crianças eutróficas e geralmente apresentam mais dificuldades na progressão da mesma. Apesar do elevado índice de pacientes desnutridos e do índice reduzido das que atingiram a recomendação calórico-protéica estimada através de fórmulas próprias para patologia de base, o estado nutricional não apresentou relação com a adequação da meta nutricional nas crianças cardiopatas participantes do presente estudo. Introdução: As cardiopatias congênitas (CCs) são importante fator de morbimortalidade neonatal. Os profissionais que primeiro lidam com crianças portadoras de CC podem ter dificuldades na realização do exame físico cardiovascular. Sistemas de apoio ao diagnóstico podem auxiliar no correto manejo de tais pacientes por estes profissionais. Objetivo: Descrever a elaboração de um sistema interativo de apoio ao diagnóstico de cardiopatias congênitas no recém-nascido por um grupo de profissionais da saúde. Métodos: foi utilizado um fluxograma previamente montado por cardiologistas pediátricos sobre sinais e sintomas das CCs. Para a construção do programa foi utilizado o ambiente integrado de desenvolvimento para sistema Android “App Inventor” elaborado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Resultados: Foi utilizado um fluxograma de sinais e sintomas cujas repostas prédeterminadas levam a grupos de cardiopatias congênitas mais prováveis. Os sintomas iniciais foram cianose, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), a associação de ambas ou apenas sopro isolado. Nas perguntas sequenciais também foram utilizados características dos sopros, do raio-x, do ECG, dos pulsos e do precórdio. Um pequeno compêndio de imagens de raio-X, sons cardíacos e características das CCs foi incluído para facilitar as respostas do fluxograma por profissionais da saúde não cardiologistas. Conclusão: Um sistema de apoio ao diagnóstico diferencial das cardiopatias congênitas elaborada para não especialistas na área que lidam com neonatos pode ter impacto positivo na morbimortalidade neonatal. Além disso, o fato de ser elaborado para sistema Android torna possível sua utilização em celulares e tablets, facilitando o acesso e deslocamento do sistema, assim como diminuição dos custos. . . 33490 33491 Triagem de cardiopatia congênita e identificação de áreas de risco: Experiência de uma rede de Cardiologia Pediátrica. O ENFERMEIRO E A ANÁLISE DO ELETROCARDIOGRAMA: UM DESAFIO A SER BATIDO RENATA GRIGORIO SILVA GOMES, CLAUDIO TEIXEIRA REGIS, JULIANA SOUSA SOARES DE ARAÚJO, THIAGO RIBEIRO TAVARES e SANDRA DA SILVA MATTOS JOSE APARECIDO DA SILVA MORAIS, e THIAGO IGO WANDERLEY SILVA DE MACEDO Círculo do Coração de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Rede de Cardiologia Pediátrica PE-PB, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Associação Caruaruense de Ensino Superior, Caruaru, PE, BRASIL. Introdução: As Cardiopatias Congênitas (CC) atingem entre 8 e 10 a cada 1000 nascidos vivos e em muitas regiões do mundo sua incidência ainda é desconhecida. Conhecer a verdadeira incidência e determinar as áreas com maior concentração das CC são de grande importância. A detecção das CC pode ser otimizada através de programas de triagem. A rotina da realização do exame físico e a aferição da oximetria de pulso arterial (OPA) podem subsidiar esta triagem culminando com a realização de ecocardiograma para diagnóstico definitivo. Objetivo: Relatar os resultados obtidos em uma Rede de Cardiologia Pediátrica através do programa de triagem por OPA na identificação de áreas com maior número de casos de cardiopatia congênita. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e multicêntrico que relata a experiência utilização do programa de triagem por OPA durante o ano de 2012 em 12 unidades participantes de uma rede de cardiologia pediátrica no estado da Paraíba. Foi utilizado o teste não-paramétrico de correlação de Kendall (teste de normalidade de Lilliefors) e o índice de aglomeração espacial de Gets Ord. O nível de significância adotado foi de 5%. Metodologia: foram avaliados 19.999 neonatos e detectadas 293 CCs verificando-se uma incidência de 14,65 casos para 1.000 neonatos triados. Foi observada correlação positiva entre o número de CC diagnosticadas e o total de OPA alteradas (p-valor<0,001; R²=0,475; Odds Ratio=7,7) assim como exames físicos alterados (p-valor<0,001; R²=0,293; Odds Ratio=3,0). Verificou-se a existência de padrão de aglomeração espacial significativo nos municípios com casos de CC diagnosticada (p-valor<0,05) assim como para os municípios com OPA e exames físicos alterados (p-valor<0,05). Observou-se que o padrão de aglomerados observado para os casos de CC coincide com o observado para OPA e exames físicos alterados (p-valor<0,001, respectivamente) Conclusão: Fica claro neste estudo a importância da identificação de áreas com maior risco para o aparecimento de CC levantando-se hipóteses de que fatores ambientais e outros fatores sócio-demográficos estarem influenciando no aparecimento desta CC em regiões específicas. Fundamento: O enfermeiro inserido no contexto multidisciplinar da assistência de enfermagem desempenha papel primordial nos cuidados ao paciente com sofrimento cardíaco, e sendo assim, tem a responsabilidade de saber identificar as alterações que possam surgir no traçado eletrocardiográfico para direcionar as intervenções imediatas a este paciente. (LEMOS, 2010). Objetivo: Realizar uma revisão critica da literatura sobre o conhecimento dos enfermeiros na analise do eletrocardiograma. Metodologia: Tratou-se de uma revisão sistemática, onde a busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SCIELO, mediante o pareamento dos descritores: eletrocardiograma, enfermagem, analise. Como critério de elegibilidade está: limitação temporal de publicação de 2007 a 2012, nos idiomas inglês, espanhol e português, texto completo, disponíveis gratuitamente na integra. Ao cruzamento desses 93 publicações foram identificadas, no entanto após aplicação dos critérios de inclusão apenas 11 serviram como base de fundamento para o estudo. Resultados: 82% das publicações demonstraram que o enfermeiro possui dificuldades quanto à interpretação do exame. Um estudo realizado em um hospital do Rio de Janeiro, contando com a participação de 12 enfermeiros hospitalares foi constatado algumas dificuldades quanto á interpretação dos gráficos mostrados no ECG e consequentes erros por partes dos profissionais. (LEMOS, 2010) 64% dos estudos evidenciaram a importância do conhecimento desses profissionais na analise dos achados. Ao se analisar um eletrocardiograma, o enfermeiro deve entender que, de acordo com as alterações mostradas é possível identificar se o paciente está ou não apresentando problemas cardíacos que podem variar, por exemplo, de uma leve isquemia a necrose tecidual das células miocárdicas. A interpretação das arritmias cardíacas pelos enfermeiros é fundamental para conduzir a equipe de enfermagem nas intervenções. (CALIL e PARANHOS, 2007). Conclusão: O conhecimento do enfermeiro nas alterações cardíacas apresentada pelo ECG é fundamental para a assistência de maneira mais ágil ao paciente que a necessita, porem hoje esse conhecimento se encontra fragilizado, sendo necessária a qualificação desses profissionais. Cabe aos enfermeiros buscarem capacitação em cursos de aperfeiçoamento, bem como os serviços de saúde facilitarem esse acesso promovendo educação permanente com esses profissionais. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 1 Resumos Temas Livres 33492 33551 Sete meses supervisionando ecos realizados por neonatologistas: o que aprendemos? Off-pump versus on-pump coronary artery bypass surgery: meta-analysis and meta-regression of 13,524 patients from randomized trials. LUCIA ROBERTA DIDIER NUNES MOSER, ANDRÉA DANTAS SENA, CANDYCE DE ANDRADE CARDOSO, VANESSA OLIVEIRA PACIFICO DE SOUZA, ALYNE RANACI FLORNCIO DE OLIVEIRA e SANDRA DA SILVA MATTOS MICHEL POMPEU BARROS DE OLIVEIRA SÁ, PAULO ERNANDO FERRAZ, RODRIGO RENDA DE ESCOBAR, ELIÓBAS DE OLIVEIRA NUNES FILHO, JOSE VERISSIMO, PABLO CESAR LUSTOSA BARROS BEZERRA, FREDERICO BROWNE CORREIA DE ARAÚJO E SÁ, LEONARDO PONTUAL LIMA, ALEXANDRE MOTTA DE MENEZES, FREDERICO PIRES DE VASCONCELOS SILVA e RICARDO DE CARVALHO LIMA Unidade de Cardiologia Materno Fetal, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Objetivo: Descrever a experiência de uma equipe de cardiopediatras monitorando neonatologistas na realização de ecocardiogramas de triagem de cardiopatias congênitas graves. Metodologia: Doze neonatologistas de três maternidades públicas da Paraíba foram treinados para realizar a triagem de cardiopatias congênitas graves através da realização de um ecocardiograma básico utilizando as imagens de 4 câmaras e das vias de saída dos ventrículos. Os RN foram encaminhados para eco a partir de alterações no exame clínico e na oximetria de pulso arterial. Os ecos foram gravados e enviados, junto com os dados clínicos, para avaliação e orientação de conduta por especialista no centro de cardiologia pediátrica. Resultados: Foram avaliados 1856 videoclips de 217 pacientes entre janeiro e julho de 2012. A maioria dos exames foi discutida online. O número de exames realizados e patologias diagnosticadas aumentou de 9 e 6 em janeiro para 53 e 43 em julho, respectivamente. No primeiro trimestre, o número de exames repetidos chegou a 60% e no último esteve em torno de 25%. Dois centros e três neonatologistas se destacaram realizando 84% dos exames. No total foram identificadas 149 alterações, sendo 10,7% cardiopatias complexas, 22,8% de shunt E-D, 2,7% obstrutivas cianogênicas e 4,0% e acianogênicas. Outras alterações perfizeram 52,3% da amostra. Conclusão: Inicialmente, as principais barreiras foram o pouco treinamento da equipe e as limitações tecnológicas. Todavia, a experiência profissional dos neonatologistas, junto ao comprometimento, perseverança, confiança e respeito às diferentes competencias foram decisivas para ultrapassá-las e realizar a triagem ecocardiográfica dos RNs de risco com sucesso. BACKGROUND: Most recent published meta-analysis of randomized controlled trials (RCTs) showed that off-pump coronary artery bypass graft surgery (CABG) reduces incidence of stroke by 30% compared with on-pump CABG, but showed no difference in other outcomes. New RCTs were published, indicating need of new meta-analysis to investigate pooled results adding these further studies. METHODS: MEDLINE, EMBASE, CENTRAL/CCTR, SciELO, LILACS, Google Scholar and reference lists of relevant articles were searched for RCTs that compared outcomes (30-day mortality for all-cause, myocardial infarction or stroke) between off-pump versus on-pump CABG until May 2012. The principal summary measures were relative risk (RR) with 95% Confidence Interval (CI) and P values (considered statistically significant when <0.05). The RR’s were combined across studies using DerSimonian-Laird random effects weighted model. Meta-analysis and meta-regression were completed using the software Comprehensive Meta-Analysis version 2 (Biostat Inc., Englewood, New Jersey, USA). RESULTS: Forty-seven RCTs were identified and included 13,524 patients (6,758 for off-pump and 6,766 for on-pump CABG). There was no significant difference between off-pump and on-pump CABG groups in RR for 30-day mortality or myocardial infarction, but there was difference about stroke in favor to off-pump CABG (RR 0.793, 95% CI 0.660-0.920, P=0.049). It was observed no important heterogeneity of effects about any outcome, but it was observed publication bias about outcome “stroke”. Meta-regression did not demonstrate influence of female gender, number of grafts or age in outcomes. CONCLUSION: Off-pump CABG reduces the incidence of post-operative stroke by 20.7% and has no substantial effect on mortality or myocardial infarction in comparison to on-pump CABG. Patient gender, number of grafts performed and age do not seem to explain the effect of off-pump CABG on mortality, myocardial infarction or stroke, respectively. 33578 33596 Artigo original: procedimentos eletrofisiológicos em população pediátrica menor e maior que 12 anos A apneia obstrutiva do sono está associada com o aumento das arritmias cardíacas e ativação simpática em mulheres no climatério MATHEUS C SILVA, BRUNO R NASCIMENTO, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, THOMAZ C SILVA, BRISA D C MAIA, DELIANE A S COELHO, IVAN F FREITAS, TEREZA A GRILLO e CARLOS A F AREAS MARTINHA MILLIANNY BARROS DE CARVALHO, ANA CLAUDIA SIQUEIRA TORQUATO, THAIS CLEMENTINO LUSTOSA, ANA KELLEY DE LIMA MEDEIROS, LIANA LUSTOSA DE CARVALHO, ELIZABETH DE SOUZA GONÇALVES, AFONSO LUIZ TAVARES DE ALBUQUERQUE, LAURA OLINDA BREGIEIRO FERNANDES COSTA, ERISVAN GREGÓRIO DE QUEIROZ, ISLY MARIA LUCENA DE BARROS e RODRIGO PINTO PEDROSA Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Introdução: uma grande preocupação da eletrofisiologia pediátrica envolve o risco de complicações nos procedimentos diagnósticos e terapêuticos e, embora raros, podem ocorrer e parecem ser mais significativos em crianças de menor idade. Métodos: estudo observacional, prospectivo, com o objetivo de avaliar as características clínicas, demográficas e os achados e complicações de estudos eletrofisiológicos (EEF) realizados consecutivamente em um centro de referência em pacientes (P) com idade ≤ 18 anos, comparando os grupos ≤ 12 anos (G1) e de 13 a 18 anos (G2). Resultados: de nov/2004 a dez/2012 de 1775 EEFs realizados, 181 (10,19%) eram de P com até 18 anos, com 46 P no G1 (5 a 12 anos, média 9,9±1,9) e 135 P no G2 (13 a 18 anos, média 16,4 ± 1,6), 47% e 59% masculinos (p=0,117), todos com peso ≥15Kg. Em 68,2% dos casos a indicação do EEF foi TPSV. Houve predomínio da via anômala (VA) como causa da arritmia: G1- 29/46 (63,0%) e G2 - 84/135 (63,2%), seguido pela taquicardia nodal: G1- 5/46 (10,9%) e G2- 20/135 (15,0%), p=0,435. Em relação a localização da VA, as esquerdas predominam, seguidas pelas septais direitas, respectivamente: G1- 13/29 (44,8%) e 12/46 (41,4%), G2- 36/96 (37,5%) e 30/96 (31,2%), p=0,343. Treze P tinham história de síncope: G1- 5 (10,9%) x G2 - 8 (6,0%), p=0,102, sendo que 8/13 P tinham VA e em 4 P o evento foi durante esforço: 2 meninas (9 e 11 anos; período refratário efetivo anterógrado da VA – PREAVA - sem isuprel = 240 e 250ms) e 2 meninos (16 e 18 anos; PREAVA – sem isuprel = 260 e 200ms). Durante o procedimento, 13 P (11,5%) portadores da VA tiveram fibrilação atrial (FA), sendo 10/13 (76,92%) do G2, sexo masculino. O menor RR pré-excitado na vigência da FA foi de 226±39ms (160 a 270ms). A ablação não foi realizada em 3 P: masc., 5 anos, agenesia de VCI + VA esquerda, PREAVA>250ms; masc., 16 anos, VA para-hissiana e PREAVA>250ms e masc., 7 anos, VA esquerda e PREAVA>250ms com isuprel. Em 4 P (3,51%) houve recorrência da VA, sendo em 1 P de 11 anos (VA MSD) e em 3 P com VA de parede livre direita (8, 14 e 18 anos). Não houve complicações nos procedimentos. Conclusão: os dados corroboram os da literatura em relação aos mais comuns mecanismos de arritmia na faixa pediátrica e ao risco de eventos fatais associado à presença da VA. Em crianças maiores (peso>15Kg) os achados clínicos, o índice de sucesso e o risco de complicações em idades acima e abaixo de 12 anos foram semelhantes. 2 PROCAPE, Recife, PE, BRASIL - UPE, Recife, PE, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco-PROCAPE, recife, PE, BRASIL. Fundamento: O climatério marca uma fase de mudança no perfil de risco das mulheres para as doenças cardiovasculares, sendo estas a principal causa de morbimortalidade entre as mulheres acima dos 50 anos. No entanto, o papel da apneia obstrutiva do sono (AOS) no aumento do risco cardiovascular nesta população não está totalmente esclarecido. As arritmias cardíacas são frequentes em pacientes com AOS e podem ser um dos mecanismos responsáveis pelo aumento desse risco cardiovascular em portadoras de AOS no climatério. Objetivo: Avaliar a associação entre a AOS e arritmias atriais e ventriculares em mulheres no climatério. Métodos: Foram recrutadas mulheres climatéricas (portadoras de irregularidade menstrual – amenorreicas > 60 dias), com idade entre 40 a 65 anos, sem evidência clínica de doença cardiovascular (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral), provenientes de dois ambulatórios especializados de ginecologia. As participantes realizaram Holter de 24 h e polissonografia portátil no Laboratório do Sono e Coração do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco – PROCAPE/ UPE. Foram excluídas pacientes que faziam uso da terapia de reposição hormonal, tabagismo atual ou nos últimos cinco anos, uso de contraceptivos hormonais há pelo menos um ano e uso de dispositivo intra-uterino. Para a análise do Holter, foram excluídas usuárias de beta-bloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio não dihidropiridínicos. Resultados: Foram estudadas 223 mulheres, 24 (11%) apresentaram AOS (índice de apneia-hipopnéia > 15 eventos/hora). As frequências de atividades ectópicas supraventricular e ventricular foram maiores no grupo com AOS comparadas ao grupo sem AOS (2,1±4,5% vs 0,8±0,4%; p=0,01) e (2,5±9,9% vs 0,1±0,9%; p=0,01); respectivamente. A avaliação do balanço simpático através do SDNN (desvio-padrão dos intervalos RR em ritmo sinusal) demonstrou maior ativação simpática no grupo AOS comparado ao grupo sem AOS [100(72-125) ms vs 113(93-134) ms; p=0,04]. Conclusão: As arritmias atriais e ventriculares são mais frequentes em mulheres climatéricas portadoras de AOS comparadas a mulheres sem AOS. A ativação simpática causada pela AOS pode ser um dos mecanismos envolvidos no aumento das arritmias nessa população. Resumos Temas Livres 33599 Deformação do ventrículo esquerdo na forma indeterminada da doença de Chagas avaliada pela ecocardiografia. JOSE MARIA DEL CASTILLO, CARLOS ANTONIO DA MOTA SILVEIRA, EUGENIO SOARES DE ALBUQUERQUE, BRUNO DE ALENCAR MENDES e CLODOVAL DE BARROS PEREIRA JÚNIOR PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: Um terço dos pacientes com forma indeterminada da doença de Chagas evolui para a forma cardíaca. Alguns apresentam discretas alterações da contratilidade segmentar do VE, despercebidas ao exame de rotina, que podem ser detectadas por métodos especiais (Doppler tissular, strain e strain rate). Objetivo: Estudar a deformação miocárdica em pacientes com Chagas indeterminado usando a metodologia do strain bidimensional. Material e métodos: Estudados 39 pacientes com Chagas indeterminado, média etária 42,1±11,1 anos, 24 masculinos. Para controle, 46 indivíduos sadios, média etária 37,3±13.9 anos, 25 masculinos. Com ecocardiografia convencional, analisadas dimensões e funções sistólica e diastólica do VE. Com strain bidimensional, analisados strain longitudinal, radial e circunferencial em 16 segmentos miocárdicos e as rotações basal, apical e a torção apical. Análise estatística realizada com o teste “t” de Student. Amostra: Bla bla bla bla. Resultados: Com ecocardiografia convencional não houve diferença significativa na idade, sexo, dimensões e função do VE entre pacientes e controles. O strain bidimensional mostrou diminuição significativa do strain longitudinal, radial e circunferencial, principalmente apical, em 15% dos pacientes. A rotação basal não mostrou diferença entre os grupos, mas a rotação apical e a torção estavam diminuídas nos pacientes chagásicos. Conclusão: A análise de pacientes com Chagas indeterminado usando strain bidimensional permitiu separar um grupo com alteração segmentar não detectado pela ecocardiografia convencional. Estes dados suportam a necessidade de seguimento clinico destes pacientes para evitar complicações e providenciar adequado tratamento na eventual evolução para a forma cardíaca da doença. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 3 TEMAS LIVRES - 02/08/2013 Resumos Temas Livres APRESENTAÇÃO POSTER 32891 33168 Ablação por Radiofrequência em Portadora de Dextrocardia em Situs Inversus Total com Síndrome de Wolff-Parkinson-White. Relato de Caso. Mapeamento Eletroanatômico Através do Cateter-Balão Array. Uma Nova Opção Para Ablação das Arritmias do Trato de Saída do Ventrículo Direito. GUSTAVO S L SANTIAGO, GUSTAVO S L S FILHO, BRIVALDO MARKMAN FILHO, SANDRA DA SILVA MATTOS, M FATIMA MONTEIRO LOBO ARAUJO, CLODOVAL BARROS PEREIRA J, CARLOS EMIDIO, DARIO GONÇALVES MOURA N, MARCELO RUSSO e EDVALDO FERREIRA XAVIER J GUSTAVO S L SANTIAGO, GUSTAVO S L S FILHO, CARLOS EMIDIO, J ARIMATÉA BRITO S, BRIVALDO MARKMAN FILHO, MANUEL MARKMAN, CLODOVAL BARROS PEREIRA J, M FATIMA MONTEIRO LOBO ARAUJO, ANTONIO GADELHA SARMENTO e EDVALDO F X JUNIOR Euritmia-Serviço de Arritmia e Marcapasso de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português, Recife, PE, BRASIL - Fundação Hospital de Cirurgia, Aracaju, SE, BRASIL. Euritmia-Serviço de Arritmia e Marcapasso de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português, Recife, PE, BRASIL - Santa Casa de Maceió, Maceió, AL, BRASIL. Fundamento: A dextrocardia em situs inversus total é uma condição rara que acomete cerca de 1 em 5.000 pessoas, caracterizada pelo coração à direita do corpo com as visceras em lados opostos, estômago, baço no lado direito e fígado no lado esquerdo. A associação com a síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), torna-a ainda mais incomum, podendo dificultar a realização da ablação por cateter. Objetivo: Descrever um caso inusitado de portadora de dextrocardia em situs inversus total submetida a ablação por cateter de radiofrequência de múltiplas vias anômalas. Relato de Caso: M.A.B.S , 31 anos, sexo feminino,branca , casada , procedente e residente em Aracaju encaminhada ao serviço de arritmia devido crises recorrentes de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Relata início dos sintomas há pelo menos 5 anos. Apresentava bom estado geral, com pressão arterial de 110 x 65 mmHg;bulhas cardíacas auscultadas no lado direito, normofonéticas , sem sopros, ausculta pulmonar normal e pulsos arteriais normais.Exames complementares: ECG : ritmo sinusal com presença de pré-excitação ventricular (WPW).No ecocardiograma transtorácico mostrava coração à direita em situs inversus. Holter 24 h : ritmo sinusal predominante com pré-excitação ventricular de morfologia variada. Foi encaminhada ao estudo eletrofisiológico e ablação que foi realizado através de uma reversão ( left-to-right) da imagem fluoroscópia com os seguintes achados: Indução de taquicardia átrio-ventricular mediada por via anômala(VA) póstero-lateral do anel tricúspide , sendo realizada a ablação com sucesso desta (VA). No teste pós ablação, constatou-se condução retrógrada por uma segunda (VA) de localização póstero-septal do anel mitral, realizando-se a ablação pela técnica aórtica retrógrada no mesmo tempo com sucesso. Conclusão: Apesar da dextrocardia em associação com a síndrome de Wolff-Parkinson-White ser uma condição rara, é possível tornar a ablação facilitada após a inversão da imagem da fluoroscopia, obtendo-se assim, um índice de sucesso semelhante as outras ablações de vias anômalas realizadas em coração com localização anatômica normal. Fundamento: As extra-sístoles ventriculares da via de saída do ventrículo direito (EVSVD) ou as taquicardias ventriculares (TV), causam bastante sintomatologia e na sua grande maioria o tratamento farmacológico é ineficaz. A ablação por cateter de radiofrequência (RF) é uma alternativa no tratamento definitivo , entretanto, as técnicas atuais de mapeamento demandam maior tempo de procedimento e maior exposição à radiação ionizante. O Mapeamento eletroanatômico através do cateter balão -array vem surgindo como alternativa no mapeamento e ablação das (EVSVD). Objetivo: Apresentar a técnica de mapeamento eletroanatômico através do cateter balão Array - ensite (St. Jude Medical), demonstrando os resultados durante e após a ablação das (EVSVD). Material e Métodos: Entre janeiro de 1998 e maio de 2013, foram realizados 3.831 estudos eletrofisiológicos (EEF) em nosso serviço, dos quais 2.103 foram submetidos à ablação por radiofrequência (RF). 119 pacientes(PT) (5,6%) foram submetidos à (RF) para o tratamento das (EVSVD). Dentro desse grupo, em 16 (PT) (13,4%) a ablação foi realizada através da técnica utilizando o mapeamento eletroanatômico -ensite-array. A idade variou de 21 a 72 anos com média de 42,4 anos, 9 (PT)(56,2%) eram do sexo feminino. A técnica consiste na introdução de um cateter balão com 64 pólos na via de saída do (VD) , através de punção venosa femoral, em seguida é realizada a construção eletroanatômica em 3D da cavidade ventricular. Ao surgimento das (EVSVD) é possível realizar as aplicações de (RF),na região de maior precocidade, dispensando o uso da fluoroscopia. Resultados: Em 15 (PT) (93,75%) as (EVSVD) apresentavam eixo inferior no plano frontal com padrão de BRE em V1, obtendo-se eliminação completa das ectopias ventriculares após (RF). O número de aplicações de (RF) variou de 3 a 11 aplicações com média de 5,3 aplicações. No seguimento ambulatorial de 14 meses não foi regitrado nenhuma recidiva. Conclusão: O mapeamento eletroanatômico com o cateter balão Array demonstrou ser eficaz no mapeamento das (EVSVD), reduzindo o número de aplicações de (RF), com redução a exposição da radiação ionizante e nessa amostra não apresentou nenhuma complicação. 33293 33321 Frequência da apneia obstrutiva do sono em pacientes com doença cardivascular avançada ASSOCIAÇÃO DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA E DA ANGIOGRAFIA CORONÁRIA NO DIAGNÓSTICO DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA ANA CLAUDIA SIQUEIRA TORQUATO, THAIS CLEMENTINO LUSTOSA, LIANA LUSTOSA DE CARVALHO, MARTINHA MILLIANNY BARROS DE CARVALHO, ANA KELLEY DE LIMA MEDEIROS, CAROLINA DE ARAUJO MEDEIROS, ELIZABETH DE SOUZA GONÇALVES, ERISVAN GREGÓRIO DE QUEIROZ e RODRIGO PINTO PEDROSA RENATA ÁVILA CINTRA, EDUARDO FRANÇA PESSOA DE MELO, RODRIGO MOREL VIEIRA DE MELO, BRUNO BISELLI, HENRIQUE BARBOSA RIBEIRO, EXPEDITO E. RIBEIRO DA SILVA, ROBERTO NERY DANTAS JÚNIOR, LUIZ FRANCISCO RODRIGUES DE ÁVILA, EDIMAR ALCIDES BOCCHI e GERMANO EMILIO CONCEIÇÃO SOUZA Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Instituto de Coração - InCor FMUSP, São Paulo, SP, BRASIL. Fundamento: A apneia obstrutiva do sono (AOS) tem sido associada a um aumento da mortalidade cardiovascjular (infarto do miocárdio e acidentes vasculares encefálicos). A prevalência descrita de AOS nesses pacientes pode variar de 30% até 60%. No entanto, populações com doença cardiovascular avançada podem apresentar prevalências ainda mais altas. Introdução: o diagnóstico da etiologia isquêmica na insuficiência cardíaca sistólica (ICS) é complexo e tem implicações prognósticas. A angiografia coronária (AC) é limitada por ser um método invasivo e de avaliação exclusivamente anatômica. A Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) com Realce Tardio pelo Gadolínio (RTG) contribui para o diagnóstico por ter a propriedade de mensurar padrões de fibrose miocárdica ocasionados por isquemia. Objetivo: avaliar a AC e o RTG como métodos complementares para o diagnóstico de cardiopatia isquêmica (CI) em pacientes com ICS sem etiologia definida. Métodos: analisamos pacientes ambulatoriais com ICS, fração de ejeção < 45% e etiologia indefinida após avaliação não-invasiva inicial, submetidos a AC e RMC para definição etiológica da cardiomiopatia. Foram excluídos pacientes com doença arterial coronária (DAC) estabelecida, sorologia positiva para Chagas, valvopatia grave e submetidos a transplante cardíaco. Os critérios angiográficos para CI foram baseados em publicação prévia. A RMC foi analisada para definir a presença e o padrão do RTG. A análise global dos casos por dois cardiologistas, incluindo todos os dados de história clínica e exames disponíveis no prontuário, foi definida como padrão-ouro para o diagnóstico de CI. Resultados: 24 pacientes foram incluídos, 19 (79,2%) do sexo masculino, idade média 51,6 (+-12,5) anos, FEVE: 27% (+-11,1). Pela avaliação clínica, 11 (45,8%) pacientes foram considerados portadores de CI. À AC 5 (20,8%) pacientes tiveram obstruções coronárias consistentes com CI. O RTG detectou padrão subendocárdico ou transmural compatível com CI em 10 (41,6%) pacientes. A sensibilidade para a detecção de CI foi de 0,45 para AC versus 0,75 do RTG. A especificidade da AC foi de 1,0 versus 0,92 do RTG. O valor preditivo positivo foi de 1,0 versus 0,9 e o valor preditivo negativo foi 0,68 versus 0,79 para AC e RTG, respectivamente. A acurácia diagnóstica do RTG foi de 0,83 e da AC 0,75. Conclusão: O Realce Tardio pelo Gadolínio foi mais sensível do que a Angiografia Coronária na avaliação etiológica da disfunção ventricular sem causa definida, enquanto a angiografia foi mais específica. A associação dos dois métodos melhorou a capacidade de diagnóstico etiológico da ICS. Objetivo: Descrever a prevalência de AOS em pacientes com doença cardiovascular avançada. Métodos: Foram recrutados pacientes ambulatoriais com idade entre 45 e 75 anos do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco – PROCAPE - UPE, portadores de doença cardiovascular avançada, definida como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, angina em tratamento clínico e revascularização do miocárdio em mais de 2 vasos principais por angioplastia ou cirurgia). Foram excluídos pacientes com doença respiratória grave (doença pulmonar obstrutiva crônica grave - VEF1/CVF <70% e VEF1 <50% previsto) ou insuficiência cardíaca grave (classificação daAssociação Cardíaca de Nova York III-IV). Os participantes do estudo realizaram polissonografia domiciliar com dispositivo portátil (ApneaLinkTM) após avaliação clínica. Resultados: Foram avaliados 69 pacientes, sendo 31% do sexo feminino e 69% do sexo masculino. A idade médica encontrada foi de 60±7 anos. A média do índice de massa corpórea (IMC) foi de 30,5±6,9 Kg/m². AOS (índice de apneia-hipopneia - IAH ≥ 5 eventos/h) foi diagnosticada em 61 pacientes (88,4%). AOS moderada/grave foi encontrada em 35 (57,3%) pacientes. Conclusões: A AOS é comum em pacientes com doença cardiovascular avançada. Estudos futuros que avaliem o impacto do tratamento da AOS nessa são necessários. 4 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Resumos Temas Livres 33350 33351 Influência da localização da lesão nos desfechos clínicos tardios após intervenção percutânea em pontes de veia safena: análise comparativa entre lesões de corpo versus aorto-ostiais Segurança e eficácia da protamina endovenosa para a retirada imediata do introdutor arterial após intervenção coronária percutânea por via femoral EDUARDO FRANÇA PESSOA DE MELO, CRISTIANO GUEDES BEZERRA, CARLOS VINÍCIUS ABREU DO ESPIRITO SANTO, VITOR DE ANDRADE VAHLE, GABRIEL ZAGO, BRENO DE ALENCAR ARARIPE FALCÃO, ANDRÉ GASPARINI SPADARO, MARCO PERIN, EXPEDITO E. RIBEIRO DA SILVA e PEDRO ALVES LEMOS NETO EDUARDO FRANÇA PESSOA DE MELO, GABRIEL ZAGO, CRISTIANO GUEDES BEZERRA, WILTON FRANCISCO GOMES, CARLOS VINÍCIUS ABREU DO ESPIRITO SANTO, PAULO ROGÉRIO SOARES, GILBERTO GUILHERME AJJAR MARCHIORI, PEDRO EDUARDO HORTA, EXPEDITO E. RIBEIRO DA SILVA e PEDRO ALVES LEMOS NETO Instituto de Coração - InCor FMUSP, São Paulo, SP, BRASIL. Instituto de Coração - InCor FMUSP, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A angioplastia coronária envolvendo lesões aorto-ostiais é tecnicamente mais difícil e tem sido associada à desfechos clínicos e angiográficos desfavoráveis. Porém, no contexto da intervenção percutânea em pontes de veia safena (PVS), há controvérsia na literatura sobre qual localização (corpo ou aorto-ostial) se associa a pior evolução clínica. Objetivo: avaliar a evolução tardia de pacientes submetidos a intervenção percutânea em PVS, comparando os desfechos clínicos de acordo com a localização da lesão tratada. Métodos: estudo retrospectivo baseado em registro unicêntrico. Foram incluídos pacientes consecutivos submetidos a intervenção percutânea em PVS sem restrições clínicas ou angiográficas, no período de janeiro de 2006 a março de 2011. Os desfechos avaliados foram as taxas de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) e de seus componentes individuais (óbito, infarto agudo do miocárdio e revascularização do vaso-alvo) entre os grupos. A sobrevida livre de ECAM após a intervenção foi avaliada através do método de Kaplan-Meier e os grupos comparados pelo teste de log-rank. Resultados: 126 pacientes com lesões de corpo de PVS e 69 com lesões aorto-ostiais foram incluídos para análise. A população do estudo foi caracterizada por pacientes com idade de 69,6 ± 10,1 anos, maior parte do sexo masculino (72,6%) e 41% eram diabéticos. Síndrome coronariana aguda foi a apresentação clínica predominante (65,1%) e a taxa de utilização de stents convencionais foi elevada (82,5%). Não houve diferença nas características clínicas basais entre os grupos. Após 952 dias (mediana do seguimento), a ocorrência de ECAM (63,3% vs 67,7%; p = 0,33), a mortalidade (35,6% vs 31,7%; p = 0,95) e a taxa de infarto (44,9% vs 58%; p = 0,48) foram semelhantes entre os grupos corpo e aorto-ostial, respectivamente. No entanto, a taxa de revascularização do vaso-alvo foi significativamente maior no grupo com lesões aorto-ostiais (50,8% vs 22,0% respectivamente; p = 0,03). Conclusões: em nosso estudo, a taxa de eventos cardíacos adversos maiores foi elevada mas semelhante nos dois grupos. A ocorrência mais freqüente de RVA nas intervenções aorto-ostiais é semelhante ao descrito na literatura para lesões ostiais em artérias coronárias nativas e traduz a maior dificuldade técnica do procedimento. Introdução: a retirada precoce do introdutor arterial diminui o risco de complicação vascular após intervenção coronária percutânea (ICP). A utilização da protamina para reversão do efeito da heparina pode ser feita visando reduzir o tempo até a retirada do introdutor. No entanto, a utilidade desta opção terapêutica permanece pouco conhecida. Objetivo: avaliar o perfil de segurança e a eficácia do uso da protamina para retirada imediata do introdutor arterial femoral em pacientes submetidos à ICP com utilização de heparina não-fracionada. Métodos: estudo prospectivo, unicêntrico, não-randomizado. Foram incluídos pacientes submetidos a ICP eletiva por via femoral, no período de junho de 2012 a fevereiro de 2013. Todos receberam heparina não-fracionada endovenosa durante a intervenção. A protamina foi administrada imediatamente após o término do procedimento coronário, sendo a sua dose e a retirada do introdutor guiadas pelo tempo de coagulação ativado (TCA). Os pacientes do grupo controle tiveram o introdutor retirado da maneira habitual, após 6 horas da administração da heparina. O desfecho de eficácia foi o tempo até a retirada do introdutor e os desfechos de segurança foram as taxas de trombose de stent e de complicação vascular maior (pseudoaneurisma, fístula arterio-venosa, trombose arterial, hemorragia retroperitoneal ou hematoma femoral extenso) durante a internação. Resultados: 162 pacientes foram incluídos para análise, sendo 111 (67,9%) do grupo protamina e 51 (32,1%) do grupo controle. Não houve diferença entre os grupos com relação as características clínicas e angiográficas basais. O número médio de stents utilizados foi de 1,40 ± 0,73 no grupo da protamina vs. 1,65 ± 1,07 no grupo controle (p = 0,1). Os pacientes que receberam protamina tiveram um tempo médio até a retirada do introdutor de 41,6 ± 20,1 minutos, enquanto que no grupo controle este tempo foi de 323,9 ± 57,8 minutos (p < 0,01). Não houve nenhuma trombose de stent e a taxa de complicação vascular maior foi semelhante entre os grupos (2,7% vs 2,0% respectivamente; p = 0,9). Conclusão: o uso da protamina se mostrou seguro e eficaz para a retirada precoce do introdutor arterial femoral em pacientes submetidos a angioplastia coronária com stent. O tempo para retirada do introdutor foi significativamente menor sem evidência de aumento de eventos adversos neste grupo. Os resultados deste estudo estimulam a incorporação desta prática ao manejo diário após a ICP. 33352 33361 Impacto terapêutico da valvoplastia aórtica por cateter-balão na estenose aórtica degenerativa em pacientes com ou sem condição clínica A fenomenologia do cuidar na cardiopatia, possíveis contribuições da psicologia hospitalar EDUARDO FRANÇA PESSOA DE MELO, VITOR DE ANDRADE VAHLE, CRISTIANO GUEDES BEZERRA, CARLOS VINÍCIUS ABREU DO ESPIRITO SANTO, GABRIEL ZAGO, MARCO PERIN, LUIZ JUNYA KAJITA, RAUL ARRIETA, FLÁVIO TARASOUTCHI e PEDRO ALVES LEMOS NETO ANA CLAUDIA NUNES PEIXOTO SOBRAL Instituto de Coração - InCor FMUSP, São Paulo, SP, BRASIL. Este trabalho é de cunho bibliográfico, com enfoque na Psicologia Humanista e Abordagem Centrada na Pessoa na busca da compreensão existencial do ser diante da estranheza de seu adoecimento. Em decorrência do crescimento das afecções cardiovasculares, principalmente daquelas que em sua gravidade precisam de hospitalização, cuidados intensivos e levando em consideração a importância das influências das emoções sobre as cardiopatias, estudos psicológicos estão revelando um interesse cada vez maior nas questões psicossociais e no estresse, considerados fatores emocionais de riscos evidenciados. O objetivo deste estudo é compreender as influências das emoções sentidas pelos pacientes cardiopatas, durante a hopitalização e as possibilidades de atuação do psicólogo no hospital. “Na hospitalização o paciente perde sua individualidade, sente uma brusca ruptura com seu cotidiano, sente-se agredido pela rotina hospitalar e seu horário rígido, o que acaba por levá-lo ao conhecido processo de despersonalização.”. (ISMAEL, 2005, p. 26). Diante de toda essa situação o paciente cardiopata enfrenta diversos sentimentos e reações no processo de adaptação. Neste contexto, os aspectos psicológicos dos pacientes são trabalhados através das escutas e das expressões de suas subjetividades. Verificamos que o psicólogo ao buscar compreender as experiências dos cardiopatas enquanto hospitalização se depara com a complexidade e a fragilidade humana e neste sentido é importante compreender o ser nas suas diversas formas de comunicação, afetado pelas questões existenciais como: solidão, angústia, culpa, medo, morte, perda do sentido da vida e liberdade. Acreditamos que com intervenções clínicas adequadas o paciente poderá colocar-se em movimento relacionando-se melhor com suas questões, diante disso consideramos então que se eu me relaciono com o problema e ele está em parte de mim, mas não sou o problema, melhor, pois o terrível é perder a possibilidade e a condições de pensar sobre o problema. Ficar sem ação, sem gesto e sem movimento. O pensar fenomenologicamente acontece, segundo Safra (2006), quando o “eu” se relaciona, eu olho por diferentes ângulos, se estou em crise nenhum movimento me é possível. Finalmente, concluimos que o psicologo poderá junto aos pacientes atuar no sentido da adaptação hospitalar e melhor adesão do tratamento. Introdução: A valvoplastia aórtica por cateter-balão (VACB) é uma opção terapêutica descrita para pacientes com estenose aórtica, utilizada como ponte para o tratamento definitivo ou como terapia paliativa isolada. Na prática clínica é, por vezes, também indicada como tratamento de salvamento para pacientes em situação crítica. No entanto, a efetividade clínica da VACB é pouco conhecida em pacientes in extremis, comparativamente àqueles com melhor perfil clínico. Objetivo: avaliar a efetividade terapêutica da VACB em in extremis. Métodos: estudo de coorte retrospectiva. Foram analisados pacientes com estenose aórtica degenerativa grave tratados com VACB em um único centro entre julho de 2008 e dezembro de 2012. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo a presença ou não de condição clínica in extremis, definida como a ocorrência pré-procedimento de disfunção de múltiplos órgãos (dois ou mais dos seguintes: terapia renal dialítica, ventilação mecânica, suporte hemodinâmico mecânico ou por drogas vasoativas, disfunção hematológica ou hepática graves). Resultados: Um total de 19 pacientes com estenose aórtica degenerativa foram tratados com VACB no período. Destes, 8 pacientes (42,1%) apresentavam-se in extremis. Em comparação a pacientes sem essa condição, o Grupo In Extremis tinha média de idade menor (71 ± 10 vs. 83 ± 9 anos; p=0,006) e tinha maior risco cirúrgico (EUROSCORE II 41,1 ± 24,7 vs 15,9 ± 13,9, p: 0,011). Não houve óbitos durante o procedimento. No entanto, nenhum paciente do Grupo In Extremis sobreviveu ao período intra-hospitalar, enquanto a mortalidade no Grupo Controle foi de 27,3% (p=0,003). Todos os sobreviventes do Grupo Controle receberam alta com melhora da classe funcional de insuficiência cardíaca. Conclusões: A valvoplastia aórtica por cateter-balão não resulta em melhora do prognóstico quando executada em condições in extremis. No entanto, nossos resultados sugerem que a técnica pode ser benéfica como estratégia paliativa em pacientes com condições clínicas menos adversas. Faculdade Francinete do Recife, Recife, PE, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 5 Resumos Temas Livres 33362 Importância da dose do betabloqueador no prognóstico na IC avançada. DOMINGOS SAVIO BARBOSA DE MELO, ANTONIO CARLOS PEREIRA BARRETTO, CARLOS HENRIQUE DEL CARLO, JULIANO NOVAES CARDOSO, MARCELO EIDI OCHIAI, FERNANDO SAVIO DE ALMEIDA MELO, ARISTEA IZABEL DE OLIVEIRA, ROBINSON T MUNHOZ e PAULO C MORGADO Hospital Auxiliar de Cotoxó - Instituto do Coração - HCFMUSP, São Paulo, PE, BRASIL Ergocardio Medicina - Diagnóstico e Pesquisa, Jaboatão dos Guararapes, PE, BRASIL. Fundamentação: A IC é doença que cursa alta morbimortalidade, especialmente naqueles com IC avançada. O tratamento com betabloqueadores (BB) modifica a evolução da doença, entretanto, devem ser empregados em doses eficazes. O objetivo deste estudo foi verificar se as doses dos BB são realmente importantes no controle da IC avançada. Métodos: Foram estudados 92 pacientes (pact) internados em Hospital Terciário de São Paulo, todos com IC avançada em Classe funcional III/IV. A idade media foi de 62,1 anos, 66,3% homens, FEVE média de 27,2%, sendo que 50% dos pact eram não isquêmicos. Todos receberam carvedilol e metade deles iniciou o tratamento na enfermaria com otimização da dose durante a hospitalização. Resultados: Ao final do primeiro ano 21,7% estavam recebendo 3, 125 mg, 36,9% com 6,25 mg, 14,1% com 12,5 mg e 27,2% com 25 mg 2 x ao dia. A comparação dos 4 grupos foi semelhante em todas as variáveis basais estudadas. Diferiram, no entanto, nos dias vivos e na mortalidade no 1º ano de seguimento. Os pacientes que receberam a menor dose de carvedilol tiveram 80% de mortalidade no 1º ano, os tratados com 6,25 mg de 47,0%, os com 12,5 mg de 38,5% e os com 25 mg 2 x ao dia de 12%, diferença esta significante entre os grupos. A média de dias vivo foi também significativamente diferente: 95,9 dias, 241,6 dias, 226,2 e 323,9 dias respectivamente. Conclusão: Na IC avançada os pacientes tratados com doses mais elevadas de carvedilol tiveram maior sobrevida. Não houve diferenças entre as características dos 4 grupos sugerindo que o não aumento da dose não se deveu a diferenças clínicas. Os resultados indicam fortemente que devemos procurar sempre atingir as doses alvos propostas nos Ensaios Clínicos e Diretrizes. Doses baixas de BB podem não modificar a evolução dos pacientes. 33400 Avaliação do comportamento da PA em teste ergométrico de mulheres pós menopausadas RICARDO QUENTAL COUTINHO, DEBORAH COSTA LIMA DE ARAUJO, ELDER GIL ALVES DA CRUZ, ANTONIO PEREIRA LINS NETO, MARCIA CRISTINA AMÉLIA DA SILVA e ISLY MARIA LUCENA DE BARROS 6 33378 Índice de internações por doenças do aparelho circulatório no sertão pernambucano BRAZ EMANUELL SOUZA LIMA, IGOR GABRIEL SOUZA LIMA, DIONE JOSÉ FERNANDES SILVA, VINICIUS LUIZ PITALUGA CAMPELO e CASSIO FACHI Faculdades Integradas Aparício Carvalho, Porto Velho, RO, BRASIL. OBJETIVO: Conhecer algumas das características das internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido às doenças do aparelho circulatório no Sertão Pernambucano, entre outubro e dezembro de 2012, e assim definir um padrão de incidência destas doenças nessa macrorregião de saúde do estado de Pernambuco. METODOLOGIA: Foram utilizadas informações de internações hospitalares obtidas do banco de dados do DATASUS e estudadas segundo faixa etária, sexo e cor/raça. O programa Word Excel também foi utilizado para auxiliar na tabulação e no cruzamento das informações obtidas. RESULTADOS: Foram identificadas 726 internações por doenças do aparelho circulatório no sertão pernambucano entre outubro e dezembro de 2012. Nesse grupo, a insuficiência cardíaca foi a mais frequente, em 60,92% dos casos, seguida pela hipertensão primária (34,06%). Destacou-se a prevalência de morbidade hospitalar em indivíduos de faixa etária entre 70 e 79 anos (27,27%). Houve uma maior incidência em pessoas do sexo feminino (52,89%). Em relação à cor/raça, 47,52% dos indivíduos não declararam sua cor/raça, porém dos que declararam a maior frequência ocorreu na raça parda, conferindo 45,45% das internações. CONCLUSÃO: As doenças do aparelho circulatório representam uma preocupante percentagem de internações no sertão pernambucano. De fato, a pesquisa indicou uma maior incidência em indivíduos de 70 a 79 anos, do sexo feminino e cor/raça parda, conferindo um padrão que poderá ser útil na elaboração de medidas preventivas e controle destas doenças na referida macrorregião de saúde. 33404 Sistematização da assistência de enfermagem ao paciente com mediastinite JESSICA NAYLLA MELO B, LAURA CAROLINA CARVALHO F, MAÍLLA MORENA COSTA E S, SHYRLEIDE DANIELLA CUNHA B, WEILLAR MARIA DE ARAÚJO e JULIANA LOURENÇO ARAÚJO V Funcordis, Recife, PE, BRASIL. Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco(PROCAPE), Recife, PE, BRASIL Universidade de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO:As mulheres apresentam variações da pressão arterial sistólica (PAS) inferiores durante o exercício em relação aos homens, sendo observado comportamento em platô e queda da PAS em mulheres sem comorbidades ou cardiopatia.OBJETIVO: Analisar o comportamento da PA em teste ergométrico de mulheres pós-menopausadas assintomáticas, conforme a presença de HAS e o perfil de risco cardiovascular. METODOLOGIA:Estudo observacional, transversal, analítico, realizado no laboratório de ergometria do PROCAPE,Recife, PE.Participaram do estudo 138 mulheres na pósmenopausa,assintomáticas,sem DAC prévia,com idade entre 45-69 anos. Analisado o comportamento da PAS no repouso, Max. Esforço, 1º e 4º min da recuperação e comparados conforme a presença ou não de HAS e perfil de risco cardiovascular(presença de um, dois ou mais fatores de risco cardiovascular clássicos - FR).RESULTADOS:A média de idade foi de 56,9(±5,4) anos e 77(55,8%) pacientes eram hipertensas com dois ou mais FR.As pacientes com HAS apresentaram perfil de maior risco cardiovascular do que as não-hipertensas, com 65 (85,5%) e 12(19,6%) com dois ou mais fatores de risco, respectivamente.Foi encontrada diferença estatisticamente significativa (p = 0,001) entre os grupos de hipertensas e nãohipertensas quanto ao FR obesidade 42(55,3%) x 17(27,9%) e dislipidemia 41( 53,9%) x21(34,4%), respectivamente.A maioria das pacientes realizou o protocolo de Bruce (94,9%), considerado máximo em 82(59,4%).No grupo das hipertensas houve maior proporção de testes alterados 34 (44,2%) que no grupo das não hipertensas 8(13,1%).Os valores médios de PAS e PAD no repouso e no máximo esforço foram normais, não havendo diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p=0,168 e p=0,301, respectivamente para PAS e PAD).Dez (7,2%) do grupo total apresentaram resposta hiperreativa da PA.Na recuperação houve declínio mais lento da PAS até o 4º minuto, permanecendo com níveis médios superiores ao pré-esforço, tanto no grupo de pacientes hipertensas quanto de não-hipertensas,sem diferença estatisticamente significativa (p=0411). CONCLUSÃO:As mulheres pós-menopausadas do estudo apresentaram um comportamento da PAS na recuperação, em platô, com queda mais lenta, independente da presença ou não de HAS. Estudos adicionais serão necessários para validar tal hipótese. Introdução: A mediastinite é uma complicação de cirurgias torácicas, principalmente cardíacas, estando associada à morbidade e mortalidade significativas. O número de casos varia entre 0,2 e 5,0%.Diversas condições clínicas têm sido identificadas como fatores de risco, como: obesidade, diabetes, doença vascular, tabagismo, dislipidemia e cirurgias cardíacas prévias. Objetivo: Relato de caso com objetivo de desenvolver a capacidade de análise de uma situação concreta e síntese de conhecimentos construídos, focando na sistematização de assistência de enfermagem. Metodologia: O estudo foi realizado através de análise de prontuário com um paciente internado na enfermaria coronariana do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE) na cidade do Recife/PE, considerando as características pré-operatórias, cirúrgicas e pós-operatórias . Para a fase seguinte, foram realizados os diagnósticos de enfermagem, no qual traçou-se um plano de assistência onde foram determinadas as metas e as intervenções de enfermagem. Resultados: Paciente portador de coronariopatia, submetido à cirurgia de revascularização miocárdica sem intercorrências durante o ato cirúrgico. Desenvolveu mediastinite e derrame pleural no pósoperatório tardio. O paciente apresentava hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus II, dislipidemia, doença renal aguda há oito anos, etilista e ex-tabagista. Realizaram-se as etapas do processo de enfermagem da prática profissional, identificando os diagnósticos e as intervenções de enfermagem. Dentre os diagnósticos encontrados, podemos citar: recuperação cirúrgica retardada relacionada à infecção pós-operatória no local da cirurgia; integridade da pele prejudicada relacionado a fatores mecânicos e estado metabólico prejudicado; padrão respiratório ineficaz relacionado à dor e ansiedade. No processo de intervenção, foram avaliados os sinais vitais, estado nutricional, monitorização cardíaca, administração de medicamentos, dentre outros. Conclusão: Por ser uma doença de elevada mortalidade e diagnóstico tardio, o enfermeiro junto com os outros profissionais de saúde devem ficar atentos a todos os pacientes que serão submetidos a cirurgias torácicas, sendo analisados os fatores de risco e as peculiaridades de cada paciente, possibilitando uma ação integrativa dos conhecimentos científicos e práticos, a fim de formular e implementar um plano assistencial para prevenção da mediastinite e/ou recuperação do paciente. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Resumos Temas Livres 33408 33413 Túnel ventrículo esquerdo- aorta mimetizando insuficiência aórtica grave em menor escolar de 7 anos. Intervenção nutricional pós-cirúrgica de paciente portador de valvopatia mitral: relato de caso HUMBERTO CALDAS DE OLIVEIRA MELO, CATARINA VASCONCELOS CAVALCANTI, MONICA CRISTINA REZENDE FIORE, LUCIA ROBERTA REGO VILLACHAN, ANA CRISTINA VILELA DE ALMEIDA ARAÚJO e SILVIA ROSSANA MAGALHÃES VIANA RENATA REIS DE LIMA E SILVA, MILENA CAROLINE TERTULIANO DE LIMA, MARINALDO FREIRE LUSTOSA e CRISTIANE MARIA SÁ DE ARAÚJO PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. PROCAPE, RECIFE, PE, BRASIL. Escolar de 7 anos, sexo masculino, natural e procedente de Macaparana-PE, com desenvolvimento normal e leve retardo no crescimento, oligossintomático do ponto de vsta cardiovascular, encaminhado para serviço de referência com hipótese diagnóstica de insuficiência aórtica grave. Genitora relata que em consulta pediátrica de rotina aos 7 anos foi auscultado sopro cardíaco importante. Realizou o primeiro ecocardiograma transtorácico em sua cidade natal que descreveu uma insuficiência aórtica severa. Encaminhado para serviço de referência da capital onde iniciou acompanhamento ambulatorial. Realizou o segundo ecocardiograma transtorácico no centro de referência que descreveu uma válvula aórtica bicúspide com refluxo de grau importante, dilatação moderada a importante da aorta ascendente e aumento importante do ventrículo esquerdo. Diante dos achados foi indicado tratamento cirúrgico. Internado de forma eletiva com diagnóstico de insuficiência aórtica grave e proposta cirúrgica de troca de válvula aórtica. Ao exame físico da admissão apresentava leve impulsão de meso, ictus cordis aumentado no quinto espaço intercostal e um sopro cardíaco importante em foco aórtico com irradiação para o bordo esternal esquerdo baixo. Eletrocardiograma mostrava alterações sugestivas de sobrecaga ventricular esquerda. Radiografia de tórax evidenciava uma dilatação da aorta ascendente e área cardíaca aumentada às custas do ventrículo esquerdo. Um dia antes do procedimento realizou um terceiro ecocardiograma transtorácico que flagrou imagem clara de um túnel ventrículo esquerdo - aorta com refluxo importante, válvula aórtica tricúspide normal, e dilatação importante do ventrículo esquerdo. Diante dos novos achados a proposta cirúrgica foi modificada. O procedimento foi realizado sem intercorrências, com fechamento do túnel por sutura direta no orifício aórtico, com preservação da válvula aórtica nativa, que se encontrava em bom estado funcional. Antes da alta hospitalar foi submetido a um quarto ecocardiograma transtorácico que mostrou um leve refluxo residual pelo túnel sem repercussões importantes e redução nos diâmetros do ventrículo esquerdo. Recebeu alta hospitalar e segue assintomático em acompanhamento ambulatorial. Fundamentos:As cirurgias cardíacas podem apresentar complicações, tais como hipertensão arterial pulmonar, doenças cerebrovasculares, neurológicas, infecciosas e renais. A desnutrição é um fator de risco independente para maior morbidade e mortalidade pós-operatórias, por diminuição dos compartimentos de composição corporal, imunodepressão e retardo na cicatrização das feridas. Objetivo: Identificar o impacto da intervenção nutricional no período pós-cirúrgico de paciente submetido à troca de valva mitral por bioprótese. Metodologia: Paciente, sexo masculino, 25 anos, com diagnóstico clínico de Insuficiência Mitral, admitido em Maio de 2012 para intervenção cirúrgica em um Hospital de Referência em Cardiologia, localizado em Recife/PE. O mesmo relatou perda ponderal não intencional de 7 kg em dois meses, caracterizando uma perda grave. A avaliação nutricional foi realizada na admissão e semanalmente, através de medidas antropométricas. Utilizou-se o Índice de Massa Corpórea (IMC) e % de adequação da Circunferência do Braço (CB), para obtenção do diagnóstico nutricional. Resultados: Foi realizada triagem nutricional (NRS 2002) no momento da admissão, sendo detectado risco nutricional. De acordo com parâmetros antropométricos, foi diagnosticada desnutrição leve a moderada. A prescrição dietética consistiu em dieta via oral, consistência normal, hipossódica, hipercalórica (35Kcal/kg/dia), hiperproteica (1,5g/kg/dia). Recebeu, ainda, suporte nutricional oral 2x/dia para melhor aporte calóricoproteico. Durante o internamento, houve ganho ponderal (5,7kg), melhorando o seu estado nutricional, saindo do quadro de desnutrição, de acordo com o IMC, que passou de 17,8kg/m2 para 18,7kg/m2 no período de 25 dias. Além disso, não houve qualquer complicação clínica no pós-operatório. Conclusões: A intervenção nutricional na fase pós-cirúrgica de um paciente cardiopata pode ser bastante efetiva, se manuseada de maneira consistente, recuperando seu estado nutricional em um curto período de tempo, minimizando possíveis complicações pós-operatórias e otimizando sua evolução clínica. 33414 33415 Avaliação antropométrica e semiologia nutricional de paciente portador de insuficiência cardíaca: relato de caso Parâmetros antropométricos na determinação da prevalência de desnutrição em pacientes valvopatas MARINALDO FREIRE LUSTOSA, RENATA REIS DE LIMA E SILVA, MILENA CAROLINE TERTULIANO DE LIMA, LARISSA PESSOA VILA NOVA e CRISTIANE MARIA SÁ DE ARAÚJO ILKA DANIELA VITOR ALVES DE OLIVEIRA, CRISTIANE MARIA SÁ DE ARAÚJO, RENATA REIS DE LIMA E SILVA e MILENA CAROLINE TERTULIANO DE LIMA PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Fundamentos: A Insuficiência cardíaca (IC), comum em pacientes valvopatas, é uma das principais causas de mortalidade no Brasil, principalmente após internação hospitalar. A desnutrição é um achado frequente nestes pacientes e pode interferir na intensidade dos sintomas, mudar o curso clínico e alterar a resposta ao tratamento, influenciando no prognóstico. Objetivo: Avaliar estado nutricional de paciente idoso (76 anos) com IC, portador de estenose aórtica importante. Metodologia: O paciente foi avaliado nutricionalmente nas primeiras 48h de internamento hospitalar e foi realizada uma triagem do risco nutricional através da NRS 2002. Foram aferidos parâmetros antropométricos, verificando-se peso, altura do joelho, hemi-envergadura, IMC, compleição física através da circunferência do punho, circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP) e parâmetros subjetivos de semiologia nutricional registrada em fotografias. Foi realizado o cálculo das necessidades nutricionais baseadas nas recomendações das III Diretrizes de ICC (2009). Resultados: Paciente, sexo masculino, admitido em março de 2013 com quadro dispneico logo superado e negava DM, HAS e doença reumática. Apresentava risco nutricional, segundo a NRS, e perda ponderal de 5Kg em 4 meses (10%). A altura do paciente aferida em estadiômetro (1,56m) diferiu da estimada pela hemi-envergadura (1,70m) e pela altura do joelho (1,58m), sendo adotada esta última por condizer melhor com a realidade. O paciente obteve diagnóstico de desnutrição moderada pela CB (22,5cm, 77,8% de adequação) e pela semiologia nutricional onde foram observados sinais clínicos de desnutrição pela depleção bitemporal, de quadríceps, da bola gordurosa de Bichart e supra e infra-clavicular. Já a CP foi de 30cm e o IMC=19,68Kg/ m2. Apresentava bioquímica normal e ausência de edemas. Foi calculada a compleição do paciente e o mesmo era brevilínio, procedendo-se cálculo do peso ideal (58Kg) para avaliação da necessidade proteica. O paciente possuía necessidades calóricas de 32 Kcal/Kg/dia e proteicas de 1,5g/Kg/dia, que foram atendidas pelo plano alimentar ofertado, apresentando boa aceitação dietética, com ingestão de 100% da oferta. Conclusões: A acurácia na avaliação do estado nutricional na IC é de extrema importância para detecção precoce da desnutrição. Por se tratar de um estado hipercatabólico, deve-se efetivar a intervenção nutricional e, assim, contribuir no controle de comorbidades associadas. PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Fundamentos: O estado nutricional (EN) tem reconhecida influência sobre a evolução clínica de pacientes hospitalizados. Nos valvopatas, a avaliação nutricional deve ser abrangente, visto que se trata de pacientes crônicos com deterioração progressiva do EN, no entanto, nenhum método de avaliação vem sendo apontado como índice prognóstico padrão. Objetivo: Avaliar o EN por diversos parâmetros utilizados na prática dietoterápica e verificar a ocorrência de anemia, endocardite infecciosa (EI), doença renal (IR) e insuficiência cardíaca congestiva (ICC) entre portadores de valvopatia cardíaca. Metodologia: Estudo do tipo série de casos, de delineamento transversal, com pacientes adultos e idosos, de ambos os sexos, portadores de valvopatias cardíacas internados no Procape/ UPE. Realizou-se avaliação antropométrica dos pacientes até a 48ª hora, onde foram avaliados peso, altura, altura do joelho, índice de massa corporal (IMC), circunferência braquial (CB), prega cutânea tricipital (PCT), circunferência muscular do braço (CMB), área muscular do braço corrigida (AMBc) e espessura do músculo adutor do polegar (MAP) para determinação do diagnóstico nutricional. A análise estatística foi realizada no programa SPSS, versão 13.1. Foi utilizado o nível de significância de 5% para a rejeição de hipótese de nulidade. Resultados: Foram estudados 48 pacientes com idade média de 42,9 ± 14,61 anos, dos quais a maioria era homem (52,1%) e adulto (83,3%). Quanto ao diagnóstico clínico, 83% dos pacientes apresentavam valvopatia mitral, 48,9% valvopatia aórtica, 12,8% valvopatia tricúspide. Dentre as comorbidades, a mais prevalente foi à anemia (70,7%); enquanto 21,3% apresentava ICC , 17% EI e 10,6% IR. A desnutrição variou entre 7,3% (IMC) e 77,4% de acordo com o método utilizado , sendo o MAP o índice que mais revelou possíveis desnutridos (p=0,002). A desnutrição foi diagnosticada em 66% dos pacientes pela CB (p=0,029); 52,1% pela PCT (p=0,773); e57,4% pela CMB. Quando comparados os estágios de vida, nenhuma variável apresentou diferença estatisticamente significante. Conclusão: É prevalente a desnutrição entre os portadores de valvopatias cardíacas na admissão hospitalar, porém existe variação de acordo com o método utilizado. A CB, a AMBc e o MAP parecem caracterizar bem o estado nutricional dos pacientes valvopatas cardíacos na admissão hospitalar, porém o IMC não nos pareceu um bom método para a avaliação nesses pacientes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 7 Resumos Temas Livres 33417 33421 É viável o uso de dupla antiagregação plaquetária prolongada em pacientes submetidos a stents farmacológicos no serviço público? Valor prognóstico da creatinina sérica e do clearance de creatinina em pacientes com síndrome coronariana aguda MARCOS DE OLIVEIRA GUSMÃO, AYRON PERICLES LIMA LEAL NETO, JOAO VICTOR GUSMAO LEAL, RODRIGO GUSMAO DE ALBUQUERQUE MIRANDA, HEITOR MAURICIO DE MEDEIROS FILHO, RUI FERREIRA TOMPSON NETO, JORGE LUIZ LORENA DE FARIAS SOUZA, CARLOS FREDERICO ALBUQUERQUE DE LIMA, MARCELA VALENCA DE OLIVEIRA CAVALCANTI, RICARDO JORGE BRENDEL BRAGA e ITAMAR NUNES MEDEIROS BRUNO ROBALINHO C. BARBOSA, DIEGO RAFAEL FREITAS BERENGUER, JOSE RENATO E MELO FIGUEIROA, ROMMEL VIEIRA MARTINS, RAFAEL JOSE COELHO MAIA, GESSICA CHRISTINE DE C E S MARTINS, GABRIELLA SOARES GARRET DE MELO, LINDOMAR DE ARAUJO LEANDRO, CAMILA MARTINS CAMELO, JOSÉ BRENO DE SOUZA NETO e GIORDANO BRUNO DE OLIVEIRA PARENTE Hospital Agamenon Magalhães, Recife, PE, BRASIL. A utilização da dupla antiagregação plaquetária (DAP) prolongada é mandatória por diminuir risco de trombose dos stents farmacológicos e, consequentemente, de infarto e óbito cardíaco. Entretanto, nem sempre os remédios necessários são de fácil disponibilidade para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), o que poderia ser uma inviabilidade do uso de stents farmacológicos nele. Sendo assim, este estudo teve como finalidade analisar essa viabilidade através de dados colhidos de pacientes que receberam stents farmacológicos pelo SUS no HospitalAgamenon Magalhães (HAM), em Recife. Isso foi feito através do levantamento e análise da frequência do uso da DAP, e também das taxas de mortalidade, infarto, reinternamento hospitalar e reintervenção coronária por angioplastia ou cirurgia de revascularização. No período de Março de 2012 a Dezembro de 2012 houve um total de 82 stents farmacológicos implantados em 65 pacientes no setor de hemodinâmica do HAM. Desse total, a média de idade foi de 62,7 anos, sendo 23 homens (44,2%). O seguimento clínico obtido foi de 80%, com média de seguimento de 8,2 meses.Aartéria com mais intervenções foi a DescendenteAnterior, com 37 casos (63,7%), seguida pela Coronária Direita em 17 casos (29,3%) e Circunflexa, em 7 casos (12,06%). Foram 46 intervenções em um único vaso (88,5%). O número de indicações decorrentes de reestenose de stents prévios foi de 19 (36,5%). Os stents tiveram uma média de diâmetro de 2,95mm e comprimento de 26,89mm. Em nossos resultados, encontramos 49 pacientes (94,2%) utilizando DAP. A mortalidade global foi de 7 pacientes (13,4%), sendo 4 óbitos (7,69%) por causa cardíaca. Desses 4 óbitos cardíacos, 3 (75%) estavam em uso de DAP.Ataxa de reinternamento dos pacientes foi de 1,92%, e a de infarto pós-implantação foi de 1,92%. Concluímos que, apesar da deficiência no atendimento e acompanhamento dos pacientes assistidos pelo SUS, houve uma alta frequência de utilização de DAP, não sendo este um obstáculo para o uso dos stents farmacológicos no serviço público. Embora o índice de mortalidade tenha sido elevado, é importante frisar que os pacientes que vieram a óbito já apresentavam uma grave condição cardíaca e maioria estava em uso de DAP. Sendo assim é viável o uso da dupla antiagregação plaquetária (DAP) e, consequentemente, da implantação de stents farmacológicos no Sistema Único de Saúde. 8 Hospital Agamenon Magalhães, Recife, PE, BRASIL. OBJETIVO: O prognóstico dos pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) apresentou profunda evolução ao longo dos últimos anos. Escores foram elaborados porém nem todos levaram em consideração a função renal. Este trabalho objetivou determinar a influência da função renal no prognóstico intra-hospitalar dos pacientes com SCA.MÉTODOS: Foi um estudo transversal, realizado mediante análise de prontuários de pacientes com SCA de janeiro a julho de 2012. Observaram-se características epidemiológicas, creatinina sérica e o clearance de creatinina admissionais e sua relação com o prognóstico intra-hospitalar desses pacientes. RESULTADOS: Foram internados 57,1% com SCA sem supra de ST, 37,4%, com supra de ST e 5,5%, com bloqueio de ramo esquerdo (BRE) em seu eletrocardiograma de admissão. A creatinina sérica média, em mg/dL, foi 1,1. O clearance de creatinina estimado (em mL/min/1,73 m² de superfície corporal) forneceu média de 70,6. Naqueles com troponina positiva, a creatinina sérica média foi mais alta (p=0,036) e o clearance de creatinina foi menor (p=0,009). Quando realizada cineangiocoronariografia (78 casos), aqueles com padrão triarterial apresentavam creatinina sérica mais elevada (média 1,1 mg/dL) em comparação aos não-triarteriais (média 0,9 mg/dL) (p= 0,264). Foi visto um clearance maior nos não-triarteriais (77,5) comparado aos triarteriais (67,1) (p=0,063). Ocorreu relação diretamente proporcional entre o tempo de internamento e a creatinina média (p=0,019) e inversamente proporcional entre este tempo e o clearance (p=0,015). Aqueles que apresentaram quaisquer complicações avaliadas (angina pós-infarto, insuficiência ventricular esquerda, choque e óbito), apresentaram uma creatinina sérica mais alta e um clearance menor. CONCLUSÕES: A função renal apresentou influência no prognóstico intra-hospitalar dos pacientes com SCA. 33422 33423 Valor prognóstico do ácido úrico sérico em pacientes com síndrome coronariana aguda Valor prognóstico da leucocitose nos pacientes com síndrome coronariana aguda em hospital terciário GABRIELLA SOARES GARRET DE MELO, ROMMEL VIEIRA MARTINS, JOSE RENATO E MELO FIGUEIROA, RAFAEL JOSE COELHO MAIA, DIEGO RAFAEL FREITAS BERENGUER, GESSICA CHRISTINE DE C E S MARTINS, BRUNO ROBALINHO C. BARBOSA, LINDOMAR DE ARAUJO LEANDRO, CAMILA MARTINS CAMELO, MARINA TORRES LEAL e GIORDANO BRUNO DE OLIVEIRA PARENTE GESSICA CHRISTINE DE C E S MARTINS, JOSE RENATO E MELO FIGUEIROA, DIEGO RAFAEL FREITAS BERENGUER, RAFAEL JOSE COELHO MAIA, ROMMEL VIEIRA MARTINS, BRUNO ROBALINHO C. BARBOSA, GABRIELLA SOARES GARRET DE MELO, LINDOMAR DE ARAUJO LEANDRO, JOSÉ BRENO DE SOUZA NETO, MARINA TORRES LEAL e GIORDANO BRUNO DE OLIVEIRA PARENTE Hospital Agamenon Magalhães, Recife, PE, BRASIL. Hospital Agamenon Magalhães, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: Os pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) constituem um grupo heterogêneo, cujo prognóstico varia desde um excelente resultado até aquele no qual o risco de morte é elevado. Consequentemente, a estratificação de risco exerce papel central na avaliação dessa patologia. OBJETIVO: Relacionar os níveis de ácido úrico sérico com o desfecho intra-hospitalar dos pacientes internados com síndrome coronariana aguda no Hospital Agamenon Magalhães. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo, base hospitalar, tipo transversal. Foram correlacionados os níveis de ácido úrico sérico com creatinina, idade, sexo, hipertensaão arterial sistêmica (HAS), tipo de SCA (com supradesnivelamento do segmento ST ou não), classificação de Killip, angina nas últimas 48 horas, troponina, tempo de internamento hospitalar, complicações, cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). RESULTADOS: De 91 pacientes do estudo, 33 (44%) apresentaram hiperuricemia. A média de idade foi 65,1 anos. 55% eram do gênero masculino. Dentre as variáveis estudadas, complicações não se associaram com a hiperuricemia (p=0,81), porém o tempo de internamento hospitalar associou-se com significância estatística com a hiperuricemia (média de 34,09 dias x 24,35 dias) p=0,03. CONCLUSÃO: Hiperuricemia associa-se a maior tempo de internamento hospitalar na amostra populacional estudada e não se correlaciona com maior incidência de complicações. INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre homens e mulheres, nos países desenvolvidos. Determinar a melhor forma de estratificação dos pacientes com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é o grande desafio, sendo a identificação de variáveis prognósticas fundamental nesse sentido. Leucocitose vem sendo estudada como preditor de eventos em pacientes com SCA, mostrando-se comparável com as variáveis mais recentes. OBJETIVO: Definir o valor prognóstico da leucocitose em pacientes com SCA internados na enfermaria do Hospital Agamenon Magalhães. METODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo, de base hospitalar e do tipo transversal, sendo selecionados pacientes com o diagnóstico de SCA. RESULTADOS: 91 pacientes foram acompanhados. Um total de 21 (23%) pacientes apresentaram algum tipo de complicação durante o internamento (insuficiência ventricular esquerda, choque, angina-recorrente e/ou óbito), em relação a leucocitose foi evidenciado um tendência (p=0,07), na análise do diferencial do leucograma foi evidenciado relação entre neutrofilia e complicações durante o internamento (p=0,03). Leucocitose foi associada com troponina positiva (p=0,001), assim como eletrocardiograma (ECG) com supradesnivelamento do segmento ST na admissão hospitalar (p=0,05). A partir dos valores relativos dos neutrófilos e linfócitos foi possível a elaboração de um índice [Neutrófilos% + 2x (0.56 - Linfócitos%)], com a finalidade de predizer complicações durante o internamento. CONCLUSÃO: Estudos com um maior número de pacientes são necessários para evidenciar significado estatístico da leucocitose, porém o leucograma com diferencial à admissão de pacientes com SCA mostrou-se um excelente preditor de complicações intra-hospitalar através da utilização do índice supracitado. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Resumos Temas Livres 33429 33430 Angiografia de mixomas atriais Pseudoaneurisma gigante do ventrículo esquedo MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, FLAVIO V TEODORO, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, FILIPPE A V SILVA, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Introdução: Mixomas são os tumores cardíacos primários mais comuns, apesar de serem extremamente raros. Como exemplo, de uma série publicada de mais de 12.000 autópsias, apenas dois foram identificados. Apesar de serem tumores altamente vasculares, e a suposição de uma maior prevalência DAC nos portadores dessa enfermidade, não há consenso na literatura sobre o uso rotineiro de angiografia coronária pré-operatória. Caso clínico: Mulher de 55 anos de idade, com diagnóstico ecocardiográfico presuntivo de mixoma atrial esquerdo, foi admitida no laboratório de hemodinâmica para realização pré-operatória de coronariografia. A angiografia coronária não mostrou sinais de doença arterial coronariana, mas demonstrou marcada neovascularização da massa atrial esquerda, suprida pelo ramo VP da artéria coronária direita, associado a “blush” tumoral. Discussão: Clinicamente, os sintomas mais comuns são os de obstrução da válvula mitral, embolização sitêmica, e os constitucionais (por exemplo: febre e perda de peso). A ressecção cirúrgica imediata é indicada. Os resultados são geralmente muito favoráveis, com a maioria das séries relatando uma taxa de mortalidade operatória < 5%. O predomínio de neovascularização angiograficamente detectável em mixomas cardíacos é de 37-56%, podendo ser neovascularizados por um ou mais ramos de artérias coronárias, sendo a coronária direita a mais frequente. Pouco há na literatura sobre a relação entre DAC e mixoma atrial. Publicações anteriores mostravam uma associação de DAC em pacientes com mixoma entre 0-67%. Contudo, trabalhos atuais mostram valores entre 20,3%-36,6%. Conclusão: A coronariografia é indispensável a todos os pacientes submetidos a ressecção cirúrgica de mixoma, mesmo na ausência de sintomas isquêmicos. Permite sua melhor delineação intracardíaca, serve para a detecção de DAC coexistente, pois esta foi mais frequente que na população geral, além de prevenir falha em se identificar e ligar possíveis vasos tumorais. Introdução: A ruptura de parede livre é uma complicação catastrófica do infarto agudo do miocárdio (IAM). Quando a ruptura é contida pelo pericárdio sobrejacente, ou pelo tecido cicatricial, o pseudoaneurisma ventricular se forma. Esse tem uma propensão ao rompimento (30-45%). Caso clínico: Paciente de 34 anos, ajudante de pedreiro, assintomático, sem comorbidades conhecidas, teve visualizada durante exame admissional, massa calcificada no ápice ventricular esquerdo (VE) em RX de tórax. ECG mostrou inversão de onda T em região anterior. Ecocardiograma transtorácico revelou uma grande cavidade aneurismática apical comunicando-se com o VE através de orifício estreito, associado a fração de ejeção de VE preservada. Realizou coronariografia que confirmou o diagnóstico, revelou coronárias isentas de ateromatose obstrutiva significativa, e ainda de pequena fístula entre a artéria descendente anterior (DA) e a cavidade aneurismática. Foi mantido sob tratamento conservador. No seguimento ambulatorial após 6 meses, persistia assintomático. Discussão: Em uma série publicada de 253 pacientes com pseudoaneurisma, 55% estavam relacionados com o IAM, particularmente o de parede inferior e 33% foram devidos a cirurgia cardíaca. Clinicamente, os sintomas mais freqüentemente encontrados foram: dor torácica, dispnéia, IAM, tamponamento, IC, precordialgia, síncope, arritmia e embolização sistêmica. Apenas 12% eram assintomáticos. O método mais confiável para o diagnóstico de um pseudoaneurisma é a angiografia, que demonstra um orifício estreito que conduz a um aneurisma sacular, associado a uma falta de artérias coronárias circundantes. Conclusão: Presume-se que os trombos organizados e calcificados ao preencherem a quase totalidade da cavidade do pseudoaneurisma, associados a intensa calcificação de suas paredes teriam evitado a rotura cardíaca. Permitiu-se dessa forma, a evolução tardia favorável, sem evidências de disfunção de VE. Trata-se do primeiro caso descrito na literatura entre fístula de DA e pseudoaneurisma de VE. Fig 1. (A) Pseudoaneurisma ventricular apical com colo estreito. (B) Trajeto fistuloso. 33431 Ventriculografia esquerda e aneurisma ventricular calcificado MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, DELIANE A S COELHO, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Introdução: um aneurisma ventricular esquerdo (AVE) verdadeiro é definido como uma parede fibrótica ou escarificada, bem delineada, fina, destituida de musculatura ou contendo musculatura fibrótica. É resultado de um infarto agudo do miocárdio (IAM) transmural resolvido. O segmento de parede envolvido é ora acinético (sem movimento) ou discinético (com balonamento paradoxal) durante a sístole. Caso clínico: um homem de 67 anos de idade foi admitido em nosso serviço, com quadro de angina de esforço, para propedêutica coronariana invasiva. O paciente tinha uma historia prévia de IAM ocorrido há cerca de 10 anos atrás. O eletrocardiograma (ECG) evidenciou ondas Q patológicas e uma elevação do segmento ST em derivações anteriores, alteração essa, compatível com um ECG obtido há 01 ano atrás. A angiografia coronária demonstrou uma oclusão total do terço proximal da artéria descendente anterior com fluxo colateral intercoronário proveninte do 1o. ramo diagonal. A ventriculografia esquerda mostrou um aneurisma ventricular apical esquerdo calcificado. Conclusão: a possível presença de um AVE deve ser sempre suspeitada em um paciente com um grande IAM, geralmente de parede anterior, que desenvolve alguma das seguintes complicações: insuficiência cardíaca, angina, arritmias ventriculares, ou embolização sistêmica. O ECG geralmente revela evidência de um grande IAM. Pode haver elevação persistente do segmento ST. Contudo, esse achado geralmente é resultado de uma grande região cicatricial e não necessariamente implica em um aneurisma. O diagnóstico definitivo é feito através de um método de imagem. O ecocardiograma (ECO) transtorácico é o método mais utilizado, mas a ventriculografia por radiocontraste ou a ventriculografia contrastada, no momento da cateterização cardíaca, são alternativas. O ECO tridimensional e a ressonância nuclear magnética são modalidades novas que estão sendo cada vez mais usadas para o diagóstico, medida do volume ventricular e seguimento cirúrgico. Fig. Ventriculografia esquerda evidenciando aneurisma ventricular calcificado no ápice do ventículo esquerdo. 33432 Embolização coronária causando infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em paciente sem aterosclerose coronária CLARISSA C D ORTO, GILVAN VILELLA, RUBENS P F LOPES, MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, BRISA D C MAIA, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL - Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Caso clínico: paciente masculino, 39 anos, sem fatores de risco para doença aterosclerótica coronária (DAC), admitido no pronto socorro com quadro de dor torácica em aperto há 02 horas, associada a náuseas e vômitos. Não havia história de uso de álcool ou drogas ilícitas. O eletrocardiograma evidenciou supra do segmento ST na parede anterior. Cineangiocoronariografia revelou artéria descendente anterior (DA) com imagem de trombo intraluminal ocupando 90% de sua luz, porém não havia aspecto de placa de aterosclerose. Após seletivação da artéria coronária esquerda com um cateter terapêutico JL 3,5 6F, foi realizada aspiração manual com cateter aspirador de trombo QuickCat®, que retirou grande quantidade de trombo de coloração esbranquiçada, denotando característica de trombo fresco. Administrou-se abciximabe em bolus através do cateter aspirador posicionado na DA. Após essas intervenções houve melhora da dor e do supradesnivelamento do ST observado à monitorização cardíaca intraprocedimento. Reestudo no terceiro dia após o evento agudo evidenciou coronárias sem lesões e ausência de trombo na DA. Discussão: A principal causa de infarto agudo do miocárdio (IAM) em pacientes com DAC é a ruptura de uma placa de aterosclerose. Entre 6-12 % dos pacientes com IAM têm coronariografia normal. Entretanto, angiogramas podem falhar em detectar lesões mínimas enquanto, em muitos casos, a ultrassonografia intravascular revela pequenas placas ateroscleróticas, de modo que após o advento do mesmo, a prevalência de IAM com coronárias normais caiu para aproximadamente 1%. Conclusão: embora o fator causal e consequentemente a fisiopatologia do IAM com supra de ST em pacientes sem aterosclerose sejam diferentes, o manejo inicial é o mesmo que o de um IAM convencional, incluindo alívio da dor, agentes antiplaquetários, heparina, trombólise ou angioplastia na fase aguda. Fig 1. (A) Trombo intraluminal em DA. (B) Trombo fresco de coloração esbranquiçada. (C) Ausência de trombo ou lesão aterosclerótica em DA. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 9 Resumos Temas Livres 33433 Manifestações cardiovasculares extremas pela deficiência de vitamina B1 Inusitado caso de ponte miocárdica MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, BRISA D C MAIA, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, DELIANE A S COELHO, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Introdução: beribéri é uma doença provocada pela grave deficiência de tiamina. Não só alcoólatras, mas também pessoas carentes com desnutrição, idosos, pacientes com AIDS e em nutrição enteral, estão em risco dessa deficiência. Além disso, o uso de furosemida a longo prazo pode estar relacionado com a sua deficiência devido à perda urinária. Caso clínico: paciente de 17 anos, portadora de estenose mitral (EM) reumática moderada, diagnosticada há 4 anos, evoluía nos últimos meses com piora progressiva dos sintomas de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Desnutriu-se, com quadro de inapetência, náuseas e vômitos. Fazia uso ambulatorial de: digoxina 0,2 mg/d, diltiazem 180 mg/d, furosemida 80 mg/d e espironolactona 25 mg/d. Procurou atendimento hospitalar em 04/07/12 com quadro de descompensação do quadro de ICC. Ecocardiograma transtorácico (ECO TT) revelou EM grave, insuficiência mitral (IM) leve, fração de ejeção ventricular (FEVE) preservada e hipertensão arterial pulmonar (HAP) grave. Evoluiu em 05/08 com decompensação súbita da ICC, necessitando de ventilação mecanica (VM) e suporte vasopressor em CTI. Optou-se por tratamento percutâneo da válvula mitral com catéter-balão de Inoue (Escore de Block = 6) sendo no dia 07/08 encaminhada ao laboratório de hemodinâmica para valvuloplastia percutânea. Durante ventriculografia contrastada, identificou-se grave disfunção ventricular esquerda com hipocinesia difusa grave, confirmada através de novo ECO TT (FEVE = 35%), sem sinais de piora angiográfica do refluxo mitral. Diante da suspeita clínica de Beribéri cardíaco fulminante (de Shoshin), iniciou-se em 08/08 tratamento com tiamina parenteral. A paciente evoluiu com notável melhora, alcançando estabilidade hemodinâmica e tolerando extubação após três dias de tratamento, que foi consequentemente mantido. No dia anterior à sua alta, em 22/08, já assintomática, realizou novo ECO TT que evidenciou: função ventricular com retorno à normalidade (FEVE = 67%), dupla lesão mitral com estenose leve-moderada, regurgitação moderada e HAP moderada. Conclusão: manifestações cardiovasculares (beribéri úmido) da deficiência de tiamina são caracterizadas por vasodilatação periférica com aumento do débito cardíaco, lesão miocárdica, retenção de sódio, água e IC biventricular. Sua forma extrema, de Shoshin, é rapidamente fatal a não ser que a terapia específica seja dada. O tratamento consiste na administração de tiamina, com melhora clínica rápida após sua suplementação. Introdução: as principais artérias coronárias, que são normalmente distribuídas sobre a superfície epicárdica do coração, ocasionalmente, têm um curso segmentar intramiocárdico. Durante a sístole, esse segmento do vaso é comprimido, uma condição referida como “ponte miocárdica” (PM). Caso clínico: paciente de 41 anos de idade, previamente hipertensa, que fazia uso ambulatorial de losartam 50mg/d, apresentou em 19/04/13 episódio de forte precordialgia. Procurou atendimento no pronto-socorro (PS) local. Foi feito ECG que mostrou supra do segmento ST de V1-V6. Recebeu tratamento para infarto agudo do miocárdio (IAM) com supra do segmento ST, associado a estreptoquinase (STK). Existiram critérios de reperfusao. Em 25/04/13 realizou coronariografia (CATE) que evidenciou: grave PM no 1/3 médio da artéria descendente anterior (DA) associada a vasoespasmo local. As demais coronárias não apresentavam alterações obstrutivas significativas. O ventrículo esquerdo (VE) exibia discreta hipocinesia apical. Optou-se por tratamento clínico. Em 01/05/13 evoluiu com novo episódio de precordialgia de forte intensidade sendo novamente conduzida ao PS. Enzimas cardíacas se elevaram. ECG revelou isquemia subendocárdica de região inferoântero-apical. Reiniciou-se então, protocolo para síndrome coronariana aguda, com melhora dos sinais e sintomas. Na madrgugada do dia 07/05/13, intercorreu mais uma vez com forte dor precordial. ECG revelou outra vez supra do segmento ST em parede anterior. Recebeu de novo STK, com critérios de reperfusao. CATE realizado em 08/05/13 evidenciou: grave PM no 1/3 médio da DA e piora da hipocinesia apical do VE. Recebeu alta no dia 10/05/13, com tratamento clínico otimizado com beta-bloq. em dose máxima tolerada. Conclusão: apesar dessa ser geralmente uma condição benigna encontrada em cerca de 2% das angiografias coronárias, foram relatados casos de IAM, taquiarritmias ventriculares e morte súbita cardíaca. Esse caso é o primeiro descrito na literatura, de IAM de repetição causado por ponte miocárdica. 33435 33436 Artéria coronária única IA com origem de artéria coronária direita à partir de artéria coronária circunflexa Avaliação do escore de risco ADHERE na Insuficiência cardíaca descompensada em hospital da rede privada da cidade do Recife/PE MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, BRISA D C MAIA, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, IVAN F FREITAS e CARLOS A F AREAS SILVIA M MARTINS, CARLOS E L MONTENEGRO, M CELITA ALMEIDA, CAMILA SARTESCHI, CAROLINA A MEDEIROS, ROSANA R M ELOI, SERGIO J O A E SILVA e PAULO S O CAVALCANTI Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Grupo IC - Relcor/Procardio - Real Hospital Português (RHP), Recife, PE, BRASIL. Introdução: a artéria coronária única (ACU) é uma anomalia congênita rara, onde apenas uma artéria coronária surge do tronco da aorta, através de um único óstio que supre toda a circulação. A sua prevalência é de apenas 0,02% na população geral. É geralmente uma anomalia benigna e assintomática, entretanto, graves complicações, como a morte súbita cardíaca e IAM resultante dessas anormalidades foram descritas na literatura. Caso clínico: trata-se de mulher de 78 anos de idade, com passado de infarto agudo do miocárdio (IAM) há 9 anos, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatia isquêmica, dislipidemia e fibrilação atrial permanente. Faz uso ambulatorial de: atenolol 50mg BID, enalapril 20mg BID, sinvastatina 40mg MID e dabigatrana 110mg MID. Queixava-se de precordialgia e dispnéia aos esforços com piora progressiva nos últimos meses. Deu entrada no laboratório de hemodinâmica para realização de estudo angiográfico das coronárias. Esse, revelou origem da artéria cornonária direita (CD) a partir da artéria circunflexa (CX). CD, de fino calibre, possuía padrão de fluxo normal e CX exibia ateromatose difusa discreta. Stents previamente implantados há 9 anos, em contexto de IAM, no 1/3 proximal e médio da artéria descendente anterior (DA) exibiam ateromatose difusa discreta. Proximal ao 1o ramo diagonal da DA, detectou-se lesão estenótica de 70%. A ventriculografia esquerda evidenciou hipocinesia difusa grave. Conclusão: nosso caso é um tipo muito raro de anomalia de ACU que de acordo com a classificação de Shirani et al., pode ser classificada no grupo IA, que significa: um óstio solitário no seio aórtico esquerdo (I) não-associado a uma coronária de curso aberrante (ACU anatômica) (A). Esse caso é o primeiro descrito na literatura, de angioplastia de DA em ACU IA com origem de CD a partir de CX. Figs. Origem de CD (setas) a partir de CX em ACU IA. 10 33434 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Fig 1. (A) Ponte miocárdica na diástole. (B) Ponte miocárdica na sístole. FUNDAMENTO: A mortalidade intra-hospitalar na insuficiência cardíaca descompensada (ICD) permanece elevada, a despeito dos avanços terapêuticos. Novos escores internacionais têm sido proposto. O registro Americano ADHERE elaborou estratificação de risco para a mortalidade hospitalar (JAMA 2005;293:572). Dados prognósticos locais ainda são escassos. OBJETIVO: Avaliar a aplicabilidade do escore de risco ADHERE nos pacientes admitidos com ICD em hospital da rede privada da cidade do Recife/PE. MATERIAL E MÉTODOS: Coorte histórica com 355 pacientes admitidos com ICD entre 04/2007 a 12/2012. O escore de risco ADHERE considera as variáveis: Uréia (U), PAS (pressão arterial sistólica), e creatinina (Creat.). Classificado risco: Baixo (U < 92 e PAS≥115), Intermediário (Inter) 3 (U<92 e PAS<115), Inter.2 (U≥92 e PAS≥115), Inter.1(U≥92 e PAS<115 e Creat<2.75) e alto (U≥92 e PAS<115 e Creat≥2.75). O nível de significância assumido foi de 5%. RESULTADO: A idade média foi de 73,3 (DP=13) anos, predominância masculina (60%), classe funcional III (57%), etiologia isquêmica (57%) seguida da hipertensiva (19%), portadores de HAS (86%), Diabetes (49%), e FE <45% (60%), óbito hospitalar (11%). A distribuição amostral segundo as faixas de risco ADHERE foi: Baixo Risco (67%), Intermediário (Inter.) 3 (18%), Inter.2 (11%), Inter.1 (3%), e Alto Risco (1%). A freqüência dos grupos de risco segundo a mortalidade está apresentada no gráfico abaixo, onde se observa um gradiente crescente da taxa de mortalidade com o escore de risco (p=0,006). A acurácia encontrada foi de 61,9%. CONCLUSÂO: Na nossa população, atendida na rede suplementar de saúde na cidade do Recife, o escore de risco ADHERE se associou de forma significativa com a mortalidade hospitalar, havendo uma maior mortalidade nos grupos com maior risco. É necessário ampliar a amostra para definir de forma mais acurada a potencial aplicabilidade deste escore na população geral. ADHERE Baixo Risco Risco Inter. 3 Risco Inter. 2 Risco Inter. 1 Alto Risco Sobrevivente 91,6% 90,5% 75,0% 66,7% 80,0% Óbito 8,4% 9,5% 25,0% 33,3% 20,0% Total 238 63 40 9 5 Resumos Temas Livres 33443 33447 Escore de risco na predição de morte hospitalar na Insuficiência cardíaca aguda Estatísticas de saúde da insuficiência cardíaca no Estado de Pernambuco frente ao cenário nacional SILVIA M MARTINS, CAMILA SARTESCHI, MARIA C ALMEIDA, CARLOS E L MONTENEGRO, CAROLINA A MEDEIROS, SERGIO T MONTENEGRO e PAULO SERGIO OLIVEIRA C CAMILA SARTESCHI, SILVIA M MARTINS, CAROLINA A MEDEIROS, MARIA C ALMEIDA, PAULO SERGIO OLIVEIRA C e SERGIO T MONTENEGRO Grupo IC - Realcor/Procardio - Real Hospital Português (RHP), Recife, PE, BRASIL. Grupo IC - Realcor/Procardio - Real Hospital Português (RHP), Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica limitante, que evolui com alta morbimortalidade. Escores de risco com alto poder prognóstico ainda são escassos na população brasileira. INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica limitante, com grave evolução, tornando-se um problema de saúde pública, associada a elevados custos e crescente mortalidade. OBJETIVO: Avaliar a tendência da taxa de mortalidade (TxMort), n de internações (INTER), média de permanência (PERM) e custos médio (CUSTO) do atendimento de pacientes com IC no estado de Pernambuco frente ao cenário nacional. MÉTODOS: A IC foi definida segundo a CID10. Dados obtidos do Sistema de Informação Hospitalar do SUS – DATASUS, nos anos de 2001 a 2012. RESULTADOS: No período histórico analisado houve aumento da TxMort em todas as regiões, sendo Pernambuco e a região Sudeste os que apresentaram as maiores taxas (tabela abaixo). Em relação ao n° de internações, PE seguiu o padrão nacional com redução progressiva. O CUSTO dobrou no período, em PE passou de R$503,1 em 2001 para R$1.287,33 em 2012, similarmente em todas as regiões. PE apresentou a maior tempo de permanência hospitalar (7,3 dias), seguido pelo Sudeste (6,7 dias). CONCLUSÃO: Em Pernambuco de 2001 a 2012 houve progressivo aumento das taxas de mortalidade e do custo médio da AIH, concomitante com a queda do número de internações. Em comparação de PE com o cenário nacional verificou-se que PE apresentou perfil similar à região Sudeste. OBJETIVO: Verificar se um escore de baixo custo baseado em marcadores laboratoriais, clínicos e na idade tem poder prognóstico na mortalidade hospitalar. MATERIAL E MÉTODOS: Coorte histórica com 352 pacientes internados com IC descompensada (ICD) no período de abril de 2007 a dezembro de 2012, em hospital da referência da rede privada de saúde da cidade do Recife/PE. As variáveis do escore foram: sódio, creatinina, ureia, hemoglobina, pressão arterial sistólica (PAS < 115 mmHg) e idade (≥65 anos). Foi conferido um ponto para cada alteração em uma das variáveis e definido como baixo risco: 0 a 2 pontos, moderado risco: 3 a 4 pontos e alto risco: 5 a 6 pontos. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 73,2 anos (± 13,2) variando de 28 a 97 anos, sendo 59,9% homens, 56,5% classe funcional III, 57,2% etiologia isquêmica, 49,1% diabéticos, 86,1% hipertensos e 31,3% com doença renal prévia. A mortalidade hospitalar foi de 10,8%. Segundo a estratificação do escore de risco 61,9% foram baixo risco, 31,8% moderado e 6,3% alto risco. A taxa de óbito hospitalar no baixo, moderado e alto risco foi 6,9%, 14,3% e 31,8%, respectivamente (p=0,001), com odds ratio(OR) para moderado risco de 2,5 (IC95%: 1,1 – 4,7) e 6,3 (IC.95%: 2,2 – 9,8) o OR do alto risco. CONCLUSÃO: O escore de risco baseado em marcadores laboratoriais, PAS e idade permitiu uma boa estratificação de risco para mortalidade hospitalar e tardia nos pacientes com ICD. TAXA DE MORTALIDADE 2001 2005 2010 2012 PERNAMBUCO 8,62 9,15 8,98 9,60 BRASIL 6,61 7,60 8,97 9,46 NORTE 5,45 6,55 8,35 9,11 NORDESTE 5,54 6,78 7,49 8,75 CENTRO-OESTE 4,92 6,01 8,12 8,66 SUDESTE 8,34 8,97 10,77 10,84 SUL 5,7 6,75 7,60 7,87 33457 33458 Avaliação do polimorfismo no gene do receptor de leptina (LEPR) na síndrome coronariana aguda Ecocardiografia Tridimensional na prática clínica: Experiência de 5 anos de uma clínica privada do Recife. SOARES, FABIA C S, BEZERRA, MARIA J R, CARVALHO, VIVIANE D C V, SILVA, ALEX J M, OLIVEIRA, SÁVIO A V, MONTENEGRO, SERGIO T, ALMEIDA, MARIA C, TASHIRO, TETSUO, WERKHAUSER, ROBERTO P, SILVA, CARLOS G R e MONTENEGRO, SÍLVIA M L GIORDANO BRUNO DE OLIVEIRA PARENTE, EDINALDO RODRIGUES FONTES JUNIOR, FLAVIA ARRUDA GODOY SANTOS, DJALMA AUGUSTO DE GODOY SANTOS e PAULO SERGIO RODRIGUES DE OLIVEIRA Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz , Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Beneficiência de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: As doenças cardiovasculares (DC) são atualmente a principal causa de morte e morbidade no mundo, correspondendo a 12,2% do total de óbitos, segundo a OMS (2012). Dentre as DC está a síndrome coronariana aguda (SCA), nesta, existem genes identificados que possuem variações denominadas de polimorfismos, relacionados com o risco de desenvolvimento da doença, dentre eles, o do receptor de leptina (LEPR), segundo Elliott et al (JAMA, 2009; 302(1): 37–48). Objetivo: É um estudo quantitativo transversal com grupo controle que tem por objetivo analisar a relação entre o polimorfismo no gene do receptor de leptina (LEPR) e o risco de desenvolvimento da SCA. Metodologia: O estudo foi realizado com pacientes (n = 141) portadores da SCA internados no Real Hospital do Coração em Recife – PE e com indivíduos (n = 303) doadores do banco de sangue considerados saudáveis que foram obtidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE). As amostras de sangue foram coletadas em tubo com EDTA (5 ml), para a extração e purificação de DNA, nestas etapas foram realizadas utilizando-se o kit comercial “illustra blood genomicPrep Mini Spin Kit” de acordo com as instruções do fabricante. Em seguida foram realizadas as técnicas de polymerase chain reaction (PCR) e o sequenciamento genético para a identificação dos polimorfismos. Os dados foram analisados estatisticamente através do teste do Qui-quadrado, utilizando o programa BioEstat 5.0. Considerando resultados significativos aqueles com o p < 0,05. Resultados: Os resultados parciais demonstram que a população do estudo se encontra em equilíbrio de Hardy-Weinberg, mas não foi encontrada nas amostras investigadas nenhuma associação (p > 0,05) entre os polimorfismos no gene do LEPR com a SCA entre os grupos doentes e saudáveis. Conclusões: Apesar de não apresentar nenhuma associação dos polimorfismos com a SCA os dados obtidos neste trabalho podem contribuir para caracterização desses genes na população brasileira em conjunto com futuros estudos. Sendo necessário um maior número amostral para a confirmação da não associação. Realcor - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A ecocardiografia tridimensional (ECO3D) tem sido demonstrada como uma tecnologia capaz de melhorar a capacidade diagnóstica do exames ecocardiográficos, sendo hoje uma importante ferramenta que alia a precisão à possibilidade de obtenção de imagens mais anatômicas e funcionalmente mais reprodutíveis. OBJETIVO: Descrever a experiência inicial de um serviço privado do Recife no uso desta técnica, avaliando as indicações, os achados encontrados pela ecocardiografia convencional (ECO2D) em comparação aos do ECO3D, a duração média do exame e sua limitações. MÉTODOS: Foram incluídos todos os exames realizados entre dez/2008 e maio/2013 que tiveram solicitação específica para realização de ECO3D. os exames convencionais, que por decisão do examinador foi utilizada esta técnica foram excluídos da amostragem. RESULTADOS: Foram realizados 56 exames de ECO3D. A idade variou de 8 a 88 anos (média de 47 anos). 41% eram homens. As indicações mais frequentes foram: investigação de valvopatias (54%), investigação de miocardiopatia (16%), avaliação da função do VE (11%), cardiopatia congênita (11%), avaliação do VD (5%), sincronismo cardíaco (2%) e não informado (2%). 68% foram realizados de maneira completa (aquisições e medidas padrões). Em 61% encontrou-se achados adicionais no ECO3D e em 32% dos exames encontrou-se achados diferentes no ECO3D em relação ao ECO2D. 71% dos exame foram feitas aquisições full-volume (multi-beat) e naqueles que não foram feitos, 44% foram devido a dificuldades técnicas. A média de tempo para realização do exame foi de 26 minutos não incluído a fase de pós-processamento, com tendência não significativa para redução do tempo nos exames mais recentes (p>0,05). DISCUSSÃO: A motivação para realização do ECO3D estão em sua maioria em conformidade com as principais situações já comprovadas na literatura de superioridade desta técnica em relação ao ECO2D. Apesar disto, um percentual razoável de exames não acrescentou ao ECO2D, tornando nestes casos a indicacão questionável. As atuais limitações são referentes a ausência de diretrizes específicas, disponibilidade do método, tempo para aquisição e processamento e mesmo curva de aprendizado. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 11 Resumos Temas Livres 33460 Investigação invasiva de doença arterial coronariana em pacientes dialíticos ADEMIR CARNEIRO DA CUNHA FILHO, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, RODRIGO DE LIMA TORRES, LILIANE ROSALY DE LIRA LIMA, FREDERICK LAPA SANTOS, BRENO GIORDANO ANDRADE MONTEIRO, UBIRACI SANTIAGO MARIANO JUNIOR, EDUARDO DE ANDRADE CAMPOS, JULIANA COSTA CARVALHO DE ALBUQUERQUE, EDGAR GUIMARÃES VICTOR e BRIVALDO MARKMAN FILHO Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFPE, Recife, PE, BRASIL. Perfil dos pacientes coronariopatas internados em hospital universitário cardiológico de Pernambuco, Brasil ADNA JÉSSICA SILVA DE ARAÚJO, CLAUDIA PORTO SABINO PINHO e AMANDA DE SOUZA BEZERRA PIRES FERREIRA Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - UPE, Recife, PE, BRASIL. Resultados: No período de outubro/2008 a maio/2013 foram realizadas 2.150 CINES. Deste total, 97 procedimentos (4.5%) foram realizados em p dialíticos. Neste grupo, 58% eram do sexo masculino. A média da idade foi de 54 anos, variando de 26 a 79 anos. A grande maioria, 93 p (96%) realizavam terapia hemodialítica e 04 p (4%) se submetiam à diálise peritoneal. A hipertensão arterial foi o principal fator etiológico da DRC estando presente em 65% dos casos. Nesta casuística 48p (49%) apresentaram lesão significativa ao CATE, sendo 11p (11%) 1v, 11p (11%) 2v e 26p (27%) 3v. Ocorreram duas complicações (2%), sendo um caso (1%) de acidente de punção com lesão de artéria femoral e um caso (1%) de óbito 30 minutos após a CINE. FUNDAMENTOS: As doenças cardiovasculares são consideradas um grave problema de saúde pública. A presença de fatores de risco convencionais em pacientes coronariopatas representaria um efeito multiplicador nos desfechos cardiovasculares adversos (1).OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico, clínico e nutricional de pacientes coronariopatas admitidos em hospital universitário cardiológico, localizado em Recife, Pernambuco. METODOLOGIA: Estudo transversal conduzido de Junho a Setembro/2012 envolvendo 164 pacientes com diagnóstico de coronariopatia.Foram estudadas variáveis demográficas e socioeconômicas (idade, sexo, escolaridade e classe econômica segundo ABEP), clínicas (Diabetes Mellitus (DM), hipertensão arterial (HA) e Síndrome Metabólica (SM)), bioquímicas (glicemia de jejum, perfil lipídico, creatinina e ácido úrico), antropométricas (IMC e Circunferência Abdominal (CA)), e comportamentais (tabagismo, consumo de álcool e prática de atividade física). Os dados foram digitados e analisados no software estatístico SPSS versão 13.0. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi 62,88 (±9,64) anos. Houve predomínio do sexo masculino (55,0%), de baixas classe econômica (98,2%) e escolaridade (75,0%). Observou-se um elevado percentual de indivíduos sedentários (86,6%) e não fumantes (64,6%). O consumo de bebidas alcoólicas foi relatado por 12,8% dos pacientes. Verificou-se elevada prevalência de HA (89,0%), SM (89,0%) e excesso de peso (51,4%). DM esteve presente em 32,9% dos pacientes. Reduzido nível sérico de HDL foi encontrado em 78,4% dos avaliados, enquanto 41,7% tinham hipertrigliceridemia. A taxa de filtração glomerular (segundo o Clearance de creatinina) estava reduzida em 25,6% dos pacientes. A prevalência de hiperuricemia foi 42,1%. CONCLUSÃO: A elevada prevalência de fatores de risco clássicos para as coronariopatias neste estudo é um fato relevante, considerando o seu efeito aditivo em população já exposta a risco cardiovascular. Com relação às condições socioeconômicas da população, estas são fatores limitantes na implementação de programas de educação em saúde porque pode dificultar o entendimento das orientações terapêuticas. Conclusão: Esta casuístiva confirma a alta prevalência de DAC nos dialíticos, enfatizando a necessidade de investigação sistematizada de isquemia miocárdica nestes p, muitas vezes negligenciada pela gravidade da doença renal. REFERÊNCIA: Lopes NH, Tsutsui JM, Hueb WA. Estado atual do tratamento da coronariopatia crônica em pacientes diabéticos: evidências e controvérsias baseadas em ensaios clínicos. Arq Bras Endrocrinol Metab. 2007;51(2):319-26. 33463 33464 Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) é uma doença de alta prevalência na população em geral, com destaque ainda maior em pacientes portadores de doença renal crônica (DRC), nos quais também apresenta-se com maior gravidade. A cineangiocoronariografia (CINE) é um método diagnóstico difundido e amplamente utilizado na investigação da DAC. Objetivo: Investigar a prevalência de DAC avaliada através da CINE em pacientes dialíticos. Métodos: Estudo retrospectivo descrito, tipo série de casos. Analisados os laudos das CINES realizadas no Hospital das Clínicas da UFPE no período de Outubro/2008 a Maio/2013. Foi considerada lesão significativa uma obstrução luminal ≥ 50% no tronco da coronária esquerda e ≥ 70% nos seus ramos principais, descendente anterior e circunflexa, e na coronária direita. Os pacientes foram então subdivididos em uni (1v), bi (2v) ou triarterias (3v) de acordo com o número das obstruções. Avaliou-se concomitantemente a ocorrência de complicações decorrentes do exame. Efeito do acompanhamento nutricional de idoso desnutrido com doença renal crônica não dialítica: Relato de caso ADNA JÉSSICA SILVA DE ARAÚJO, e CLAUDIA PORTO SABINO PINHO Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - UPE, Recife, PE, BRASIL. FUNDAMENTOS: Os idosos apresentam mudanças estruturais e funcionais que são agravadas pela presença de comorbidades e seus tratamentos, representando, assim, fatores de risco importantes pra alteração do estado nutricional. A desnutrição é um achado frequente na doença renal crônica (DRC) não dialítica devido à redução do apetite e a restrição proteica, intervenção dietética proposta nessa fase da doença. OBJETIVO: Descrever o efeito do acompanhamento nutricional de idoso desnutrido hospitalizado com diagnóstico de DRC não dialítica. METODOLOGIA: Paciente do sexo feminino, 79 anos, admitida em hospital cardiológico com queixa de desconforto precordial aos mínimos esforços. Hipertensa de longa data, negava etilismo, tabagismo e outras comorbidades. Devido alteração de escórias nitrogenadas, realizou-se ultrassom de vias urinárias, confirmando DRC. Avaliação nutricional considerou parâmetros antropométricos (peso, altura, IMC, circunferência do braço (CB) e circunferência da panturrilha (CP)), anamnese alimentar e exame físico. RESULTADOS: Na admissão, avaliação antropométrica indicava desnutrição por todos os parâmetros utilizados (P:50,4kg; IMC: 20,9kg/m²; CB:27cm - 89,6% adequação; CP:29,3 cm). Paciente negava perda de peso não intencional, mas referia apetite reduzido, comprometendo a ingestão alimentar. Todos esses fatores pontuaram para presença de Risco Nutricional, segundo NRS 2002. Ao exame físico apresentava depleção moderada em músculo temporal, mucosas hipocoradas e hidratadas, pele íntegra e dentição incompleta. Foi estabelecido plano alimentar hipercalórico (35cal/kg) e normoproteico (0,8gptn/kg), elaborado após ajustes que favoreceram a aceitação alimentar. Para tanto, fez-se uso de suplemento oral completo, duas vezes/dia, e módulo de carboidrato para aumentar a oferta calórica. Após 22 dias de internamento, paciente evoluiu com boa aceitação da dieta, ganho ponderal importante, sendo classificada com Eutrofia segundo IMC e CB (P:54,6kg; IMC: 22,7kg/m²; CB:27,5cm - 91,3% adequação; CP:29cm), e manutenção do estágio da DRC. CONCLUSÃO: A Terapia Nutricional, implementada de maneira individualizada, com acompanhamento frequente, possibilita o restabelecimento do estado nutricional e retardada a progressão da doença renal. REFERÊNCIA: Projetos Diretrizes, volume IX. São Paulo: AMB, Brasília, DF: CFM, 2011.. 12 33462 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Razão triglicérides/hdl-c e fatores associados em pacientes coronariopatas ADNA JÉSSICA SILVA DE ARAÚJO, e CLAUDIA PORTO SABINO PINHO Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - UPE, Recife, PE, BRASIL. FUNDAMENTOS:A literatura tem indicado que a razão Triglicérides/HDL-Colesterol (TG/HDL-C) está correlacionada inversamente com o tamanho da partícula de LDL e positivamente correlacionada com sua concentração, podendo ser utilizada como preditor de risco cardiovascular e de gravidade da doença coronariana [1, 2]. OBJETIVOS:Estabelecer a razão entre TG/HDL-C e os fatores associados a sua elevação em pacientes coronariopatas. METODOLOGIA:Estudo transversal envolvendo 147 pacientes com diagnóstico de coronariopatia admitidos em hospital universitário cardiológico no período de Junho a Setembro/2012. Foram avaliados sexo; idade (categorizada em <60 e ≥60 anos); variáveis comportamentais (tabagismo e prática de atividade física); Índice de Massa Corporal (IMC) para determinação do estado nutricional; circunferência abdominal; Hipertensão Arterial; Diabetes Mellitus; Síndrome Metabólica (SM); perfil lipídico, proteína C-reativa e ácido úrico. Foi considerada como indicador de perfil lipídico aterogênico a razão TG/HDL-C ≥3,8 [1], baseada nas recomendações atuais para TG (<150mg/dl) e HDL-C (>40mg/dL em homens e >50mg/dL em mulheres). RESULTADOS:A população avaliada era composta predominantemente por pacientes idosos (63,2%) e do sexo feminino (53,7%). A média da razão TG/HDL-C foi 4,76 (±2,91). A prevalência da razão TG/HDL-C indicativa de perfil aterogênico foi de 58,5%, sendo maior em indivíduos com excesso de peso segundo IMC (p=0,028), hiperuricemia (p=0,028), com idade <60 anos (p=0,015) e com diagnóstico de SM (p<0,001). Não houve associação com as demais variáveis avaliadas. Ainda, observou-se correlação linear positiva entre a razão TG/HDL-C com a uricemia (r=0,315; p<0,001).CONCLUSÃO:O presente estudo indica que a razão TG/HDL-C está relacionada com fatores de risco importantes para o desenvolvimento e agravo de coronariopatias. Por ser um indicador de fácil obtenção e baixo custo, sua utilização deve fazer parte da prática clínica em pacientes coronariopatas e na população geral. REFERÊNCIAS: 1. Hanak V et al. Accuracy of the triglyceride to high-density lipoprotein cholesterol ratio for prediction of the lowdensity lipoprotein phenotype B. Am J Cardiol. 2004;94(2):219-22. 2. da Luz PL et al. High ratio of triglycerides to HDL-cholesterol predicts extensive coronary disease. Clinics. 2008;63(4):427-32. Resumos Temas Livres 33466 33469 Pentalogia de Cantrell com dupla via de saída de ventrículo direito e divertículo de ventrículo esquerdo: relato de um caso Perfil clinico ambulatorial dos pacientes com cardiopatia congênita do adulto no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP-PE DINIZ, VANESSA D, SANTOS, CLEUSA C L, RIBEIRO, MARIA C V, NETO, FERNANDO R M, FIGUEIRA, FERNANDO A M S, NOBREGA, KARINA T M, SANTOS, LUZIENE A B, VALENTE, FERNENDA P, PINHEIRO, TEREZA A A, JÚNIOR, RAIMUNDO F A e MELO, MABLI B S ALINE BORGES MACIEL, CLEUSA CAVALCANTI LAPA SANTOS, FERNANDO RIBEIRO DE MORAES NETO, MARIA CRISTINA VENTURA RIBEIRO, JULIANA RODRIGUES NEVES, ALEXANDRE JORGE GOMES DE LUCENA e LUZIENE ALENCAR BONATES DOS SANTOS IMIP, Recife, PE, BRASIL. INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA -, RECIFE, PE, BRASIL. FUNDAMENTO: A Pentalogia de Cantrell (PC) é uma anomalia congênita rara, de incidência estimada em 5,5/1.000.000 (Am J Med Genet, 1992, 42:90–95) caracterizada por defeitos no diafragma anterior, parede abdominal supraumbilical, pericárdio diafragmático, terço inferior do esterno e malformações cardíacas diversas, sendo mais comum a comunicação interventricular em 72%(Pediatr Cardiol, Apr 25). RELATO DE CASO: Neonato masculino, com suspeita de PC após parto cesáreo a termo, pela exteriorização de estrutura pulsátil em região umbilical. Paciente em bom estado geral, acianótico, taquipneico, pulsos simétricos, com sopro sistólico ejetivo em borda esternal esquerda alta, B2 hiperfonética. Eletrocardiograma mostrando ritmo cardíaco sinusal com frequência cardíaca de 150 bpm e eixo preservado. O ecocardiograma revelou situs solitus, mesocardia, concordância atrioventricular, dupla via de saída do ventrículo direito, estenose pulmonar, comunicação interventricular subaórtica ampla e divertículo do ventrículo esquerdo (VE). A angio-tomografia com multidetectores demonstrou com detalhes a malformação da porção inferior do esterno, a formação diverticular alongada com origem na ponta do VE, de 7cm no maior eixo, atravessando defeito do pericárdio diafragmático e da parede abdominal na linha média, com trajeto parcial na tela celular subcutânea e protrusão externa em topografia umbilical (Figura 1), além das demais alterações congênitas associadas. Programada cirurgia em dois tempos, sendo o primeiro para ressecção do divertículo ventricular e defeitos da parede, o segundo, para correção das cardiopatias associadas. DISCUSSÃO: A associação de divertículo de VE pode acontecer em 32% dos casos de PC e há poucos relatos na literatura da associação com dupla via de saída do ventrículo direito.Existem poucas publicações com imagens de reconstrução por tomografia, apesar da crescente importância na elucidação da anatomia e decisão terapêutica nos casos de PC (2003 Jan;142(1):84). A ressecção do divertículo é recomendada pelo risco de rompimento do mesmo e morte súbita por arritmia(Cardiology in the Young, 2011, 21, 235–237). 33472 Acometimento cardiovascular e renal na Doença de Fabry LILIANE ROSALY DE LIRA LIMA, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, EDUARDO DE ANDRADE CAMPOS, RODRIGO DE LIMA TORRES, LILIANE BELCHIOR DE MELO, ADEMIR CARNEIRO DA CUNHA FILHO, LUZIA KEYNE SOUSA CARNEIRO FROTA, KATHIACRISTINA DE LIMA E SILVA, DEBORAH LUCENA MARKMAN, SERGIO FARIAS DE SOUZA e BRIVALDO MARKMAN FILHO Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFPE Introdução:A doença de Fabry, também denominada de doença de Anderson-Fabry, é uma patologia autossômica ligada ao X, caracterizada por um acúmulo progressivo de glicoesfingolipídeos (GL), principalmente o globotriaosilceramida (Gb3), nos lisossomos, decorrente da deficiência da enzima alfa-galactosidase A(α-GAL A). O acúmulo do GL se dá na parede de pequenos vasos sanguíneos, sistema nervoso (acroparestesias, AVC), coração (cardiomiopatia), olhos (córnea verticilata), pele (angioqueratomas), orelhas, rins (insuficiência renal crônica), sistema gastrintestinal e vasos sanguíneos, manifestações estas mais evidentes em homens homozigotos. Objetivo: Relatar um caso clínico de portador de Doença de Fabry com acometimento renal e cardiovascular. J.A.G.F, masculino, 40 anos, pardo, casado, aposentado, natural e procedente de Jaboatão dos Guararapes-PE. Foi admitido no serviço com queixas de palpitações, lipotimia e hipotensão repetitivas durante sessões dialíticas (dialisava há 19 anos), sendo flagrado episódio de taquicardia ventricular sustentada (TVS) durante sessão dialítica, que foi controlado com uso de amiodarona venosa. O paciente foi submetido a um Holter que evidenciou 618 batimentos ectópicos prematuros de origem ventricular, destes 584 isolados, 14 pares e 2 triplets, polimórficos e mais de 32 pausas acima de 1,6s. Ao ecodopplercardiograma transtorácico, apresentou VE dilatado, com hipertrofia concêntrica importante e disfunção ventricular (FEVE:0,48; IM:274g/m²SC). Realizou cineangiocoronariografia que evidenciou lesões discretas na DA e diagonal. O paciente foi submetido ao implante de CDI e encontra-se com evolução estável até o presente momento, fazendo uso da reposição da enzima α-GAL A. Conclusão: Os autores chamam atenção para esta doença rara que pode acometer o sistema cardiovascular e que, algumas vezes, apresenta fenótipo semelhante à cardiomiopatia hipertrófica, acometendo o sexo masculino em idade mais jovem. Fundamento: O contínuo crescimento da população adulta com cardiopatia congênita tem sido evidente nos centros terciários, necessitando de cuidados cada vez mais especializados. Objetivo: Descrever o perfil clínico ambulatorial dos adultos com cardiopatia congênita acompanhados no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP-PE Metodologia: Estudo descritivo retrospectivo com análise de prontuários de 103 pacientes acompanhados no ambulatório de cardiopatia congênita do adulto no período de fevereiro de 2011 a março de 2013 no IMIP-PE Resultados: Dos 103 pacientes, 61% eram do sexo masculino, 83% procedentes do estado de Pernambuco, 63% com idade entre 15 a 21 anos. As cardiopatias congênitas simples mais encontradas foram a comunicação interventricular (CIV)(21%) e comunicação interatrial (CIA)(13%).Entre as cardiopatias complexas, a Tetralogia de Fallot foi predominante(17%),7%dos pacientes eram portadores de L-TGA e 5%de ventrículo único. Dos 103 pacientes,56% foram submetidos a um procedimento cirúrgico e destes, 15(26%) foram submetidos a uma segunda cirurgia. As complicações cirúrgicas mais encontradas foram decorrentes de lesões residuais inerentes ao procedimento(21 pacientes). 45(44%)dos pacientes são acompanhados clinicamente sem intervenção cirúrgica; 4%foram submetidos a cateterismo intervencionista . Os principais diagnósticos secundários foram hipertensão arterial sistêmica (10%),síndromes genéticas (8%) e arritmias(5%).Hipertensão pulmonar foi diagnosticada em 14% dos pacientes. Conclusão: O notável aumento na sobrevida dos pacientes com cardiopatias congênitas, em particular aqueles com doenças mais complexas, tem contribuído para uma maior demanda de cuidados especializados, envolvendo treinamento,recursos diagnósticos e terapêuticos . Estudos posteriores se fazem necessários para uma melhor abordagem e manejo clínico dessa nova população. 33473 Proposta de orientação de enfermagem aos pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca CORREIA, PABULA P, MEDEIROS, SÍLVIA R A C, SOARES, NATALY S, LEMES, KELLY C T, GONDIM, RENATA M e MENDES, SANDRA I L A Universidade de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A experiência da cirurgia cardíaca é, freqüentemente, causadora de estresse e ansiedade ao paciente e sua família, podendo constituir-se em ameaça ao futuro e à reestruturação do cotidiano. A realização da orientação pré-operatória pelo Enfermeiro poderá diminuir a insegurança desses pacientes diante do processo cirúrgico, contribuindo, ainda, para o sucesso da recuperação. OBJETIVO: Este estudo objetivou propor um roteiro de orientação de enfermagem aos pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca, mediante conhecimento prévio sobre os sentimentos vivenciados por estes diante da necessidade do procedimento cirúrgico. METODOLOGIA: Estudo exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 30 pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca internados na Enfermaria de um hospital da cidade de Recife, Pernambuco. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de um formulário, no qual se buscou conhecer os sentimentos vivenciados pelos pacientes frente à necessidade de realização da cirurgia e quais orientações foram dadas pelos profissionais de saúde na fase pré-operatória. Os dados foram tabulados e organizados em freqüência absoluta e relativa, sendo apresentados em forma de gráficos e tabelas. RESULTADOS: A maioria dos participantes (83%) respondeu terem sido orientados no pré-operatório. Em contrapartida, 77% da população confessaram dificuldade de entendimento das orientações prestadas. Finalmente, embora metade dos participantes tenha relatado conhecimento quanto ao pós-operatório na UTI, grande parte afirmou não terem sidos orientados quanto à sedação, intubação, colocação de drenos e monitorização. Semelhantemente, 70% dos entrevistados não foram orientados quanto aos cuidados com a ferida operatória e nem a respeito da necessidade de fisioterapia respiratória. CONCLUSÕES: Verificou-se a necessidade de haver melhor abordagem do paciente cardiopata no período pré-operatório de cirurgia cardíaca, propiciando adequado enfrentamento da experiência cirúrgica. Assim, foi proposto um folder explicativo destinado aos pacientes para esclarecimento de dúvidas relacionadas ao processo cirúrgico, além de servir como roteiro de orientações para os profissionais. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 13 Resumos Temas Livres 33475 Características demográficas e clínicas da taquicardia ventricular Associação de polimorfismo no gene do TNF-α com a síndrome coronariana aguda. GUSTAVO SÉRGIO LACERDA SANTIAGO FILHO, LILIANE ROSALY DE LIRA LIMA, GUSTAVO SERGIO LACERDA SANTIAGO, DEBORAH LUCENA MARKMAN, SABRINA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, FREDERICK LAPA SANTOS, SERGIO FARIAS DE SOUZA e BRIVALDO MARKMAN FILHO SILVA, ALEX J M, BEZERRA, MARIA J R, SOARES, FABIA C S, CARVALHO, VIVIANE D C V, SILVA, LILÍAN C A, MONTENEGRO, SERGIO T, ALMEIDA, MARIA C, TASHIRO, TETSUO, WERKHAUSER, ROBERTO P, SILVA, CARLOS G R e MONTENEGRO, SÍLVIA M L Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFPE Introdução: A taquicardia ventricular (TV) tem implicações prognósticas relevantes, sobretudo em portadores de cardiopatia estrutural. O Holter é um exame complementar importante na detecção e acompanhamento dessa arritmia. Objetivo: Avaliar a prevalência de TV em pacientes submetidos ao Holter no Hospital das Clínicas (HC) da UFPE. Métodos: Estudo retrospectivo. TV foi conceituada como 3 ou mais batimentos de origem idioventricular sucessivos, monomórficos ou polimórficos. Quando a duração foi superior a 30 segundos, classificou-se como TV sustentada. Resultados: No período de 01 de Março/13 a 10 de Junho/13 foram realizados 76 Holter no serviço de cardiologia do HC-UFPE. TV esteve presente em 18 exames (23%), sendo não sustentada em 94% das vezes. A maioria dos pacientes (p) era do sexo masculino (67%), com média de idade de 64 anos. Quanto à etiologia, HAS era a mais prevalente (72%), seguido por doença coronariana (27%) e Diabetes (27%). Inibidores da ECA (44%), Diurético (44%), aspirina (44%) e Estatina (44%), eram as medicações mais utilizadas Conclusão: Nesta casuística em que a maioria dos p eram portadores de cardiopatia estrutural, o Holter torna-se de vital importância na investigação desta arritmia que certamente eleva o risco e a probabilidade de complicações cardiovasculares Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Beneficiência de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: O Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α) é uma citocina que se liga a receptores específicos, ativa cascatas de sinalização e estimula diversas respostas biológicas (Martin et al 2009; 62: 677-88). Além disso, está associado à formação da placa ateromatosa, pois deposita elementos na parede dos vasos levando à progressão da aterosclerose, sendo expresso em casos de isquemia do miocárdio e síndrome coronariana aguda - SCA (Ridker et. al 2000;101:2149-53). Objetivo: É um estudo quantitativo, transversal com grupo controle que tem por objetivo analisar a relação entre o polimorfismo no gene do TNF-α e o risco de desenvolvimento da SCA. Metodologia: O estudo foi realizado com pacientes (n = 138) com SCA internados no Real Hospital do Coração em Recife – PE e com indivíduos (n = 299) doadores do banco de sangue considerados saudáveis que foram obtidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE). As amostras de sangue foram coletadas em tubo com EDTA (5 ml), para a extração e purificação de DNA, utilizando-se o kit comercial “illustra blood genomicPrep Mini Spin Kit” de acordo com as instruções do fabricante. Em seguida, foram realizadas as técnicas de polymerase chain reaction e o sequenciamento genético para a identificação dos polimorfismos. Os dados foram analisados estatisticamente através do teste do Qui-quadrado, e o teste exato de Fisher utilizando o programa BioEstat 5.0. Foi considerado significante os resultados com p < 0,05. Resultados: Os resultados parciais demonstraram que a população do estudo se encontra em equilíbrio de HardyWeinberg, mostrando associação (p = 0,022) entre o polimorfismo no gene do TNF-α com a SCA (genótipo GG x GA), entre os grupos doentes e saudáveis. Conclusões: De acordo com os resultados verifica-se que há associação entre o polimorfismo do gene do TNF-α e a SCA, dessa forma, os resultados , podem contribuir para a caracterização desses genes na população brasileira em conjunto com outros estudos que possam ser desenvolvidos futuramente. Sendo necessário um maior número amostral para a confirmação dessa associação. 33481 33484 Mudanças ocorridas na vida dos pacientes após o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica OS FATORES DE RISCO E A MONITORIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL NA INFÂNCIA: UM ALERTA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SÍLVIA RAQUEL ALVES DA COSTA MEDEIROS, CORREIA, PABULA P, SOARES, NATALY S, LEMES, KELLY C T, MELO, ELISA M A e MENDES, SANDRA I L A THIAGO IGO WANDERLEY SILVA DE MACEDO, e JOSE APARECIDO DA SILVA MORAIS Universidade de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Associação Caruaruense de Ensino Superior, Caruaru, PE, BRASIL. FUNDAMENTO: A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) consiste em um dos principais fatores de risco para as doenças cerebrovasculares e renais (BRASIL, 2006). Buscar reduzir o risco cardiovascular, melhorando a adesão do indivíduo ao tratamento é meta primordial no direcionamento da equipe de saúde, em especial, da Enfermagem. OBJETIVO: O estudo objetivou identificar as mudanças ocorridas na vida do paciente após o diagnóstico de HAS para melhor direcionar as ações de enfermagem a esses pacientes. METODOLOGIA: Estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com 11 pacientes hipertensos internados na Emergência Cardiológica de um hospital da cidade de Recife, Pernambuco, os quais faziam acompanhamento cardiológico no ambulatório do referido hospital. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada, cujos dados foram analisados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, originando as seguintes idéias centrais: hábitos alimentares, rotina medicamentosa e exercícios físicos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães, sob protocolo nº441. RESULTADOS: Todos os entrevistados apontaram que a HAS acarretou mudanças de vida. Alguns participantes reconheceram a importância do controle da dieta para o tratamento de HAS, apesar de não incorporarem novos hábitos alimentares em sua rotina. Verificou-se que o uso diário de mais de um remédio para HAS, aliado a uma terapia prolongada consistiu em dificuldade para correta adesão ao tratamento medicamentoso. Finalmente, a prática da atividade física não foi priorizada para o tratamento da HAS, pois apenas dois entrevistados realizavam exercícios físicos e tal prática não foi correlacionada à hipertensão. CONCLUSÕES: O estudo revelou a importância de verificar o que sabem os pacientes hipertensos sobre sua patologia e quais estratégias terapêuticas de controle conhecem e utilizam, uma vez que estes fatores podem concorrer para um controle inadequado da HAS. No grupo estudado, percebeu-se a necessidade de uma melhor orientação aos pacientes quanto às peculiaridades do seu tratamento. Tais orientações poderiam ser eficientemente transmitidas pelo enfermeiro, o qual enquanto integrante da equipe de saúde, desenvolve importante papel no acompanhamento do paciente com HAS. 14 33479 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial é um problema de saúde pública em todo o mundo. Caracterizasse pelo aumento e sustentação dos níveis pressóricos arteriais, está associada a alterações funcionais e/ou estruturais do organismo e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010). Essa patologia geralmente é diagnosticada nas idades mais avançadas, porem ela dar sinais de alerta desde as primeiras fases da vida. OBJETIVO: Realizar uma revisão da literatura sobre os fatores de risco da hipertensão arterial diagnosticados na infância. METODOLOGIA: Tratou-se de um estudo de revisão sistemática, onde a busca foi realizada nas bases de dados MEDLINE e LILACS, mediante o pareamento dos descritores: hipertensão arterial, criança, fatores de risco. Como critério de elegibilidade está: limitação temporal de publicação de 2008 a 2012, nos idiomas inglês, espanhol e português, texto completo, disponíveis gratuitamente na integra. Ao cruzamento desses 1.353 publicações foram identificadas, no entanto após aplicação dos critérios de inclusão apenas 23 serviram como base de fundamento para o estudo. RESULTADOS: 87% das publicações afirmaram que o principal fator de risco para o aumento do nível pressórico são os hábitos de vida incorretos que se iniciam na infância. Atualmente verifica-se uma mudança de hábitos de vida das crianças, onde o estilo de vida como os hábitos alimentares incorretos e o sedentarismo aumentam em grande quantidade as chances dos infantes se tornarem adultos hipertensos e cardiopatas. 70% dos estudos expressaram que em muitos casos esse controle da pressão arterial na criança é ignorada, aonde a maioria das crianças chegam à idade adulta sem terem feito se quer um controle pressórico na infância. A criança com níveis de pressão arterial mais elevado, mesmo que dentro de limites considerados normais, tende a evoluir ao longo da vida, mantendo uma pressão arterial mais elevada que as demais e apresentando maior probabilidade de se tornar um adulto hipertenso. (Zuntini, 2011). CONCLUSÃO: A identificação desses fatores de risco e a monitoração da pressão arterial em crianças tornam-se necessária e importante na prevenção e controle da hipertensão arterial, Cabendo aos profissionais da saúde realizarem de maneira rotineira nas suas consultas pediátricas, e incentivarem também as medidas preventivas da hipertensão desde a infância. Resumos Temas Livres 33486 33487 Correção do Defeito do septo atrioventricular: comparação entre pacientes sem e com síndrome de Down. Oximetria de pulso arterial como triagem neonatal para cardiopatia congênita: resultados num estado do nordeste brasileiro. SHEILA MARIA VIEIRA HAZIN, TAYNARA AMÂNCIO DE LIMA, ELVIRA DO CARMO FERRÃO DOS SANTOS, FELIPE ALVES MOURATO e SANDRA DA SILVA MATTOS CAROLINA PAIM GOMES DE FREITAS, FELIPE ALVES MOURATO, RENATA GRIGORIO SILVA GOMES, CICERA ROCHA DOS SANTOS e SANDRA DA SILVA MATTOS Unidade de Cardiologia Materno Fetal, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Introdução: O defeito do septo atrioventriculcar (DSAV) é responsável por aproximadamente 3% das cardiopatias congênitas, sendo essa frequência consideravelmente maior na Síndrome de Down (SD). Com a correção do DSAV pode ocorrer uma elevação brusca do tônus vascular pulmonar, por vezes evoluindo para hipertensão arterial pulmonar (HAP). O presente trabalho visa comparar dados pré e pós-operatórios de pacientes submetidos a correção de DSAV com ênfase na presença ou não da Síndrome de Down. Objetivo: Comparar dados pré e pós-operatórios de pacientes submetidos a correção de DSAV. Metodologia: Foram colhidos dados cirúrgicos dos pacientes submetidos a correção do DSAV, além de Ecocardiogramas pré-operatórios. Em seguida foram analisados sob os seguintes aspectos: Presença ou não de SD, percentil de peso na cirurgia, faixa etária, tipo de DSAV, pressão sistólica estimada na artéria pulmonar (PSAP), relação Qp:Qs, tempo de CEC, utilização de corticoide intra-operatório, tempo de UTI, tempo de hospitalização, óbito e complicações. Resultados: Foram analisados um total de 42 casos. No ato cirúrgico, muitos pacientes estavam na faixa etária entre 3 meses e 1 ano (59,5%). Síndrome de Down estava presente em 76,2%. A presença de DSAV total foi semelhante nos dois grupos (70% e 76,6% entre Down e não Down). A PSAP foi estimada em 14 ECOs, sendo que HAP foi vista em 1 de 4 pacientes sem SD (25%) e 13 de 17 pacientes com SD (76,47%). O tempo de CEC variou entre 50 minutos e 3 horas e 15 minutos. De acordo com nossos dados, encontramos uma mortalidade cirúrgica nos pacientes com Síndrome de Down de 13%(ic=3,8 a 30,7%) e nos pacientes sem Síndrome de Down de 30%. Apesar de esses dados mostrarem uma mortalidade menor nos pacientes com Síndrome de Down, o intervalo de confiança não nos permite afirmar isso. Conclusão: A maioria dos pacientes submetidos a correção de DSAV tem a SD, sendo que a presença de HAP é mais comum nestes pacientes. Além disso, boa parte dos pacientes foi operada em idade ideal para diminuição do impacto de uma possível elevação do tônus vascular pulmonar. Não foram encontradas diferenças na utilização de corticoide e presença de complicações e tempo de internamento hospitalar. 33488 Avaliação do polimorfismo no gene IL-6 na síndrome coronariana aguda LILÍAN CAROLINY AMORIM SILVA, VIVIANE DO CARMO VASCONCELOS DE CARVALHO, FABIA C S SOARES, SERGIO TAVARES MONTENEGRO, MARIA CELITA DE ALMEIDA, TETSUO TASHIRO, ROBERTO P WERKHAUSER, CLARICE N. LINS DE MORAES, CARLOS GUSTAVO RÉGIS DA SILVA e SÍLVIA MARIA LUCENA MONTENEGRO Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - FIOCRUZ, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Beneficência de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. FUNDAMENTO: A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é uma importante doença cardiovascular com grande morbidade e mortalidade causada pela obstrução das artérias coronárias, levando à isquemia miocárdica (Theroux e Fuster, 1998). Na prática clínica, a susceptibilidade, a expressão e o desfecho dessa doença podem estar relacionados a variações genéticas, tais como o polimorfismo da interleucina 6 (Da luz e Laurindo, 2005; Vasan, 2006). OBJETIVOS: Está sendo realizado um estudo transversal, com grupo controle para avaliar a relação entre o polimorfismo do gene IL-6 e a SCA. METODOLOGIA: O estudo está sendo realizado com 150 pacientes com SCA internados no Real Hospital Português (RHP), situado em Recife – PE, no período de 2012 até 2013, além de 303 indivíduos saudáveis para o grupo controle, recrutados no Hemocentro de Pernambuco HEMOPE. Todos os participantes são adultos com idade acima de 18 anos. Estão sendo coletados 5 ml de sangue em tubo contendo EDTA para análise dos polimorfismos genéticos. O DNA obtido após extração está sendo amplificado pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com os primers específicos para o polimorfismo -174 G/C de interesse. Os fragmentos obtidos estão sendo analisados em gel de agarose a 1% e o produto de PCR submetido ao sequenciamento de DNA. A análise estatística utilizada foi o Qui quadrado, através do programa Bioestat, versão 5.0, sendo considerados resultados significativos os dados com valor de p < 0,05. RESULTADOS: Até o presente momento foi realizada a PCR para 133 pacientes e 274 indivíduos controle. Nossos resultados parciais demonstram que dentre os pacientes, 56,4% possui genótipo GG, sendo assim homozigotos selvagens, seguido pelos heterozigotos (GC) com uma porcentagem de 36,8% e por fim os homozigotos mutantes (CC), apresentando um percentual de 6,8%. Estes números comprovam a prevalência de indivíduos homozigotos selvagens na população estudada. Para os indivíduos controles, 59,8% apresentam o genótipo GG, 34,7% o GC e apenas 5,5% apresentaram o genótipo CC. CONCLUSÕES: Os resultados parciais obtidos, não mostraram diferença significativa entre o grupo de pacientes e o de controles (p > 0,05), evidenciando que o polimorfismo estudado parece não influenciar o desenvolvimento da SCA. Porém o aumento do número amostral está sendo realizado para confirmação dos dados. Unidade de Cardiologia Materno Fetal, Recife, PE, BRASIL - Real Hospital Português de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Círculo do Coração de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Objetivo: Avaliar a implantação da triagem por oximetria de pulso arterial (OPA) e descrever os resultados da mesma. Métodos: Estudo descritivo, prospectivo e multicêntrico das OPAs coletadas entre janeiro e dezembro de 2012, como parte da estruturação de uma rede para assistência a crianças cardiopatas. Foram consideradas OPAs normais aquelas em que duas oximetrias (colhidas em MSD e MI) obtinham SpO2>95% e a diferença entre ambas fosse inferior a 2%. OPAs alteradas foram encaminhadas para maior avaliação incluindo ECO de triagem realizado por neonatologista. Resultados: Foram colhidas 19999 oximetrias e 804 foram alteradas. Eco de triagem foi realizado em 526 destas, e foram detectadas 292 alterações. A relação entre OPAs alteradas/OPAs colhidas diminuiu com o passar do tempo (14,8% em janeiro para 1,5% em dezembro), mostrando uma curva de aprendizado inicial importante. A população estudada aparentemente possui uma incidência de CC maior que a média mundial. Conclusão: A triagem neonatal para CCs, por OPA, no estado da Paraíba ainda tem mais de um ano de existência, já avaliando 19999 pacientes. A queda no número de OPAs alteradas reflete uma fase adaptativa da nova rotina estabelecida. Pretende-se expandir o número de ECOs realizados e fazer da triagem com OPAs uma rotina permanente dos serviços participantes. 33489 ALTERAÇÕES CARDÍACAS E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS PORTADORES DE DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE. CANDYCE DE ANDRADE CARDOSO, SANDRA DA SILVA MATTOS e VALERIA MARIA BEZERRA SILVA Hospital Barão de Lucena, Recife, PE, BRASIL - Unidade de Cardiologia Materno Fetal, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A distrofia muscular de Duchenne (DMD), forma mais grave de distrofia, é uma doença genética progressiva que possui herança recessiva ligada ao cromossomo X. As manifestações clínicas apresentam um período pré-clínico, iniciando os sinais e sintomas por volta dos dois ou três anos, evoluindo de forma progressiva e irreversível, com fraqueza muscular, déficit funcional, contraturas, deformidades e diminuição da capacidade vital respiratória. Acomete principalmente a musculatura esquelética, podendo atingir a musculatura cardíaca e o sistema nervoso. Objetivo: Descrever as alterações cardíacas encontradas em pacientes com Distrofia muscular de Duchenne e sua qualidade de vida Material e Métodos Trata-se de um estudo descritivo, transversal, onde foram avaliados 13 pacientes portadores de DMD, na faixa etária de 0 a 21 anos, acompanhados na AACD de Recife, Pernambuco. Seus dados clínicos e de qualidade de vida foram avaliados, bem como EEG e ECO. Resultados: A maior parte dos pacientes tinham entre 8 e 18 anos e 69% iniciaram os sintomas da doença entre 4 e 7 anos de idade; O domínio físico obteve o menor nível de escore (29,12), seguido do ambiente (33,69), psicológico (38,14), enquanto que o de relações sociais obteve o maior índice (57,69). O bloqueio de ramo direito aconteceu em 7 pacientes(53,84%), seguido da onda T invertida em parede posterior (1 paciente) e alterações do segmento T em parede posterior (1 paciente) enquanto que 4 pacientes (30,76%) não apresentaram alterações ao ECG. 30% deles apresentaram as disfunções diastólica tipo II e tipo III, enquanto que 1 paciente apresentou miocardiopatia dilatada e outro, alterações de hipercinesia. Conclusões: Este estudo revela a importância das alterações cardíacas nos portadores de DMD, indicando a necessidade de uma monitorização mais precoce do envolvimento cardíaco nesta doença. Também pudemos observar comprometimento importante na sua qualidade de vida e grau de funcionalidade, o que demandará um maior investimento nas ações preventivas e de reabilitação nestes pacientes por parte dos serviços de saúde. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 15 Resumos Temas Livres 33493 PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO TARDIO DE TETRALOGIA DE FALLOT EVOLUINDO COM QUILOTÓRAX SUBMETIDO À TERAPIA CLÍNICA. Perfil Lipídico em renais crônicos dialíticos JULIANA SOUSA SOARES DE ARAÚJO, NATHAN FERREIRA MOREIRA DE LACERDA, MATHEUS PIRES BRAGA, GABRIELLY CRISTHINA TRIGUEIRO MACIEL, CAMILA TAVARES DE SOUZA, CAROLINA PAIM GOMES DE FREITAS e SANDRA DA SILVA MATTOS ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, ADEMIR CARNEIRO DA CUNHA FILHO, RODRIGO DE LIMA TORRES, DEBORAH LUCENA MARKMAN, EDUARDO DE ANDRADE CAMPOS, SABRINA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, ALYSSON GRAZYANE SANTOS AVELINO, BRENO GIORDANO ANDRADE MONTEIRO, UBIRACI SANTIAGO MARIANO JUNIOR e BRIVALDO MARKMAN FILHO Rede de Cardiologia Pediátrica PE-PB., Recife, PE, BRASIL. Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da UFPE,. Introdução: Um dos fatores que podem comprometer o pós-operatório de cardiopatias congênitas em crianças é o Quilotórax. Lesão do canal torácico ou de vasos linfáticos acessórios e aumento da pressão venosa sistêmica para valores maiores que a pressão do canal torácico. Esta está associada ao acúmulo característico de linfa no espaço pleural. Objetivo: Relatar um caso de complicação pós-cirúrgica rara e, na maioria das vezes, grave. Metodologia: O relato foi elaborado a partir da análise de prontuário tradicional e eletrônico, entrevista com acompanhante e visitas ao paciente atendido pela rede de Cardiologia Pediátrica Pernambuco- Paraíba. Descrição do Caso: JFS, 1 ano de idade com diagnóstico de cardiopatia congênita, em pós-operatório tardio de cirurgia corretiva de Tetralogia de Fallot, evoluiu com Quilotórax em hemitórax direito, após 3 meses de cirurgia corretiva. O paciente apresentou picos febris com sinais de congestão pulmonar e hepatomegalia sendo transferido para a UTI. Retorna a UTI devido a um desconforto respiratório importante com o diagnóstico de Derrame Pleural à Direita, quando foi iniciada a drenagem. Inicialmente, o aspecto da secreção era esbranquiçada, passando a apresentar caráter quiloso com a evolução do caso. Manteve-se a terapia conservadora. O paciente foi submetido a dieta específica para Quilotórax e nutrição parenteral sem lipídeos. Além disso, o tratamento baseou-se em antibioticoterapia, uso de octeótride e de outros medicamentos de proteção cardiovasculares. Com 3 meses de internação, a criança apresentou quadro de pneumonia e sepse. Tratadas as infecções e com a melhora do quadro respiratório, o paciente recebeu alta. Conclusão: A indicação cirúrgica de ligadura do ducto torácico pode ser feita em pacientes debilitados, porém, nem sempre é totalmente eficaz, já que envolve uma extensa ressecção cirúrgica e não se adequa bem as muitas variações anatômicas do ducto torácico, sendo necessária a manutenção do tratamento clínico. A terapia clínica baseada em dieta específica pobre em lipídeos, prevenção de insuficiência cardíaca congestiva, o uso de octeótride e obviamente drenagem pleural, mostrou-se bastante eficaz no tratamento do Quilotórax. Fundamento: O fenótipo lipídico caracteristicamente associado à doença renal crônica (DRC) é uma dislipidemia mista com predomínio de hipertrigliceridemia e HDL baixo, reconhecidamente aterogênico. 33496 33497 ESTADO NUTRICIONAL DE CARDIOPATAS CRÍTICOS: UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS E BIOQUÍMICAS Existe diferença quanto ao gênero e tipo de protocolo no prognóstico dos pacientes submetidos ao ecocardiograma sob estresse farmacológico? RENATA REIS DE LIMA E SILVA, MILENA CAROLINE TERTULIANO DE LIMA, CLAUDIA PORTO SABINO PINHO, ISA GALVAO RODRIGUES e CRISTIANE MARIA SÁ DE ARAÚJO MARIA CELITA DE ALMEIDA, DEBORAH LUCENA MARKMAN, CLODOVAL DE BARROS PEREIRA JÚNIOR, MANUEL MARKMAN, MARCIA MACHADO DE MELO MORENO e BRIVALDO MARKMAN FILHO PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Fundamentos: A doença cardíaca é a principal causa de morte em adultos no Brasil, sendo a desnutrição preditora independente para mortalidade. Diante disso, é essencial a identificação precoce dos pacientes desnutridos, para a definição de uma terapia nutricional que possa corrigir as alterações nutricionais e melhorar o prognóstico do paciente.Objetivo: Analisar o estado nutricional de pacientes cardiopatas críticos, utilizando-se medidas antropométricas e análise laboratorial.Metodologia: Estudo transversal realizado nas Unidades Coronarianas de um hospital especializado, entre Março e Maio de 2013. No período de até 48 horas após admissão, foram avaliadas medidas antropométricas (IMC estimado, circunferência do braço (CB), e prega cutânea tricipital (PCT) para cálculo da área muscular do braço (AMB)), de acordo com metodologia padronizada. Dados bioquímicos (albumina sérica, % linfócitos, leucócitos) foram coletados em prontuários. A análise estatística constou de média, desvio padrão e cálculo percentual. Resultados: Foram avaliados 54 pacientes, com distribuição semelhante entre os sexos (50,9% do sexo feminino) e idade de 62,7±15 anos. O principal diagnóstico clínico prévio foi o infarto agudo do miocárdio (42,59%), seguido da insuficiência cardíaca (33,3%). Quanto às comorbidades, 33 (61,11%) possuíam hipertensão arterial sistêmica, 13 (24,07%) diabetes mellitus e 13 (24,07%) apresentaram alguma insuficiência renal. A avaliação do estado nutricional baseado no IMC encontrou 26 eutróficos (48,14%), 17 (31,48%) com baixo peso, 9 sobrepeso (16,66%) e 2 (3,7%) obesidade. A CB mostrou 24 eutróficos (44,44%), 25 (46,29%) desnutridos e 5 (9,25%) excesso de peso. De acordo com a AMB, 31 (57,4%) encontravam-se eutróficos e 23 apresentaram algum grau de desnutrição (42,59%). No que se refere à avaliação nutricional considerando-se os exames laboratoriais, a CTL identificou 12 (22,64%) eutróficos e 41 (77,35%) desnutridos. Já a albumina sérica, classificou 7 (20,58%) com eutrofia e 27 (79,41%) com desnutrição.Conclusão: A avaliação nutricional em cardiopatas críticos é um grande desafio na prática clínica, por apresentar limitações para realização de avaliação antropométrica, como presença de edemas e dificuldade de manipulação do paciente, dificultando um diagnóstico nutricional preciso. O uso exclusivo do IMC estimado é limitado, identificando um menor número de desnutridos. Portanto, diferentes parâmetros de avaliação devem ser utilizados. 16 33494 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e lipídico em pacientes (p) com DRC. Métodos: Estudo prospectivo. P foram submetidos à avaliação clinico-laboratorial. P sintomáticos, com isquemia em cintilografia e/ou presença de disfunção sistólica ao ecocardiograma, > 50 anos e diabete melito (DM) como causa da DRC ou ≥ 2 fatores de risco realizaram cineangiocoronariografia (CINE). Assintomáticos, sem fatores de risco foram investigados com ecocardiograma e com único fator de risco, através de ecocardiograma e cintilografia. Resultados: Foram estudados 55 pacientes com idade média de 51 ± 12 anos, 53% do sexo masculino, 91% hemodialíticos. A média do tempo de diálise foi de 6,2 ± 5 anos, 89% eram hipertensos e 27% eram diabéticos. CINE foi realizada em 64% dos P. Destes, 42% apresentaram doença arterial coronária (DAC) (grupo A) e 22% não apresentaram DAC (grupo B). O grupo C foi representado pelos pacientes não submetidos à CINE (36,36%). O grupo B apresentou média de trigliceridemia significativamente maior que o grupo A (p = 0,0374). As médias de albumina sérica nos grupos A, B e C foram respectivamente 4,25, 4,40 e 4,53 (p=ns) Conclusão: Na amostra estudada ocorreu uma relação paradoxal com menores níveis de triglicérides no grupo de coronariopatas. Dados sugerem que a relação entre o metabolismo lipídico e doença cardiovascular em pacientes urêmicos difere daquele da população geral e poderia existir menores níveis de inflamação e consequente menor aterotrombose. Os pacientes com DRC dialítica devem ser encarados como uma população de exceção em relação ao perfil lipídico. Procardio - Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas - UFPE Introdução: A ecocardiografia sob estresse farmacológico (EEF) é um método diagnóstico bem estabelecido na prática cardiológica contemporânea. Objetivo: Avaliar se existe diferença no prognóstico de homens e mulheres submetidos ao EEF. Metodologia: Coorte prospectiva. O resultado do EEF foi comparado ao desfecho composto (morte cardiovascular, infarto do miocárdio, angina instável, revascularização miocárdica cirúrgica ou percutânea) observado no seguimento dos pacientes (p). Foram calculados a sensibilidade (S), especificidade (E), acurácia (A), valores preditivos positivo (VPP) e negativo (VPN) divididos por gênero e tipo de protocolo – Dipiridamol (Dip) ou Dobutamina (Dob). P valor <0.05 foi considerado significativo. Resultados: No período de Março/2003 a Dezembro/2011, 1241 p foram submetidos ao EE, sendo 770 (62%) mulheres. A faixa etária foi 61±11 anos. HAS (76%) e dislipidemia (55%) foram os fatores de risco mais prevalentes. A principal indicação para realização do exame foi.investigação de dor precordial (58%). Os protocolos utilizados foram dipiridamol (80%) e dobutamina (20%). O resultado do EE foi negativo para isquemia miocárdica em 88% dos casos e positivo em 12% deles. O tempo médio de seguimento dos p foi de 30.6 (DP=23,3) meses. Desfechos clínicos aconteceram em 121p (10%). No sexo masculino, a S, E, A, VPP e VPN foram 80%, 95%, 93%, 69% e 97%, Kappa=0.699 (p<0.001) para Dip e 57%, 98%, 90%, 86% e 90%, Kappa=0.627 (p<0.001) para Dob. No sexo feminino foram 85%, 96%, 95%, 62% e 99%, Kappa=0.694 (p<0.001) para Dip e 60%, 97%, 93%, 69% e 96%, Kappa=0.606 (p<0.001) para Dob. Conclusão: Nesta coorte de pacientes, existiu correlação significativa entre o resultado do exame e a ocorrência de desfechos, entretanto não houve diferença prognóstica entre homens e mulheres submetidas ao EE, nem quanto ao tipo de protocolo utilizado, relativo aos desfechos analisados. Resumos Temas Livres 33498 33502 Prevalência de síndrome metabólica em obesos no interior de Pernambuco. Atendimento dos pacientes internados com Insuficiência Cardíaca Descompensada – existe diferença entre os gêneros? HILDA CARLA MOURA DOS SANTOS, LUCIANA GONÇALVES DE ORANGE, CYBELLE ROLIM DE LIMA, MARIA MAGDALA SALES DE AZEVEDO, KEILA FERNANDES DOURADO e SHEYLANE PEREIRA DE ANDRADE CAROLINA A MEDEIROS, SILVIA M MARTINS, CAMILA SARTESCHI, M CELITA ALMEIDA, CARLOS E L MONTENEGRO, ROSANA R M ELOI e PAULO SERGIO RODRIGUES O Grupo IC - Realcor/Procardio - Real Hospital Português (RHP), Recife, PE, BRASIL. UFPE, Vitória de Santo Antão, PE, BRASIL. Fundamento: A síndrome metabólica (SM) se caracteriza pela perda da homeostase corporal e está relacionada principalmente com a obesidade abdominal, que se associa às alterações no perfil lipídico, ao aumento da pressão arterial e à hiperinsulinemia, fatores esses que aumentam o risco de diabetes mellitus (DM) tipo 2, doenças cardiovasculares e resistência à insulina. Segundo Dunstan et al. (Diabetes Care., 2002; 25:829-34) a SM possui uma prevalência estimada entre 20 a 25% na população geral, com comportamento crescente nas últimas décadas. Objetivo: Visto que indivíduos obesos apresentam critérios para o diagnóstico da SM, a hipótese do presente trabalho é que existe uma alta prevalência de SM em um grupo de pacientes obesos acompanhados em um ambulatório no interior de Pernambuco. Portanto os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência da SM e de outras comorbidades, como também o risco de doença cardiovascular (DCV) em obesos acompanhados no ambulatório de Nutrição do Centro de Saúde de Especialidades da Vitória de Santo Antão – PE. Métodos: Estudo do tipo transversal. A partir de dados bioquímicos e antropométricos, coletados em fichas de avaliação nutricional, foram estudados 293 obesos com idade ≥ 20 anos, os quais foram avaliados risco de DCV e o diagnóstico da SM (segundo o NCEP-ATP III). Resultados: Dos indivíduos avaliados (44 homens e 249 mulheres), 67,7% apresentaram SM, sem diferença entre os gêneros, no entanto, mais frequente nos idosos. As comorbidades mais prevalentes foram: dislipidemias (69,1%), hipertensão arterial sistêmica (49%) e diabetes mellitus ou intolerância à glicose (36,3%). Aqueles com SM apresentaram maior frequência de outros indicadores para DCV (relação TG/HDL; razão cintura/estatura; LDL e CT). Conclusão: Verificou-se uma elevada prevalência de SM associada a várias comorbidades e outros indicadores para DCV. Deste modo, a prevenção dos fatores de risco para a SM deve ser preconizada, além do seu diagnóstico precoce, proporcionando uma intervenção rápida, através de profissionais como o nutricionista e o educador físico, que são indispensáveis no tratamento desta síndrome. FUNDAMENTO: A insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome complexa e limitante com elevadas taxas de mobimortalidade. OBJETIVO: Analisar as características do atendimento dos pacientes internados com insuficiência cardíaca descompensada (ICD) entre os gêneros. MATERIAL E MÉTODOS: Coorte histórica com 360 pacientes internados com ICD entre 04/2007 a 12/2012 em hospital da rede suplementar de saúde da cidade do Recife/PE. As variáveis estudadas incluíram idade, etiologia, classe funcional (CF), Fração de Ejeção (FE), causa da descompensarão (CD), antecedentes pessoais, pressão arterial sistólica (PAS), frequência cardíaca (FC), medicações na internação, exames laboratoriais, tempo de internação (< a href=”http://t.int/” target=”_blank”>t. int), óbito hospitalar e reinternação 6 meses (REINT). Para comparar os sexoss utilizou o QuiQuadrado de Pearson. O nível de significância assumido foi de 5%. RESULTADOS: A amostra apresentou maioria masculina (60%), idade média 73 anos (variando 28 a 97), etiologia isquêmica (56%), CF III (57%), HAS (86%), ICO (66%), DM (49%), D. Renal (31%), IC sistólica (FE<45%) 60%, PAS <=120mmHg (38%), B.Bloq (71%) e IECA/BRA (70%) na internação. A mediana do < a href=”http://t.int/” target=”_blank”>t.int foi de 10 dias, óbito hospitalar 11% e REINT 66% em 6 meses. As variáveis idade, etiologia, comorbidades (ICO, Doença valvular, Doença Renal), PAS, FE e óbito comparando os gêneros exibiram importante diferença (tabela abaixo). Em termos das medicações não houve diferença relevante entre os gêneros. CONCLUSÃO: Em se tratando de registro de rede privada os dados gerais concordam com estudos internacionais. Há expressiva diferença quando são comparados os gêneros. Há de se dispensar maior atenção às mulheres já que são em sua maioria idosas, portadoras de IC com fração de ejeção normal, mas evoluem com elevadíssima mortalidade. Abordagem terapêutica mais adequada deve ser perseguida valorizando o risco e buscando redução da letalidade.. Variáveis Feminino Idade>=65 81% Etiol.Isquêmica 49% D.Valvar 15% B Bloq Int. 68% IECA/BRA int. 74% FE < 45% 48% Óbito Int. 17% REINT 6 meses 72% Masculino 71% 62% 07% 74% 67% 68% 07% 62% p 0,028 0,049 0,012 0,240 0,197 0,001 0,007 0,156 33550 33552 Five-year outcomes following PCI with DES versus CABG for unprotected LM coronary lesions: meta-analysis and meta-regression of 2914 patients. Preservation versus non-preservation of mitral valve apparatus during mitral valve replacement: a meta-analysis of 3835 patients. MICHEL POMPEU BARROS DE OLIVEIRA SÁ, PAULO ERNANDO FERRAZ, RODRIGO RENDA DE ESCOBAR, ELIÓBAS DE OLIVEIRA NUNES FILHO, JOSE VERISSIMO, PABLO CESAR LUSTOSA BARROS BEZERRA, LEONARDO PONTUAL LIMA, FREDERICO BROWNE CORREIA DE ARAÚJO E SÁ, ALEXANDRE MOTTA DE MENEZES, FREDERICO PIRES DE VASCONCELOS SILVA e RICARDO DE CARVALHO LIMA MICHEL POMPEU BARROS DE OLIVEIRA SÁ, PAULO ERNANDO FERRAZ, RODRIGO RENDA DE ESCOBAR, ELIÓBAS DE OLIVEIRA NUNES FILHO, JOSE VERISSIMO, PABLO CESAR LUSTOSA BARROS BEZERRA, FREDERICO BROWNE CORREIA DE ARAÚJO E SÁ, LEONARDO PONTUAL LIMA, ALEXANDRE MOTTA DE MENEZES, FREDERICO PIRES DE VASCONCELOS SILVA e RICARDO DE CARVALHO LIMA PROCAPE, Recife, PE, BRASIL - UPE, Recife, PE, BRASIL. OBJECTIVE: To compare the safety and efficacy at long-term follow-up of coronary artery bypass grafting (CABG) with percutaneous coronary intervention (PCI) using drug-eluting stents (DES) in patients with unprotected left main coronary artery (ULMCA) disease. METHODS: MEDLINE, EMBASE, CENTRAL/CCTR, SciELO, LILACS, Google Scholar and reference lists of relevant articles were searched for clinical studies that reported outcomes at 5-year follow-up after PCI with DES and CABG for the treatment of ULMCA stenosis. Five studies (1 randomized controlled trial and 4 observational studies) were identified and included a total of 2914 patients (1300 for CABG and 1614 for PCI with DES). RESULTS: At 5-year follow-up, there was no significant difference between the CABG and PCIDES groups in the risk for death (odds ratio [OR] 1.159, P=0.168 for random effect) or the composite endpoint of death, myocardial infarction, or stroke (OR 1.214, P=0.083). The risk for target vessel revascularization (TVR) was significantly lower in the CABG group compared to the PCI-DES group (OR 0.212, P<0.001). The risk of major adverse cardiac and cerebrovascular events (MACCE) was significantly lower in the CABG group compared to the PCI-DES group (OR 0.526, P<0.001). It was observed no publication bias about outcomes and considerably heterogeneity effect about MACCE. CONCLUSION: PROCAPE, Recife, PE, BRASIL - UPE, Recife, PE, BRASIL. Resection of the chordopapillary apparatus during mitral valve replacement has been associated with a negative impact on survival. Mitral valve replacement with the preservation of the mitral valve apparatus has been associated with better outcomes, but surgeons remain refractory to its use. To determine if there is any real difference in preservation vs non-preservation of mitral valve apparatus during mitral valve replacement in terms of outcomes, we performed a systematic review and meta-analysis using MEDLINE, EMBASE, CENTRAL/CCTR, SciELO, LILACS, Google Scholar and reference lists of relevant articles to search for clinical studies that compared outcomes (30-day mortality, postoperative low cardiac output syndrome or 5-year mortality) between preservation vs non-preservation during mitral valve replacement from 1966 to 2011. The principal summary measures were odds ratios (ORs) with 95% confidence interval and P-values (that will be considered statistically significant when <0.05). The ORs were combined across studies using a weighted DerSimonian-Laird random-effects model. The meta-analysis was completed using the software Comprehensive Meta-Analysis version 2 (Biostat Inc., Englewood, NJ, USA). Twenty studies (3 randomized and 17 non-randomized) were identified and included a total of 3835 patients (1918 for mitral valve replacement preservation and 1917 for mitral valve replacement non-preservation). There was significant difference between mitral valve replacement preservation and mitral valve replacement non-preservation groups in the risk of 30-day mortality (OR 0.418, P <0.001), postoperative low cardiac output syndrome (OR 0.299, P <0.001) or 5-year mortality (OR 0.380, P <0.001). No publication bias or important heterogeneity of effects on any outcome was observed. In conclusion, we found evidence that argues in favour of the preservation of mitral valve apparatus during mitral valve replacement. CABG surgery remains the best option of treatment for patients with ULMCA disease, with less need of TVR and MACCE rates at long-term follow-up. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 17 Resumos Temas Livres 33574 Morte súbita como primo-manifestação de cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito Cardiomiopatia fulminante por Borrelia burgdorferi MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, BRISA D`LOUAR COSTA MAIA, FLAVIO V TEODORO, FILIPPE A V SILVA, IVAN F FREITAS, TEREZA A GRILLO e CARLOS A F AREAS MATHEUS DE CAMPOS SILVA, DANIEL PINHEIRO CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO HENRIQUE ARÊAS LIBÓRIO, THOMAZ DE CAMPOS SILVA, FILIPPE AUGUSTO VIEIRA SILVA, BRISA D`LOUAR COSTA MAIA, DELIANE APARECIDA SENA COELHO, IVAN FERREIRA DE FREITAS, TEREZA AUGUSTA GRILLO e CARLOS AUGUSTO FORMIGA AREAS Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Introdução: a cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CAVD) é uma cardiomiopatia genética caracterizada macroscopicamente por um aspecto escarificado com substituição fibrosa ou fibro-gordurosa do miocárdio na via de entrada, de saída e/ou ápice do VD. Inicialmente existem alterações típicas da motilidade regional, mas mais tarde pode-se envolver a parede livre e tornar-se global, produzindo dilatação do VD. A substituição tecidual também pode envolver áreas do ventrículo esquerdo (VE), com relativa preservação do septo. É responsável por 11% dos casos de morte súbita cardíaca (MSC) na população geral e de 22% dos casos em atletas. Caso clínico: homem, de 29 anos, previamente hígido, apresentou durante partida de futebol, mal súbito com parada cardiorrespiratória (PCR). Recebeu manobras de ressucitação pelos colegas até a chegada do SAMU que identifiocu ritmo de fibrilação ventricular (FV), convertido a ritmo sinusal após 3 choques de 200J e manobras. Foi encaminhado ao CTI para estabilização hemodinâmica. Ecocardiograma mostrou aumento moderado de câmaras direitas e VD hipocontrátil. ECG de repouso revelou complexo QRS estreito e ondas T negativas de V3 a V6. Coronariografia não revelou alterações significativas. O paciente foi pois, encaminhado para realização de ressonância cardíaca (RMC) que confirmou diagnóstico de CAVD. Recebeu implante de cardiodesfibrilador imlantável (CDI) como prevenção secundária de MSC. Discussão: a CAVD é geralmente identificada em adultos jovens, com predomínio no sexo masculino. Seu extenso espectro de apresentação consiste desde extra-sistolia ventricular isolada até taquicardia ventricular (TV) sustentada. A MSC pode se apresentar como a primeira manifestação da doença, podendo ocorrer tanto durante a prática desportiva quanto em repouso. Conclusão: em pacientes ressuscitados de MSC, com ritmo de FV ou TV documentados, o implante de CDI tem classe 1 de indicação com nível de evidência B. Introdução: a Doença de Lyme (DL) foi descoberta em 1975 na comunidade de Old Lyme, EUA, e os primeiros casos semelhantes a DL no Brasil foram descritos em 1982. Essa é uma doença infecciosa sistêmica causada pela bactéria espiroqueta Borrelia burgdorferi. O vetor da infecção é geralmente a picada de um carrapato da espécie Ixodes scapularis ou Amblyomma, infectado. Existem poucos casos de miocardite fulminante por borreliose descritos no mundo. Caso clínico: homem, de 31 anos, previamente hígido, foi hospitalizado com quadro súbito de dispnéia em repouso, ortopnéia e palpitações. Evoluiu com hipotensão também súbita, progressiva e refratária a volume. Na seqüência, apresentou dois episódios de parada cádiorespiratória ( PCR), a 1a em fibrilação ventricular (FV) e a 2a em atividade elétrica sem pulso (AESP), sendo prontamente atendido e submetido a manobras de ressucitação. Necessitou de vaga em CTI após retorno a ritmo de perfusão com grave instabilidade hemodinâmica e rebaixamento do nível de consciência. Foi mantido sob ventilação mecânica e recebeu suporte vasopressor com aminas, guiado por monitorização pelo catéter de Swan-Ganz. Manteve-se em choque hemodinâmico. Culturas colhidas e extensa propedêutica etiolôgica foram negativas. Recebeu empiricamente ceftriaxona e clindamicina. Coronariografia revelou coronárias isentas de obstrução e presença de hipocinesia difusa grave do ventrículo esquerdo (VE). Evoluiu com melhora clínica e das arritmias poucos dias após instituição do tratamento. Inquérito epidemiológico posterior confirmou contato com carrapato em zona rural 5 meses antes. Foi solicitado pois, sorologia anti-Borrelia burgdorferi (Elisa), que foi positiva. Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) revelou disfunção sistólica importante (FEVE: 34%); Holter: 15.584 extrassístoles ventriculares (ESVs) e 112 episódios de taquicardia ventricular não-sustentada (TVNS). Optou-se por implante de cardiodesfibrilador implantável (CDI). Em consulta de retorno, um ano após a alta hospitalar, o paciente encontrava-se assintomático, sem terapias com o CDI. ECOTT revelava disfunção sitólica moderada (FEVE: 42%) e o Holter 915 ESVs, sem TVNS. Conclusão: apesar de ocorrência rara, devemos lembrar dessa zoonose também no nosso meio e incluí-la em nosso diagnóstico diferencial, dado a relevância de seu tratamento precoce. Trata-se do primeiro caso de cardiomiopatia fulminante por borreliose descrito na América do Sul. Fig. RMC - imagem em T1 demonstrando gordura na parede ventricular direita livre (seta). 33577 33579 Agenesia da veia cava inferior em pacientes submetidos a estudo eletrofisiológico em centro único: relato de seis casos Artigo original: eficácia e segurança de procedimentos eletrofisiológicos em pacientes pediátricos MATHEUS C SILVA, DANIEL P CRUZ, BRUNO R NASCIMENTO, PEDRO H A LIBÓRIO, THOMAZ C SILVA, FLAVIO V TEODORO, BRISA D C MAIA, DELIANE A S COELHO, IVAN F FREITAS, TEREZA A GRILLO e CARLOS A F AREAS MATHEUS C SILVA, BRUNO R NASCIMENTO, GILVAN VILELLA, CLARISSA C D ORTO, RUBENS P F LOPES, THOMAZ C SILVA, FLAVIO V TEODORO, FILIPPE A V SILVA, IVAN F FREITAS, TEREZA A GRILLO e CARLOS A F AREAS Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL. Hospital Universitário São José, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital das Clínicas da UFMG, Belo Horizonte, MG, BRASIL - Hospital Regional de Teixeira de Freitas, Teixeira de Freitas, BA, BRASIL. Objetivos: o estudo eletrofisiológico (EEF) é realizado com o posicionamento de catéteres no coração usualmente através da veia femoral. Em alguns pacientes, no entanto, isso não é possível devido a anomalia de veia cava inferior (VCI); analisamos esses casos. Metodologia: relatamos 6 casos diagnosticados pela venografia, após não progressão dos cateteres em direção cefálica. Discussão: Caso 1: mulher, 18 anos, com taquicardia paroxística supraventricular (TPSV) recorrente. Presença de agenesia da VCI e hipertrofia do sistema hemiázigos. Acesso ao coração obtido por dupla punção de veia jugular interna direita (DPVJI). Via anômala (VA) lateral esquerda (LE) oculta e ablação com êxito por acesso aórtico retrógrado. Caso 2: homem, 38 anos, síncope recorrente em coração normal e avaliação não-invasiva não-diagnóstica. Registro de agenesia da VCI e drenagem pelo sistema hemiázigos. Abordagem por DPVJI e EEF normal. Caso 3: mulher, 14 anos,TPSV recorrente com síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW). Diagnosticada com situs inversus cordis + dextrocardia + situs solitus viscerum. Presença de agenesia da VCI e drenagem pelo sistema ázigos, através do qual realizamos a ablação de VA pôstero-septal direita (PSD) com êxito. Caso 4: mulher, 28 anos, portadora de cardiopatia congênita cianótica corrigida na infância. Encaminhada para ablação de taquiarritmia atrial recorrente. Agenesia da VCI com drenagem pelo sistema hemiázigos na VC superior esquerda persistente, que drenava no átrio esquerdo + drenagem anômala parcial das veias pulmonares no átrio direito + CIA tipo seio venoso + CIA do tipo ostium primum + CIV + poliesplenia. Optouse pela ablação da junção por acesso superior e implante de MP definitivo. Caso 5: mulher, 11 anos, WPW e TPSV recorrente. Registro da agenesia da VCI e continuação pelo sistema ázigos, através do qual realizamos seu EEF e ablação com êxito de VA PSD. Caso 6: homem, 6 anos, encaminhado para avaliação pré-operatória por “WPW assintomático”. Sem cardiopatia estrutural e relato de agenesia do testículo direito. Registro de rede venosa complexa em abdômen baixo , sem contraste da VCI. Via anômala de localização esquerda. Pela complexidade , optamos por aguardar o crescimento do paciente. Conclusão: é importante que o cardiologista tenha em mente a possibilidade da ocorrênncia dessas alterações morfológicas para evitar-se complicações inadvertidas de acesso vascular e de manipulação dos catéteres.. 18 33576 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Objetivo: descrever a experiência de um centro de referência na realização de estudo eletrofisiológico (EEF) e a ablação por radiofrequência na população de pacientes até 18 anos, avaliando a eficácia e segurança do procedimento. Métodos: foi realizada coleta prospectiva de dados de pacientes consecutivos, com idade até 18 anos, submetidos a EEF e ablação em centro único, no período de novembro de 2004 a dezembro de 2012. Avaliou-se dados demográficos, clínicos e relacionados à execução do procedimento. Foram consideradas complicações na fase hospitalar: óbito, sangramento maior, complicações mecânicas e vasculares e arritmias com repercussão hemodinâmica. Resultados: Foram submetidos ao EEF 181 pacientes, com idade média de 14,7 ± 3,3 anos (5 a 18 anos). Quarenta e seis pacientes tinham idade inferior a 12 anos (média: 9,9 ± 1,9 anos). Dezesseis pacientes apresentaram EEF normal. Dos 165 pacientes restantes, a ablação foi realizada no mesmo procedimento em 162 pacientes. Quatro pacientes portadores de via anômala direita recorreram e foram submetidos a um segundo procedimento. Um paciente apresentava dois focos de arritmia (uma via anômala e taquicardia nodal). Um paciente tinha fibra de Mahaim. Não houve complicações maiores (Tabela 1). Conclusão: Na faixa etária pediátrica (até 18 anos), os procedimentos eletrofisiológicos de diagnóstico e ablação foram realizados com segurança e tiveram altos índices de êxito, com dados superponíveis à literatura. Achado (EEF) Via anômala Reentrada nodal Número 114 Síncope Fibrilação atrial 6/114 13/114 0 PREA <250ms 35/114 Êxito na Complicações 1a ablação 110/114 0 47/47 0 0 6/9 0 0 2/3 0 47 0 0 Taquicardia (Taqui.) atrial 9 0 0 Taqui. ventricular 3 0 0 Taqui. juncional 1 0 0 0 0/1 0 Manhaim 1 0 0 0 1/1 0 Resumos Temas Livres 33580 Nefropatia induzida por contraste pós cineangiocoronariografia em idosos DEBORAH COSTA LIMA DE ARAUJO, e MARCIA CRISTINA AMÉLIA DA SILVA Funcordis, Recife, PE, BRASIL. 33582 Hipertensão arterial pulmonar secundária a fistula coronária para artéria pulmonar – diagnóstico e tratamento percutâneo – relato de caso. A HOFMANN B, F A A JAPYASSU, R CANTARELLI A, M NAVARRO M, F L CANTARELLI, R L S MARCOLINO, F B. MOTA, G ANDRADE, ANGELA M P B OLIVEIRA e F R A OLIVEIRA INTRODUÇAO:Nefropatia induzida por contraste (NIC) é uma das complicações mais frequentes após o uso de contraste iodado nos idosos e têm sido relacionada a aumento de mortalidade.Este estudo teve por objetivo conhecer a frequência e a mortalidade relacionada à NIC em idosos após realização de CATE em hospital terciário,privado,de cardiologia,na cidade de Recife,PE Brasil.MÉTODOS:Estudo retrospectivo,que incluiu pacientes acima de 65 anos internados no ano de 2011 submetidos a CATE ou angioplastia,após aprovação pelo CEP.RESULTADOS:De janeiro a dezembro de 2011 foram realizados 550 exames de cineangio ou angioplastia coronariana no serviço,sendo 250 em maiores de 65 anos,porém foram incluídos para análise apenas 156 pacientes por dados incompletos nos prontuários dos restantes.Os procedimentos foram indicados principalmente no contexto de SCASST,sendo 55% do sexo masculino,com mediana da idade de 73 anos (±7,0 anos;65-95anos),HAS (90,44%),com IRC previa (44,23%) e Diabetes mellitus (38,22%).Noventa por cento fez algum tipo de prevenção de nefropatia por contraste,62% representada por N-Acetilcisteína e SF 0,9%.A frequência de IRA variou de 4,9% a 10,8%,conforme o critério diagnóstico utilizado(elevação da creatinina basal em 50% ou elevações maiores ou iguais a 25%).O grupo que desenvolveu IRA era constituído principalmente por mulheres (2:1) e teve média de idade mais elevada que o grupo sem IRA.Todos foram tratados conservadoramente,recuperando os níveis prévios de creatinina em 50% dos casos no 5º dia após o procedimento.A mortalidade foi maior no grupo com IRA (11%) do que no grupo sem IRA (0%),que também aumentou permanência hospitalar (mediana de 15 x 6 dias, respectivamente com e sem IRA). CONCLUSÃO:A frequência de nefropatia por contraste variou de 4,9% a 10,8%,conforme o critério diagnóstico utilizado.São de maior risco as mulheres,com idade acima de 80 anos,HAS,DLP,DAC prévia e portadores de IRC prévia.Houve menor ocorrência de nefropatia por contraste entre os pacientes que fizeram nefroproteção com solução de bicarbonato.Análise estatística para comparação das médias e diferenças dos resultados serão realizadas posteriormente,em busca de preditores maiores e menores de IRA por contraste nesta população. IMIP, Recife, PE, BRASIL - Hospital Dom Hélder Câmara - IMIP Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. 33583 33585 Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST e submetidos a angioplastia primária em hospital da rede pública com serviço de hemodinamica 24h. Angioplastia primária em hospital da rede pública de Pernambuco: a adequação do serviço e o impacto do tempo total de isquemia na mortalidade hospitalar. F L CANTARELLI, M NAVARRO M, R CANTARELLI A, F A A JAPYASSU, A HOFMANN B, R L S MARCOLINO, F B. MOTA e F R A OLIVEIRA IMIP, Recife, PE, BRASIL - Hospital Dom Helder Câmara - IMIP Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A angioplastia primária (AP) tem impacto na redução da mortalidade de pacientes (P) com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAM CEST), porém menos de 50% pacientes tem acesso a este tipo de tratamento. Esta restrição é ainda mais evidente em P atendidos na rede pública. De forma pioneira na região Nordeste, um hospital da rede pública da região metropolitana, desde de novembro de 2010, disponibiliza plantão de hemodinâmica em regime integral para realização de angioplastia primária. Objetivo - Analisar o perfil clínico-epidemiológico e a mortalidade hospitalar (MH) de P com IAM CEST submetidos a angioplastia primária. Material e Métodos: Estudo observacional de corte transversal, derivado de registro prospectivo em banco de dados, de P com IAM CEST submetidos a AP em hospital da rede pública, no período de novembro de 2010 a novembro de 2011. A amostra compreendeu 141 P As variáveis analisadas foram idade, sexo, fatores de risco, Killip, localização do infarto, extensão da doença coronária, tempo total de isquemia (TTI), tempo porta-balão (TPB) e MH. Resultados – A média da idade foi 61,51 anos, com predomínio do sexo masculino – 98 P (69,5%). Os fatores de risco mais freqüentes foram hipertensão arterial sistêmica (76,1%), tabagismo (53,4%) e diabetes mellitus (36,3%). Apresentaram-se em Killip I - 72,3%, II - 16,3%, III – 2,8% e IV – 8,5%. IAM de localização anterior (44%) e com padrão de doença coronária uniarterial (34%) foram mais frequentes. TTI < 12h foi observado em 85,6% dos P, com média de 8h. A mediana do TPB foi de 70 minutos. A MH foi de 15,6% (22 P). Conclusão – Houve predomínio do sexo masculino e de P com menos de 65 anos. IAM de localização anterior, Killip I e com padrão de doença uniarterial foram os padrões mais frequentes para cada uma destas variáveis. A mortalidade encontrada foi de 15,6%. A mediana do TPB encontrada neste registro, inferior a 90 minutos, comprova a adequação deste serviço da rede pública no atendimento de P com IAM CEST submetidos a AP. Introdução: Fístula coronária (FC) é a comunicação direta entre uma coronária e uma câmara cardíaca, artéria pulmonar, seio coronariano ou veias pulmonares. Usualmente congênita, raramente adquirida, tem repercussão dependente da magnitude do fluxo pela FC e do local de drenagem da mesma. Em 90% dos casos a FC drena para o coração direito (mais para o ventrículo) e tem origem da coronária direita em 50% dos casos. O tratamento percutâneo com embolização é o preferido quando há um shunt significativo. FC como causa de hipertensão arterial pulmonar (HAP) é rara. Relato de caso: Mulher de 49 anos, com HAP, dispnéia aos mínimos esforços e em uso regular de sildenafil e marevan, teve diagnóstico de FC em cateterismo cardíaco (CATE) com teste de vasorreatividade pulmonar (TVRP). Angiotomografia coronária comprovou vaso anômalo de aspecto enovelado, emergindo do 1/3 proximal da artéria descendente anterior para o tronco de artéria pulmonar. Revisto o fluxograma diagnostico para exclusão de outras causas de HAP, a FC foi confirmada como etiologia isolada, sendo realizada embolização percutânea do vaso anômalo com múltiplos espirais de platina, com sucesso. Após 60 dias estava assintomática, sem medicação. Discussão: FC são raras e, às vezes, achados de CATE. Com shunt importante podem causar manifestações clínicas como dor torácica ou dispneia e cursar com sopros cardíacos, dilatação ventricular e HAP. O CATE, padrão-ouro para o diagnóstico da HAP, permite aferir a pressão na artéria pulmonar, calcular fluxos e resistências e a realização de TVRP, que, em conjunto, além do diagnóstico orienta a terapêutica e afasta outras etiologias. Este caso ressalta a importância da abordagem percutânea, que foi de utilidade não só para o diagnóstico como para o tratamento, e reforça a necessidade da lembrança de FC como causa de HAP e da existência de centros com experiência no diagnóstico e tratamento deste tipo de patologia. R CANTARELLI A, M NAVARRO M, F A A JAPYASSU, F L CANTARELLI, A HOFMANN B, R L S MARCOLINO, R J B BRAGA, A D M FEITOSA, F B. MOTA e F R A OLIVEIRA IMIP, Recife, PE, BRASIL - Hospital Dom Hélder Câmara - IMIP Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: A angioplastia primária (AP) no infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAM CEST) reduz mortalidade, principalmente nas 1as horas. Este estudo avalia a adequação do um service público com hemodinâmica 24 horas e o impacto do tempo total de isquemia (TTI) na mortalidade hospitalar. Métodos: Registro prospectivo com base no banco de dados de um hospital público, com pacientes (P) com IAM CEST submetidos a AP, de 11/2010 a 11/2011, divididos em um grupo com AP com TTI < 12h (G1) e outro com TTI > 12 h (G2). Compararamse variáveis qualitativas com o teste Qui-Quadrado de Pearson, ou Exato de Fisher. Comparou-se valores de Clearence de creatinina com o teste não paramétrico de Mann-Whitney. O nível de significância assumido foi de 5%. Cálculos estatísticos foram feitos no software SPSS v18.0. Resultados: 139 P foram incluídos, 119 no G1 e 20 no G2. A AP foi realizada com o emprego de stent não-farmacológico. Não houve de diferença significativa entre os grupos quanto a distribuição por sexo (sexo masculino: 70,6% no G1 e 60% no G2, p = 0,343). Idade> 65 anos foi mais frequente no G2 (G2 75% e G1 33,3%, p = 0,001). Os grupos foram semelhantes quanto a diabetes melitus, coronariopatia prévia, Killip 1 e localização do IAM. O sucesso angiográfico foi semelhante (G1 89,7%, G2 95%, p = 0,692). O clearance de creatinina foi significativamente menor no G2 (G1 79,34, G2 39,94, p = 0,019). A mortalidade hospitalar foi de 11,8% no G1 e 40% no G2 (p = 0,001). Na amostra total, média, mediana e desvio padrão do tempo porta-balão foram de 91, 70 e 99 minutos, respectivamente, sem diferença entre os grupos. Conclusão: AP foi realizada em hospital da rede pública com tempo porta-balão e sucesso angiográfico adequados. Houve maior comprometimento da função renal no G2. O TTI > 12h teve significativo impacto negativo na mortalidade hospitalar. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 19 Resumos Temas Livres 33588 33589 Ergoespirometria aumentando a acurácia do ECG de esforço no diagnóstico de doença arterial coronariana PRESENÇA DE CORONARIOPATIA EM PACIENTES ASSINTOMÁTICOS QUE MOSTRARAM TESTE ERGOMÉTRICO POSITIVO EM CHECK UP CARDIOLÓGICO BETTY JANNY MAI SIQUEIRA, MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, DANIELLE BATISTA LEITE LACERDA DE MELO, VANESSA GALINDO OLIVEIRA DE MEDEIROS, DJALMA AUGUSTO DE GODOY SANTOS e PAULO SERGIO RODRIGUES DE OLIVEIRA MARCOS ANTONIO GARCIA MAGALHAES, THIAGO CARVALHO OLIVEIRA, WELZA BENIGNA LOBO SANTOS, HELIDA ALINE TOMACHESKI AMARAL, CAROLINA CAMPOS DE CARVALHO, LAISSA NASCIMENTO BERNARDES SOUZA e NAYARA SILVEIRA MAIA REALCOR, RECIFE, PE, BRASIL. Fundamento: O teste de exercício é, de longa data, um dos exames complementares mais solicitados na medicina, tradicionalmente para diagnóstico e prognóstico dos pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Inicialmente aplicado em atletas, o teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) tem hoje documentado valor na avaliação prognóstica dos pacientes com insuficiência cardíaca, o que despertou um maior interesse em conhecer o potencial e aplicar oTCPE como complementar à Cardiologia. Objetivo: Ressaltar a aplicação do TCPE como exame diagnóstico de DAC pela análise de variáveis, obtidas a partir da coleta dos gases ventilatórios, que vão além dos parâmetros clássicos do teste ergométrico convencional. Metodologia: Descrevemos o caso de um paciente de 65 anos, assintomático, dislipidêmico e que apresentou no eletrocardiograma de esforço alterações sugestivas de isquemia que o levaram à realização de cintilografia miocárdica. Avaliamos a literatura que demonstra análise de variáveis durante o TCPE na avaliação de DAC aumentando a sensibilidade e especificidade do TE. Resultados: Durante TCPE a análise da curva de pulso de oxigênio (VO2/FC), demonstrada por Belardinelli (EurHeart J.2003;24(14):1304-13) como preditor independente de isquemia miocardica ao esforço (IME), não demonstrou desadaptação ventricular ao exercício sugestiva de IME. Cintilografia de perfusão miocardica solicitada com base nas alterações eletrocardiográficas também não demonstrou isquemia. Conclusão: Em casos semelhantes, o TCPE traz grande auxílio à decisão clínica diminuindo os riscos e custos dade exames complementares adicionais e incentivando a prática segura de atividade física regular, medida de impacto no controle dos principais fatores de risco cardiovascular. 33590 Impacto do IMC na capacidade funcional dos cardiopatas. Introdução: As doenças cardiovasculares são causa de mais de 30% da morbimortalidade existente no Brasil. A mais comum é a doença das artérias coronárias, proveniente da aterosclerose. A hipertensão, diabetes melito, elevação do LDL ou redução do HDL, sedentarismo, obesidade e ser fumante são os fatores de risco tratáveis. A presença ou não dessas variáveis classifica o indivíduo quanto ao risco de desenvolver patologia.Como Aliado para detecção desses riscos em indivíduos assintomáticos há o “check-up” cardiológico. Neste, é realizado eletrocardiograma que ajuda a detectar algumas doenças do coração, sendo estas alterações também avaliadas através do Ecocardiograma, Cintilografia miocárdica (CTG) e Cineangiocoronariografia (CINE), que é padrão ouro para detecção de doença arterial coronariana, porém é mais invasivo, logo necessita de outros testes para indicálo; além do Teste Ergométrico, que devido seu baixo custo e alta reprodutibilidade disseminou-se seu uso, tornando instrumento importante na tomada de decisão. Métodos: A pesquisa tem cunho quantitativo e qualitativa, nesse caso por pode ser compreendida como sendo investigações de pesquisa empírica com dados de natureza semântica. Pesquisa bibliográfa para confecção e desenvolvimento do referencial teórico. Permissão da comissão de ética do Instituto Biocor de Belo Horizonte. Assinatura de termo de consentimento pelo paciente, sendo preservadas suas identidades e seus dados pessoais. Levantamento de dados via Sistema PAGU no Instituto Biocor, por meio de testes ergométricos (TE) em 398 pacientes (revisão de prontuário médico). Posteriormente, estes pacientes foram submetidos ao exame clinico, e, em seguida ao teste ergométrico. Os pacientes com TE positivo foram submetidos à Cintilografia miocárdica perfusional (CTG), os pacientes com CTG positiva foram submetidos à CINE. Resultados: Dos 398 pacientes submetidos ao TE, 51 foram positivos para isquemia miocárdica. Destes, 8 confirmaram positividade pela CTG, e após realização de CINE apenas 3 mantiveram o diagnóstico. Conclusão: Em pacientes assintomáticos há grande possibilidade de falsos positivos, ocorrendo inconvenientemente grandes gastos, exames desnecessários, desgaste psicológico, além dos riscos inerentes à investigação. Mais de 50% de CTG positivo tinha CINE negativo. Por fim, a indicação da CINE baseia-se na avaliação dos sintomas atuais e dos marcadores de alto risco detectados em análises não-invasivas. 33592 Uso do EuroSCORE como preditor de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, BETTY JANNY MAI SIQUEIRA, VANESSA GALINDO OLIVEIRA DE MEDEIROS, DANIELLE BATISTA LEITE LACERDA DE MELO, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES BUARQUE MELO e PAULO SERGIO RODRIGUES DE OLIVEIRA IGOR TIAGO CORREIA SLVA, ISAAC NEWTON GUIMARAES ANDRADE, CRISTIANO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA, DIOGO LUIS DE MAGALHÃES FERRAZ e FERNANDO RIBEIRO DE MORAES NETO Real Cor - Hospital Português, Recife, PE, BRASIL. Instituto do Coração de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Fundamentação: Pacientes com insuficiência cardiaca tendem a evoluir com emagrecimento e caquexia. O Impacto da perda de peso na capacidade funcional destes pacientes ainda requer mais estudos. A ergoespirometria, analisa a capacidade funcional através da medida direta do consumo de oxigêncio no execicio(VO2 máximo) e pode definir gravidade e prognóstico destes pacientes. Introdução: A estratificação de risco tem adquirido importante papel na prática da cirurgia cardíaca através da utilização de escores específicos, importantes ferramentas para medição de risco, análise da qualidade de assistência e avaliação de custos. Metodologia: Analisamos todos os 155 pacientes encaminhados ao Serviço de ergoespirometria de julho de 2012 a maio de 2013. Os pacientes foram divididos em 3 grupos: saudáveis, cardiopatas e pneumopatas e várias variáveis ( idade, sexo, atividade fisica, IMC e VO2 máximo) foram analisadas inter e intra grupos. Aplicamos teste do Qui-quadrado para variáveis qualitativas e ANOVA com teste de comparações múltiplas de Tukey para as variáveis quantitativas. O nível de significãncia assumido foi de 0,005. Métodos: Analisou-se retroativamente os prontuários de 900 pacientes operados no Real Hospital Português do Recife e admitidos na UTI pós-operatória. Foram incluídos todos os pacientes com prontuários completos, sendo excluídos aqueles que foram a óbito no transoperatório, submetidos a transplante ou a correção de cardiopatia congênita. Foram avaliados o desenvolvimento de infecção respiratória (ITR), acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal dialítica (IRD) sendo o EuroSCORE comparado em relação as três complicações, usando-se o teste de Mann-Whitney. A calibração do modelo para predição das morbidades estudadas foi avaliado com o teste de ajuste de bondade de Homer-Lemeshow. A acurácia do modelo foi avaliada utilizando-se a área sob a curva ROC (ASRCO). A chance de desenvolver cada evento adverso em relação ao grupo de risco do EuroSCORE foi avaliado pelo qui-quadrado, evidenciando seus respectivos Odds ratio. A probabilidade de desenvolver as complicações também foi determinada. Resultados: Do total estudado, 76% eram saudáveis, 17% cardiopatas e 5,8% pneumopatas. Não houve diferença em relação ao sexo nos três grupos, mas, a maior média de faixa etária foi observada nos cardiopatas (p<0,05). Em relação à prática de atividade física, os cardiopatas eram sedentários quase na sua totalidade(93%, p=0,01). A média do VO2 máximo foi significativamente inferior no grupo dos cardiopatas em relação aos saudáveis (19,1x31,6. p<0,001), demonstrando pior tolerãncia ao exercicio e baixa capacidade funcional.Analisando o IMC, não observamos diferença entre os 3 grupos estudados (p=0,65), entretanto, no grupo dos saudáveis, observamos correlação negativa e estatisticamente significativa entre o VO2 máximo e idade ; quanto menor o valor do IMC, maior o VO2 (c.correlaçao= -0,453/p<0,001). Já no grupo dos cardiopatas, não se observou maior capacidade funcional nos pacientes com IMC menor. Conclusão:Diferentemente do que ocorre nos pacientes saudáveis, valores de IMC menores não se correlacionaram com melhor capacidade funcional no grupo dos cardiopatas, sugerindo que, talvez, o baixo peso neste grupo se associe com piora da doença e da capacidade funcional. 20 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO JOAO DEL REI, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL INSTITUTO BIOCOR, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Objetivo: Avaliar o uso do EuroSCORE como preditor de morbidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Resultados: O modelo apresentou boa calibração na predição de ITR, IRD e AVC (p:0,285; p:0,789; p:0,45 respectivamente), tendo boa acurácia para ITR (ASROC:0,710 e p<0,001) e IRD (ASROC:0,834 e p< 0,001) e sem acurácia para AVC (ASROC: 0,519). Os pacientes de alto risco apresentaram maior chance de desenvolver ITR (OR: 9,05 ; p<0,001) e IRD (OR:39,6; p<0,001). A probabilidade de desenvolver ITR foi de menos de 10% com EuroSCORE até 7 e de mais de 70% com EuroSCORE maior que 15, a mesma probabilidade foi encontrada para IRD. Conclusão: O EuroSCORE mostrou-se um bom preditor das principais morbidades pósoperatórias em cirurgia cardíaca: infecção respiratória e insuficiência renal dialítica, não tendo, no entanto, acurácia para predizer o desenvolvimento de acidente vascular cerebral. Resumos Temas Livres 33593 33594 Teste cardiopulmonar de exercício na avaliação pre-participação de maratonista Análise de eficiência ventilatória em cardiopatas e pneumopatas BETTY JANNY MAI SIQUEIRA, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES BUARQUE MELO, VANESSA GALINDO OLIVEIRA DE MEDEIROS, MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, DANIELLE BATISTA LEITE LACERDA DE MELO e PAULO SERGIO RODRIGUES DE OLIVEIRA BETTY JANNY MAI SIQUEIRA, MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, VANESSA GALINDO OLIVEIRA DE MEDEIROS, DANIELLE BATISTA LEITE LACERDA DE MELO, RODRIGO MORENO DIAS CARNEIRO, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES BUARQUE MELO e DJALMA AUGUSTO DE GODOY SANTOS REALCOR, , PE, BRASIL. Realcor- hospital Português, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: O benefício da prática de atividade física em relação ao sedentarismo é bem documentado sendo cada vez mais incentivada sua inclusão no estilo de vida individual. No entanto a prática de atividade de elevada intensidade e longo período produz importantes alterações metabólicas e adaptações cardiovasculares, trazendo maior risco de eventos durante competições. Fundamentação:A análise da eficácia ventilatória no teste cardiopulmonar se dá através da avaliação da relação entre a ventilação-VE( ar ventilado pelos pulmões por minuto)e a produção de gás carbônico durante o exercicio-VCO2.O índice VE/VCO2 é calculado no momento do exercicio em que ocorre aumento do ácido lático e dos mecanismos anaeróbios necessários para manter a demanda de energia,momento chamado de 1° limiar (LV1) . Em pneumopatas, valores maiores deste índice são geralmente encontrados sendo decorrentes da limitação funcional gerada pela doença de base.Nos cardiopatas, valores maiores que 35 sugerem incompetência inotrópica e pior prognóstico clínico. As sociedades de cardiologia em diversos países recomendam a avaliação préparticipação para atletas profissionais e para treinamento e prática de desportos recreativos com objetivo de prevenir o desenvolvimento de doenças do aparelho cardiovascular e a morte súbita durante o exercício. Objetivo: Discutir a utilidade do teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) como exame pré-participação para esportistas. Metodologia: Descrevemos o TCPE de um maratonista, 64 anos, em treinamento para participar da Maratona de Boston 2013, em que se registrou arritmia ventricular. Revisamos a literatura que orienta a avaliação pré-participação para esportistas e atletas profissionais. Resultados: O esforço foi interrompido por fadiga, atingindo VO2 acima do previsto para idade com valores dos limiares ventilatórios compatíveis com excelente tolerância ao exercício físico. Apresentou, no primeiro minuto da recuperação ativa, taquicardia ventricular sustentada. O paciente foi encaminhado para avaliação de possível cardiopatia estrutural e diminuiu a intensidade dos treinos não participando da referida maratona. Conclusão: A realização do TCPE pré-participação por esportistas, além dos atletas profissionais, permite a avaliação do comportamento cardiovascular frente ao esforço máximo e identificação de anormalidades cardiovasculares silenciosas que podem progredir ou causar morte súbita durante competições exaustivas. 33595 ARTERIA SUBCLÁVIA ABERRANTE - DIVERTÍCULO DE KOMMERELL MARCOS ANTONIO GARCIA MAGALHAES, WELZA BENIGNA LOBO SANTOS, HELIDA ALINE TOMACHESKI AMARAL, THIAGO CARVALHO OLIVEIRA, CAROLINA CAMPOS DE CARVALHO, LAISSA NASCIMENTO BERNARDES SOUZA e NAYARA SILVEIRA MAIA Metodologia:Analisamos a VE, o valor % do VE ( em relação ao previsto para peso e idade) e o valor do VE/VCO2 de todos os cardiopatas e pneumopatas e pctes saudáveis encaminhados a Serviço de Ergoespirometria de julho de 2012 a maio de 2013.As médias foram calculadas e comparadas.Os valores de VE/VCO2 foram categorizados em <35 e >ou=35 para os pneumopatas e em <29,30-35,36-44 e >ou=45 para os cardiopatas. Para comparação das variáveis qualittivas utilizamos o teste do qui-quadrado. O Nível de significãncia assumido foi de 0,05. Resultados:A média da VE nos cardiopatas foi significativamente menor que nos saudáveis (88,9x54,2, p<0,001). Diferentemente do esperado,não observamos diferenças de VE entre saudáveis e pneumopatas . O valor de VE(%) médio nos pneumopatas não foi diferente dos saudáveis (67%x63%.p=0,428).Em relação ao VE/VCO2 do LV1, observamos que 9 dos 27 pacientes cardiopatas apresentaram valores >35,concordantes o baixo VO2 pico, sugerino pior prognóstico clinico com possibilidade terapêutica de transplante cardiaco. Já dentre os pneumopatas, apenas um único paciente apresentou VE/VCO2 >35. Os valores de VE e de VE/ VCO2 do grupo dos pneumopatas não sugerem comprometimento funcional com comportamento similiar a dos saudáveis. Conclusão: Nesta população estudada, enquanto que os valores de VE/VCO2 dos cardiopatas foram concordantes com a Literatura, os pacientes encaminhados para avaliação ditos como pneumopatas não parecem ter repercussão funcional , com apenas comprometimento anatômico isolado ou, talvez, ausência de fato da doença. 33597 Implante de endoprótese para correção de aneurisma sacular de aorta torácica - Relato de Caso LIMA, A S R, LYRA, A C F J, AUSTREGÉSILO, B L, OLIVEIRA, I R C, GOMES, M F e PINO, V R P UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO JOAO DEL REI, DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL. Universidade de Pernambuco - UPE, Recife, PE, BRASIL - Ponto Socorro Cardiológico de Pernambuco - PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A anomalia mais comum do arco aórtico (AA) consiste no arco aórtico esquerdo (AAE) com artéria subclávia direita (ASD) anômala. Em 60% dos casos há uma dilatação de um segmento da artéria subclávia, a qual é conhecida como divertículo de Kommerell. Este é mais comum com o AAE e ASD anômala. O divertículo pode causar compressão extrínseca de estruturas mediastinais (esôfago e traquéia) ou sofrer ruptura espontânea, o que está diretamente relacionado ao aumento da morbimortalidade. Em adultos os sintomas também ocorrem por alterações ateroscleróticas dos vasos anômalos e a compressão das estruturas adjacentes leva aos sintomas de disfagia, dispneia, tosse, pneumonia de repetição e dor torácica. A radiografia de tórax pode levar à suspeita de uma anomalia no arco aórtico, contudo os exames de escolha para o diagnóstico do divertículo de Kommerell são a ressonância magnética e a angiotomografia computadorizada multislice. OBJETIVO: Apresentar caso de anomalia do AA e da ASD com formação do divertículo de Kommerell e realizar revisão da literatura sobre o assunto. METODOLOGIA: Análise de caso de paciente atendida em nosso serviço. Pesquisa de publicações na base de dados Scielo e Pubmed, literaturas consagradas e opiniões de especialistas, a partir dos descritores: “Aorta Torácica”, “Artéria Subclávia/anormalidades”, “Divertículo de Kommerell”. RESULTADOS: Paciente feminina, 15 anos, com história de disfagia progressiva para sólidos e pastosos e perda ponderal de 8 quilos em aproximadamente 6 meses. Nesse período apresentou dois episódios de síncope, com um episódio de arritmia supraventricular, tratada com antiarrítmico(amiodarona) e com retorno ao ritmo sinusal, optado por manter propranolol. Foram realizados os seguintes exames: ecocardiograma transesofágico: sem alterações, endoscopia: esôfago proximal com compressão extrínseca pulsátil de etiologia vascular e tomografia computadorizada multislice do tórax: ASD com origem anômala no AA exercendo compressão extrínseca no esôfago. Manteve uso de propranolol 80mg/dia. CONCLUSÃO: Não há consenso sobre o tratamento ideal para o divertículo de Kommerell. O tratamento cirúrgico é recomendado quando existem sintomas devidos à compressão, alguns autores também o recomendam quando o diâmetro é de 3 a 5cm e se houver risco de dissecção, ruptura, embolismo ou fístula aortoesofágica ou aortobronquial. A Society of Cardiovascular Surgery e o Capítulo Norte Americano da International Cardiovascular Society estabelecem aneurisma como a dilatação maior do que 50% do diâmetro esperado para um vaso em determinada localização. Os diâmetros da aorta aumentam com a idade, com a consequente tortuosidade e variam de acordo com o sexo, sendo mais comuns em homens do que em mulheres. Conforme dados ofertados pelo Ministério da Saúde e pela OMS, as doenças cardiovasculares é a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Dentro deste contexto, toda a equipe de saúde deve reconhecer as formas de apresentação e ter conhecimentos sobre a evolução natural da doença como também as indicações, as técnicas, os benefícios e as complicações associadas ao tratamento desta enfermidade com o objetivo de promover a saúde e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes. O objetivo deste estudo é relatar o caso de um paciente portador de aneurisma sacular da aorta torácica tipo B. As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos, aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura. M.S.S., sexo masculino, 66 anos, casado, proveniente do bairro de Maranguape II, Paulista, Pernambuco. História de rouquidão e tosse produtiva de início há 06 meses, portador de HAS + DM + DPOC + IRA, ex-tabagista. Ao realizar uma TAC de crânio, pescoço e tórax, no Hospital do Câncer, foram evidenciadas tortuosidades, ateromatose e ectasia da aorta torácica, desde sua origem até sua transição toracoabdominal. Paciente diagnosticado com Aneurisma Sacular de Aorta Torácica, internado no PROCAPE no dia 12/06/2013 para tratamento endovalvular com aposição de endoprótese de aorta torácica. A cirurgia ocorreu sem intercorrências no dia 13/06/2013. O paciente segue em terapia de hidratação com SF 0,9% até a normalização dos valores séricos da creatinina e uréia e posteriormente receber alta. Considerando que as doenças cardiovasculares são as que apresentam maior morbimortalidade na sociedade mundial, torna-se necessário ter conhecimentos sobre o curso da evolução da doença, suas especialidades, indicações, técnicas cirúrgicas e complicações que podem estar relacionadas para assim promover a saúde e bem estar dos pacientes. A cirurgia endovascular (implante de endoprótese) possui benefícios em relação às outras, por ser menos invasiva e apresentar menos riscos do que a cirurgia convencional. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 21 Resumos Temas Livres 33598 33600 Hiperatividade simpática cardíaca sem disfunção ventricular em pacientes com câncer de mama após quimioterapia: sinal precoce de cardiotoxicidade? Avaliação da viabilidade miocárdica com o ecocardiograma com estresse complementado com avaliação da deformidade. Relato de caso. SARITA L.PESSOA DE MELO LOBO M.GUIMARÃES, SIMONE CRISTINA SOARES BRANDAO e BRIVALDO MARKMAN FILHO BRUNO DE ALENCAR MENDES, JOSE MARIA DEL CASTILLO, CARLOS ANTONIO DA MOTA SILVEIRA, EUGENIO SOARES DE ALBUQUERQUE, BRUNO ERICK DE BARROS LUCENA e CLODOVAL DE BARROS PEREIRA JÚNIOR Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL - Hospital Agamenon Magalhaes, Recife, PE, BRASIL - Hospital Santa Joana, Recife, PE, BRASIL. Fundamentos: A Quimioterapia com antracíclicos e Trastuzumabe podem causar cardiotoxicidade. Alteração da função adrenérgica cardíaca avaliada pela metaiodobenzilguanidina marcada com iodo-123 (123I-MIBG) parece preceder a queda da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). Objetivos: Avaliar e comparar a presença de alterações cardiovasculares entre pacientes com câncer de mama, submetidas à quimioterapia com antracíclicos e Trastuzumabe (grupo1), e apenas antracíclicos (grupo2). Métodos: Em vinte pacientes com câncer de mama foram analisadas variáveis clínicas, laboratoriais, eletro e ecocardiográficas e atividade simpática cardíaca. Nas imagens cintilográficas, foram calculadas a relação da captação do 123I-MIBG entre o coração e o mediastino (RC/M) e a taxa de clareamento (TW). As variáveis foram comparadas entre os grupos. Resultados: A FEVE média pelo ecocardiograma foi 67,8±4,0%. Cerca de 82% das pacientes mostraram uma TW aumentada e 25% uma RC/M diminuída. A RC/M foi normal em todas as pacientes do G2, entretanto, no G1, 50% mostraram RC/M ≤1,8, p=0,02. Conclusões: Em mulheres com câncer de mama, submetidas à quimioterapia, a avaliação da atividade simpática cardíaca com 123I-MIBG parece ser um marcador precoce de cardiotoxicidade. A associação de quimioterápicos proporcionou maior risco de hiperatividade adrenérgica cardíaca. PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A análise da viabilidade miocárdica em pacientes com miocardiopatia isquêmica proporciona informações prognósticas adicionais para melhor condução do paciente. O ecocardiograma com estresse com dobutamina tem importante papel ao demonstrar a gravidade da isquemia, extensão do miocárdio hibernado e avaliação da função ventricular. A associação do ecocardiograma com estresse com avaliação da deformidade parece melhorar os resultados dessa avaliação. Relato do caso: I.S.O., masculino, 56 anos, internado no Procape por IAM sem supradesnível ST. Antecedentes de HAS, tabagismo, IRC em tratamento conservador e etilismo. O cateterismo cardíaco evidenciou DAC multiarterial e disfunção sistólica importante do VE. Realizado ecocardiograma com estresse com dobutamina para avaliar viabilidade miocárdica, com protocolo padrão, até a dose máxima de 40mcg/Kg/min. A análise em repouso mostrou acinesia inferior, inferosseptal (médio-apical), anterosseptal (médio-apical) e hipocontratilidade dos demais segmentos. Durante a infusão da dobutamina, houve discreta melhora da contratilidade no segmento inferolateral, mantendo a alteração contrátil dos demais segmentos. A análise da deformidade miocárdica mostrou melhora dos segmentos anterosseptal, inferosseptal, inferior e inferolateral com piora dos segmentos anterolateral e anterior. Conclusão: A análise da viabilidade miocárdica pelo ecocardiograma com estresse convencional pode estar dificultada pela extensão da isquemia, por ser método observacional e subjetivo, altamente dependente da experiência do examinador. A análise da deformidade miocárdica, no presente caso, permitiu uma avaliação objetiva e mais detalhada das alterações da contratilidade em paredes aparentemente não isquêmicas e da possível presença de viabilidade em paredes aparentemente não viáveis. 33601 33602 Análise dos resultados de angioplastia primária em pacientes idosos (≥ 65 anos) em hospital da rede pública de Pernambuco com serviço de Hemdinâmica 24h. Não Existe Associação entre Apneia Obstrutiva do Sono Leve a Moderada e Aterosclerose Carotídea Subclínica em Mulheres no Climatério. M NAVARRO M, F L CANTARELLI, F A A JAPYASSU, A HOFMANN B, R CANTARELLI A, R L S MARCOLINO, H S C MOTA, R J B BRAGA, F B. MOTA e F R A OLIVEIRA THAIS CLEMENTINO LUSTOSA, ANA KELLEY DE LIMA MEDEIROS, LIANA LUSTOSA DE CARVALHO, MARTINHA MILLIANNY BARROS DE CARVALHO, ANA CLAUDIA SIQUEIRA TORQUATO, CAROLINA DE ARAUJO MEDEIROS, ELIZABETH DE SOUZA GONÇALVES, ERISVAN GREGÓRIO DE QUEIROZ, ISLY MARIA LUCENA DE BARROS, LAURA OLINDA BREGIEIRO FERNANDES COSTA e RODRIGO PINTO PEDROSA IMIP, Recife, PE, BRASIL - Hospital Dom Hélder Câmara - Imip Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: Os pacientes idosos constituem um dos segmentos da população que mais tem crescido nas últimas décadas. Assim, é crescente o potencial de candidatos para o desenvolvimento de doença arterial coronariana em faixas de idade progressivamente maiores, que cursam com cifras de morbi-mortalidade ainda maiores. Nesta faixa etária, a angioplastia primária (AP) no infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST tem se mostrado uma terapia eficaz e segura. Métodos: Registro prospectivo com base no banco de dados de um hospital público, com pacientes (P) com IAM CEST submetidos a AP, de 11/2010 a 11/2011, divididos em um grupo com AP com idade < 65 (G1) e outro com > 65 anos (G2). Compararam-se variáveis qualitativas com o teste Qui-Quadrado de Pearson, ou Exato de Fisher. Comparou-se valores de Clearence de creatinina (Clcr) com o teste não paramétrico de Mann-Whitney. O nível de significância assumido foi de 5%. Cálculos estatísticos foram feitos no software SPSS v18.0. Resultados: 139 P foram incluídos, 84 (60,4%) no G1 e 55 (39,6%) no G2. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto a distribuição por sexo (sexo masculino: 73,8% no G1 e 61,8% no G2, p = 0,135). HAS foi mais frequente no G2 (G2 85,5% e G1 69,1%, p = 0,029). Os grupos foram semelhantes quanto a diabetes melitus, tabagismo, coronariopatia prévia, extensão da doença coronariana, localização do IAM e Killip. O sucesso angiográfico foi semelhante nos dois grupos (G1 86,6%, G2 96,4%, p = 0,056). A mediana do Clc foi significativamente menor no G2 (53,72 no G2 e 82,25 no G1, p = 0,001). Em relação ao tempo total de isquemia (TTI) > 12h, houve importante diferença entre os grupos (G1 – 6,0% x G2 – 27,8%, p = 0,001). A mortalidade hospitalar foi maior no G2 (G2 21,8% x G1 11,9% - p = 0,117), porém sem significância estatística. Conclusão: Apesar do perfil clínico mais adverso, a AP em idosos foi realizada com taxas de sucesso angiográfico adequadas e sem diferença estatística sobre a mortalidade quando comparado aos inivíduos com idade inferior a 65 anos. O atraso significativo para o tratamento definitivo pode estar relacionado a sintomatologia atípica frequente nessa faixa etária, o que dificulta a identificação do IAM por parte dos Ps ou dos próprios medicos. 22 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 PROCAPE, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: O climatério aumenta o risco de doença cardiovascular. No entanto, os fatores implicados no aumento do risco cardiovascular não estão totalmente esclarecidos. A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um dos fatores que podem contribuir para o aumento desse risco. Existem evidências de que a AOS pode contribuir de forma independente para aterosclerose carotídea em outras populações, como em homens com AOS grave. No entanto, essa relação ainda não foi estudada em mulheres no climatério.Objetivo: Identificar a associação entre a AOS e a aterosclerose carotídea subclínica em mulheres no climatério.Métodos: Foram recrutadas mulheres climatéricas (portadoras de irregularidade menstrual – amenorreicas > 60 dias), com idade entre 40 a 65 anos, sem evidência clínica de doenças cardíacas e neurológicas, provenientes de dois ambulatórios especializados de ginecologia. As participantes realizaram a avaliação da aterosclerose carotídea por ultrassonografia. Esses dados fazem parte do projeto “Avaliação do Risco Cardiovascular em Mulheres no Climatério”. A polissonografia portátil foi realizada no Laboratório do Sono e Coração do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco – PROCAPE/UPE. Foram excluídas pacientes que faziam uso da terapia de reposição hormonal, tabagismo atual ou nos últimos cinco anos, uso de contraceptivos hormonais há pelo menos um ano e uso de dispositivo intra-uterino. Considerou-se presença de aterosclerose carotídea a presença de placa ou um espessamento médio-intimal (IMT) superior ao percentil 75% da população estudada.Resultados: Foram estudadas 266 mulheres [idade=56(52-61) anos, índice de massa corpórea - IMC= 28(25-32) kg/m2]. AOS (índice de apneiahipopneia - IAH ≥5 eventos/h) foi diagnosticada em 108 mulheres (40,6%). AOS moderada (IAH≥15 eventos/h) foi encontrada em 26 (9,8%) e AOS grave em 4 (1,5%) mulheres. As mulheres com AOS moderada/grave usavam mais antihipertensivos (84 vs 47 %, p< 0,01), eram mais obesas (IMC = 33 [29-35] vs 28 [25-31] kg/m2, p <0,001) que as demais participantes. O número de mulheres com aterosclerose carotídea distribuído de acordo com a gravidade da AOS foi: sem AOS = 51 (32%), leve = 33 (42%), moderada = 6 (23%), grave= 1 (25%), p=0,25.Conclusões: Não foi verificada associação entre AOS e aterosclerose carotídea subclínica na amostra estudada. O pequeno número de mulheres com AOS moderada e grave pode ter sido o responsável pela ausência de associação. Resumos Temas Livres 33603 Síndromes Hipertensivas em mulheres portadoras de diabetes gestacional DANIELLE CÁSSIA OLIVEIRA, ANA PAULA BELIZÁRIO ALVES, LUCIANA GONÇALVES DE ORANGE e CYBELLE ROLIM DE LIMA Hospital Esperança, Recife, PE, BRASIL - Hospital Pronto olinda, Recife, PE, BRASIL - FAVIPE, Vitoria de Santo Antão, PE, BRASIL. O desenvolvimento de hipertensão gestacional é muito comum em pacientes diabeticas e além dessa patologia pode-se encontrar ainda mulheres com eclâmpsia, com préeclampsia grave, com pré-eclampsia leve (BRYSON et al., 2003). O estado nutricional pré-gestacional e gestacional pode predispor as mulheres a desenvolverem algumas doenças gestacionais como diabetes, hipertensão, anemia, entre outras patologias (MAGANHA, et al, 2009). O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento de Síndrome Hipertensiva Gestacional(SHG) em mulheres portadoras de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), em uma maternidade publica do Recife, o estudo foi do tipo transversal e retrospectivo, baseado nos dados coletados em prontuários e fichas de avaliação nutricional do período de janeiro a dezembro de 2008. A análise estatística dos dados foi realizada, utilizando os Softwares SPSS 13.0 para Windows e o Excel 2003, com 95% de confiança (Kolmogorov-Smirnov para variáveis quantitativas, com Coeficiente de Correlação de Pearson (Distribuição Normal) e Spearman´s (Não Normal)). Dos resultados encontrados, foram avaliadas 76 pacientes, referente ao estado nutricional pré e gestacional foi verificado: Baixo Peso (6,5%; 3,9%), Eutrofia (24,7%;11,7%), Sobrepeso (27,3%;31,2%) e Obesidade (41,5%;53,2%) respectivamente. Houve correlação das médias do Índice de Massa Corporal (IMC) pré e gestacional com as SHG (< 0,001) e entre a classificação do estado nutricional e o desenvolvimento das mesmas (p=0,014). Com base nos resultados obtidos, fica evidente que o estado nutricional das pacientes e o diabetes, predispuseram as mulheres estudadas a desenvolverem síndrome hipertensiva da gestação. Desta forma, reforça-se a importância de um acompanhamento nutricional de mulheres em períodos reprodutivos, com o objetivo de promover um peso adequado e uma alimentação equilibrada, evitando assim o aparecimento de complicações numa possível gravidez. Além disso, ressalta-se que o nutricionista deve estar inserido na equipe multidisciplinar da assistência pré-natal proporcionando a saúde do binômio mãe-filho. 33604 Status neurológico após múltiplos episódios de fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem pulso MARIA CATARINA DE MELO DIAS, SANDRO GONÇALVES DE LIMA, BÁRBARA GUIOMAR SALES GOMES DA SILVA, RAISSA ALMEIDA VIANA, FLAVIANA LAURENTINO LOPES DIAS, MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, GUSTAVO ANDRE SILVA LIMA, CHRISTYANNE MARIA RODRIGUES BARRETO DE A, ANA BEATRIZ DA SILVA SACERDOTE e FLORISVALDO DE CARVALHO LIRA Hospital das Clínicas - UFPE, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO: A sobrevida até a alta hospitalar após uma parada cardiorrespiratória (PCR) varia de 6 a 15,4%. Alguns preditores associados a maiores taxas de sobrevida têm sido relatados, dentre eles: PCR testemunhada, PCR em Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) sem pulso, tempo até o retorno à circulação espontânea (RCE) inferior a 10 minutos, uso prévio de IECA, beta-bloqueadores e anti-arrítmicos. OBJETIVO: Relatar a ausência de sequelas neurológicas em vítima de múltiplos episódios de FV/TV sem pulso. RELATO DO CASO: A.N.A.C., 79 anos, portador de cardiopatia chagásica (FE: 23%), sem história de arritmias, admitido por diarréia aguda e febre. Evoluiu com choque séptico de foco abdominal e foi para a UTI para suporte ventilatório e hemodinâmico. Dois dias após a alta da UTI, apresentou PCR em FV, sendo readmitido na UTI por instabilidade hemodinâmica com necessidade de suporte inotrópico, vasopressor e anti-arritmico (amiodarona). No 12o dia do internamento, foi identificado aumento importante do intervalo QT (> 800ms), suspendendose a amiodarona. Apresentou várias PCR nos dias subsequentes (serão detalhados em tabela). A avaliação neurológica após cada episódio foi prejudicada pela sedação; o ritmo cardíaco permaneceu sinusal com ESV e EEVV. No 15o dia, coronariografia identificou obstrução e 80% em DA. Implantado marcapasso provisório (MPP) com FC mantida em 100 bpm (overdrive supression) e reiniciada a amiodarona. Evoluiu com estabilização clinica, recuperação neurológica aparentemente completa e sem novos episódios de FV/TV. Extubado no 18o dia. Apresentava-se com discurso lógico e orientado. Foi indicado o CDI e iniciado carvedilol. A amiodarona foi suspensa no 20º dia quando o QTc estava em 570 ms e no 23º dia este intervalo reduziu para 475 ms. Durante a espera pelo CDI na enfermaria, apresentou outro episódio de FV não responsivo às manobras de RCP. CONCLUSÃO: Relatamos a evolução neurológica sem sequelas após múltiplos eventos de FV/TV sem pulso. Determinantes de bom prognóstico identificados: PCR testemunhada, ritmo de parada em FV/TV sem pulso, intervalo muito curto para a desfibrilação e recuperação da circulação espontânea nos primeiros 10 min das manobras de RCP. 33605 33606 Uso do BRA: o poder do marketing, o desconhecimento do benefício e uma maior necessidade de reflexão Infarto Agudo do Miocárdio em adulto jovem, tabagista, com coronariografia prévia recente normal. FREDERICO FONTES ORENGO, MARIA DAS NEVES D. DA SILVEIRA BARROS, SILVIA MARINHO MARTINS, LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA, MARCIA CRISTINA AMÉLIA DA SILVA, SUZANA MARINE DUARTE MARTINS DOURADO, NATHALIA JESSIKA DA SILVA MELO, WILSON ALVES DE OLIVEIRA JUNIOR e SERGIO TAVARES MONTENEGRO F L CANTARELLI, R CANTARELLI A, M NAVARRO M, F A A JAPYASSU, H S C MOTA, R L S MARCOLINO, A HOFMANN B, S F O V LIMA, F R A OLIVEIRA e F B. MOTA PRONTO SOCORRO CARDIOLÓGICO DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL. O uso de Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina(IECA) causa redução de morte cardiovascular em pacientes hipertensos, após infarto agudo do miocárdio e na insuficiência cardíaca sistólica, ao contrário dos bloqueadores dos receptores da angiotensina II(BRA). A tosse é um efeito colateral do IECA(5-20%). Uma metanálise envolvendo 21 estudos clínicos randomizados (16IECA e 5 BRA) constatou redução de eventos coronarianos apenas com os IECA. O presente estudo visa comparar a prevalência de BRA x IECA em pacientes admitidos no PROCAPE-Universidade de Pernambuco, o conhecimento da existência do Programa do Governo Federal da Farmácia Popular do Brasil (FPB) e a opção destas drogas entre cardiologistas. Pacientes hospitalizados na emergência em 02/2013 foram consecutivamente indagados sobre o uso de IECA ou BRA, assim como médicos cardiologistas, sobre esta escolha. Se havia uso do BRA, perguntava-se aos pacientes sobre o conhecimento do programa da FPB e se havia algum efeito colateral com o IECA. Foram interrogados 274 pacientes, dos quais 5%(13) não sabiam informar as medicações de uso prévio, 64%(174) faziam uso de IECA ou BRA. Destes, a idade média encontrada foi de 63 anos, 96 eram homens. A prevalência do BRA foi de 39%(IC 95%=32%-47%), mas só 9%(6) referiam troca da medicação por tosse, e nenhum referiu troca por angioedema. O conhecimento da população em uso do BRA sobre o programa FPB foi de 40%(25), 4 não responderam. Em relação à opção médica sobre estas drogas, 25% optaram pelo BRA quando apenas havia contraindicação ao IECA, em 58% o BRA foi a primeira escolha na HAS e 16% na IC sistólica. A losartana foi o BRA mais escolhido, quando havia contra-indicação ao IECA. Apesar dos estudos indicando o IECA como primeira opção no bloqueio do sistema renina-angiotensina, a prevalência de uso do BRA foi elevada: 39% em relação à possibilidade da prescrição, ou seja, 5-20%, número de intolerantes ao IECA. Não houve nenhuma contraindicação absoluta ao IECA, isto é, presença de angioedema, apenas 9% tiveram tosse. Em relação às respostas médicas, chama atenção o percetual da escolha do BRA sobre o IECA e a inadequação da prescrição, baseada nos estudos vigentes. Estaria a classe médica desconhecendo o benefício do IECA sobre o BRA? Outros fatores intrigantes são o desconhecimento em 60% da população da gratuidade do BRA e da verdadeira contra-indicação da prescrição do IECA. IMIP, Recife, PE, BRASIL - Hospital Pelópidas Silveira - IMIP Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. Fundamento: Um evento coronariano agudo pode acontecer independente de resultados recentes normais ou quase normais tanto de testes não invasivos quanto de testes invasivos. Embora predomine em idosos, homens e mulheres jovens também podem sofrer um IAM. A proteção conferida pela idade jovem tem sido lenta e gradativamente substituída pela crescente prevalência de fatores de risco para DAC desde a adolescência como o tabagismo, a obesidade, a dislipidemia e o estilo de vida sedentário. Estudos epidemiológicos demonstram com clareza a forte relação do tabagismo ativo com o aumento da incidência, em até 80%, de DAC em homens e mulheres em qualquer faixa etária. Relato de caso: Paciente masculino de 44 anos, tabagista, internado por síndrome coronária aguda (SCA) com elevação do segmento ST e submetido à trombólise química. Havia realizado estudo angiográfico há cerca de um mês para investigação de dor torácica, que não evidenciou doença coronária obstrutiva significativa. Nova coronariografia após trombólise demonstrou lesão grave na artéria descendente anterior, que foi tratada com angioplastia coronária percutânea com sucesso. Discussão: Uma série de estudos angiográficos da década de 90 já demonstravam que a coronariografia era considerada um exame de baixa sensibilidade para a detecção e quantificação da doença aterosclerótica, e que a maioria dos IAMs ocorriam em territórios onde não havia lesões estenóticas prévias significativas, portanto, uma coronariografia normal ou quase normal (sem evidência de lesões estenóticas > 50%) prévia a um evento coronariano agudo é insensível para identificar lesões mais propensas ao desenvolvimento das SCAs, que na maioria das vezes ocorrem por ruptura ou erosão de placas de ateroma em territórios sem lesões significativas. O tabagismo tem se mostrado como fator de risco isolado mais relacionado ao surgimento de DAC em adultos jovens e é um preditor independente de formação de novas lesões coronarianas. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 23 Resumos Temas Livres 33609 33610 Fibrilação Atrial: arritmia incapacitante e inadequadamente tratada. Como mudar este cenário? Sinais de DAC grave na cintilografia de perfusão miocárdica em octogenária com dor torácica MARIA DAS NEVES D. DA SILVEIRA BARROS, VANDER WEYDEN BATISTA DE SOUSA, ISABELLE ADJANINE BORGES DE LIMA, ISABELLE CONCEIÇÃO ALBUQUERQUE MACHADO, SERGIO TAVARES MONTENEGRO, DARIO CELESTINO SOBRAL FILHO, TRÍCIA SANTO CYSNEIROS, ANA CRISTIANNE ROCHA LARANJEIRA e AFONSO LUIZ TAVARES DE ALBUQUERQUE ALYSSON GRAZYANE SANTOS AVELINO, SIMONE CRISTINA SOARES BRANDAO, EDGAR GUIMARÃES VICTOR, FREDERICK LAPA SANTOS e BRIVALDO MARKMAN FILHO Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais frequente da prática clínica,respondendo por aproximadamente 33% das hospitalizações por distúrbios do ritmo cardíaco1.A prevalência estimada de FA é de 1,5-2% da população geral, aumentando com a idade2.O risco de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é 5 vezes maior e 3 vezes a incidência de insuficiência cardíaca (IC) em relação à população geral. Dentre os escores de risco recomendados para avaliar a possibilidade de fenômenos embólicos e a necessidade da prescrição anticoagulação (ACO) recomenda-se o CHADS2(Congestive heart failure/left ventricular dysfunction, Hypertension, Age >= 75, Diabetes, Stroke [doubled]) e, mais recentemente, o CHADS2VASc (Congestive heart failure/left ventricular dysfunction, Hypertension, Vascular disease, Age 65-74, sex category [female])3. Entretanto, analisando o poder discriminatório entre esses escores, o CHADS2 é de 0,586 e o CHADS2VASc, 0,606. A estatística-C – aquela que discrimina entre um e outro modelo, deve ter diferença mínima de 0,05.Este valor é 0,02 e, portanto, não atingido.A ACO é recomendada na presença de um ou mais fatores de risco, mantendo o INR entre 2-3. Ogilvie et AL (The Journal American Journal of Medicine,2010;123,638-645).Objetivo:analisar a prevalência dos pacientes com FA com indicação de ACO (FR ≥ 2) e que não o fazem em centro de referência de cardiologia. Métodos: coleta de dados em prontuário de pacientes internados na emergência cardiológica do PROCAPE/UPE e ECG com FA em junho de 2013.Foram aferidos o CHADS2 e o conhecimento dos pacientes sobre a necessidade do uso de anticoagulação.Resultados:de um total de 95 prontuários analisados, 20 pacientes tinham FA, sendo 11 mulheres.A idade média foi de 63 anos; 15 (75%) tinham CHADS2 ≥2 e destes apenas 4 (27% IC 95% 19-37%) estavam em ACO (warfarina).Dos pacientes que necessitavam de ACO, 11 (73%) não foram informados desta necessidade.Conclusão:constata-se que a grande maioria dos pacientes com CHADS2 ≥2 não utilizava a droga que, evidentemente, diminui o risco de fenômenos embólicos, especialmente o AVCI, o mais incapacitante de todos. O valor encontrado é acima da literatura médica, em que a ACO não é vista em 50-60%4. Como mudar este cenário?Treinando mais a Atenção Básica?Financiando os novos anticoagulantes orais, que não requerem controle do INR para manter a anticoagulação? Fundamento: Em pacientes com doença arterial coronária (DAC) extensa e grave, isquemia balanceada pode gerar resultados falso-negativos à cintilografia de perfusão miocárdica (CPM). Queda da função sistólica global do ventrículo esquerdo (VE) após estresse, dilatação transitória do VE, relação aumentada da captação entre pulmão e coração e aumento na captação nas paredes do ventrículo direito (VD) são sinais de alto risco. Infelizmente, eles nem sempre são descritos na prática clínica, principalmente quando as imagens já mostram defeitos de perfusão. Relato de Caso: JSBB, 82 anos, feminino, com dor precordial há 3 anos, associada a dispneia há 2 meses. Portadora de hipertensão arterial, dislipidemia e passado de AVC (sem sequelas). Ao exame físico, apresentava bom estado geral, IMC de 25,3kg/m², sem alterações significativas no aparelho cardiovascular. O eletrocardiograma evidenciava ritmo sinusal regular, FC=71bpm, sinais de sobrecarga de VE e onda T negativa em paredes ântero-septal e lateral alta. O ecocardiograma evidenciou aumento de átrio esquerdo, remodelamento concêntrico, disfunção diastólica e fração de ejeção do VE (FEVE) de 62%, sem déficit contrátil segmentar. Após ajustes das medicações, a paciente realizou CPM com sestamibi-Tc99m, etapas de repouso e após estresse com Dipiridamol. As imagens mostraram isquemia transitória, de acentuada intensidade e extensão, nas paredes anterior e ântero-septal, com persistência associada. A extensão do defeito de perusão foi de 20% após estresse e de 6% ao repouso. Ao Gated SPECT, observou-se discinesia e déficit de espessamento sistólico na parede ântero-septo-apical após estresse. A FEVE foi 64% ao repouso e 51% após estresse. Além disso, observou-se dilatação transitória da cavidade ventricular esquerda e aumento na captação nas paredes do VD após estresse. A paciente submeteu-se a cateterismo cardíaco que evidenciou DAC significativa e multiarterial com lesão grave no tronco de coronária esquerda e oclusão proximal da descendente anterior. Diante dos achados, optouse por revascularização coronária cirúrgica. Conclusões: neste caso, praticamente todos os sinais de DAC grave são vistos à CPM, os quais foram confirmados ao cate. As variáveis mais importantes da CPM são a extensão e a intensidade dos defeitos de perfusão. Entretanto, outros sinais devem sempre ser valorizados, pois sem dúvida ajudarão na estratégia terapêutica e nos casos de isquemia balanceada, evitarão resultados falso-negativos. 33611 33613 Contribuição da ergoespirometria no diagnóstico diferencial de dispnéia VANESSA GALINDO OLIVEIRA DE MEDEIROS, BETTY JANNY MAI SIQUEIRA, MARIA INES REMIGIO DE AGUIAR, DANIELLE BATISTA LEITE LACERDA DE MELO, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES BUARQUE MELO e DJALMA AUGUSTO DE GODOY SANTOS Realcor- Hospital Português Fundamentação:Através da análise de variáveis metabólicas, a ergoespirometria pode auxiliar no diagnóstico difrencial das causas de dispnéia. A medida do consumo de oxigênio máximo alcançado(VO2 pico) e do consumo de oxigênio no limiar de aumento do ácido lático durante o exercicio (VO2 LV1) associadas à análise da reserva ventilatória (RV) devem ser analisadas. A RV é calculada pela relação entre a ventilação máxima do esforço (VE) e a ventilação voluntária máxima (VVM) em repouso. Pacientes com cardiopatia, pneumopatas e saudáveis possuem valores de RV diferentes à ergoespirometria, podendo elucidar causas de dispnéia. Metodologia: Analisamos todos os pacientes encaminhados ao serviço de ergoespirometria para diagnóstico difrencial de dispneia de Julho de 2012 a maio de 2013. Análise estatística descritiva com cálculo de percentuais e médias para sexo, idade, IMC, atividade fisica e comorbidades. A partir das variáveis metabólicas obtidas (VO2 pico, VO2 LV1% e RV) as causas de dispnéia foram sugeridas. Resultados:Analisamos 21 pacientes, sendo 11 (52%) mulheres com idade média de 46 anos e IMC médio de 27,4. Em relação às comorbidades: 7 (33%) eram hipertensos, apenas 2 eram diabéticos e 11(57%) eram sedentários. Nenhum era coronariopata. Dos 21 pacientes, 18 (85%)tinham VO2 pico <85%. Os demais (3 pacientes) apresentaram VO2 pico >85% sendo afastada então, logo em primeira análise, doença orgânica como causa da dispnéia . No grupo dos 18 pacientes restantes, todos apresentaram VO2 no LV1 > que 40% do VO2 pico, sendo que 15 (71%) tinham RV>30% e 3 (14%) tinham RV<30%. O VO2 LV1 normal e a RV >30 permitem sugerir como provável causa de dispnéia destes 15 pacientes o descondicionamento fisico, enquanto que os 3 pacientes com RV<30% deviam apresentar, de fato, comprometimento ventilatória como causa do sintoma. Conclusão: Dos 21 pacientes analisados, provavelmente apenas 3 apresentavam dispneia de causa orgânica. Apesar do pequeno número de pacientes analisados, acreditamos que a ergoespirometria pode auxiliar no esclarecimento clínico das causas de dispnéia. 24 Hospital das Clínicas da UFPE, Recife, PE, BRASIL - Medicina Nuclear do Hospital Santa Joana -Unidade Hospitalar, Recife, PE, BRASIL. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 Prevalência de adesão a fármacos anti-hipertensivos: Registro multicêntrico de mundo real de 900 pacientes MARCOS VINICIUS RIBEIRO DOS SANTOS, VIVIANE R GOMES, DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, MAGDALA DE ARAUJO NOVAES, DANIEL VITOR P LIMA, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, EDGARD VICTOR FILHO, BRIVALDO MARKMAN FILHO e EDGAR GUIMARÃES VICTOR Hospital das Clínicas. UFPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde publica tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Adesão a medicação prescrita representa importante fator de bom prognóstico para os pacientes. O objetivo do estudo foi avaliar as taxas de adesão a medicamentos anti-hipertensivos de pacientes hipertensos. Métodos: Estudo de mundo real, multicêntrico, transversal, prospectivo e descritivo, que recrutou 900 pacientes hipertensos (idade média 62, 4 ± 11, 2 anos, 243 homens e 657 mulheres) no período de setembro de 2010 a novembro de 2012 . Foram avaliadas características clínicas, sociais, econômicas e culturais dos pacientes. A adesão as drogas anti-hipertensivas foi avaliada através do questionário de Morisky-Green. Foi realizada estatística descrita das prevalências das características analisadas. Resultados: As principais características clinicas, sociais, econômicas e culturais do pacientes: Dislipidemia (DLP) 351 pacientes (39%), diabetes mellitus (DM) 223 (25%), tabagismo 220 (24,4%), doença vascular periférica 179 (19,8%), acidente vascular encefálico (AVE) prévio 74 (8,2%), doença renal crônica 39 (4,3%), analfabetismo 324 (36%), doença arterial coronariana (DAC) 101 (11,2%). Antecedentes familiares: HAS 179 (19,8%), DAC 118 (13,1%), AVE 122 (13,5%), DM 117 (13%), DLP 94 (10,4%) e doença renal crônica 36 (4%). A taxa de aderência a fármacos antihipertensivos foi 39,6%. Conclusões: A taxa de adesão aos anti-hipertensivos foi baixa, refletindo que menos da metade dos pacientes tomavam adequadamente seus antihipertensivos. Portanto a adesão aos fármacos representou importante fator do tratamento de hipertensos que necessita ser melhorado. Resumos Temas Livres 33614 Riscos relacionados a reutilização de cateteres pré-moldados no laboratorio de hemodinamic DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, VIVIANE R GOMES, FELIPE WANICK SARINHO, GUILHERME G MEDEIROS, ORLANDO OTAVIO DE MEDEIROS, EDGARD VICTOR FILHO, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, BRIVALDO MARKMAN FILHO e EDGAR GUIMARÃES VICTOR Hospital das Clínicas. UFPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: O avanço dos materiais e dispositivos na cardiologia invasiva foram fundamentais para o desenvolvimento desta subespecialidade. Entretanto a despeito da legislação do uso unico de materiais foi permitido um periodo de adaptação no qual houve reutilização dos mesmos sem definição clara das etapas da mesma. O objetivo deste relato de caso é descrever uma castatrofe na sala de hemodinamica por causa do reuso dos materiais. Métodos: Relato de caso descrito a partir de caso clínico da prática de mundo real em divisão de cardiologia inavasiva Resultados: MVS, 62 anos, sexo feminio, hipertensa, dislipemica e ex-tabagista teve quadro de sindrome coronariana aguda sem supra de ST de alto risco de morte e/ou infarto do miocárdio e por isso submetida a angiografia coronariana. O citado procedimento foi realizado sem intrecorrências e havia apenas estenose de 30% no terço médio da artéria descendente anterior (ADA). Cerca de 30 minutos após o termino do procedimento a paciente iniciou quadro de dor toracica típica, nauseas, sudorese, hipotensão e franca insuficência respiratoria. O ECG revelava supra de ST de V3 a V6, sendo então a paciente levada a sala de procedimento, onde nova angiografia demosntrou obstrução de 100% no terço médio da ADA. Na avaliação das imagens adquiridas notava-se, na ausencia do contraste, imagem circuferencial de cerca de 2 mm de diametro. Na analise do cateter utilizado no primeiro procedimento foi observado ausencia dos 2 mm distais do mesmo. Foi posicionado um fio guia 0,014 “ através do fragmento do cateter, em seguida um cateter balão de 1,5 mm de diametro foi posicionado imediatamento distal e insuflado a baixa pressão. Foi realizado o recuo do conjunto até a extremidade distal do cateter coronariano pré moldado. Em seguida todo conjunto retirado até a extremidade distal do introdutor valvado, e foram retirados todos os materiais, sendo possivel constatar o fragmento do cateter. Foi estabelecido novo acesso vascular e implantado um stent farmacologico no terço médio da ADA. 33616 Relação entre índice tornozelo-braquial e doença aterosclerótica carotídea AUGUSTO C L BRASILEIRO, DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, VIVIANE R GOMES, ORLANDO OTAVIO DE MEDEIROS, EDGAR GUIMARÃES VICTOR e BRIVALDO MARKMAN FILHO Hospital das Clínicas. UFPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A associação do índice tornozelo-braquial (ITB) com a medida do complexo médio intimal das artérias carótidas (MCMI) não está amplamente estudada. Neste estudo objetivamos avaliar se pacientes com ITB ≤ 0,9 apresentam maior prevalência de placa aterosclerótica carotídea do que aqueles com ITB > 0,9. Métodos: No período de janeiro a dezembro de 2011 recrutamos 118 pacientes (48 homens e 70 mulheres) que tiveram seus ITB e MCMI mensurados. Os pacientes foram divididos em grupo 1 (ITB ≤ 0,9) e grupo 2 (ITB > 0,9). Utilizamos os testes de Mann-Whitney, Qui quadrado e Fischer para comparações entre os grupos. Para avaliar correlação entre ITB e MCMI empregamos a correlação de Pearson. Resultados: A prevalência de ITB ≤ 0,9 foi 29,7%, enquanto a da MCMI ≥ 1,5 mm de 34,7%. Não houve diferença de características clínicas entre os grupos 1e 2: Idade média [64 ± 9 vs 62 ± 7,2 anos, p = 0,1], Homens (40% vs 41%, p = 0,9), Hipertensão (74% vs 59%, p = 0,1), Diabetes Mellitus 54% vs 35%, p = 0,051), Dislipidemia 26% vs 24%, p = 0,8), Tabagismo 57% vs 65%, p = 0,4). A prevalência de placa carotidea foi maior no grupo 1 (48,6% vs 28,9%, p = 0,04). A correlação de Pearson entre o ITB e a MCMI foi de - 0,235 com valor de p = 0,01. Conclusões: Pacientes com ITB ≤ 0,9 apresentaram maior prevalência de aterosclerose carotídea. Houve correlação negativa entre o ITB e a MCMI. Conclusões: Possivelmente por problemas relacionados a reutilização de cateteres ocorreu uma complicação grave no laboratorio de hemodinamica. Portanto o processo de reutilização de cateteres esta associado a riscos e não deve ser praticado, conforme orienta agencia responsavel por esta area. 33617 33619 Stents farmacologicos em estenose grave do tronco de coronária esquerda Associação entre doença arterial periférica e estenose grave em artéria coronariana DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, EDGARD VICTOR FILHO, FELIPE WANICK SARINHO, VIVIANE R GOMES, GUILHERME G MEDEIROS, ORLANDO OTAVIO DE MEDEIROS, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, BRIVALDO MARKMAN FILHO e EDGAR GUIMARÃES VICTOR VIVIANE R GOMES, DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA, AUGUSTO FERREIRA CORREIA, ORLANDO OTAVIO DE MEDEIROS, GUILHERME G MEDEIROS, ANDRÉA BEZERRA DE MELO DA SILVEIRA, EDGARD VICTOR FILHO, BRIVALDO MARKMAN FILHO e EDGAR GUIMARÃES VICTOR Hospital das Clínicas. UFPE, Recife, PE, BRASIL. Hospital das Clínicas. UFPE, Recife, PE, BRASIL. Introdução: A estenose do tronco da artéria coronária esquerda (TCE) representa a mais temida obstrução coronariana. Historicamente obstrução de TCE > 50% determina a consideração de tratamento cirurgico de revascularização do miocárdio (CRM), mas nos dias atuais é possivel considerar implante de stents em algumas situações. O objetivo deste relato de caso é descrever o tratamento com implante de stent farmacologico em estenose grave de TCE. Introdução: O índice tornozelo braquial (ITB) anormal prediz eventos coronarianos. O objetivo deste estudo foi avaliar a existência de associação entre o ITB e a severidade da doença arterial coronariana de acordo com angiografia coronariana. Métodos: Relato de caso a partir de uma experiência clínica ocorrida em Hospital Universitario localizado no Nordeste do Brasil Resultados: MJS, 67 anos, hipertenso, diabético e dislipemico apresentou angina do peito CCS IV, associada a cintilografia do miocárdio sugestiva de isquemia miocárdica e por isso foi submetido a cinecoronariografia que revelou estenose de 95% no terço distal do TCE. Foi submetido a CRM, que transcorreu sem intercorrências no centro cirurgico. Entretanto no primeiro dia de pós operatorio, quando estava estável e em ventilação espontanea, apresentou do torácica tipica, associada a sudorese, nauseas e hipotensão que necessitou de admistração de drogas vasoativas. O paciente foi levado ao laboratorio de cateterismo, onde após estudo angiografico constatou-se obstrução total dos enxertos de mamaria esquerda e safena. Tendo em vista o quadro clinico foram implantados dois stents farmacologicos na estenose distal (bifurcação) do TCE, usando-se a técnica de Mini-Crush. No segundo dia após o implante dos stents o paciente estava sem drogas vasoativas, assintomatico e recebeu alta da unidade coronariana. Recebeu alta Hospital no quarto dia de evolução. Aos 4 meses de seguimento encontra-se assintomatico. Métodos: Registro de mundo real, prospectivo, transversal e analítico realizado entre agosto de 2011 e abril de 2012. Foram incluídos 163 pacientes (idade média de 62,5 ± 9,7 anos, 101 homens e 62 mulheres) com DAC crônica e indicação clínica de cinecoronariografia. Para feito de comparação os pacientes foram divididos em grupo 1 (ITB ≤ 0,9) e grupo 2 (ITB > 0,9 e ≤ 1,3). Foram utilizados os testes do qui quadrado e T de student, sendo p significativo quando < 0,05. Resultados: A prevalência de ITB ≤ 0,9 foi 9,8%. A comparação entre os grupos revelou: Idade ( G1 68,9 ± 9,4 vs G2 61,8 ± 9,5, p = 0,005), HAS (94% vs 81%, p = , ns), tabagismo (56% vs 54%, p = ns), DM (38% vs 46%, p = ns), historia familiar de DAC (50% vs 43%, p = ns), DLP (38% vs 42%, p = ns), IMC > 30 kg/m 2 (38% vs 23%, p = ns), IAM prévio (31% vs 11%, p = ns), taxa de estenose grave na ADA (69% vs 35%, p = 0,04). Conclusões: A prevalência de ITB anormal foi alta. Pacientes com ITB ≤ 0,9 apresentaram maior prevalência de estenoses > 70% na artéria descendente anterior. Conclusões: Atualmente o implante de stents farmacolgicos no TCE representa uma alternativa de tratamento a CRM em situações especificas. Esta técnica de revascularização percutanea é efetiva e segura quando indicada em pacientes apropriados. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 25 Resumos Temas Livres 33620 33622 Edema Agudo de Pulmão de etiologia isquêmica: entidade ainda pouco definida RELATO DE UM CASO DE MIOCARDITE EM UM HOSPITAL PRIVADO DA CIDADE DO RECIFE: O PAPEL DA RESSONÂNCIA NO PROGNÓSTICO MARIA DAS NEVES D. DA SILVEIRA BARROS, VANDER WEYDEN BATISTA DE SOUSA, WELLINGTON FERANDES DA SILVA, LUIS CLAUDIO LEMOS CORREIA, SUZANA MARINE DUARTE MARTINS DOURADO, MARIA CLEIDE FREIRE CLEMENTINO DA SILVA, MARIA DA PIEDADE COSTA REIS DE ALBUQUERQUE e SERGIO TAVARES MONTENEGRO Procape, Recife, PE, BRASIL. O EAP cardiogênico é uma das formas mais grave de apresentação da insuficiência cardíaca descompensada. Grande causa de hospitalização. Os critérios diagnósticos de EAP de etiologia isquêmica, ainda, não foram definidos. Existem fatores de confusão, em especial, se na apresentação clínica não há ECG evidente de IAM e os marcadores de necrose miocárdica (MNM) são positivos. Paciente, sexo feminino, 65 anos, chegou à emergência com dor precordial acompanhada de dispneia súbita e intensa. Na admissão: PA de 220x120 mmHg, FC normal, estertores crepitantes difusos e saturação de O2 de 88%. Antecedentes: HAS, DM e IAM com quadro semelhante há três anos, quando implantou “stents” na coronária direita (CD). O ECG inicial evidenciou: área inativa na parede inferior. Posteriormente: inversão da onda T em D1, aVL e V4-V6. Os MNM foram normais. Ecocardiograma: acinesia da parede inferior, hipocinesia septal e fração de ejeção do VE de 39 %. Cateterismo cardíaco feito no 6º dia: imagem sugestiva de trombo em 1/3 proximal e distal da CD, “stents” em toda CD com bom fluxo distal (TIMI III), na descendente anterior, havia lesão moderada 1/3 médio e acometimento aterosclerótico difuso. O tratamento inicial foi: oxigênio, vasodilatador (nitroglicerina) e diurético (furosemida) venoso, depois, aspirina, heparina, estatina, inibidor da enzima conversora da angiotensina e insulina. Evolução assintomática após a admissão. Alta no 7º dia com clopidogrel, aspirina e terapia medicamentosa para disfunção sistólica, menos a espironolactona (K+ 5,4 mEq/l). O EAP isquêmico persiste como um desafio diagnóstico nos serviços de emergência, pela ausência de um marcador específico para definir esta etiologia, exceto, quando os pacientes se apresentam com supradesnível do ST de início recente com dor torácica seguida de dispneia ou quando há evidência clara de uma síndrome urêmica, valvulopatia ou miocardiopatia, sobretudo, na população jovem. Nas demais condições, pela presença de fatores de confusão como alterações inespecíficas do ECG e troponina elevada, é, praticamente, impossível inferir a etiologia isquêmica em detrimento das demais possibilidades. Mas tão comum descrito nos diagnósticos de admissão. Desta forma, é necessário a criação de um escore diagnóstico para definir esta condição clínica de emergência relacionada a, praticamente, todos os eventos agudos na cardiologia, assim, definindo melhor a investigação e a terapêutica. 26 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26 DEBORAH COSTA LIMA DE ARAUJO, MICHELLE FERREIRA NEVES DA LUZ e MARCIA CRISTINA AMÉLIA DA SILVA Funcordis, Recife, PE, BRASIL. INTRODUÇÃO:A ressonância magnética cardíaca(RMC)tem importante papel no diagnóstico e prognóstico da miocardite.CASO CLÍNICO:TJOB, masculino,17 anos,natural de Recife, procedente de Goiana-PE,apresentou dor retroesternal,localizada,em peso,duração de 1 hora e meia.Procurou serviço de cardiologia,após 2 horas de dor.Exame físico da admissão normal e ECG com RSR,BDPI e alteração de repolarização difusa.Internado com suspeita de pericardite,permanecendo assintomático.Marcadores de necrose bastante elevados(CPK:521;CK-MB:44,6;TROPONINA:11,83).Interrogada perimiocardite e solicitada a ressonância cardíaca.Ecocardiograma normal.ECG evoluiu com negativação da onda T em parede inferior,permancecendo o supra difuso discreto no 3º dia.IVAS há um mês.A ressonância cardíaca mostrou leve disfunção ventricular direita,função ventricular esquerda limítrofe e presença de linha de realce tardio mesocárdico não transmural nos segmentos ínfero-lateral e ínfero-basais e no segmento lateral apical,sugerindo presença de fibrose.Foi iniciado IECA e betabloqueador,suspenso AINE.Paciente permaneceu assintomático durante todo o internamento,com queda significativa dos níveis de troponina,vindo a normalizar no 5º DIH.Recebeu alta para acompanhamento clínico ambulatorial.DISCUSSÃO:O diagnóstico das miocardites é um desafio,pois exames como eletrocardiograma(ECG),testeslaboratoriais,ecocardiogramaeangiografia coronariana,possuem valor diagnóstico limitado.A RNM é o principal método diagnóstico de miocardite.A técnica do realce tardio pode identificar facilmente casos de miocardite.No paciente do caso os achados à RNM,com áreas de fibrose modificaram o prognóstico do paciente,pois está associada a longo prazo a maiores mortalidades total e cardíaca, independentemente dos sintomas clínicos e da função ventricular.A ausência de realce tardio demonstrou estar relacionada a um baixo risco de morte súbita, mesmo na presença de disfunção e dilatação ventricular.Assim, exceto pelo elevados níveis de troponina, apenas os achados da RNM com disfunção de VD e presença de linha de realce tardio, foram capazes de orientar a terapêutica adequada do paciente(IECA e betabloqueador,associados a suspensão do AINE).Vimos a importância da RNM não só no diagnóstico quanto no prognóstico do paciente com suspeita clínica de miocardite. CONCLUSÃO:A RNM cardíaca é um excelente método para diagnóstico da miocardite em suas fases iniciais assim para o prognóstico e acompanhamento da resposta terapêutica. ÍNDICE REMISSIVO POR AUTOR E Nº DO TEMA A Abilio Augusto Fragata Filho - 118, 374, 376, 541 Abraham Pfeferman - 042, 045 Acacio Fernandes Cardoso - 339, 590 Acrisio S Valente - 032, 097 Artur Eduardo Cotrim Guimaraes - 431 Artur Haddad Herdy - 232, 824 Betânia Braga Silva - 247, 033 Bianca de Cássia Cavalieri - 237, 511, 378, 535, 780 Bruno Pinto Xavier - 478 Bruno Queiroz Cláudio - 284, 333, 337, 793 Bruno Rosa Borges - 746, 748, 749 Bruno Tesini Roseguini - 607, 823 Bruno Zappa - 363, 366, 789 Artur Lourencao Junior - 098, 811 C Artur Peretz Lichter - 644 Ary Costa Ribeiro - 537, 540 Caio Baeta Casella - 631 Audley Menezes Silva - 521, 718 Caio de Brito Vianna - 744, 772, 131 Augusto de Marco Martins - 332 Augusto Gurgel Faria Araújo - 346, 356, 570 Caio Vinicius Menezes Nunes - 471, 472, 707, 769, 626, 809 Augusto Jose Goncalves de Almeida - 560 Camila Bauer Albarán - 561 Augusto Scalabrini Neto - 679, 158 Aurea Jacob Chaves - 764, 069, 327, 364, 392, 397 Aureo Do Carmo Filho - 750, 751, 650 Camila Bedeschi Rego de Mattos - 784 Camila Furtado Rizzi - 064 Camila Rodrigues de Oliveira - 225 Camila Vieira Valadares - 242, 497, 716, 767 Ayrton Bertini Júnior - 684 Ayrton Pires Brandao - 126, 412, 449, 451 Camillo de Lellis Carneiro Junqueira - 264, 265, 070, 077, 323, 324, 365 Camozzi Liliana - 073 B Barbara Daniela de Oliveira - 339, 590 Barbara Maria Ianni - 087, 627 Barbara Petronetto Fafa - 728 Beatriz Bojikian Matsubara - 259, 507, 518, 519, 006 Beatriz D`agord Schaan - 105, 670 Beatriz Piva E Mattos - 257 Beatriz Silvestre Knust - 216 Beatriz Teixeira Gonçalves - 521, 718 Benedito Carlos Maciel - 004 Benhur David Henz - 033, 036, 037 Bento F. Cardoso dos Santos - 283 Bernardo Galvão Castro Filho - 123 Bernardo Kremer Diniz Gonçalves - 460, 461, 462, 477, 113, 138, 139, 562 Bernardo Rangel Tura - 244, 264, 270, 469, 504, 505, 515, 516, 517, 717, 719, 720, 721, 722, 723, 724, 725, 757, 070, 077, 135, 293, 323, 337, 408, 600, 613, 645, 646, 655, 675, 815 27 Arq Bras Cardiol. 2013; 101(6 Supl.3):1-26